
Uma nova estreia, o primeiro volume avassalador de Ichika Bachika e Strand, o hiato de Kaihen e as despedidas do começo do ano.
TOC Weekly Shonen Sunday #07 (15/01/2024)
Capa e Página Colorida de Estreia: Sora e
02 – Ogami Tsumiki to Kinichijou c51
03 – Maiko-san Chi no Makanai-san c326
Utsuranin desu c38 (Página Colorida)
05 – Major 2nd c295
06 – Kaiten no Albus c33
07 – Mizuporo c51
Aozakura: Bouei Daigakukou Monogatari c366 (Página Colorida)
09 – MAO c259
10 – Ryuu to Ichigo c223
11 – Maou-jou de Oyasumi c388
Himeru Kokoro no zen himitsu c32 (Página Colorida)
13 – Mikadono Sanshimai wa Angai, Choroi c144
14 – Komi-san wa, Komyushou desu c495
15 – Momose Akira no Hatsukoi Hatanchuu c22
16 – Red Blue c137
17 – Strand c18
18 – Te no Geka c71
19 – Tatari c78
20 – Shibuya Near Family c118
21 – Ichika Bachika c18
22 – Rock a Rock c38
23 – Tokachi Hitoribocchi Nōen c338
Ausentes: Sousou no Frieren, Tonikaku Kawaii, Shite no Hana – Nougakushi Haga Kotarou no Sakikata, Detective Conan, Magic Kaito (hiato), Ad Astra Per Aspera (hiato).
Saudações, caros leitores. Estamos de volta para mais uma edição da nossa magnânima e afável Weekly Shonen Sunday. Sentiram saudades? Espero realmente que sim. A última vez que escrevi pro site foi no ano passado, e dessa vez não é piadinha de virada de ano, já estamos próximo do final de janeiro, ou seja, quase que um mês inteiro de ‘’férias’’.
Férias que, obviamente, limitaram-se exclusivamente ao site, já que passei o final do ano passado e o começo deste preparando uma porrada de trabalhos finais para a faculdade, de férias eu não tive nada. Fiquei devendo a edição #04-05, que saiu no Natal, e a edição #6, da semana passada. Duas edições que, infelizmente, permanecerão excluídas dos anais do AnalyseIt. Vou compensar essa ausência com uma edição de retorno super completa: é a minha oferenda, meu pedido de desculpas pela falta de organização, a compensação mínima que a nossa Sunday merece. Terminamos as introduções, chegou a hora da TOC.
Página Colorida de Abertura de Sora e…
Tanto na capa quanto na página de abertura da revista temos a primeira estreia do ano, o esperado retorno de Shun Matsuena com seu mais novo trabalho, Sora e. A história acompanha a jornada do nosso protagonista, Hiiro-kun – o tampinha da capa – em uma nova aventura, a aventura de conhecer o mundo da superfície. Hiiro é uma criança com super poderes, que viveu sua vida toda dentro de uma instalação misteriosa e secreta no subterrâneo, levando uma vida de pura violência e lutas contra seres ultra poderosos. Nosso protagonista escapa dessa instalação, abandona seus deveres e faz isso para honrar o desejo de seu falecido amigo, conhecer o mundo real, experimentar os prazeres genuínos da vida que lhe foram negados — uma existência simples e normal.
O problema é que, para uma criança dotada de superforça e nenhuma noção de sociabilidade, até mesmo buscar uma vida pacata se torna uma tarefa extremamente complicada. Sem conseguir se adaptar bem e prestes a morrer de fome, nosso protagonista encontra Yui, uma estudante do ensino fundamental que lhe oferece um pouco de comida.
Com esse pequeno gesto, inicia-se uma conexão. Hiiro começa a reconhecer as maravilhas que o mundo tem a lhe oferecer e decide partir em uma nova aventura, em busca de conhecer tudo o que ele tem a proporcionar. No entanto, essa aventura dura pouquíssimo tempo, já que o garoto não consegue se virar sozinho e volta, novamente, ao mesmo local onde encontrou Yui pela primeira vez, mais uma vez morrendo de fome. Isso cobre boa parte da história do primeiro capítulo, com algumas omissões necessárias para não deixar o texto ainda mais extenso.
