Com dois dias de atraso, lanço a segunda parte do TOP 30 de Melhores Mangás de 2017. Nessa irei revelar os mangás que ocuparam as posições 20-11, deixando o TOP 10 para a última parte que será lançada entre domingo e terça-feira da próxima semana.
Todo mundo acreditava que Gintama iria acabar em 2017, mas a série se estendeu por mais alguns meses, chegando assim vivo ao ano de 2018, mas sejamos sinceros, o ano de 2017 foi fantástico para o mangá, principalmente no sentido de lutas. Nesse ano a quantidade de piadas presente em Gintama diminuíram, contudo as batalhas se tornaram cada vez mais caóticas e instigantes – Além da introdução de Flashbacks que deixam a situação mais “emocional” -. O motivo pelo qual a série não recebeu posições mais altas, é que o autor não é acostumado a trabalhar em séries do gênero (mesmo em vários arcos precedentes tendo entregue lutas fantásticas), e deste modo a solução para algumas batalhas não soam convincente. De qualquer modo, Gintama vem entregando um eletrizante arco final.
2013: 22
2014: 07
2015: 19
2016: 18
Olha quem aparece no TOP 30 pela primeira vez: Otoyomegatari. Eu sempre gosto de aumentar a biblioteca de séries que eu conheço, para assim entregar um TOP 30 heterogêneo – e quando eu estava analisando o Ranking Oricon uma série que vendia muito bem acabou me chamando atenção: Otoyomegatari. Logo após, descobri que o mangá também era lançado aqui na Itália e tinha já vários volumes publicados, assim eu decidi comprar os novos volumes da série, e devo assumir, acabei me apaixonando pela história do mangá.
Otoyomegatari é um mangá histórico, ambientado em uma vila perto do Mar Cáspio (na ásia central), e conta a história de uma garota, chamada de Amir (20 anos), que é prometida a um garoto de 12 anos, que vive em uma outra vila. Mesmo estranhando a cultura da vila e o fato de estar se casando com um garoto muito jovem, Amir consegue se acostumar e viver tranquilamente nessa realidade. Contudo, tudo muda quando sua família decide romper o legame com essa vila e tenta pegar de volta Amir.
Obviamente a série muda bastante e apresenta muitos outros personagens na história, porém, ela mantém várias características que fizeram de Otoyomegatari uma das melhores séries de 2017: personagens profundos, dramas familiares interessantes, dramas culturais interessantes (principalmente relacionado ao casamento e aceitação de uma tradição dura e preconceituosa), uma arte delicada e muito bonita, uma boa ambientação histórica, um romance que acaba agradando o público. Otoyomegatari é uma leitura obrigatória para quem gosta de uma boa história romantica e que ao mesmo tempo entrega uma ambientação histórica de tirar o fôlego.
Primeira Vez
Meu querido Nanatsu no Taizai, que já conseguiu ficar na primeiríssima colocação e sempre está entre os vinte melhores do ano. Esse ano não poderia ser diferente, pois a série continuou a entregar um arco arrebatador, no qual tivemos uma sequências gigantesca de lutas. Aliás, Nanatsu no Taizai raramente tem períodos em que não acontece muitas coisas, normalmente a série sempre está tendo lutas atrás de lutas, momentos dramáticos em sequência – o que não é um ponto negativo – muito pelo contrário, como objetivo do autor é apresentar um desenvolvimento do gênero, se torna uma característica positiva.
Inclusive, os momentos mais memoráveis do ano foram justamente algumas das batalhas, por exemplo Melodias contra Escanor, que se conclui no capítulo 232, foi muito bem construído e deixou a maiorias dos leitores bem animados, principalmente porque finalmente vimos um “humano” mostrando uma grande habilidade e força de combatimento. A revelação do segredo de Elizabeth, a “viagem no tempo” para a guerra santa, mais informações sobre a história de Gowter, e muitos outros acontecimentos demonstram que Nanatsu no Taizai foi uma das melhores séries desse ano e merece estar entre os vinte melhores de 2017.
2013: 05
2014: 01
2015: 08
2016: 17
Normalmente nas minhas analises da TOC eu me nego a dizer a minha opinião sobre as obras da revista WSJ, mas eu gostaria de usar esta matéria para deixar uma coisa muito clara: Haikyuu!! é o meu mangá de esporte preferido de todos os tempos, superando inclusive Hajime no Ippo e Slam Dunk. Em nenhum mangá de esporte eu consegui me convolver com os personagens e torcer pela sua vitória quanto em Haikyuu!!, e mesmo a série já tendo mais de cinco anos de vida, por incrível que pareça, o autor ainda consegue nos entregar capítulos extremamente emocionantes e novos personagens interessantes.
