Vários “Adeus” e Vários “Bem-Vindos”.
A Jump GIGA é uma revista lançada no começo de cada estação do ano, que serve para apresentar novas ideias aos leitores da Weekly Shonen Jump: Os One-Shots mais bem avaliados PODEM virar série da revista. Entre 2014 e 2016, eu escrevi as análises da Jump NEXT, que era praticamente a Jump GIGA, porém, era lançada cada dois meses, ao invés de cada 3 meses. Nesse periodo de 2 anos, vimos 13 One-Shots virando séries. E conhecemos por exemplo, autores de mangás como Kimetsu no Yaiba e Jujutsu Kaisen, que são grandes sucessos da revista atualmente. Por isso, podemos dizer que essas revistas de One-Shot são extremamente importantes para o futuro da revista. Eu irei nessa análise, avaliar CADA One-Shot lançado nessa revista. A análise irá ser dividida em duas partes, a primeira parte com 8 One-Shots e a segunda parte com 7 One-Shots (e texto de conclusão sobre quais séries tem mais chances).
Como eu avaliei a Jump GIGA Summer: Primeiro comprei a versão digital da revista e dei uma olhada em cada mangás. Essa leitura mais casual, antes de saber o que os japoneses pensavam, era justamente para que minha opinião sobre uma série não fosse influenciada pela opinião dos japoneses. Como vocês sabem, eu estudei chinês por três anos e tenho um nível mediano na língua – Nada demais, o suficiente para me comunicar no país, caso eu viaje -. Nesse período eu também tinha decidido estudar um pouco do japonês, são línguas diferentes, mas o estudo do chinês me ajudou a me adaptar a leitura dos caracteres.
Por isso, em 2015, dei uma pequena estudada também no japonês, mas tenho um nível baixo no domínio da língua. Foi um estudo muito casual, e diferente do chinês que frequentei aulas universitárias, o japonês decidi aprender em casa sozinho. Deste modo, não consigo ler toda a GIGA, eu duraria milhões de anos para terminar e com certeza iria precisar de uma ajuda externa. Antigamente eu tinha um amigo que me ajudava com a NEXT, mas ele não mora mais na Itália. Deste modo, eu inicialmente dei uma folheada nas séries, e vi aquelas, que olhando somente as imagens, me interessaram mais. Criei minha opinião sobre os mangás.
O meu segundo passo foi procurar na internet a recepção das séries: Utilizei como ponto de referimento vários sites japoneses e chineses para saber o que os japoneses pensavam. Os principais sites foram: MDB, 2ch, 5ch, Baidu e Twitter. Vi aquelas mais comentadas e vi também votações diretas. Deste modo consegui reconhecer as mais bem recepcionadas pelo público. As seis mais bem recepcionadas decidi dar uma lida mais detalhada, utilizando meu conhecimento básico na língua, um dicionário de japonês – italiano que tenho em casa e também o Google Tradutor.
Meu terceiro e último passo foi justamente escrever a análise enquanto eu foleava novamente as séries, talvez assim percebendo mais alguns detalhes e pontos que não reparei na história. A pontuação colocada é a minha opinião sobre a qualidade da série, já as chances de serialização se baseiam principalmente na opinião dos japoneses (e não dos chineses).
O resultado desse longo processo que durou, sem brincadeiras, 5 dias; foi que eu consegui identificar os One-Shots mais bem recepcionados, consegui saber o que os japoneses acharam dessas séries e consegui entender de modo superficial a história deles. A minha análise será baseada nesses fatores: É importante lembrar, que quando o assunto é a história dos mangás, a minha análise possa ter alguns erros de interpretação da minha parte. Sobre a minha precisão de acerto, usando como referimento quando eu escrevia minhas análises da NEXT, todos os One-Shots lançados na NEXT que terminaram na revista, realmente TODOS, eu tinha colocado como, no minimo, provável a serialização. Entre 2014 e 2016, tivemos 13 One-Shots lançados na NEXT que viraram séries, e todos eles eu tinha classificado as chances como Boas (Possível), Altas ou Altissimas.