Página do Primeiro Capítulo de Sora e…
Um primeiro capítulo que se preocupou mais em explorar a construção dos dois personagens principais, sem indicar bem qual seria sua abordagem temática. Um slice of life, um mangá de aventura, um battle-shonen? Uma comédia? Não temos a resposta com esse primeiro capítulo.
O que temos documentado é a mangagrafia do autor, que direciona bem as expectativas. Shun Matsuena é um nome conhecido, autor do grande sucesso da Sunday nos anos 2000, Shijou Saikyou no Deshi Kenichi. Também escreveu outras duas histórias que duraram um bom tempo: Tokiwa Kitareri!! e Kimi wa 008, ambas publicadas na Sunday. Entre todos seus trabalhos, a temática segue constante, histórias de ação com grandes doses de safadeza. É a especialidade do homem, porradinha e bonecas com a roupa colada, destacando os seios e os traseiros voluptuosos. Pesquise pela capa de qualquer uma de suas obras e você terá a confirmação.
Tudo aponta para que Sora e siga mais uma vez a linha tradicional de escrita de seu autor, e se teremos um trabalho divertido e criativo ou uma obra medíocre que repete tropos de 20 anos atrás, só o tempo dirá.
O mangá não estreou com muito destaque, foi bem elogiado, mas elogios que partem inteiramente dos seus fãs de longa data, não de um público novo que não conhecia sua obra. Além disso, os números não são expressivos, sua estreia fez menos barulho que um Mizuporo da vida, para um super veterano, que recebeu capa e tudo, acaba sendo meio decepcionante. Seguiremos acompanhando a série, torço pelo seu sucesso. Torço também por traduções assim que possível!!
Na segunda posição temos a nossa lobisomem favorita em Ogami Tsumiki to Kinichijou. A série continua progredindo super bem, prontinha para viver um 2025 maravilhoso. Seu quarto volume conseguiu vender 12 825 cópias físicas em apenas 12 dias, deixando o mangá basicamente igualado com Mikadono em vendas.
Impressionante o crescimento da série, não só nas vendas, mas também na qualidade dos capítulos mais recentes. Sempre apreciei a série, mas a tratava como uma história divertidinha e sem tanta profundidade, o que vem mudando cada vez mais com os últimos desenvolvimentos. Não canso de me espantar com a melhora de Ogami Tsumiki, que a cada capítulo conquista mais o coração do leitorzinho médio japonês e, ainda mais importante, o meu também.
Na terceira posição temos o glorioso Maiko-san Chi no Makanai-san, com seu penúltimo capítulo. Quem acompanha as TOCs com alguma frequência reconhece meu favorecimento por Maiko-san; jamais escondi que é a minha história favorita da revista. Teremos sua conclusão na próxima quarta-feira, após belos 8 anos de serialização. Não comentarei sobre seu final agora, mas pretendo publicar a review já pronta sobre a série na semana que vem, na tentativa de convencer pelo menos um de vocês a conhecer mais sobre as belezas deste fantástico mangá.
Página Colorida de Utsuranin desu
Utsuranin desu é o próximo da fila, com uma página colorida absolutamente maravilhosa. A série segue conquistando seu merecido destaque, mantendo um excelente número de leitores e comentários capítulo após capítulo, o que aponta para um crescimento significativo nas suas vendas, já no terceiro volume. Uma notícia que me animou tremendamente foi descobrir que finalmente resolveram traduzir o mangá para o inglês. Acompanhar a história já não é mais tão difícil. Há esperança neste mundo.
Na quinta posição temos o lendário Major 2nd. O mangá se aproxima dos 300 capítulos, uma marca bem importante para a lenda da revista, Takuya Mitsuda. Prometi ano passado que começaria a acompanhar a série, e como promessa é dívida, já iniciei os trabalhos. Ainda estou no volume 8, resta muito chão pela frente, mas logo logo estarei em dia para comentar Major semanalmente.
