
Kurotsuki no Yaergnacht lança seu primeiro capítulo e o battle harem já dispara como maior sucesso da leva! E o festival de anime não para com mais novidades para várias séries. Tudo isso e mais na nossa análise da segunda maior revista shonen do Japão, a Weekly Shonen Magazine. Começando pela TOC:
- Kurotsuki no Yaergnacht (Nova Série, Primeiras Páginas Coloridas) Ch. 01
- Banjou no orion Ch. 54
- Seitokai ni mo ana wa aru! Ch. 129
- Shangri-La Frontier ~Kusoge Hunter, Kamige ni Idoman to su (Página Colorida) Ch. 217
- Mayonaka Heart Tune Ch. 71
- Hajime no Ippo Ch. 1489
- Kanan sama wa Akumade Choroi Ch. 136
- Kakkou no linazuke (Página Colorida) Ch. 245
- Ao no Miburo: Shinsengumi hen Ch. 47
- Kanojo, Okarishimasu Ch. 372
- Gachiakuta Ch. 133
- Kagari-ke no 8 Kyoudai Ch. 03
- Megami no Café Terrace Ch. 192
- Hoshi Kurai no to (Oneshot)
- Kuroiwa Medaka ni Watashi no Kawaii ga Tsujinai Ch. 173
- Yumene Connect (Página Colorida) Ch. 30
- Ikitagari no Werewolf Ch. 05
- Mokushiroku no Yonkishi Ch. 188
- Yowayowa Sensei Ch. 115
- Suruga Meteor Ch. 13
- Amagami san Chi no Enmusubi Ch. 177
- Irozuku Monochrome Ch. 32
- Batchiri Scratch! Ch. 39
- Fumetsu no Anata e Ch. 199 – 2
Ausências: Kaijin Fugeki Ch. 37, Sentai Daishikkaku Ch. 176, Blue Lock Ch. 299, Ahiru no Sora Ch. 616 (Hiato)

Embora tenhamos uma nova série, a capa vai novamente para uma modelo. Após ela porém temos o estreante da vez com as primeiras páginas coloridas: Kurotsuki no Yaergnacht. O mangá é de autoria de Suzumoto Kou, que já havia publicado Erunowa anteriormente na Magazine.
Por acaso Erunowa foi o primeiro mangá que acompanhei em japonês na Magazine. Era uma comédia romântica típica com elementos ecchi com a história de um garoto extrovertido conhecendo uma anja que veio do céu, peripécias românticas ocorrem em meio a um harém. A série contudo foi cancelada com 31 capítulos por não conseguir competir em atenção com as demais romcom da época.
Três anos depois, Suzumoto Kou volta com uma série que parece quase um oposto de sua anterior, mas ainda mantendo-se no harém; é um battle harém dessa vez. O que é battle harém? É o termo usado para descrever histórias que focam nesses elementos típicos de harém de romcom, mas trocando a comédia por batalhas, com protagonista e heroínas habitualmente lutando contra vilões.
Esse subgênero dominou muito da cultura otaku dos anos 2000, principalmente pelo sucesso estrondoso de muitas Visual Novel, como Fate, e light novels.
Agora indo para a história da Yaergnacht, o roteiro é simples. Inumata Shinogi é um jovem adulto que está passando por uma crise pessoal: após anos de esforço na escola, ele começa sua vida adulta como se nada disso tivesse importado, tendo dificuldade de coneguir emprego e está constantemente desgastado com as múltiplas entrevistas que precisa passar por em busca de um. Shinogi pensa que talvez fosse melhor não estar vivo, mas continua nessa rotina.
Contudo ele é diferente, o jovem pode ver espíritos que as demais pessoas não podem. Ele também tem noção de que se mantiver contato visual com eles, será atacado, então utiliza de sua segunda habilidade, a de cortá-los com a mão, antes de que possam lhe causar problemas.
Certo dia Sonogi faz contato visual com o espírito de uma mulher, sentindo que sua vida está risco, assim a corta em vários pedaços com sua habilidade e foge dali para sua casa. No dia seguinte ao acordar, a bela mulher está lá cozinhando para ele. Conversando ele entende que ela possui a capacidade de se regenerar e que essa mulher decidiu se tornar parceira de Shinogi, já que está em busca de alguém forte para lhe ajudar numa missão.
A heroína conhecida como Yaerg explica que o mundo está em risco porque um deus criador cansou-se da humanidade e decidiu destruí-la criando uma espécie super poderosa de servos super poderosos. Ela é um deles, mas decidiu rebelar-se e derrotar os demais para proteger a humanidade.
O capítulo continua com uma batalha demonstrando a escala supernatural dos eventos e criando a relação de Shinobi e Yearg que agora lutarão juntos.
Tudo isso em meio à cenas ecchi, a heroína tem proporções fora do comum, o autor usa ângulos de fanservice e há cenas de nuz. A história promete mais disso. O nível é tão grande que o mangá recebeu uma censura estranha na Magazine Pocket, com retângulos pretos gigantes cobrindo quase todas as imagens do tipo — algo que não ocorreu na revista física, que só censura uma parte pequena da arte.
