
Depois de algumas semanas ausente, estou aos poucos retornando, tentando retomar o ritmo e assim trazer conteúdo para vocês. E o Analyse It não é Analyse It sem a análise da TOC, e mesmo que nessas semanas o Editor-Chefe Saito não tenha entregado NADA de diferente do que já havia mostrado anteriormente, eu vou dar um grande “overview” da situação da revista para vocês.
Weekly Shounen Jump #26 (26/05/2025):
ONE PIECE c1149 (Capa e Páginas iniciais coloridas)
01 – Madan no Ichi c35
02 – SAKAMOTO DAYS c214
03 – Nue no Onmyouji c99
04 – Boku to Roboco c234
WITCH WATCH c203 (Página central colorida)
05 – Ao no Hako c197
06 – Exorcist no Kiyoshi-kun c45
Akane Banashi c159 (Página central colorida)
Tomoshibi no Otr c03 (23 páginas)
07 – Kagurabachi c80
NICE PRISON c05
08 – Shinobigoto c34 (23 páginas)
09 – Nige Jouzu no Wakagimi c204
Kill Ao c102 (Página central colorida)
10 – Syd Craft no Saishuu Suiri c25
11 – Himaten! c43
12 – Choujun! Choujou-senpai c63
13 – B no Seisen c15
14 – Embers c16
Ausentes: HUNTER×HUNTER c411 (hiato)
Prévia Weekly Shonen Jump #26 (26/05/2025):
Capa e Páginas iniciais coloridas: Madan no Ichi c36
Páginas centrais coloridas: Shinobigoto c35; Himaten! c44; One-Shot
Começando justamente pela primeira colocação: Madan no Ichi, que continua sendo um grande sucesso em vendas e está na boca dos leitores da Shonen Jump. É bem provável que o volume 3 consiga aumentar ainda mais suas vendas, com a série alcançando mais de 80 mil cópias em 1 mês. Em termos mercadológicos, vejo a dupla Madan no Ichi e Kagurabachi como mais promissora do que a dupla Sakamoto Days e Kagurabachi, e isso é algo ótimo para a revista. Contudo, esses dois mangás não são suficientes – é necessário encontrar mais sucessos.
O motivo pelo qual precisamos de novos êxitos é o caso do segundo colocado nesta TOC: Sakamoto Days. Sim, o mangá era muito promissor, tinha tudo para se tornar um grande monstro em vendas, mas a péssima escolha do estúdio de anime fez com que Sakamoto Days recebesse uma adaptação medíocre e, por consequência, um aumento de vendas muito pequeno – Ao no Hako, que está em quinto lugar nesta TOC, teve um boost maior que Sakamoto Days.
Esses erros de escolha de estúdio sempre aconteceram: Black Clover, Toriko, Hoshin Engi são outros exemplos de mangás promissores que tiveram adaptações que não impulsionaram muito as vendas dos mangás, levando essas séries a não se tornarem os pilares esperados. Contudo, todos esses títulos tiveram outras obras que sustentaram esses fracassos: Se Black Clover (2015) falhou, os animes de Boku no Hero Academia (2014) e Kimetsu no Yaiba (2016) foram bem-sucedidos. Até mesmo o anime de Yakusoku no Neverland conseguiu ser um sucesso editorialmente, pois fez a série vender mais que Boku no Hero Academia.
Com o fracasso de Sakamoto Days, não tivemos nenhum anime explosivo em vendas que compensasse essa queda. Ao no Hako teve um bom impulso, mas não se tornou pilar. Undead Unluck teve uma adaptação terrível. E Yozakura-san e Nige Jouzu no Wakagimi, mesmo com animes bem recebidos, nunca tiveram força suficiente para se tornarem pilares – a revista acabou ficando sem nenhum grande nome. É necessário que a Weekly Shonen Jump encontre, nas próximas levas, mais e mais sucessos, para assim construir uma Line-Up robusta à prova de fracassos.
Nue no Onmyouji, terceiro colocado desta TOC, que também teve boas posições na semana passada, pode vir a ser útil como uma dessas surpresas. Tendencialmente, Nue não vende o suficiente para ultrapassar a marca de 200 mil, ou até mesmo 100 mil cópias após um anime – até mangás como Dandadan atualmente têm dificuldade para superar 200 mil cópias –, mas vejo em Nue no Onmyouji (caso receba uma boa adaptação) o potencial para se tornar uma grata surpresa: aquele mangá que ninguém esperava nada e se torna um semi-pilar. As chances são baixas, mas o potencial existe.
