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Mais uma série estreia, em uma semana no qual respondo um pouco sobre a reação do público de One Piece, o rendimento do anime de Sakamoto Days, as chances de cancelamento de Syd Craft e muito mais.
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Ao abrir a revista, tivemos B no Seisen, um novo mangá de piano no qual um garoto encontra o fantasma de Beethoven – será que teremos uma mistura de PPPPPP com Hikaru no Go? Achei a ideia interessante, mas o mundo está cheio de boas premissas, e uma boa execução também é necessária.
Também nesta edição, tivemos uma página colorida para Choujun! Choujo-Senpai, que está realmente caminhando para o encerramento. Entre as séries da revista, atualmente Choujun! Choujo-Senpai é a que está mais próxima de ser cortada devido às suas baixas vendas e, possivelmente, à baixa votação entre os leitores.
Em primeiro lugar, tivemos Ao no Hako, que continua tendo um bom impulso. Mesmo ainda não vendendo acima de 200 mil cópias (em um mês de vendas dos novos volumes), acredito que esse número pode ser alcançado após o encerramento da primeira temporada (o que deve gerar outro aumento nas vendas).
Em segundo lugar, tivemos One Piece, que entregou um capítulo que, mais uma vez, encheu a internet de spoilers. A experiência de acompanhar One Piece sem recorrer às imagens vazadas é bem complicada: as redes sociais comentam continuamente sobre cada momento, e assim acabo sempre recebendo spoilers da série (como acontecia também com Jujutsu Kaisen). Semana passada, tivemos um dos capítulos mais chocantes da série, com uma das maiores expansões de “lore” da revista.
O público de One Piece, apaixonado pela série, ama essas expansões de universo – até mesmo os japoneses enlouqueceram com o que aconteceu. É complicado saber o quanto isso impactou o público mais casual (a maioria dos leitores de One Piece), mas, pelo menos, o fandom mais engajado gostou bastante do que foi apresentado. A realidade é que One Piece alcançou um patamar (construído ao longo dos anos e décadas) no qual o universo e vastidade de personagens da obra pulsam tão fortemente que carregam o mangá, superando por exemplo a quadrinização carregada. Eu acho que nenhum mangá conseguiu ter um universo tão vivo quanto o de One Piece.
Em terceiro lugar, tivemos Sakamoto Days, sobre o qual me perguntaram diretamente: “O anime é um flop?” Antes de responder, tive que refletir um pouco: é verdade que o anime de Sakamoto Days está tendo um desempenho fraco, com dificuldades em superar a marca de 200 mil cópias (em um mês de vendas dos novos volumes). A expectativa era bem maior que esse resultado – Sakamoto Days não vai conseguir substituir a vaga deixada por Boku no Hero Academia ou Jujutsu Kaisen (não digo vender igual, pois o mercado é outro, mas ao menos estar no TOP 5 mais vendidos).
Contudo, não podemos considerar os resultados de Sakamoto Days um fracasso total: é o segundo anime de maior impacto nesta temporada. Por isso, mesmo com um desempenho abaixo do esperado, a série deve vender o suficiente após o anime para estar entre os mais vendidos do mercado, tornando-se o terceiro mangá mais bem-sucedido da revista (excluindo Hunter x Hunter). Eu diria que esse resultado alcançado, mesmo que mínimo, se deve mais ao marketing e à qualidade do mangá do que à qualidade do anime.
Em quarto lugar, tivemos Boku to Roboco, que continua oscilando em suas posições, mas, no geral, com boas classificações. Em quinto lugar, tivemos Shinobigoto, que está no mesmo barco que Kiyoshi-Kun e Himaten. Todos esses mangás estão recebendo tratamentos diferenciados em termos de propaganda e posição na TOC. Um exemplo disso é Kiyoshi-Kun, que recebeu um trailer PV. No Discord do Analyse It, alguns membros se revoltaram devido a esse tratamento diferenciado.
É sempre importante lembrar que a análise dos editores não se baseia unicamente nas vendas das séries – vários fatores influenciam, como potencial comercial, necessidades internas (como um novo battle shounen de sucesso) e possibilidades de crescimento para decidir qual mangá promover. Não dá para dar um trailer PV para todos os mangás; é necessário escolher um desses três, e a análise indicou que Kiyoshi-Kun era a melhor aposta.