Dito isso, a minha primeira impressão “pura” (sem ler a opinião de ninguém) foi de que o mangá parecia muito com Tsukihime, a clássica visual novel da Type Moon antes de Fate/Stay Night. O primeiro capítulo em si lembra muito o começo de Tsukihime e seus personagens parecem diretamente inspirados pela obra, Yaerg remetendo muito à personagem Aoko visualmente. Entretanto a parte battle parece mais típica de um mangá shonen e diferencia a história.
Não foi surpresa, mas os comentários japoneses são primariamente sobre essa semelhança com Tsukihime. Porém isso ajudou muito o primeiro capítulo do mangá a chamar atenção, com várias páginas grandes comentando sobre Kurotsuki no Yaergnacht. Além disso, a semelhança em conceito com Nue no Onmyouji, mangá da Jump, também chamou atenção desse grupo de leitores — as duas obras tem a mesma inspiração e estão no mesmo gênero, o battle harém.
Não é exagero algum dizer que Yaergnacht superou por muito Ikitagari no Werewolf e Kagari-ke no seu primeiro capítulo. O volume de comentários é extremamente maior, o mangá tomou a primeira posição da categoria romance da Magazine Pocket por quase uma semana inteira (ainda está lá), a obra ganhou uma arte de nudez de muchimaro (autor de Seitokai ni mo ana wa aru) e há até um vídeo no Youtube sobre o mangá por um youtuber famoso que já conta com 110 mil visualizações. O mangá pode ser o Yumene Connect de sua leva e despontar bastante dos irmãos de leva, foi um excelente primeiro passo para a sobrevivência da obra.
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Agora falando do demais da revista. A vice liderança foi para Banjou no Orion, em outra demonstração de enorme apoio editorial. A consistência com que a obra aparece entre as primeiras da Magazine exala a confiança que a equipe editorial tem no mangá de shogi — devem acreditar muito em um crescimento com prêmios e um futuro anime.
Fechando o pódio está o já citado Seitokai ni mo Ana wa Aru, ganhando um bom destaque dessa vez por: 1. ser naturalmente um dos mais populares da Magazine 2. capítulo importante para a história. Esses elementos são sempre importantes aqui para séries que mais vendem.
Página colorida do anime e quarto lugar para Shangri-la Frontier. A obra que é a segunda que mais vende na Magazine está celebrando a confirmação da terceira temporada de sua adaptação, algo grandioso por estar vindo tão rápido!
O anime de ShanFro é quase milagroso, tendo recebido duas temporadas somando quase 50 episódios em dois anos, mas com uma qualidade de produção alta. O estúdio C2C está dando foco quase total à obra, sendo seu único lançamento para TV desde que estreou. Entretanto é difícil imaginar que isso seja o caso por múltiplos anos, eles tem a segunda temporada de Tensei Shitara Ken para lançar também e, por isso, não espero que a terceira temporada venha de tão imediato. Não é um problema esperar um pouco mais e permite que o mangá se distancie, o futuro parece continuar brilhando para Shanfro.
O quinto colocado é Mayonaka Heart Tune que terá um ano leve enquanto seu anime é preparado. As vendas estão estáveis, mas quem sabe possam crescer um pouco no próximo volume por causa do anúncio.
Na sexta posição, Hajime no Ippo também ganha destaque por ter mais um capítulo recheado de eventos e interações que agrada seus fãs de longa data. Muitos que compram a revista seguem Ippo por muitos anos, então é sempre bom tê-lo em destaque.
Kanan-sama vai curtindo o momento, sendo o sétimo lugar. O mangá que terminou um grande arco agora está dando uma volta celebratória para seus fãs.
Além disso, o anúncio do anime deve vir na próxima edição, mas já sabemos que o estúdio será o Kai. É um bom estúdio e pode criar algo interessante para uma obra que só sai em 2026. O único porém é a falta de experiência deles com ecchi, mas desde que tragam um staff com experiência não é problema. Terei mais a falar na próxima edição.
O oitavo da TOC é Kakkou no Iinazuke com uma página colorida da segunda temporada do anime, estreando em Julho. O destaque vai para a personagem Ai, que será introduzida nesse arco, e sua dubladora Yomiya Hina, que faz alguns comentários sobre seu novo papel.
Não é muito diferente do que falei no artigo anterior, obras assim se promovem muito por meio de dubladores e esse será um dos ângulos dessa temporada, ainda mais com uma personagem idol e que deve ganhar músicas. Venda de CD é uma das maiores fontes de dinheiro na indústria japonesa.
Em nono lugar, Ao no Miburo vai terminando a parte principal do seu grande arco de Ikeda-ya. Antes do anime acreditava que o mangá poderia ser transferido para a Pocket por causa de suas baixas vendas e desempenho fraco na TOC, mas pelo sucesso de sua adaptação, a obra deve continuar na Magazine até seu fim natural.
Kanojo, Okarishimasu é o décimo colocado em posição normal para um capítulo normal, ainda mais que o marketing maior da série ainda não recomeçou.