Nenhum mangá que classifiquei como mediano, baixo ou baixíssimo terminou sendo serializado. Sempre existe a possibilidade que eu erre, sou humano, mas por enquanto eu acredito que minhas previsões estão sendo corretas. Obviamente a maioria dos One-Shots que tem mais chances de ser bem classificados estão no começo da revista, então é normal ver a maioria das “Prováveis” serialização nessa primeira parte, e os menos prováveis na segunda parte (mesmo que sempre temos um ou dois mangás prováveis na segunda parte. Nessa edição mesmo tem um mangá ótimo na segunda parte, que lançarei na próxima semana).
Continuando sobre as chances de “serialização”: Obviamente quando eu escrevo que uma série tem chances altas, não significa que certamente irá se tornar uma série. Um One-Shot bem recepcionado terá encomendado “três capítulos” e somente se os editores gostarem dos três primeiros capítulos, que veremos a obra se tornando uma série. Esse processo pode durar 1 ano, como também pode durar 7 anos. É muito variavel. Deste modo, uma série com chances altas em ser serializado, significa que tem chances altas de ter sido encomendado seus três primeiros capítulos. Eu também avalio como alto, autores que com o One-Shot podem lançar uma série na revista, mesmo que não seja exatamente com esse One Shot.
Hajimete no Honeytrap (Autor: Takahide Totsuno)
A Jump GIGA iniciou com o retorno de um autor muito interessante: Takahide Totsuno, que tinha lançado Alice & Taiyou. O mangá tinha uma arte muito simpática e uma história relacionada a música que dava uma leveza muito interessante para o mangá. Por isso, quando eu soube que a autora estava retornando, fiquei bem animado, porém, de certo modo eu me decepcionou do pouco que consegui entender da série.
O seu novo mangá: Hajimete no Honeytrap, conta a história de uma princesa galáctica que deve seduzir um garoto do colegial de 16 anos, pois ele guarda um poder gigantesco dentro de si. Como eu não sou mestre em japonês, não consegui entender muito bem o motivo pelo qual esse garoto deve ser seduzido.
O prosseguir da história acabou sendo bem normal: Temos várias cenas, com um ecchi realmente mínimo, no qual vemos a princesa e seu conselheiro tentando encontrar formas de seduzir esse garoto. A série, deste modo, se apresenta mais como uma comédia romântica com possibilidade de desenvolver bons elementos de B-Shounen. Nas últimas páginas vemos uma pequena luta, muito mal desenvolvida, mas que demonstra esse potencial. Eu diria que Hajimete tem muito em comum com Yozakura-San
Porém, eu realmente me decepcionei pelo modo que o conteúdo é apresentado: Como comentando na 2ch por alguns japoneses, a série não parecia de um autor que já tinha publicado uma série interessante na WSJ, mas sim de um novato qualquer. Não tem nada de especial, nenhum diferencial, e os personagens não são minimamente interessantes. A arte, que era um dos pontos fortes do autor, não brilhou muito nesses capítulos, mesmo que a página colorida ainda demonstra que o autor é bom com o pincel.
Hajimete no Honeytrap é uma comédia romântica que não consegue apresentar nada realmente novo, que não consegue desenvolver personagens interessantes, e que suas cenas de ação, no One-Shot, foram ruins.
Nota: 2 / 5
Chances de Serialização: Possível É aquela coisa, eu não vi no Twitter, na 2ch ou MBD uma grande recepção em relação ao One-Shot, a grande maioria achou a série bem morna. Alguns comentários deixaram claro que a série parecia mais um mangá destinado para a Jump Plus, que realmente para a Weekly Shonen Jump, já que a plataforma online agrega vários mangás “medianos”.