Caso, nos próximos meses, os números indiquem maior potencial para Shinobigoto ou Himaten, veremos um destaque maior para um deles. Atualmente, ambos estão recebendo promoção, mas em um nível inferior ao de Kiyoshi-Kun, e isso deve continuar em fevereiro.
Em sexto lugar, tivemos Kagurabachi, que continua sua caminhada rumo ao anime. Suas vendas se estabilizaram e devem se manter entre 140 e 160 mil cópias por volume, um número bom para uma obra sem anime. Kagurabachi é uma das obras mais populares do mercado atualmente e, com um anime, tenho certeza de que venderá acima de 200 mil cópias. A questão é: qual será realmente o teto de vendas da série?
Para responder a essa pergunta, primeiro devemos lembrar um conceito importante sobre vendas: estamos em um período de transição no qual o público não apenas está comprando menos volumes físicos (o que reflete nos números do Ranking Oricon), mas também há uma redução geral nas vendas, até mesmo no formato digital (resultando em uma diminuição das cópias em circulação). Kagurabachi está indo contra essa tendência, mas ainda assim está inserido em um cenário mais desafiador do que no passado.
O sucesso de Kimetsu no Yaiba, juntamente com a pandemia, trouxe um grande fluxo de novos e antigos leitores para o mundo dos mangás, o que alimentou o mercado por vários anos. O público de Kimetsu no Yaiba (que é vasto e alcança diversas demografias) migrou para Tokyo Revengers, Jujutsu Kaisen e Spy x Family (cada um capturou uma fatia diferente desse público). Depois, parte desse público passou para outros mangás, como Sousou no Frieren, Blue Lock e muitos outros.
Pouco a pouco, o público que reingressou ou ingressou no mundo dos mangás por causa de Kimetsu no Yaiba e da pandemia ao longo dos anos voltou a não consumir volumes, e as novas entradas (crianças e adolescentes) não compensaram, já que eles crescem inseridos em um cenário no qual consumir através de aplicativos e assinaturas é mais prático, resultando em uma redução contínua nas vendas dos volumes. Isso não significa que o lucro das editoras está diminuindo, e sim que o lucro vindo das vendas digitais e físicas de volumes está diminuindo. Kagurabachi, mesmo com um anime, pode não chegar a vender acima de 1 milhão de cópias nessa nova realidade.
Pulando para o décimo lugar, tivemos Kill Ao, que está em uma luta importante, mas ainda não sabemos se a história está acabando ou não. Eu diria que é melhor esperar mais algumas semanas para tirar uma conclusão, pois, por enquanto, não temos dados que levem a crer que a obra será encerrada em breve. A situação pode mudar nas próximas semanas, mas esse é o cenário atual.
Em décimo primeiro lugar, tivemos Madan no Ichi, e muitos estão surpresos pelas posições baixas, mas acredito que seja uma situação provisória. Os editores estão promovendo bastante Madan no Ichi, contudo, quando o assunto é posição na TOC, preferem dar destaque a algumas outras séries. É um tratamento muito parecido com aquele que Kagurabachi e Chainsaw Man receberam. Ainda é incerto o motivo dessa estratégia, mas não é algo novo.
Em décimo terceiro lugar, tivemos Syd Craft, que pegou uma colocação bem ruim, o que pode indicar uma má recepção. No entanto, não podemos utilizar uma única posição como parâmetro definitivo. Para saber se uma série pode ser cancelada, devemos observar três fatores: média na TOC, vendas e quantas séries podem estrear. Atualmente, não temos nenhum desses dados sobre Syd Craft, então é melhor esperar antes de tirar conclusões.
Em décimo quarto lugar, tivemos Negai no Astro. A obra está com posições relativamente baixas, e a ausência de páginas coloridas nas últimas semanas indica que os editores estão pouco motivados a divulgar a série. Isso não significa que será cancelada na leva de março-abril, contudo, sugere que talvez esteja no pool de séries que podem ser cortadas nas próximas duas levas, caso necessário.
Em décimo quinto lugar, tivemos Witch Watch, que na próxima semana vai ganhar capa de aniversário, e em abril deve ganhar uma capa de anime, então terá bastante divulgação independentemente da posição. Não se preocupem com a baixa colocação. Aliás, eu diria que, como Syd Craft, Nue no Onmyouji e Negai no Astro não estão abaixo de Witch Watch, significa que os editores ainda não bateram o martelo sobre nenhuma série. Na minha opinião, a única que tem realmente altas chances de ser cancelada é Choujun!, enquanto todas as outras ainda precisam ser avaliadas.