
Kagari-ke no 8 Kyoudai, um novo mangá sobre uma família de monstros, é o estreante da vez da nova leva da Magazine! As novidades de anime não param de chegar… e o fim de Amagami-san? Tudo isso e muito mais na nossa análise da Weekly Shonen Magazine, segunda maior revista shonen do Japão. Começando pela TOC:
- Kagari-ke no 8 Kyoudai (Nova Série, Primeiras Páginas Coloridas) Ch. 01
- Kakkou no linazuke Ch. 243
- Kanan sama wa Akumade Choroi Ch. 134
- Ikitagari no Werewolf Ch. 03
- Kuroiwa Medaka ni Watashi no Kawaii ga Tsujinai Ch. 172
- Banjou no Orion Ch. 52
- Seitokai ni mo ana wa aru! (Página Colorida) Ch. 127
- Sentai Daishikkaku Ch. 174
- Kanojo, Okarishimasu Ch. 370
- Suruga Meteor Ch. 11
- Mayonaka Heart Tune Ch. 70
- Blue Lock Ch. 297
- Yowayowa Sensei Ch. 113
- Mokushiroku no Yonkishi Ch. 186
- Fumetsu no Anata e Ch. 199 – 1
- Megami no Café Terrace Ch. 190
- Kaijin Fugeki Ch. 35
- Amagami san Chi no Enmusubi Ch. 175
- Ao no Miburo: Shinsengumi hen Ch. 45
- Yumene Connect Ch. 28
- Kono ato Sekaiichi daiji ni Shita (Oneshot)
- Irozuku Monochrome Ch. 30
- Batchiri Scratch! Ch. 37
Ausências: Gachiakuta Ch. 132, Shangri-La Frontier ~Kusoge Hunter, Kamige ni Idoman to su Ch. 216, Hajime no Ippo Ch. 1488, Ahiru no Sora Ch. 616 (Hiato)

Mesmo com mangá novo, a capa vai para uma idol. A sessão de mangá contudo começa pelo estreante Kagari-ke no 8 Kyoudai (Os oito irmãos da Família Kagari, numa tradução para o português). O mangá é de Daichi Sora, autor(a) de Stunts, que saiu na Bessatsu Shonen Magazine entre 2022 e 2023 — é o primeiro trabalho desse mangaka numa revista semanal e a série foi anunciada como uma publicação simultânea em inglês pelo aplicativo internacional oficial de leitura da Kodansha, o K-Manga.
O mangá estar recebendo um lançamento simultâneo é um sinal bom, já que implica uma confiança maior da editora. A maioria dos estreantes da Magazine, como Ikitagari no Werewolf, não recebe essa oportunidade, geralmente é reservada para os autores veteranos. CONTUDO, isso é só confiança e não certeza, obras como Jyushin no Katana, cancelado, e GALAXIAS, transferido, também foram lançados no K-Manga desde o primeiro capítulo.
A série conta a história de Ito Touma, uma jovem garota pobre que perde seu local de trabalho num incêndio e se vê em situação desesperada para arranjar dinheiro. Ao ouvir falar que uma excêntrica abastada família, que mora numa mansão na floresta, está procurando uma empregada doméstica, ela decide ir atrás do emprego.
Lá descobre a realidade sobre essa família Kagari: são oito irmãos monstros que também podem assumir uma forma humana. Além disso sua mansão serve como um centro de tratamento de outros monstros que estão tentando se adaptar e viver na sociedade humana.
O primeiro capítulo é dedicado a apresentar três membros da família e a protagonista com um caso no qual precisam cuidar de uma mulher-aranha que está sofrendo com interações sociais no trabalho. Com isso Daichi Sora apresenta a personalidade quente e dócil da protagonista, que não distingue entre humanos e monstros, tratando todos bem. Além disso a família é caracterizada como excêntrica, mas de bom coração.
A comparação que eu faria seria de uma mistura de Yozakura-san com Fruits Basket. É um bom primeiro capítulo, com uma história intrigante e excelente arte. A recepção japonesa foi bem parecida ao que pensei sendo positiva a esses elementos. O volume de comentários foi inclusive maior que o de Ikitagari no Werewolf, que já havia recebido mais que Suruga Meteor.
Contudo, um ponto chave é importante de ressaltar para o sucesso ou não da obra. Assim como citei Fruits Basket, um número grande de comentários japoneses apontaram que a obra lembrava bastante um mangá SHOJO. A maioria elogiou isso por ser algo fora do padrão da Magazine, muitos gostam de ter uma variedade de obras na revista. Eu, pessoalmente, acho interessante também porque atrai mais uma demografia para a revista. Contudo não posso negar a realidade que se esse elemento alienar leitores demais, Kagari-ke pode sofrer falta de popularidade.
Saldo positivo para o capítulo 1, mas vamos precisar acompanhar quantos leitores de fato vão seguir e apoiar a obra. Dito isso, fiquem com a capa digital da Magazine com uma arte nova.