Porém, não podemos esquecer que os editores colocaram o mangá como o primeiro grande destaque da revista, deste modo, não podemos negar existe uma chance de Hajimete no Hanitorappu ser serializado, mesmo tendo uma recepção mediana e muito abaixo do esperado. O autor talvez terá que mudar alguns elementos da série – Talvez adicionar mais ecchi ou mais elementos de ação, para que a série, caso seja serializada, faça sucesso -.
Atama no Tarinai Futari (Autor: Enoshima Daisuke)
Atama é o segundo mangá da Jump GIGA, e na minha opinião, é muito mais interessante que o primeiro apresentado – A série escrita pelo novato Enoshima Daisuke conta a história de um garoto gangster que deve trabalhar com uma espécie Durahan sem cabeça, em missões relacionados sempre a temática de “Gangstar”. A série decide unir vários elementos de comédia com um pouco de ação e drama.
O principal elemento do One-Shot é justamente o desenvolvimento do personagem, que obviamente tem uma história triste e um motivo valido para ter entrado no mundo do crime (no caso, vivia sozinho nas ruas e não tinha nem o que comer). Vemos o protagonista, ao conhecer essa estranha criatura, mudar o seu modo de ver o mundo – E finalmente criar coragem de se desvincular da criminalidade.
Tem várias cenas nesse One-Shot que são interessantes: Como o protagonista cria uma linguagem de sinal para se comunicar com sua companheira, como essa mesma companheira usa seu salto para corta a cabeça dos inimigos, ou, para mim uma das melhores cenas, no qual o protagonista vem segurado pela camisa e ele responde que nunca iria “trair um familiar”.
Atama no Tarinai Futari é uma ótima, porém, também tem seus defeitos na minha opinião: Eu vejo a série como boa história de One-Shot, mas muito difícil de funcionar como série. Algumas das suas temáticas são realmente estranhas (A mulher sem cabeça é realmente muito bizarra) e não deve agradar muitos os japoneses. Lembrando que temos uma grandissima quantidade de leitores que tem entre 13 e 20 anos na revista.
Nota: 3.5 / 5
Chances de Serialização: Possível. Então, se depender da recepção dos japoneses, eu acho que seria serializado, deve ter sido a terceira ou quarta série mais bem recepcionada dessa edição, porém, eu realmente acredito que essa temática, como foi apresentada no One-Shot, não deve ser suficiente para transformar o One-Shot em uma série.
Com certeza os editores irão pedir grandes mudanças: Talvez essas mudanças sejam positivas, e transformem Atama no Tarinai Futari em uma série mais comercial. Mas talvez vejamos como o caso de ZIPPO, que era um ótimo One-Shot e se tornou Zipman, uma série medíocre, sem nada de especial. Ou talvez os editores vão pedir para o autor lançar uma outra série na revista. Como aconteceu com a Gotouge, que lançou um One-Shot de sucesso na GIGA, mas que era muito pesado para ser serializado, por isso optaram por lançar uma série mais leve dela.
Kōsaten Chin Dōchū (Autor: Apollo 3)
Kosaten Chi Dochu foi a terceira série, em ordem de leitura. O autor, Apollo 3 (nome muito estranho, porém eu acho que traduzi corretamente, tem claramente um três no seu nome) lançou dois One-Shots nessa edição, algo muito raro. O primeiro é este, o segundo encerrou a revista. Parece que os editores estão realmente esperançosos em relação a este autor, e sinceramente eu acho que eles têm um motivo para achar isto:
A arte de Apollo 3 é muito única e claramente tem uma técnica bem articulada. O autor consegue passar muita emoção, porém a história em si não consegue chamar tanta atenção: O autor colocar um protagonista que joga Beisebol, mas este não é um mangá de esporte, é mais um slice of life ou uma história romântica. Faltou cenas mais chocantes, enquanto eu foleava a série.
A recepção da série acabou sendo bem mista, e isso acontece justamente pela inconstância da série e da inexperiência do autor. A arte é divisória e a história tem pequenos problemas que podem estragar a leitura. Porém, eu acredito que os editores não planejam serializar Kosaten Chi no Dochu e nem o segundo mangá do autor, na minha opinião só querem dar testar o terreno em relação ao autor. Ver o que o público pensa do seu estilo de narração e arte.
