Gachiakuta pode voltar a crescer com o anime? Os novos mangás não começam com o pé direito em vendas. E choro pela ausência da Shonen Magazine no Tsugi Manga… Tudo isso e mais na nossa nossa análise da Weekly Shonen Magazine, a segunda maior revista shonen do Japão. Começando pela TOC:
- Blue Lock (Primeiras Páginas Coloridas) Ch. 307
- Dream ✰ Jumbo ✰ Girl Ch. 04
- Shangri-La Frontier ~Kusoge Hunter, Kamige ni Idoman to su Ch. 225
- Kanan sama wa Akumade Choroi Ch. 144
- Gachiakuta (Página Colorida) Ch. 140 – 2
- Kanojo, Okarishimasu Ch. 381
- Kurotsuki no Yaergnacht Ch. 09
- Batchiri Scratch! Ch. 48
- Mayonaka Heart Tune (Página Colorida) Ch. 80
- Suruga Meteor Ch. 21
- Ao no Miburo: Shinsengumi hen Ch. 55
- Amagami san Chi no Enmusubi Ch. 185
- Banjou no Oron Ch. 62
- Kakkou no linazuke Ch. 254
- Kuroiwa Medaka ni Watashi no Kawaii ga Tsujinai Ch. 182
- Gokudo wa Ojou ga Wakaranai (Oneshot)
- Kaijin Fugeki Ch. 43
- Yashou no Kito Ch. 07
- Sentai Daishikkaku Ch. 180
- Yumene Connect Ch. 38
- Kagari-ke no 8 Kyoudai Ch. 11
- Ikitagari no Werewolf Ch. 14
- Hajime no Ippo Ch. 1495
- Mokushiroku no Yonkishi Ch. 196
- Yowayowa Sensei Ch. 124
Ausentes: Seitokai ni mo ana wa aru! Ch. 136, Megami no Café Terrace Ch. 201, Ahiru no Sora Ch. 616 (Hiato)
Depois de uma idol na capa, os mangás começam com Blue Lock. O grande pilar da revista ganha páginas coloridas para promover um evento presencial numa arena em Tokyo que comporta até dez mil pessoas — pois é, Blue Lock é gigante. Além disso também estão promovendo uma exibição artística em andamento da série.
Pode parecer estranho, mas Blue Lock tem muito fãs hardcore que compram e atendem a esses eventos, fazendo do mangá uma mina de ouro como IP multimídia. A Magazine tem sofrido recentemente com a falta de séries que vendam muito a nível de liderança de mercado, então cada vez mais eles tem se esforçado em atender aos nichos de suas séries, com produtos e promoções do tipo.
A Jump tem One Piece e a Sunday tem Conan como seus pilares históricos com segurança em vendas, o problema da Magazine é que Hajime no Ippo, por mais popular e respeitado que seja, não manteve um anime em exibição para garantir que seus 1400+ capítulos não eventualmente implicassem numa diminuição de vendas e não renovação de leitores ainda maior (o mesmo fenômeno ocorre com os outros dois, mas é estancado pelos seus anime de sucesso). O pessoal que está lendo Ippo já está lendo faz tempo, é difícil de atrair novos leitores. É aí que Blue Lock entra, como o pilar atual que atende esse público mais jovem.
Embora Blue Lock não possua a popularidade de One Piece e Conan, as vendas podem ser prejudicadas pelo maior facilidade do público da Magazine em ler as séries online, ainda mais considerando o custo maior da revista em relação a Jump (as edições digitais das duas custam 320 yen, para a revista da Shueisha, e 400 yen para a da Kodansha). Então não sabemos de fato quantos leitores estão acompanhando Blue Lock semana a semana ou volume a volume. O número é obviamente menor que o de seus “rivais”, mas é ainda uma base grande e que o editorial entende a importância.
A medalha de prata fica para Dream Jumbo Girl que continue bem recebido, mas já parece ter o engajamento comum do “hit mediano” da revista. A impressão que dá é que, no momento, a série é primariamente lida pelos fãs dos mangás anteriores de Hiroyuki.
Talvez quando o primeiro volume sair ele possa furar um pouco essa bolha e crescer, por enquanto eu diria que está indo bem por ser de um veterano.
Quiseram esbanjar na semana e fecharam o pódio com o “segundo pilar” da revista, Shangri-la Frontier. É um capítulo de ação, mas não diria que um clímax nem nada, então foi mais o caso de ser uma edição que quiseram mostrar suas maiores armas logo de cara.
