
Em uma TOC “normal” do Saito, é o momento de discutirmos um pouco sobre os seis últimos mangás lançados na revista e a condição que eles se encontram.
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Antes de tudo, peço desculpas por essa semana ter um texto realmente pequeno sobre a TOC; por sorte, é uma semana também sem muito conteúdo.
Ano passado, eu tinha planejado a migração do site; contudo, a renovação do domínio aconteceu mais cedo do que previsto (eu lembrava que era no mesmo período, mas não era. Erro meu). Deste modo, decidi me manter mais um tempinho com o mesmo hosting – mesmo o serviço não sendo bom. Neste mês, pude testar um novo serviço com o site em inglês e percebi que o serviço era realmente superior; devo realizar agora, em novembro, a migração. Estou preparando tudo para isso, mas é provável que, nos próximos 14 dias, o site esteja bem instável. Não só pela migração, mas também pelo servidor atual (que é o que usei nos últimos 6 anos) parecer estar caindo aos pedaços desde que, ano passado, mudaram a empresa responsável.
Além disso, essa semana estive muito ocupado com questões pessoais e também relacionadas ao trabalho e não tive muito tempo para a TOC (que, por sorte, acabou sendo uma sem nenhuma surpresa), podendo publicar apenas esse texto bem simples, no qual explicarei mais dois contextos-chave que acho bastante importantes. O primeiro é o rendimento dos três novatos de junho, e o segundo é a “limpeza” que esperam que a revista tenha em uma possível próxima leva.
Antes de tudo, só por costume, deixa eu comentar sobre a primeira colocação dessa semana: Kagurabachi voltou ao primeiro lugar, recebendo assim a medalha de ouro. A série deve estar indo muito bem na votação, suas vendas são absurdas, e é provável que, em breve, se torne a série da Weekly Shonen Jump sem anime que mais vende, superando Ruri Dragon. A obra deve superar a série da “dragãozinha mais fofa do mundo” no volume 5 ou 6. O sucesso de Kagurabachi é enorme, e o Saito continua a divulgar em massa para, assim, aumentar as vendas da série semana após semana. Decisão correta.
Indo para o rendimento dos três novatos de junho: É importante dizer que a Weekly Shonen Jump reservou um estande para as séries sem anúncio de anime, excluindo desse estande apenas as novas séries da última leva, Ruri Dragon (por ser digital) e, justamente, Youkai Buster Murakami. Eu já considero certo o cancelamento da obra; a questão é mesmo quando isso irá acontecer. Murakami deve completar seu segundo volume no capítulo 26 – 29, dependendo de quão grande será. Deste modo, os editores podem decidir esperar até meados de janeiro para cancelar a série.
A escolha, mesmo parecendo estúpida para alguns (manter um fracasso certo), não é um grande problema, pois como Murakami tem somente 10 páginas por capítulo, não há uma urgência para cancelá-lo. Também existe a possibilidade de que a obra seja cancelada ou transferida em novembro ou dezembro, numa leva de um ou dois mangás, obrigando o autor a lançar seus últimos capítulos em outra plataforma ou lançando um segundo volume com conteúdos extras. A série terá seu segundo volume lançado em Janeiro, por isso tudo indica que terá menos páginas ou muito conteúdo extra, aumentando assim suas chances de cancelamento agora. A sua ausência na Jump Festa também reforçar um cancelamento agora em Novembro ou começo de Dezembro. De qualquer modo, o primeiro volume, que será lançado em 1º de novembro, tem uma previsão de vendas entre 1 mil e 3 mil cópias, não superando isso nem por sonho.
Já os outros dois mangás, Himaten e Exorcist-Kun no Kiyoshi, estão em uma situação mais delicada: Himaten está caminhando para vender, em 1 mês, entre 9 e 14 mil cópias no primeiro volume, que também será lançado no dia 1º de novembro. Será uma quantidade superior à de Exorcist-Kun no Kiyoshi, que deve vender, em 1 mês, entre 5 e 10 mil cópias. Já tivemos casos em que as previsões não corresponderam e as séries venderam um pouco mais ou menos, mas, por enquanto, os dados indicam que Himaten não deve vender mais que Kill Ao, e que Exorcist-Kun no Kiyoshi terá um rendimento bem decepcionante.
Eu acredito que, se ambos conseguirem superar 10 mil cópias, a Weekly Shonen Jump vai mantê-los vivos por mais alguns meses, esperando que as vendas aumentem nos meses seguintes, principalmente Himaten, que parece ter tanto apoio editorial quanto um melhor resultado nas votações. Contudo, essas duas séries precisam apresentar um rendimento bem melhor para sobreviver ao ano de 2025, que pode ser um ano bem concorrido, dependendo de quantos novos sucessos estrearem.
Entre os três últimos mangás lançados, ainda é cedo para discutirmos as vendas. Madan no Ichi teve uma boa recepção e deve até vender bem no primeiro volume – ter uma dupla renomada no roteiro e arte vai ajudar ainda mais. Já Shinobigoto teve uma recepção mais morna, contudo, eu acredito que os editores vão tentar promover um pouco para ver se engaja nos próximos capítulos. Hakutaku deve uma péssima recepção e deve ser cancelado em 2025. Ainda não temos data de lançamento para o primeiro volume dessas séries.
Falando no ano de 2025: Comentei semana passada que não acredito mais em Yozakura-San terminando em novembro, por isso o Saito (editor-chefe da revista) poderia lançar uma pequena leva de um ou dois mangás em novembro-dezembro, ou esperar um pouco mais para lançar uma leva grande de quatro ou mais mangás em janeiro. Yozakura-San deve terminar entre janeiro e fevereiro, por isso certamente teremos uma leva naquele período.
A questão é que a revista precisa de uma limpeza; isso é algo que a maioria dos leitores sente: o editor anterior estreou muitas séries de qualidade questionável, que não estão agradando parte dos leitores da revista. Por isso, uma limpeza entre os mangás que compõem a segunda metade seria importante. Contudo, para cancelar Kill Ao, Negai no Astro, Undead Unluck, Nue no Onmyouji ou Choujun, por exemplo, já em uma pequena leva em novembro/dezembro, ou em 2025, é necessário ter obras em que se confie serem mais populares. Kill Ao mesmo vende 24 mil cópias – cancelar a série para estrear um novato pouco promissor não é inteligente. Criaria uma sensação ainda maior de uma revista em decadência.
Assim, para cancelar essas séries, o Saito precisa garantir primeiro que terá obras realmente promissoras, seja de autores veteranos ou novatos, para colocar no lugar. A limpeza deve ser planejada e não simplesmente uma decisão imediatista. Todas essas obras, mesmo não tendo números de vendas incríveis para o padrão histórico da revista, ainda são, para a condição atual do mercado, séries com vendas aceitáveis e que, principalmente, têm um grupo de leitores que compra FIELMENTE seus volumes, como acontece com Kill Ao ou Undead Unluck. Não são “galinhas dos ovos de ouro”, e nem mesmo devem ser vistas deste modo, mas é necessário um planejamento correto para substituí-las.
Assim, o Saito, que acabou de entrar, precisa realmente avaliar bem antes de realizar qualquer decisão.