Eu acredito que seu mangá poderia funcionar em uma Ultra Jump ou até mesmo em uma Young Jump, mas não muito bem na Shonen Jump, que tende a ser mais tradicional. O segundo é que sua história precisou de momentos mais chocantes, acabou sendo muito esquecível.
Nota: 2.5 / 5
Chances de Serialização: Medianas. A recepção acabou sendo bem morna – Eu vi mais comentários da série em sites que tinham como objetivo comentar cada mangá da revista. No Twitter, onde os japoneses comentavam mais suas séries preferidas, Kosaten Chi Dochu acabou vinha sendo citados por alguns, mas não o suficiente para chamar tanta atenção. Eu acho que será uma série de meio de tabela.
NOS VEMOS (Autor: Yuzuhira)
Chegamos ao nosso querido NOS VEMOS, mas antes tenho que fazemos um disclaimer: Pessoal, o título NÃO É EM PORTUGUÊS, como vi algumas pessoas teorizando no Twitter, é claramente em espanhol. “Nos vemos” significa “Até Logo” em espanhol. Qual seria o sentindo de uma série de Cowboy estar escrita em português? Se ao menos fosse uma série sobre boiadeiro em Goiás, mas eu acho que seria bem improvável.
NOS VEMOS é uma ótima obra, talvez uma das mais interessantes lançadas nessa Jump GIGA: A arte do autor é claramente de nível professional, é realmente muito bonita. Além disso, Yuzuhira decide adotar, nos quadros, uma fluidez muito bonita, que faz parece que o mangá seja um Storyboard de um filme de faroeste. As cenas de ação são espetaculares e toda a construção do arco, mesmo que tradicional, é muito bem feito. Os quadros duplos do autor são de tirar o chapéu, é de uma qualidade absurda. Eu realmente gostei da leitura de NOS VEMOS.
As expressões dos personagens, os cenários, os traços, todos remetem a filmes e quadrinhos “Western”: Como não ler Nos Vemos, e não lembrarmos de clássicos italianos como: Tex e Grande Blek? Eu realmente gostei muito do que Yuzuhira apresentou no seu One-Shot. É uma grande homenagem à esse gênero que não é mais tão popular… E talvez seja exatamente esse o problema de Nos Vemos.
A sua história não é nada demais, mesmo que MUITO BEM desenvolvida e desenhada. Um grupo de baderneiros queimam o bar de uma jovem garota, e nosso herói decide se vingar, fazendo justiça com suas próprias mãos. Depois de ajudar essa pequena vila, parte para a vila sucessiva com o seu cavalo, lembrando justamente o seu título “NOS VEMOS”. É aquele básico que mesmo assim agrada muito quem gosta de séries do gênero.
A questão, como eu disse, é que esse gênero não é mais popular. NOS VEMOS é extremamente ocidental, e tenho certeza que faria sucesso na Manga Plus, porém, seria cancelado na Weekly Shonen Jump, se não for adicionado na sua história mais elementos orientais. A obra não é um mangá, é um “Comic” em preto e branco. Na Ultra Jump tínhamos “Peacemaker” uma série parecida, por isso NOS VEMOS seria uma ótima opçõa para a Ultra Jump, que inclusive aceita obras mais “ocidentalizadas”.
Nota: 4.5 / 5
Chances de Serialização: Possível. Eu estava para dizer “medianas”, porém não é que o One-Shot teve uma recepção ruim, por isso, não podemos considerar medianas suas chances. O público japonês GOSTOU da série, mesmo não sendo a preferida de quase ninguém. O autor também apresenta uma professionalidade em sua arte e narração, que deve passar confiança para os editores da revista. A questão da série é que realmente seria uma aposta arriscada por parte da revista. Um risco que não sei se os editores vão querer pegar.