Em quarto lugar temos Kanan-sama, que vira e mexe aparece perto da porta de entrada da Magazine. A impressão que dá é que o mangá deve ser especialmente bem recebido entre os leitores que compram a revista toda semana.
Gachiakuta é o quinto lugar com umas páginas coloridas que promovem o anime, apresentando os grupos que farão a abertura e encerramento, e depois seu novo volume. É bom de ver o destaque maior para a obra com a proximidade da adaptação e espero que seja mais promovido durante o período.
O problema é que é inegável que Gachiakuta tem uma questão com vendas. O volume 5 conseguiu um pico de mais de 35 mil vendas num mês e depois esse número começou a cair volume a volume, com o volume 14 saindo dos rankings com um pouco mais de 15 mil. Óbvio, a gente sabe que as vendas não param ali e existe o digital, porém é um cenário que, apesar de cada vez mais comum na indústria de várias séries atingirem seu pico antes de um anime, é algo que os editores amariam reverter.
A Shonen Magazine inegavelmente precisa de battle shonen de sucesso e Gachiakuta está recebendo um anime que, tudo indica, será de boa qualidade. É difícil imaginar que ele faça o mangá retomar esses 20 mil ao mês por volume — para isso o anime precisaria ser um dos grandes hits da sua temporada e mesmo assim os boosts andam menores na indústria como um todo. Dito isso, acredito que a volta de um crescimento é possível e a Kodansha tem noção da popularidade de Gachiakuta fora do Japão, com muito do marketing e promoção do anime incluindo inglês.
Não estou falando nada relacionado à segurança da continuidade da obra, ela está firme na revista e deve continuar normalmente. Mas em relação à necessidade de hits battle, o anime de Gachiakuta será um dos eventos mais importantes para a Magazine no ano. É promover direito e depois torcer os dedos para ressoar com o público.
A sexta colocação fica para Kanojo, Okarishimasu que ganhará as primeiras páginas coloridas da próxima edição promovendo seu anime e clímax do arco. Teremos uma noção melhor do status quo da história lá então.
Kurotsuki no Yaergnacht ganha outra boa posição, a sétima agora. O volume 1 revelou a capa e a data de lançamento, no dia 16 de Julho. Embora seja o mangá mais falado da leva disparadamente, sugiro que encarem ele da mesma forma que muitos usuários japoneses falam “o Nue no Onmyouji da Magazine” no sentido de que ele pode vender bem para um padrão mediano da revista, mas seu teto ficará estabelecido ali, por ser uma obra de nicho otaku que é justamente o público que é mais vocal online.
Batchiri Scratch é o oitavo da TOC! Está segur- ah, já estão vazando que a série está para acabar. Pelo visto eu estava certo quando dava o cancelamento como certo e foi só uma questão de timing mesmo para que viesse. Falarei mais sobre na sua edição final.
Em nono lugar, Mayonaka Heart Tune ganha aquela típica página colorida promocional de volume com a arte do próprio volume. Não é algo que adoro, mas é compreensível pela rotina e ritmo de um mangaka semanal.
Os indicados do Tsugi Manga desse ano foram anunciados e nenhuma série da Weekly Shonen Magazine apareceu, tristeza. Isso deixa o fato de Mayonaka ter sido indicado ano passado algo mais interessante porque pelo menos implica que mobilizou mais leitores da revista e/ou furou um pouco essa bolha. Aliás, eles sempre citam que o anime está vindo e suas dubladoras, claramente a expectativa editorial é alta.
Suruga Meteor é o décimo colocado e ganhará página colorida na semana que vem pela sua “grande popularidade”. Parece uma linguagem editorial já que a obra teve vendas muito baixas e é raro alguém falar sobre o mangá nas redes. Mas bom, isso significa que ainda estão botando fé na série — a Magazine assim como todas as revistas shonen estão desesperadas por um hit de esporte já que sabem do potencial de IP dessas séries, só voltar para o número 1 dessa edição…
A décima primeira posição é de Ao no Miburo em mais um daqueles capítulos bem no estilo jidaigeki (as novelas de época do Japão). A influência delas é tão visível no mangá que não é surpresa nenhuma pra mim que a obra se saia tão melhor como programa de TV.
Faltando alguns capítulos para seu encerramento (oito? nove?), o décimo segundo lugar, Amagami-san, faz a alegria de seus fãs com um capítulo muito bem recebido. O mangá encerrará com uma ótima recepção provavelmente.
