
A MAIOR edição do ano. A estreia do luxuoso Shite no hana e uma reflexão sobre as vendas digitais.
TOC Weekly Shonen Sunday #47 (16/10/2024) TOC Weekly Shonen Sunday #48 (23/10/2024)
Capa: ano (Cantora J-Pop) Major 2nd c290 (Capa e Página Colorida de Abertura)
Shite no hana: c01 (Página Colorida de Estreia) 02 – Sousou no Frieren c136
02 – MAO c248 03 – Maou-jou de Oyasumi c380
03 – Maiko-san Chi no Makanai-san c315 04 – Kaihen no Mahoutsukai c07
Mikadono Sanshimai wa Angai, Choroi c134 (Página Colorida) Shite no hana c02 (Página Colorida)
05 – Ryuu to Ichigo c212 06 – MAO c249
06 – Kaiten no Albus c22 07 – Maiko-san Chi no Makanai-san c316
07 – Maou-jou de Oyasumi c379 08 – Utsuranin desu c28
Himeru Kokoro no zen himitsu c21 (Página Colorida) 09 – Ichika Bachika c09
09 –Kaihen no Mahoutsukai c06 10 – Ryuu to Ichigo c213
10 – Komi-san wa, Komyushou desu c486 11 – Mikadono Sanshimai wa Angai, Choroi c135
11 – Strand c07 12 – Momose Akira no Hatsukoi Hatanchuu c11
12 – Ichika Bachika c08 13 – Shibuya Near Family c111
13 – Momose Akira no Hatsukoi Hatanchuu c11 Aozakura: Bouei Daigakukou (Página Colorida)
14 – Red Blue c127 15 – Komi-san wa, Komyushou desu c487
15 – Ogami Tsumiki to Kinichijou c43 16 – Tonikaku Kawaii c291
16 – Te no Geka c62 17 – Red Blue c128
17 – Mizuporo c42 18 – Strand c08
18 – Hello Work Monsters c23 19 – Ogami Tsumiki to Kinichijou c44
19 – Rock a Rock c27 20 – Tatari c69
19 – Tatari c68 21 – Kaiten no Albus c23
20 – Shibuya Near Family c110 22 – Himeru Kokoro no zen himitsu c22
21 – Tokachi Hitoribocchi Nōen c327 23 – Te no Geka c63
. 24 – Rock a Rock c28
. 25 – Hello Work Monsters c24
. 26 – Tokachi Hitoribocchi Nōen c328
Ausentes: Sousou no Frieren, Major 2nd, Ausentes: Mizuporo, Detective Conan (hiato), Magic Kaito Utsuranin desu, Aozakura: Bouei Daigakukou Monogatari, (hiato), Ad Astra Per Aspera (hiato). Detective Conan (hiato), Magic Kaito (hiato),
Ad Astra Per Aspera (hiato).
Uma TOC impossível de ser lida no celular!
Página Colorida de Abertura de Shite no Hana – Nougakushi Haga Kotarou no Sakikata
Uma boa tarde, queridos leitores. Sentiram saudades? Após uma semana de folgas – não planejadas – retomamos para mais uma edição – inevitavelmente dupla – da nossa maravilhosa e espetacular Weekly Shonen Sunday. Peço perdão pela minha falta de organização, mas os deveres acadêmicos acabam solapando meu tempo, e se eu não conseguir terminar a TOC entre sábado e domingo, dificilmente vai me sobrar tempo no meio da semana, forçando um novo ciclo.
Acontece, o que importa é que estamos de volta, e para melhorar, com uma edição totalmente colossal, com 26 mangás na revista e somente duas ausências relevantes. Vou fazer como fiz no passado, onde precisei juntar duas edições em uma. Irei me guiar pela TOC mais recente, e destacar as discrepâncias relevantes de uma semana para a outra, caso necessário. Bem, bora pra TOC.
Na capa e na primeira posição da revista temos logo o maior mangá de esportes da Sunday, Major 2nd. A história ganha um importante destaque para divulgar seu 29ª volume, que conseguiu vender 20 137 cópias nos seus três primeiros de lançamento. Só não é a principal novidade do mês porque Detective Conan também está lançando volume novo, mas competir com as 188 482 cópias vendidas de Conan (em 3 dias) é totalmente irrazoável.
Na sequência temos outro megalodonte, Sousou no Frieren. A série se acomodou com o ritmo bimensal, e graças a isso, já deve ter capítulo suficiente para compilar mais um volume, que se não sair no mês que vem, deve sair em dezembro.