Porém isso não proibe dos editores colocarem o One-Shot também em uma Future Golden Cup ou de re-testar a popularidade da série lançando o mesmo One-Shot na própria Weekly Shonen Jump. Certamente essa GIGA tem prioridades maiores: Temos outros mangás que tiveram recepções melhores, por isso isso acaba também pesando para NOS VEMOS, mas achei essa GIGA tão boa, que talvez seria legal aproveitar TAMBÉM Nos Vemos.
Sennyū Sōsakan Onigashima (Autor: Matano Hibiki)
A quinta série da edição acabou sendo Sennyuu Sousakan Onigashima, de Matano Hibiki. Por algum motivo, o protagonista da história Onigashima, um grande detective monstruoso, se tornar um professor de uma escola infantil, e deve cuidar de várias crianças. Deste modo, Sennyuu Sousakan Onigashima é uma comédia simples, que trabalha com aquele velho esquema: “Criatura estranha em uma situação comum”.
Obviamente por todo o capítulo percebemos que Onigashima não é adapto para esse trabalho, mas a inocência das crianças faz com que mesmo assim, a maioria dos seus alunos continuem o amando. Eu acredito que uma das cenas mais engraçadas dessa obbra seja justamente a cena do piano, no qual vemos o grande talento do protagonista. O One-Shot é concluído, com obviamente, o protagonista salvando o mundo e demonstrando que pode ser um grande “Caretaker”.
A série tem seus momentos engraçados e conseguiu agradar alguns japoneses, porém não acredito tenha sido o suficiente para chamar atenção de ninguém. Além disso, vamos ser sinceros, ninguém quer o lançamento de mais uma série de comédia na revista. Todo mundo está muito alegre com Shinrin Ouja Moriking, MASHLE, Mitama, Magu-Chan e Boku no Roboko.
Nota: 2 / 5
Chances de Serialização: Baixas. A Série não é ruim, por isso eu não diria que são zero as suas chances de serialização, mas não é que os japoneses se importaram tanto assim com o mangá, muito pelo contrário, Sennyuu Sousakan Onigashima foi bem ignorado. É simples, tivemos muitas séries boas nessa Jump GIGA, é normal que algumas “legalzinhas” sejam esquecidas. Para conseguir se tornar uma série, tu deve SEMPRE se destacar na Jump GIGA.
Kobare Sakura no Sabigatana (Autor: Matsui Rin)
Chegamos na estrela dessa edição: Kobare Sakura no Sabigatana, de Matsu Rin – Com uma página colorida que remete muito a Kimetsu no Yaiba, a série tem vários pontos que a rende única, e não simplesmente um “sucesso” da série da Gotouge (Para os haters de Kimetsu no Yaiba, sim, a série da Gotouge se tornou ponto de referimento para novos mangás e certamente muitos autores vão tentar emular o seu sucesso e estilo).
Na verdade, Kobare Sakura no Sabigatana é uma mistura de ONE PIECE, Boku no Hero Academia, Kimetsu no Yaiba e um toque de originalidade, que deixa a série interessante. Iniciamos conhecendo a sala no qual o protagonista estuda: Temos vários estudantes geniais, que sabem utilizar muito bem a katana e várias outras estradas. A vila, no qual eles estudam, está sendo constantemente atacada por serpentes gigantes. Em um desses ataques, o professor pede para seus alunos defenderem a vila, e todos os membros vão defender, menos o nosso protagonista que não ajuda em quase nada.
O autor nessas páginas vai desenvolvendo também os dois personagens secundários (esquerda e direita da página colorida), que parecem ter uma personalidade muito interessante e Shounen. Todos os personagens da história, de certo modo, são bem carismáticos. Os três personagens principais tem dinâmicas divertidas entre eles e uma boa química, o que é um ponto positivo para o mangá. O autor consegue criar empatia ao herói da história, justamente por essa ótima química com os personagens secundários, por exemplo as sequências de quadros no qual o protagonista vê seus companheiros sendo superiores nos ajuda a criar essa empatia.