O vice é Kakkou no Iinazuke, com um capítulo comum. Por ser um dos que mais vende, é justo que Kakkou apareça mais alto de vez em quando. Além disso o movimento de marketing em torno da franquia está aumentando, como citei em artigos anteriores. Tudo preparação para as eventuais novidades da segunda temporada do anime.
Kanan-sama fecha o pódio com um capítulo que marca o fim do longo concurso de miss que durou mais de meio ano de publicação, além disso a história apresenta uma possível nova antagonista. Clímax narrativo é regularmente recompensado com TOC alta na Magazine.
Em quarto lugar, Ikitagari no Werewolf tem mais um capítulo longo, esse com mais de 30 páginas, e que apresenta a provável última personagem central da história. Tsuyuki é uma outra caçadora de lobisomens e esse capítulo mostra sua motivação para atacá-los e suas habilidades — ela pode voar com uma espécie de pergaminho e usa uma katana para derrotar facilmente os lobisomens, além disso pode falar com fantasmas.
O mangá entrou de vez no battle shonen. Até achei que as batalhas poderiam ser mais psicológicas e pé no chão, mas agora já temos lutas com poderes. Muitos reagiram felizes por ser mais um battle para uma revista que precisa de hits no gênero, mas alguns que esperavam um thriller mais sério, ficaram com um pé para trás em relação a isso.
É importante ressaltar que os oneshot do autor eram bem mais parecidos com esse capítulo, com bastante luta, katanas, sangue, garotas em destaque, portanto não é nenhuma interferência editorial. É ver agora se a maioria dos leitores aceitará Ikitagari como battle.
Kuroiwa Medaka é o quinto colocado por uma questão de rotação e para ressaltar a série que recém terminou sua primeira temporada de anime, mas já anunciou a segunda.
Na sexta posição, Banjou no Orion por motivos de: o mangá é BOM. Sim, não tem uma explicação mais simples e direta. O mangá é bom. Por isso ele sempre está em destaque, cresce a cada volume e é possível ter destaque em prêmios num futuro próximo. Aliás, a conta oficial da série promoveu Kagari-ke pelo mangaka ter trabalhado de assistente em Orion. São duas séries com um apelo um pouco fora do comum da Magazine, faz total sentido.
Seitokai ni mo Ana wa Aru! é o sétimo dessa TOC e ganha página colorida para promover seu volume 9, que também recebe uma campanha com sete artistas fazendo artes 4-koma da série. Entre eles temos os mangakas de obras populares como Bocchi the Rock e Onimai, além de vários artistas eróticos. Bom, é o esperado para Seitokai, um mangá que adora piadas sujas mais que tudo.
O mangá é um dos mais populares da Magazine, mas ainda não foi dessa vez que o anúncio do anime veio. Talvez com o volume 10? Torceremos.
O oitavo lugar é Sentai Daishikkaku, com um destaque maior na vez por estar em momento de clímax e prestes a estrear a segunda temporada do anime. Inclusive ganhará página colorida por isso na próxima edição.
Kanojo, Okarishimasu está na nona posição na calmaria típica, tanto na história quanto fora. Acaba quando quer e isso não deve acontecer antes do fim da quarta temporada do anime ao menos.
Suruga Meteor, o décimo colocado, tem sua melhor semana desde que estreou. A Magazine decidiu promover o mangá na Pocket, seu aplicativo e website para leitura digital, fazendo uma campanha na qual todos os capítulos ficaram gratuitos e para incentivar ainda mais, os capítulos davam pontos extras para o aplicativo, que podem ser usados para leitura de outras séries pagas.
Essa campanha levou Suruga Meteor até o topo do aplicativo como mangá mais lido da Pocket no momento. Sim, talvez esse povo pode só estar passando as páginas sem ler, mas qualquer leitor convertido é bom e, mais importante ainda: mostra que o editorial não desistiu de Suruga Meteor após um começo tímido.
Não cresceu muito minha confiança na sobrevivência a longo termo do mangá, mas receberá uma chance justa para se provar, principalmente com o lançamento do seu primeiro volume.
Mayonaka Heart Tune, décimo primeiro da edição, segue com mais uma boa semana após seu anúncio de anime. Um capítulo especialmente bem feito seguindo os desenvolvimentos após o fim do arco do festival escolar e que vai redefinindo os personagens na história.
Décimo segundo lugar, o novo volume de Blue Lock de alguma forma cresceu por volta de uns 15 mil a mais do anterior no mesmo período de uma semana. Pode ser só uma variação comum ou reflexo do fim da partida entre PXG e Bastard Munchen atraindo leitores de volta. Eu diria que é provável que no fim do mês ainda termine com um número similar ao do volume passado — ótimo resultado de qualquer maneira.
Yowayowa Sensei é o décimo terceiro colocado em um capítulo mais sério do que seu padrão. Além disso vários autores da Magazine fizeram artes promovendo o mangá. São os mangaka de Kanojo, Okarishimasu, Kanan-sama, Yumene Connect, Seitokai ni mo Ana wa Aru e Amagami-san.
