Quando o azar é sua melhor amiga!
Olha quem voltou para o Analyse It, totalmente reformulado: Isso mesmo as “Primeiras Impressões”, só dessa vez, ao invés de analisar somente o primeiro capítulo de cada série, irei comentar sobre os seus primeiros 7 capítulos, que em teoria compõe o “primeiro volume” de uma nova série da WSJ. Minha análise tem objetivo explicar ao público do que se trata a nova série, realizar uma crítica aos sete primeiros capítulos, explanar a sua recepção no Japão, e no último tópico, dizer se vale a pena ou não a sua leitura.
O primeiro mangá a ser analisado é justamente Undead Unlucky, o primeiro de uma leva de três mangás que estrearam na Shounen Jump em janeiro. Eu serei sincero que eu não tinha grande expectativas sobre a série, não tinha lido nem mesmo o seu One Shot, por isso estava aberto para qualquer coisa. Por isso, sem mais delongas, vou te dizer se vale a pena ou não, ler essa nova série da WSJ.
PREMISSA:
Escrito e desenhado por Yoshifumi Tozuka, UNDEAD UNLUCKY é uma obra B-Shounen com uma grande carga de elementos de comédia: Inclusive o seu primeiro capítulo dá a entender que a série seria um mangá de comédia estilo Gintama ou Beelzebub, porém a partir do segundo capítulo percebemos que na verdade o mangá é um Battle Shounen (B-Shounen).
UNDEAD UNLUCKY conta a história de uma garota azarenta que está preste a tirar a própria vida: O motivo dessa ação é que seu azar é realmente uma grande maldição. Quem toca a garota é contaminado por uma má sorte tão grande que pode levar a morte. Deste modo, cansada de perder os seus caros, decide retirar sua vida: Quando ela estava preste a retirar a própria vida, aparece UNDEAD para salvá-la, um homem que não pode morrer, a sua regeneração corpórea é similar a de Wolverine. Os dois agora viverão uma aventura juntos.
NARRAÇÃO:
O primeiro capítulo da série se baseia praticamente em dois pontos: O primeiro é na apresentação da dinâmica entre os dois personagens, no qual vemos UNDEAD tocar de todos os modos UNLUCKY, em busca de um modo de morrer. O segundo ponto é justamente apresentação dos vilões da história, que é a uma organização intitulada UNION, que tem como objetivo caçar os “Negators”, pessoa que tem estranho superpoderes. Como se pode perceber do nome; os “Negators” tem a habilidade de NEGAR algo: A morte, a sorte, o movimento. Todos têm por isso um nome específico: UN + HABILIDADE.
Os sete primeiros capítulos se baseiam praticamente nessa organização: No qual conhecemos vários dos seus membros (A organização inclusive é composta por dez negators). E devo dizer que o autor de modo muito competente consegue explorar o universo que compõe o mangá. Primeiro, tirando o combate do primeiro episódio, o autor não pega a estrada fácil e muitas vezes falhas, de nos primeiros cinco episódios apresentam praticamente cinco inimigos diferentes. Resultando no esquema: Início capítulo + revelação do vilão + batalha + e vitória surpreendente do herói.
Tivemos praticamente três núcleos de batalhas, no qual o autor sempre conseguiu desenvolver de maneira satisfatória as batalhas contra os vilões, nos deixando em dúvida de como os heróis irão superar a habilidade inimiga. Eu acredito que um dos motivos do sucesso da série é justamente a capacidade do autor em criar esse suspense de como as habilidades de UNDEAD e UNLUCKY serão utilizadas para vencer a habilidade estranha do inimigo.
A comédia da série também acaba sendo muito eficiente. A interação entre UNLUCKY e UNDEAD é incrível: Os dois protagonizam várias cenas extremamente engraçadas. Por isso, podemos elogiar na série a qualidade dos diálogos, que tendem a ser colocado de modo simples, porém muito eficiente. Talvez o que mais incomoda em seus dois primeiros capítulos (esse elemento diminui drasticamente nos capítulos seguintes) é justamente o “ecchi” desnecessário: Não é um problema um mangá ter um pouco de “ecchi”, porém o modo no qual o autor expõe esses “toques inapropriados” é excessivo e pode soar desconfortante para várias pessoas. Principalmente para as mulheres.
A narração da obra, deste modo, é muito competente, e mesmo não apresentando nenhum elemento inovador, consegue prender a atenção do leitor. É uma combinação de boa comédia com uma boa dinâmica de combates shounen. O motivo pelo qual os capítulos agradam é justamente por causa da personalidade dos protagonistas e dos seus super poderes. Pessoalmente não me surpreendeu, mas mesmo assim o autor conseguiu me prender nesses sete capítulos.