O protagonista continua não ajudando em nada, mas tudo muda quando uma serpente humanoide ataca a vila, e nenhum deles consegue vencer essa criatura. Em uma sequência desenhada muito bem e com páginas duplas belíssimas, o autor faz vê a evolução do protagonista, que consegue vencer o inimigo e salvar a jornada. Os três companheiros comemoram junto a vitória e a superação do protagonista. A história segue uma dinâmica bem simples, porém muito eficiente por apresentar personagens muito simpáticos.
A história, porém, precisa melhorar muito seu universo para se tornar uma série de sucesso. Eu acho que o autor apresentou é ÓTIMO para um One-Shot, mas não o suficiente para se tornar uma série de sucesso. Talvez o elemento da escola possa ser algo apresentado no segundo ou terceiro capítulo, e o primeiro seja mais focado em desenvolver o protagonista e o universo ao redor, que no One-Shot conhecemos muito pouco. O autor tem um grandíssimo potencial, mas precisa adaptar alguns elementos para tornar Kobare Sakura no Sabigatana uma série de sucesso.
Nota: 5 / 5
Chances de Serialização: Altissimas. A série teve a melhor recepção da GIGA e provavelmente o seu editor já deve estar discutindo modos para transformar Kobare Sakura no Sabigatana em uma série. É importante, porém, dizer que quando eu digo que uma série tem chances altas de serialização, não significa que obrigatoriamente vai se tornar uma série, tem um elemento que pode trazer tudo:
O projeto de três capítulos. Se Matsui Rin não apresentar três capítulos convincentes aos editores, pode ser que Kobare Sakura não vá em frente. Como eu disse na minha análise, a série não apresentou muito do universo, por isso pode ser que simplesmente o universo de Kobare Sakura no Sabigatana não seja interessante. Quem sabe? De qualquer modo, eu acredito que mesmo assim o autor, cedo ou tarde, irá aparecer na revista. Seja com esse projeto ou com um outro mangá.
Tomodachi (Autor: Asagiri Midori)
O penúltimo capítulo dessa primeira parte, é um mangá que o título não consegui traduzir bem, somente os dois primeiros caracteres. Os demais são iguais aos caracteres chineses, porém juntos NÃO FAZEM SENTIDO ALGUM em chinês. Tentei traduzir usando o Google Tradutor e o Google Tradutor diz que é chinês, porém, pelo meu conhecimento em chinês essa combinação formaria uma frase totalmente caótica e sem sentido – Deste modo irei chamar o One-Shot somente de “Tomodachi”, os primeiros dois caracteres em japonês.
A série conta a história de um garoto que quer fazer amizade no colégio, e tenta se aproximar de uma garota. Essa garota, em um momento da história vem capturada por um valentão que se apaixonou por ela. Agora, o protagonista, juntamente com seu amigo nerd, terão que ir resgatar essa amiga – O que esse valentão não sabia, é que o protagonista na verdade é um grande lutador, e mesmo sendo baixo e magro, é um gênio das artes marciais. Utilizando suas incríveis técnicas de luta, o protagonista mete a porrada no valentão e resgata a sua amiga.
O autor, Asagiri Midori, mistura comédia e ação de um modo, que sinceramente eu achei genial: A série lembra um pouco Beelzebub, Normandy Secret Club e JoJo, uma combinação que poderia ser totalmente improvável, mas funciona muito bem. As constantes expressões estranhas, as cenas de ação muito bem desenhadas, o Flashback muito bem adicionada, faz da obra uma ótima comédia (Daquelas que fogem da comédia tradicional, por isso poderiam inclusive vender muito bem).
Eu realmente gostei do que foi apresentado, e sinceramente eu acho que esse One-Shot poderia ser muito bem o primeiro capítulo de uma série, sem grandes mudanças. Talvez poderia adicionar um melhor “Background” para o protagonista, mas seria uma mudança mínima. Porém sabemos que a revista está cheia de comédia, o gênero se saturou muito rapidamente pela grande quantidade de mangás do gênero lançados em pouco tempo. Se for para lançar Tomodachi, eu diria daqui a 2 anos (O que é nada especial, pois normalmente um One Shot demora mais de 2 anos para virar série).