Página Colorida de Abertura de Major 2nd
Maou-jou de Oyasumi é o terceiro colocado da semana, o que parece ser a nova moda. Depois que a super leva de 4 se encerrou, a série nunca mais ficou na parte final ou central da revista, e após dispensar as suspeitas de encerramento, decidiu se apossar de vez do topo das TOCs.
Kaihen no Mahoutsukai é o próximo da fila. O mangá segue recebendo boas posições, e não poderia ser diferente, o mangá tem todo o terreno para ser o principal Shonen de lutinha da Sunday, e precisam implantar a história na memória de cada leitor da revista.
O que continua incomodando muita gente é o ritmo do mangá, que permanece lento e com poucas lutas, focando quase que inteiramente nos diálogos. É um debate no roda viva ou um mangá de porradaria? Mais parece o primeiro. Pessoalmente, estou adorando a história. Digo e repito, o mangá continua muito bom, independente da falta de ‘’ação’’ que o leitor precoce tanto odeia. Deixem Yellow Tanabe cozinhar, tenha paciência e leia Kaihen, assim você pode julgar por si mesmo.
Com a segunda página colorida da edição, o estreante surpresa, Shite no Hana, também conhecido como Shite no Hana – Nougakushi Haga Kotarou no Sakikata, um nome ridiculamente grande. Acabei perdendo a oportunidade de comentar sua estreia na semana passada, então, bora compensar nessa.
O mangá conta a história de um protagonista que vive da arte, a dança. Ele vivia sua divertida vida como um dançarino gostosão bonitão, até que em um belo show, um acidente acontece. Uma caixinha de som acaba pegando fogo próximo de uma colega de palco distraída, nosso heróico protagonista nota o ocorrido e corre ao seu resgate. Durante o socorro, o jovem tragicamente acaba se envolvendo nas chamas, queimando boa parte do seu lindo rosto no processo.
Diante dessa fatalidade, não sobra muito para nosso protagonista a não ser abandonar sua carreira, já que não dá mais pra trabalhar como dançarino tendo seu rosto semi desfigurado. Tristonho e desamparado, o jovem continua tocando a vida, ainda meio sem rumo, até que por um milagre do destino, acaba encontrando uma apresentação de Noh. Para os menos instruídos, diferente de mim, vou dar uma brevíssima contextualização.
Página do primeiro capítulo de Shite no Hana – Nougakushi Haga Kotarou no Sakikata
Noh é uma forma clássica de teatro-dança japonesa desenvolvida no século XIV, sendo a arte teatral mais antiga ainda hoje praticada. Suas apresentações integram máscaras, trajes, danças e gestos estilizados, sempre com a temática de histórias literárias tradicionais.
Eu não conhecia antes de escrever o texto, mas agora conheço, e você também conhece. O ponto de referência mais comum e que todo mundo costuma pontuar é com Akane Banashi, a história mais popular em lançamento que retrata uma arte tradicional japonesa, o Rakugo. Não é nem de longe a mesma coisa, mas a ‘’vibe’’ é de fato semelhante.
Em uma arte onde os rostos são omitidos e histórias são contadas através do movimento corporal, o protagonista encontra um novo propósito. Fim do primeiro capítulo. Opiniões dos leitores japoneses? No geral, excelente. A maioria adorou o primeiro capítulo, e elogiaram mais ainda o segundo, que expandiu um pouco mais a história.
Algumas reclamações bobas e concentradas sempre surgem, como alguns reclamando da arte, ou outros que reclamam da queimadura do protagonista, que parece ser superficial demais para causar tanta comoção. Ele continua bonito e gostosão, não tem motivo para abandonar a carreira de dançarino e esconder o rosto.
O mangá enfrenta, de início, um grande obstáculo, universal para todo novato da Sunday, a luta para reter a atenção do público. A estreia foi de fato excelente e bem elogiada, mas isso aconteceu com quase todos os outros novatos, e nada disso impediu cada um deles de perder mais e mais leitores.
Como a série vai lutar para manter essa audiência, que já não é lá das maiores, e como vai conquistar uma nova? Estou curioso para descobrir. Acho legal associar a história com Akane-Banashi, por conta da sua proposta temática similar, mas isso só serve de início, se o mangá quiser ser algo além de uma versão baixa renda de um grande sucesso, vai ter que provar seu valor por si mesmo. Será que ele vai conseguir?