ARTE:
Talvez um dos pontos mais fracos da série seja justamente a sua arte. O autor entrega uma arte de qualidade mediana (Digo mediana para não ser malvado), que consegue desenvolver as cenas propostas, mas em nenhum momento encanta o leitor. As cenas de ação, em séries como Boku no Hero Academia ou Jujutsu Kaisen, se tornam uma experiência visual incrível. Em UNDEAD UNLUCKY a arte simplesmente expõe o que está acontecendo, em nenhum momento deixa o leitor realmente de boca-aberta. É tudo correto e nada magnifico.
A organização dos quadros e dos balões poderiam ser um pouco melhorados, já que em alguns momentos podem parecer confusos (E diferente de muitos outros mangás do gênero, o autor não economiza na qualidade de diálogos, causando uma poluição visual gigantescas em certos quadros). Talvez com a experiência o autor saberá organizar melhor os diálogos, evitando uma desnecessária poluição visual.
Tenho certeza absoluta, que com uma arte mais detalhada e cuidada, o autor conseguiria conquistar muito mais leitores: Em certos momentos, principalmente na terceira batalha, que acontece entre quarto e o sétimo capítulo, temos quadros que conceitualmente apresentam uma grandiosidade, elementos colossais (como um lago que se ergue), mas que não conseguem surpreender por completo o leitor, por não serem detalhados o suficiente.
RECEPÇÃO DO PÚBLICO:
Muitos se perguntam se uma série tem chances de ser cancelada antes de começar a ler, por isso, eu acho que esse tópico pode ser muito importante. A obra teve até agora (16 de março de 2020), 55 mil visualizações na Manga Plus, aplicação oficial da Weekly Shounen Jump, no qual lançam os capítulos em inglês gratuitamente. Este é um rendimento mediano, levando em conta que Mashle teve 109 mil visualizações e Guardian of the Witch teve 48 mil visualizações. Porém, pelos muito dos leitores da nova série gostaram do conteúdo entregue.
No Japão, a série parece ter tido uma boa recepção, inclusive os editores decidiram entregar páginas extras no seu oitavo capítulo – Este é um sinal de boa recepção – Eu não acredito que a recepção de Undead Unlucky tenha sido gigantesca, mesmo que tenha sido positiva e que tenha conseguido agradar várias pessoas, por isso a sua permanência na revista ainda está em jogo. As vendas do seu primeiro volume que deve definir realmente se a série tem alguma chance de sobreviver ou será esquecida pelo tempo. Talvez esperar as vendas do primeiro volume antes de começar a ler a série pode ser uma boa opção (Aqui no Analyse It sempre digo as vendas das séries da Jump). Eu acredito que Undead Unlucky irá conseguir sobreviver; eu sinceramente arriscaria dando uma lida na série antes mesmo de ver as vendas do primeiro volume.
CONCLUSÃO:
Pessoalmente, UNDEAD UNLUCKY não me surpreendeu – O ecchi acabou me incomodando muito e sua arte mediocre deixou várias cenas sem brilho –, porém eu não estou aqui para empurrar meu gosto “goela a abaixo”, e eu acredito que UNDEAD UNLUCKY tenha qualidades que podem valer a pena a sua leitura: A sua história parece estar sendo desenvolvida de modo competente e o autor parece ter um bom controle do universo que está construindo.
Além disso, a série apresenta uma boa interação entre os dois protagonistas, proporcionando cenas interessantes e outras extremamente engraçadas: Os dois protagonistas têm uma personalidade divertida, o que aumenta o potencial das cenas hilárias. Eu não diria que por enquanto são personagens profundos que irão marcar a sua vida, mas posso dizer com tranquilidade que eles estão sendo bem desenvolvidos. Talvez a única interação que realmente me dessagrou e tenho certeza que desagradou muitas outras pessoas, é realmente o seu ecchi e os toques abusivos que Undead faz em Unlucky nos dois primeiros capítulo. Repito constantemente essa informação, pois tenho certeza que será um ponto muito negativo para quem decide ler a série. Quando li me INCOMODOU demais, é um elemento muito complicado de ser aceito.
E por fim, é digo uma última informação importante, no caso vocês decidam dar uma chance para a série: Não esperem um mangá sério ou uma obra profundo, que irá te fazer refletir sobre vários aspectos da vida ou que entregará cenas de emocionantes que te levará aos prantos: Você não está lendo Oyasumi Punpun, você está lendo uma série B-Shounen com uma comédia descontraída, que há como intento simplesmente te divertir. É uma série boba, com uma história divertida, que consegue cumprir muito bem o seu objetivo: Entreter de maneira pura o leitor.
Nota: 6.5 / 10