Nota: 4 / 5
Chances de Serialização: Possível para altas. Então, os comentários dos japoneses em relação ao mangá foram bons, porém eu tenho uma leve impressão que a série vai entrar no “limbo” do esquecimento. Contudo, se for para analisar de maneira pura, as chances que Tomodachi se torne uma série são boas. Eu consigo ver o autor estreando na revista daqui a 2 ou 3 anos. Ou até mesmo voltando com um projeto totalmente novo em uma GIGA futura.
BUNNY & GHOST (Autor: Iwakuragu Hiroshi)
O oitavo One Shot a ser lançado, o último dessa primeira parte, foi Bunny & Ghost, um mangá de basquete muito interessante e bem desenhado. Iwakuragu Hiroshi, autor da história, conta a história de dois amigos: Ghost é um jovem loiro, dorminhoco e muito bom em basquete, seus movimentos são fluídos que parecem de um fantasma. Bunny é um adolescente baixo, frágil, que tem medo de segurar uma bola de basquete, mas que mesmo assim quer se tornar um jogador de basquete.
Todo o One-Shot é uma história de superação de Bunny, que com o apoio do seu melhor amigo, tenta se tornar um grande jogador. Bunny é tão ruim que consegue apanhar da própria bola de basquete, é uma coisa incrível. Todo esse drama e treinamento, culmina com o protagonista conseguindo fazer um dos seus primeiros pontos de basquete. Depois disso temos um Time-Skip no qual vemos ambos jogando profissionalmente em times diferentes.
Caso seja serializado, obviamente a série se passaria totalmente no colegial – É muito raro uma série de esporte da WSJ que seja imediatamente no professional, mesmo que como ideia seria muito interessante -. Mas será que Bunny & Ghost será serializado? Então, eu gostei do mangá, mas achei de certo modo, o seu drama um pouco exagerado. O autor deveria transformar a história em algo mais leve para ser lido. Eu acho que esse quesito fez a série perder muitos pontos, pois caso seja mantido, poderia realmente resultar no cancelamento do mangá.
As cenas de basquete são muito bem desenhadas, o design dos personagens é muito interessante e a série demonstrou que também pode ter personagens secundários interessantes, caso sejam desenvolvidos. O que precisam resolver é realmente o peso dramático do mangá, que na minha opinião, é realmente exagerado. Eu sempre digo que séries que exageram no drama não acabam dando certo: Olha o que aconteceu com Beast Children e The Last Saiyuki.
Nota: 3.5 / 5
Chances de Serialização: Possível, tendendo a mediana. Então a recepção do público japonês foi bem mista. Teve um grupo de pessoas que gostaram da série, outros que acharam nada demais. Eu estava tendendo a colocar como mediana, porém levando em conta que os editores estão em busca de uma série de esporte, é possível que acabem modificando um pouco a história e lançando mesmo assim Bunny & Ghost como série.
Ou talvez ouçam a voz do público, e decidam de não publicar a série, e na próxima GIGA tentem uma outra série de esporte. Levando em conta que tivemos um One-Shot na Weekly Shonen Jump #35 que misturava basquete e romance, e esse One-Shot acabou sendo muito bem recepcionado, talvez seja melhor por enquanto, deixar quieto Bunny & Ghost. Mesmo eu gostando de Bunny & Ghost a série, sem alteração tem grandes chances de ser cancelada, caso seja serializada.
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Na Jump GIGA 2020 Summer, teve um One-Shot de romance com ecchi leve muito bonito, eu acho que pode ter futuro na revista. Um concorrente para Ao no Hako.
Vou comentar sobre esse One-Shot na próxima semana, na segunda parte da análise da GIGA Summer! pic.twitter.com/Sf0QDvjrUH
— Leonardo Nicolin (@AnyoneNico) August 4, 2020
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