Na sexta posição temos o estável Kaiten no Albus. A série teve um desempenho bem patético no seu segundo volume, vendendo somente 1 561 cópias em cinco dias. A série não corre nenhum perigo de cancelamento, mas deve perder sua força ao longo do ano, com cada vez menos divulgações e destaques, já que não apresenta um bom potencial comercial. O mesmo pode ser dito para o próximo colocado, Mizuporo. A comédia não tem um bom número de leitores, mas se preocupa muito pouco com o machado, já que o editorial protege a série como se fosse sua filha.
Aozakura: Bouei Daigakukou Monogatari é o próximo da fila. A série recebe a penúltima página colorida da edição para divulgar seu mais novo volume, que já chegou às lojas. MAO aparece na nona posição, bem longe do topo que a história se acostumou. A série não possui grandes novidades, e segue sua narrativa com o ritmo de sempre, bem enrolada. Será que finalmente teremos o anúncio do seu anime no ano de 2025 ou teremos que esperar por mais um ano???
Página Colorida de Aozakura: Bouei Daigakukou Monogatari
Na posição seguinte temos Ryuu to Ichigo, que assim como MAO, aparece fora da sua posição de conforto. Como vocês bem sabem, uma única posição aleatória na TOC pouco informa sobre a situação da série. Absolutamente nada de diferente para Ryuu to Ichigo, que continua totalmente tranquilo e estável na revista. Repito as mesmas palavras para o próximo colocado Maou-jou de Oyasumi, a comédia idosa da revista, que também segue super tranquila.
Maou-jou de Oyasumi estreou na exata mesma leva de mangás que Komi-san, mas diferente da sua colega de turma, que vai se despedir dentro de algumas semanas, Maou-jou não demonstra qualquer sinal de encerramento por agora.
Com a última página colorida da edição, temos Himeru Kokoro no zen himitsu. O mangá recebe um destaque pragmático para divulgar o lançamento de seu terceiro volume, que não conseguiu figurar nem por um único dia no top 500 do ranking Shoseki. Himeru Kokoro é mais uma grande desgraça comercial da revista, e me dói dizer isso, já que o mangá parece excelente.
Nunca li, mas meu sexto sentido não costuma errar, portanto, fico triste por Himeru e seus 5 fãs ao redor do mundo. A única coisa que salva o mangá do cancelamento são os encerramentos de Maiko-san e Komi-san, porque fora isso, não há outro bom motivo para manter a história na revista, já que seu apelo com o público é fraquíssimo e suas posições na TOC são péssimas.
Página Colorida de Himeru Kokoro no zen himitsu.
Mikadono Sanshimai wa Angai, Choroi aparece na décima terceira colocação. A série aparece no centro da revista, seguindo bastante estável, apenas esperando pelo lançamento do seu anime. Na sequência temos Komi-san wa, Komyushou desu, se preparando para sua reta final.
O mangá vai acabar dentro dos próximos dois capítulos, o que é totalmente ridículo. Komi-san vai terminar tendo 497 capítulos, um número absolutamente revoltante que ativa o tique de qualquer um. Qual a lógica? Por que não terminar no capítulo 500? Quem permitiu tamanha insanidade? A sociedade acha isso certo? Espero muito que a história lance capítulos duplos como já fez algumas vezes, pra terminar no número redondo, se não, teremos revolta popular.
Na posição seguinte temos o herdeiro de Komi-san, Momose Akira no Hatsukoi Hatanchuu. A missão de Momose é bem clara, preencher o vazio deixado por Komi-san. Por mais que suas propostas sejam distintas o suficiente, é impossível ignorarmos as semelhanças. A história se identifica em dinâmica e proposta, e como seu público alvo é o mesmo, nada mais natural do que esperar que Momose cumpra o mesmo papel.
Por enquanto, a história vem fazendo tudo muito bem. eu primeiro volume teve uma boa estreia, as médias de leitura do mangá são altíssimas e tudo aponta para que a história se mantenha em ascensão. Talvez seja impossível alcançar Komi-san em importância, mas tê-la em perspectiva não deve fazer mal.