Página Colorida de Shite no Hana – Nougakushi Haga Kotarou no Sakikata
Não sabemos, mas sabemos que o próximo da lista é MAO, que não tem muito a ser comentado nesta semana. Vi que o remake de Ranma ½ está sendo bem popular, agradando tanto os velhos quanto os novos fãs. Sempre bacana ver o rumico-world se expandindo, nunca é demais para a rainha.
Na terceira posição da semana passada e na sexta desta temos Maiko-san Chi no Makanai-san, o meu xodozinho. Tivemos nessa semana uma notícia terrível e totalmente desoladora, que preferia não ter recebido…
Maiko-san anunciou que está entrando em sua reta final. É de longe minha história favorita da revista, e nem quero pensar no final para não ficar emotivo, mas é isso, tenho que entregar as cruéis novidades. Resta aproveitar o ritmo super lento de serialização e dos mil hiatos, assim a história dura mais.
Na oitava posição temos Utsuranin desu, acompanhado do seu pobre amigo Ichika Bachika, que vem logo após. Na última semana eu reclamei da promoção exagerada para Albus enquanto Utsuranin, que fazia tudo mais e melhor, não tinha a mesma divulgação. Minha reclamações foram observadas, pois na semana que vem teremos uma página colorida de abertura para a história, algo que não costuma ser comum aos novatos. Já Ichika Bachika continua fazendo suas ichikagens.
Outra dupla tradicional da revista é encontrada em Ryuu to Ichigo e Mikadono Sanshimai wa Angai, Choroi. Ichigo não teve muita novidade entre as duas semanas, mas Mikadono ganhou uma página colorida espetacular na semana passada, que eu não poderia ignorar de forma alguma.
Página Colorida de Página Colorida de Mikadono Sanshimai wa Angai, Choroi
Por duas semanas na parte do meio da revista temos Momose Akira no Hatsukoi Hatanchuu, que continua bem popular. Reparei que as scans ocidentais abandonaram o mangá, não tem mais capítulos traduzidos depois do sexto. Para a sorte da série, o que importa é a atenção do japonesinho médio, esse que continua bem engajado na série, sendo ela a novata com o maior número de likes e comentário por capítulo, superando até mesmo Kaihen. Não é pouca coisa.
De penetra no centro da revista temo Shibuya Near Family, que não tem nenhum motivo para estar aqui, fora jogar sal na ferida daqueles que ficam no fundo e sofrem com os perigos do cancelamento. Sem Shibuya na sua posição semifixa do bottom, o que tava ruim, piora.
Aozakura: Bouei Daigakukou aparece na décima quarta posição com uma página colorida, para celebrar o lançamento de mais um volume. O mangá vendeu 2 609 cópias nos seus primeiros três dias de venda, e deve encerrar o mês acima das 10 mil cópias.
Anunciaram algumas semanas atrás que o mangá tinha incríveis 3 milhões de cópias em circulação, do volume 1 ao 34. Se você dominar o básico da matemática, vai perceber que a conta não fecha. Esses números são sempre inflacionados e não levam em consideração a dimensão real das vendas de um mangá, mas até aí tudo bem, você já sabia disso.
Aozakura pode não vender tão bem de acordo com o ranking oricon, mas se você acompanhar mais atentamente alguns sites de venda online como honto, amazon e rakuten, o mangá sempre aparece figurando entre os mais vendidos durante os primeiros dias do seu lançamento.
Isso contrasta muito com o seu desempenho nas vendas físicas, demonstrados pelo ranking shoseki, onde o mangá não performa bem. O que me leva a crer – e essa é uma hipótese certamente precipitada e pouco pesquisada, apesar de plausível – que o mangá vende, no mínimo, o dobro do que muitos acreditam.
Em um cenário onde mais de 50% das vendas são digitais, tornou-se impossível ignorar as vendas onlines, que são as ‘’vendas invísiveis’’. Não se trata mais de uma pequena fatia ignorável, mas de um dado tão grande sendo desprezado que qualquer tentativa de entendimento que busca esquecer desses dados sequer merece uma atenção mais séria.
Muitas vezes perguntam porque mangás como Aozakura, Red Blue e Ryuu to Ichigo sobrevivem por tanto tempo sendo que vendem ‘’tão mal’’.