Existe uma certa aliança entre os autores das romcom e ecchi da Magazine. Os autores saem juntos, são amigos e sempre estão promovendo as obras uns dos outros. É definitivamente algo que eu adoro na Magazine e gostaria de destacar isso.
Na décima quarta posição, Mokushiroku no Yonkishi mergulha fundo na construção de antagonismo entre certos personagens. A sua promoção anda mais discreta pós-anime, mas deve voltar a ter mais foco no futuro com mais temporadas de sua adaptação.
Fumetsu no Anata e aparece como décimo quinto da TOC, com um tom absurdo de finalidade. Cada vez mais cresce minha suspeita do “capítulo” 200 ser o final, mas até lá podemos ter o 199.2, 199.3, etc. Mas não deve durar mais que alguns meses.
Já Megami no Café Terrace, o décimo sexto lugar, pega seus tons de finalidade e joga pro espaço. Mais um capítulo totalmente de comédia. Seo Koji vai me deixar em dúvida sobre a longevidade da romcom mesmo…
A estrela dos novatos aparece na décima sétima posição. Kaijin Fugeki tem um capítulo mais leve em slice of life, mas que foca muito nos temas centrais da obra. Enquanto isso o seu autor, Oh Great, está numa colaboração oficial com Ghost in the Shell com uma arte inédita. É autor de renome na indústria, ainda quero que Kaijin venda mais, tem potencial para isso.
O décimo oitavo colocado é Amagami-san, que agora sabemos estar em seu Arco Final. O capítulo da semana é meramente de transição, mas após a segunda rodada de arcos individuais para cada uma de suas três heroínas, a obra segue o óbvio e ruma para uma conclusão.
Já pensava que isso era possível, mas achava que a Magazine e o autor iriam inventar formas de esticar a duração de Amagami pelas suas boas vendas e possivelmente uma segunda temporada do anime, mas analisando pelo roteiro mesmo, não existia muito mais o que desenvolver entre Uryuu e as irmãs Amagami, todos com arcos narrativos completos.
Portanto, é uma conclusão natural e esse final pode muito bem durar por volta de uns 20 capítulos ou mais, já que essa foi a duração dos últimos três arcos. Com o fim do anime e esse anúncio, é possível que o interesse pelo mangá volte a crescer, com telespectadores migrando para o mangá e leitores antigos voltando para acompanhar o desfecho do romance.
E mais um anúncio de anime, dessa vez a segunda temporada do décimo nono da TOC, Ao no Miburo. A excelente audiência do anime, regularmente batendo os 3 pontos de audiência e ficando acima de One Piece, praticamente garantiu a continuação da adaptação.
Não acredito que seja uma daquelas segunda temporadas já planejadas antes do anime. Sim, Ao no Miburo acabou e já anunciou que continuará, mas por ter 24 episódios acredito que a decisão foi feita meses atrás quando os bons resultados chegaram para o canal de TV.
É uma forte demonstração de que às vezes o público mais receptivo de certas histórias pode estar em outras demografias ou mídias. Ao no Miburo não é nenhum sucesso em vendas como mangá e seu anime passou batido no Ocidente, mas conquistou uma audiência local pela boa decisão de produzir um anime cedo e colocá-lo num horário nobre na TV.
Yumene Connect volta a ficar mais para baixo, sendo vigésimo colocado na edição, mas está seguro. Além das boas vendas de sempre, podemos voltar à campanha que citei para Yowayowa Sensei, o autor de Yumene estava lá numa campanha que é claramente de autores de sucesso da Magazine.
Portanto em menos de 30 capítulos, a obra já é vista como parte estabelecida da line up da revista. Além disso, capítulos como o dessa semana, fidelizam aqueles leitores mais antigos que reclamavam do declínio do ecchi nas revistas shonen. Yumene apela demais para eles com o autor extrapolando limites do fanservice, remetendo aos anos 90 e 2000. Encontrou seu público e não deve correr riscos.
Após um oneshot, Irozuku Monochrome em situação preocupante, novamente na penúltima posição. As vendas de seu novo volume parecem estar numa ligeira crescente, mas esse ecchi continua sendo um dos mangá com menores números da revista.
O ritmo prossegue não sendo de cancelamento, mas já há um receio em relação à sua sobrevivência, ainda mais quando seu irmão de leva (Yumene) faz parte de campanhas comerciais que Irozuku não faz.
Batchiri Scratch fecha a edição novamente. O lanterna-quase-fixo continua fingindo que vai acabar e continua de alguma forma, até quando se manterá assim?
Por fim, gostaria de ressaltar de novo que Kagari-ke saiu em inglês. Quem conseguir ler inglês, eu recomendo a leitura, é agradável e relaxante. Quem sabe o próximo grande hit da Magazine pode ser algo tão difernete de seu padrão.
Até a próxima!