Na décima sexta posição temos Red Blue, que recebeu um pequeno ‘’boost anglo-saxão’’. Lançaram mais de 40 capítulos traduzidos para o inglês, tudo isso no começo do ano, deve ser efeito do live-action. Muito bom que agora posso retomar a leitura, recomendo que façam o mesmo.
Na posição seguinte temos mais um membro do flop club, Strand. O mangá apareceu por um único dia no ranking shoseki, na posição 380, depois disso, sumiu para todo o sempre. Já era esperado, e não surpreende ninguém sério, a história não teve uma boa recepção, o público não teve paciência com a cadência do mangá, e toda sua construção de suspense acabou frustrando o leitor que esperava da história uma narrativa mais contundente.
Não consigo ver muita esperança comercial para Strand, que deve aparecer cada vez mais na parte final da revista. Se apesar disso a série vai ou não durar, depende inteiramente da boa vontade dos manda-chuva da revista.
Capa do Volume #1 de Strand
Quanto a Te no Geka e Tatari, o mesmo de sempre. Entra ano e sai ano, os dois seguem na eterna corda bamba, ora apontando para o cancelamento, ora ganhando páginas coloridas e destaques sem sentido. Grandes incógnitas.
Depois temos Shibuya Near Family, a comédia café com leite da revista, que não corre perigo nenhum, lança o que quer quando quiser. Na vigésima primeira posição temos Ichika Bachika, que confirmou o óbvio nesta semana. O mangá estreou seu primeiro volume, que não apareceu em nenhuma posição do top 500 no ranking shoseki, solidificando a certeza do seu imensurável fracasso.
Dúvido muito que a série dure por mais de uma leva. O mesmo deve ser dito para Rock a Rock, que será certamente cancelado. E só não foi ainda pelo mesmo motivo que salvou Himeru Kokoro, que são os encerramentos naturais das duas ‘’san’’, Komi e Maiko.
Antes de encerrar, gostaria de comentar duas ausências que podem causar estranhamento. Hello Work Monsters é a primeira, o mangá se despediu na semana passada, tendo sido cancelado com 33 capítulos. Um final triste e sem muito brilho. O autor é novo, e este foi seu primeiro trabalho. Demonstrou algumas fragilidades, principalmente na arte, que se provou bem inconstante ao longo de toda a serialização. Certamente receberá novas oportunidades; resta esperar que ele retorne renovado e com mais forças para encarar um novo desafio.
A outra ausência relevante é de Kaihen no Mahoutsukai, que entrou em hiato até o final de Abril. Não se trata de problemas de saúde ou nada do tipo, foi algo decidido antes mesmo da publicação do mangá. A história vai ter um ritmo de lançamento levemente parecido com o do Togashi e seu Hunter x Hunter na Shonen Jump. A autora lança uma série de capítulos e tira pausas longas, para poder garantir sua saúde e a qualidade da história.
O mangá encerrou bem antes da preparação para expandir o mundo além do castelo, então estou curioso para saber o direcionamento da série para fora dos muros. Seu primeiro volume sai no mês que vem, e sigo curioso para acompanhar suas vendas, quero mensurar o tamanho do engajamento que Kaihen conseguiu reunir.
Capa do Volume #1 de Ichika Bachika
Por hoje, terminamos. Comento na semana que vem um pouco mais sobre a nova leva de janeiro e sobre os próximos estreantes: Parashoppers (Tsubasa Fukuchi) e Mamono no kuni (Mitsutani). Aliás, não posso dizer que aproveitei meu tempo longe do site porque meu tempo longe do site foi tão trabalhoso quanto, posso na verdade dizer que senti falta dele. 2025 é o ano que concluo meus estudos, então preciso me dedicar o dobro a eles, isso significa um pouco menos tempo livre, e subsequentemente, um pouco menos de tempo para os mangás.
Não quero parar com nenhum dos dois, e não pretendo largar as TOCs, mas não posso assegurar minha total constância e dedicação, e isso se prova já pelo começo do ano, onde pulei duas edições da Sunday. Mas é isso, trabalhamos com o que temos, e o que temos pra hoje é isso. Espero encontrar vocês na semana que vem, abraços e se cuidem.