Em quarto lugar tivemos Boku no Roboco, que continua estável na revista. Em quinto, Ao no Hako, o segundo mangá que mais vende na Weekly Shonen Jump atualmente. Em sexto, Exorcist no Kiyoshi-Kun, que não está crescendo em vendas (segue vendendo entre 10 e 12 mil cópias por volume), mas todo ano há um mangá que recebe mais divulgação do que merece: É a vez de Kiyoshi-Kun.
Os editores continuam promovendo a série, ao invés de darem mais atenção a Shinobigoto ou Himaten!, que estão demonstrando crescimento mais interessante em vendas. O motivo? Podem ser três:
Motivo 1 – Os editores estão observando um bom desempenho nas votações e esperam que esse bom desempenho se converta em vendas.
Motivo 2 – Os editores receberam boas propostas de anime, mas precisam transformar Kiyoshi-Kun em um sucesso para fechar contratos (pouco provável).
Motivo 3 – Saito e sua equipe enlouqueceram completamente.
Certas séries, como Kimetsu no Yaiba, só começaram a deslanchar a partir do quarto volume, por isso as chances de Kiyoshi-Kun não foram descartadas. Contudo, com os dados disponíveis, parece muito mais inteligente apostar realmente em Shinobigoto e Himaten! entre as séries que vendem entre 11 e 20 mil cópias na revista, já que mesmo com todas essas páginas coloridas e boas posições na TOC, Kiyoshi-Kun não está conseguindo emplacar.
Em sétimo lugar tivemos Kagurabachi, que continua bem estável como o terceiro mangá mais vendido da revista. Esperamos o anúncio do seu anime no aniversário de 2 anos (em setembro) ou na Jump Festa de dezembro. Em oitavo lugar tivemos Shinobigoto, que teve algumas páginas extras, mas pelo seu potencial eu daria um empurrãozinho a mais – colocaria a série entre as seis primeiras posições nas próximas três edições e daria mais páginas coloridas. Mas os editores estão preferindo focar em Kiyoshi-Kun.
Em nono lugar, Nige Jouzu no Wakagimi, que continua estável à espera da segunda temporada. Em décimo lugar, Syd Craft, que vendeu mal (menos de 10 mil cópias), mas levando em conta a situação da revista, pode sim sobreviver à próxima leva. Tudo dependerá de quantos mangás estrearão entre junho e julho. Se forem dois títulos, como tem acontecido ultimamente, veremos apenas B e Embers sendo cancelados. Se forem três, a decisão ficará entre Choujun! Choujou-Senpai e Syd Craft. Se forem quatro – o que seria um milagre considerando a gestão Saito – todos os quatro citados serão encerrados.
A revista está realmente estagnada – com TOCs repetitivas e pouca variação na Line-Up. Até mesmo os leitores japoneses já começaram a reclamar que está um saco acompanhar a Weekly Shonen Jump. Chegou o momento de Saito lançar uma leva de quatro mangás – justamente no seu aniversário de 1 ano como Editor-Chefe –, mas será que ele preparou bem o terreno para isso? Ou ainda está organizando o interno do departamento? Não sabemos e não podemos saber – nos resta torcer para que a próxima leva seja melhor do que as últimas três.
O QUE OS JAPONESES ACHARAM DA EDIÇÃO 26?
Como estou lançando esta TOC na segunda-feira, nada melhor que trazer também a opinião dos japoneses sobre a edição, utilizando como referência os tópicos da TOC e da edição na Jump Matome e na 5ch.
Começando pela TOC, os comentários são variados, mas seguem uma mesma linha. Piadas sobre o quão ruim é Embers e como a série afundou na última colocação: “A solidez inabalável de Embers não permite nem mesmo uma rotação.”
Também podemos ver vários comentando que Nue no Onmyouji se parece com Undead Unluck: “Nue é completamente o sucessor de Undead. Undead também pegava posições de um dígito com frequência. Parabéns pelo curso de serialização de 5 anos!” – essa comparação acontece justamente por causa das vendas semelhantes entre as duas séries, e também pela relação de amor e ódio que o público da 5ch tem com Nue no Onmyouji (muito parecida com a relação que tinham com Undead Unluck).
Ainda assim, há várias pessoas comentando positivamente o crescimento de Nue, dizendo que os últimos capítulos foram realmente melhores, e que por isso merecem posições mais altas. Por isso, a “Undeadização” (como um japonês comentou) de Nue no Onmyouji é vista como algo positivo por alguns, mas também como algo negativo para aqueles que analisam a TOC e a situação da revista apenas por uma ótica econômica.
Fora isso, os comentários sobre a TOC foram bem sem graça por causa da pouca variação em relação às semanas anteriores – a verdade é que até mesmo os japoneses estão entediados de acompanhá-la.