Décimo terceiro do grid, Banjou no Orion me fez perceber um erro que cometi: esperei por meses que fosse indicado ao Tsugi Manga, mas a série já está em seu sexto volume e o prêmio só aceita indicações de obras com cinco ou menos. É uma pena já que o mangá perde uma chance de demonstrar sua qualidade narrativa, ponto mais elogiado mas que é difícil de “vender” no marketing.
Kakkou no Iinazuke é o décimo quarto na tabela. O mangá está basicamente numa fila de espera para receber uma página colorida dupla para a segunda temporada do anime que começa nessa temporada vindo.
Décimo quinto na TOC, Kuroiwa Medaka tem um capítulo legal, mas bem casual. Normal aparecer mais embaixo na semana.
Após um oneshot, Kaijin Fugeki é o décimo sétimo lugar em semana que seu arco vai para caminhos ainda mais inesperados. O fato de não ter sido indicado para o Tsugi é meio decepcionante. Depois da vitória de Seitokai ni mo Ana wa Aru, parece que a revista tem tido dificuldade em se fazer presente em prêmios do tipo. Não que sejam super importantes, mas uma boa colocação pode garantir um boost em vendas.
Yashou no Kito é o décimo oitavo colocado com um capítulo bem Black Clover, apresentando os times e capitães que devem permear o mangá. Os elogios estão crescentes, mas o volume deles num todo não é grande.
Eu diria que a popularidade de Kito nas redes parece similar a Kagari e as vendas desses não parecem tão positivas, então… Mas por ser um battle quem sabe se saia melhor, é de se esperar por enquanto.
Décima nona posição para Sentai Daishikkaku em mais uma semana de batalhas em seu possível arco final. Infelizmente o anime está com críticas cada vez mais frequentes pelo seu ritmo acelerado e o mangá não está sendo muito promovido também.
Yumene Connect é o vigésimo da TOC e é um exemplo do que citei antes de popularidade online que bate num teto nicho. Superou vários lançamentos recentes, mas ainda não está totalmente estabelecido, embora no geral eu diria que está seguro em relação à nova leva pelos sinais.
Obviamente também não apareceu no Tsugi. Com a maior internacionalização do prêmio no último ano, penso se não se tornou mais difícil para obras otaku e/ou de nicho a figurarem na categoria física, já que basicamente tudo da Jump apareceu, mesmo com números não tão empolgantes. Enquanto isso Hanabasu, um dos hits recentes da Magazine Pocket, apareceu como indicado na categoria de Digital mesmo sendo uma obra sem tradução e cuja premissa é meio que “Bocchi the Rock de basquete”, de apelo primário a esse público que gosta de moe e slice of life; fico feliz por ser uma obra que gosto, mas fica a dúvida dos públicos alvos diferentes das categorias.
Em vigésimo primeiro lugar temos Kagari-ke. O mangá lançou seu primeiro volume e não ranqueou bem no Shoseki nos primeiros dias, indicando uma possível estreia vendendo de 1500 a 2000 volumes na semana registrada. Claramente não é um número legal, mas com vários novatos vendendo baixo e séries se encerrando, a obra ainda terá tempo para tentar crescer.
A recepção online é boa, mas com baixo volume. Contudo, o mangá ganhou um PV promocional lido por Nobuhiko Okamoto, um dos dubladores mais populares no Japão (ele é a voz do Bakugo). É uma forma de apelar para um público maior entre mulheres, que parece ser um dos alvos da obra. Se o foco é expandir demografias, talvez Kagari-ke receba uma leniência maior que um mangá de ação como…
… Ikitagari no Werewolf, que também lançou seu primeiro volume e ranqueou consideravelmente pior. É bem possível que venda 1000 cópias ou menos, estando praticamente cancelado. Não é surpresa ser apenas o vigésimo segundo da TOC e aparecer tanto no fundão.
Antepenúltimo, Hajime no Ippo aparece mais embaixo por causa daquela velha questão de rotação. Os bons momentos de ação dessa luta devem ser mais promovidos na revista em si.
Penúltimo, Mokushiroku no Yonkishi aparece por basicamente as mesmas questões de Ippo, é até um torneio de luta competitiva em tese. Copia e cola o parágrafo acima aqui.
Fechando a revista, Yowayowa Sensei demonstra de novo como a TOC da Weekly Shonen Magazine deve ser levada em conta com vários fatores: vendas, rankings digitais e mobilidade dentro da revista em si. O mangá tem um anime para sair e ganha páginas coloridas toda hora, mas pula de um lado para o outro em colocações.
Lembrando que a leva ainda não acabou. É um período de mudanças com tantas saídas e chegadas, a Magazine está em momento de transição e é um bom ponto de convite para novos leitores. Até a próxima.