Décima primeira posição para Gachiakuta em um capítulo lotado de referências para obras da Kodansha, como Blue Lock e Shangri-la Frontier, e até Soul Eater, que é da Square Enix, mas de autoria do sensei Ohkubo, que teve a autora Kei Urana como assistente. É sempre bonito de ver o quanto ela respeita e admira seus colegas.
Além disso, o festival das bonecas promete um arco cheio de ação para impulsionar o interesse no mangá logo quando o anime começa em alguns meses. Jogada inteligente e que merece muito os elogios.
Kagari-ke é o décimo segundo da TOC com um capítulo de trinta páginas que introduz mais uma irmã da família e um possível roteiro mais sério, com um assassino de monstros à solta. A obra vem misturando bem os elementos de comédia, slice of life, mistério, etc.
Em contraste com Yaergnacht, o volume de comentários é pequeno, mas é visível que a recepção é maior e melhor em relação ao Ikitagari no Werewolf. As próximas estréias devem deixar mais claro o quão seguro Kagari-ke estará ou não na Magazine.
O décimo terceiro lugar fica para Megami no Café Terrace com um capítulo só de comédia. Sim, o capítulo inteiro existe para uma (boa) piadinha. Aplaudo porque é importante para revistas semanais, o final da história volta a parecer mais distante.
Depois de um oneshot, Kuroiwa Medaka é o décimo quinto colocado em um capítulo que parecia completamente normal até que… Bam! Status quo mudando para sempre? Saberemos no próximo capítulo.
A confiança do nosso décimo sexto lugar, Yumene Connect, é tão grande que o autor sente que pode dar páginas coloridas para heroínas secundárias. E não me culpem, ele realmente desenhou a página assim, então virem a cabeça.
Além disso é uma promoção para o novo volume do mangá, prometendo uma versão menos censurada das cenas quentes. Ah, eles também dizem que é uma página para dar boas vindas aos novatos — Abril é quando as aulas começam no Japão e quando novos empregados começam a trabalhar. Parabéns para essa galera, por aqui Yumene vai muito bem.
Ikitagari no Werewolf é o décimo sétimo colocado em um capítulo com uma atmosfera mais filosófica e explorando o mundo da obra e o conceito do que é ser lobisomem ou humano. A obra tem girado sua história por vários ângulos, mas capítulo a capítulo a impressão que dá é de que os leitores estão indo embora. Se a presença na parte inferior da TOC se tornar comum, já é um motivo para preocupação.
A décima oitava posição é de Mokushiroku no Yonkishi, que até merecia estar para cima por ter um momento grande para seus fãs, mas essa rotatividade da revista às vezes força que algumas de suas maiores obras apareçam mais para baixo. Acontece.
Décimo nono da TOC, Yowayowa Sensei tem um capítulo normal e a semana de novidades para a série é igualmente comum. Esperando novidades…
Suruga Meteor é o vigésimo lugar e a narrativa está continuando bem além da partida. O problema continua sendo o pouco interesse inicial do público, mas uma campanha para crescimento das redes sociais de Suruga Meteor deu uma ajuda para a série. Além disso o autor George Morikawa promoveu a série no Twitter, encorajando que o desafiem de igual para igual um dia. Um autor tão grande assim dar tanta moral para um novato é um dos melhores aspectos da Magazine. O lançamento do volume 1 continua sendo crucial para a sobrevivência.
Amagami-san, o vigésimo primeiro colocado, pisa um pouco no freio e a cena que parecia tão derradeira para a continuação do roteiro dá espaço para um pequeno flashback. Mas no lugar de frustração, muitos leitores estão felizes que a série continuará por mais um tempo. Os leitores que estão lendo até aqui estão muito satisfeitos com o mangá e não se incomodam que ainda dure por mais alguns meses.
Antepenúltimo, Irozuku Monochrome continua como parte fixa do fundão e até suas views digitais parecem estar caindo. A situação vai ficando mais complicada e, embora o rumo do arco atual não aponte um final, ele poderia facilmente guiar para uma conclusão também. Estar em posições baixas na Magazine não significa que está em risco, mas essa regularidade ali é perigosa.
O penúltimo é Batchiri Scratch que só abriu o espaço no fim da revista para seu dono real. O estado atual do roteiro do mangá parece o post-game de um RPG, pode acabar (ou não) a qualquer momento.
E o dono referido acima é o nosso querido Fumetsu no Anata e, que está BEM BEM no final. Qualquer um que lê sabe, mas as constantes paradas da autora permitem que a obra dure mais algumas semanas.
Além disso, Fumetsu recebeu os anúncios necessários da terceira temporada do anime, cobrindo o arco moderno do mangá. Após dois anos, agora sabemos que o anime continua em Outubro desse ano, então os fãs que ficarem com saudades do mangá terão mais da franquia logo!
Na próxima edição teremos mais do anime de Kanan oficialmente. Enquanto isso eu lamento a falta de tradução de Yaergnacht… Até a próxima!