A resposta não precisa ser encontrada em mil justificativas editoriais, ela é refutada pela própria premissa, que em essência, é falsa. É simples, para começo de conversa, esses mangás sequer vendem assim tão mal. Se temos 8 mil cópias físicas por mês, e se observamos que esse mangás aparecem por semanas nos mais vendidos em lojas onlines, é completamente aceitável acreditar que esse número é dobrado com as vendas digitais, e os 8 mil passam a se tornar 16 ou até mesmo 20 mil cópias, dependendo da história.
O número exato das vendas digitais não são mensuráveis, poucos são os sites que compartilham esse tipo de dado, então, qualquer tentativa de se respaldar inteiramente em hipóteses generalistas e aproximadas vão resultar em água de salsicha. Meu destaque é apenas para gerar uma pulga atrás da orelha, e para os nerds que adoram se preocupar com as vendas, um trabalho de casa extra a ser realizado. Há um lado escuro da lua.
Página Colorida de Aozakura: Bouei Daigakukou
Fim da dissertação, podemos voltar para a posição 15 e 16, onde encontramos os românticos Komi-san wa, Komyushou desu e Tonikaku Kawaii, que seguem numa boa. Nessa semana tivemos o nosso mano Tadano passando no vestibular, mais um passo foi dado rumo ao arco final de Komi-san. Enquanto em Fly Me to the Moon tivemos mais um pouco de romance lésbico, coisa que todo cidadão honesto ama.
Red Blue surge na sequência, e não há muito a se comentar sobre a série, apenas reforço o que foi dito a Aozakura, que também se aplica a esse aqui. Lembrem-se que o mangá vai ganhar uma adaptação live-action, um mangá fracassado que ‘’não vende’’ dificilmente teria essa regalia.
Strand aparece bem no fundo da revista, com a sua história finalmente engrenada. Um capítulo bem caótico e movimentando, que foi bem elogiado no geral. Mas uma dúvida que cresceu na cabeça de todo mundo foi uma realização pertinente, de que o primeiro volume de Strand deve cobrir somente até o capítulo 7, ou seja, toda a parte onde ‘’nada acontece’’. Será que isso será o suficiente para convencer mais leitores a comprar o segundo volume? Será que o volume 1 em si vai vender alguma coisa? Não estou muito otimista.
Já chegando quase no bottom temos Ogami Tsumiki to Kinichijou, que não tem muitas novidades pra semana. Seu 2024 foi bem agitado e cheio de boas conquistas, tá na hora de descansar um pouquinho. Pelo menos quando falamos de TOC, já que sua história em si não descansa, ela continua excelente.
Tatari e Kaiten no Albus são os próximos da lista. Como sempre, e como todo mundo já sabia, lá no fundo do seu coração batia a realização, ‘’Tatari jamais será cancelado’’. O mangá tá bem? Não está, nunca esteve. Mas também nunca esteve pior do que os outros piores, e por isso, sua luta continua.
Quanto a Albus, basta observar a sexta posição da semana passada, uma posição ruim em uma única semana para um mangá que se posiciona sempre bem não merece grandes observações. A série está tranquila.
Página Colorida de Himeru Kokoro no zen himitsu
Outros dois em situação semelhante são Himeru Kokoro no zen himitsu e Te no Geka. Himeru estreou seu segundo volume no dia 18, onde apareceu por um único dia na posição 488 do shoseki, sumindo no dia seguinte e para todo o sempre. A história não aparece nos rankings digitais, e não tem uma boa adesão de leitores, o que preocupa muito sua segurança ao longo prazo.
O mesmo acontece com Te no Geka, que quando lança volume novo, aparece nos rankings por dois dias no máximo, para logo em seguida ser banido para outra dimensão.
As duas principais vítimas são certamente Rock a Rock e Hello Work Monsters, que se apagaram ao fundo da revista com um amor digno de recém casados, sempre grudados e inseparáveis do fundão. Em uma semana onde temos 26 mangás publicados, e com Shibuya Near Family lá no meio de penetra, o bottom da revista fica ainda mais dolorido, evidenciando ainda mais a desgraça dos desgraçados.
Eu não sei por quanto tempo a festa vai durar, se os dois vão sobreviver mais do que os encerramentos naturais das duas san, Komi-san e Maiko-san, mas uma coisa é certa, o tempo está se esgotando.
Por hoje, terminamos. Compensei a semana passada, escrevi pra caramba, comentei todo mundo, e na semana que vem, talvez, tenhamos mais. Fui-me, até a próxima.