Em 2017 tivemos a continuação de um dos torneios mais esperados pelos leitores da série e mesmo o nível tendo aumentado, o nível dos membros da Karasuno também aumentaram, deste modo continuamos a ter partidas emocionantes, no qual os dois times lutavam a páreo pela vitória. Talvez um dos pontos mais positivos de Haikyuu!! é justamente o desenvolvimento dos personagens: cada membro da Karasuno está melhorando, mas não simplesmente se tornando mais “fortes”, mas estão conseguindo desenvolver habilidades que os tornam únicos. Deste modo, até mesmo os reservas, em situações específicas conseguem adicionar algo ao time. Haikyuu!! não decepcionou em 2017 e parece que não vai decepcionar em 2018.
2013: 12
2014: 08
2015: 02
2016: 05
Tradição contra o progresso. Se tem um tema que sempre me interessou na literatura foi justamente a tradição contra o progresso, pois acaba sendo uma problemática atemporal. Enquanto a sociedade estiver evoluindo, teremos esse grande “embate” entre essas duas forças, e sempre, mas sempre, o progresso acaba se sobressaindo. Golden Kamui é uma das séries que se propõe a mostrar um período no qual essa briga entre esses dois gigantes estava muito acentuado: os primeiros anos de 1900 no Japão. Quando a segunda revolução industrial, mudou e acabou com a tradição feudal, enterrando por uma vez por todas, os samurais.
Golden Kamui deste modo, por si só, já tem uma temática muito diferente de todos os mangás presentes nessa lista, e eu, amante de séries com ambientações históricos, não poderia deixar de fora, um dos melhores mangás do gênero da atualidade. Esse ano Golden Kamui não apresentou um roteiro revolucionário ou cenas chocantes, simplesmente continuou a desenvolver a sua história, indo ainda mais a fundo no cenário histórico da época. Vimos negociantes que tentam se adaptar à nova realidade industrial, vilas feudais que convivem com pessoas que a visitam com carros e armas de fogo, soldados que devem viajar na floresta fria com risco de ursos atacarem (aliás a presença dos ursos em Golden Kamui continua sendo um dos melhores elementos da série). Além disso o autor entregou boas cenas de comédias, personagens carismáticos e boas cenas de combatimento. Golden Kamui continuou sendo um dos melhores mangás da atualidade e um dos mais interessantes.
2015: 29
2016: 24
Um mangá que ano após ano continua entre os melhores do ano é Chihayafuru. Algumas vezes se encontra entre os dez primeiros colocados, outras vezes está entre os vinte primeiros colocados, mas mesmo variando um pouco suas posições, continua sendo um dos melhores mangás da atualidade. Para quem duvida da qualidade da série, Chihayafuru é uma das obras de maior sucesso em crítica da atualidade, e constantemente é eleito pelos críticos japoneses o melhor mangá do ano. E para compensar, suas vendas também são altas, mostrando que juntamente com um apoio da crítica, a obra tem um apoio popular.
Em 2017 a qualidade de Chihayafuru continuou estável (por isso, ALTÍSSIMA). O torneio que tinha começado no ano passado, continuou nesse ano e praticamente ocupou quase todos os capítulos lançados em 2017. O motivo pelo qual o torneio está durando tanto, é que a autora está conseguindo dar o mesmo peso a praticamente todos os jogadores, deixando assim todas as partidas imprevisíveis e com uma grande carga dramática. Vemos personagens que querem provar a si mesmo que são bons, outros que querem provar aos outros. Alguns que conseguem se divertir jogando, outros que dominados pela tensão, nunca se divertem em um torneio. Chihayafuru é um dos melhores mangás da atualidade e se você é um verdadeiro amante de mangás, DEVE dar uma chance a obra.
2013: 08
2014: Não li
2015: 12
2016: 09
Em décimo segundo lugar tivemos Boku no Hero Academia. Em 2017 a série apresentou um arco emocionante e muito corajoso, contudo totalmente focado na batalha entre alguns heróis e a Yakuza, comandada pelo vilão Overhaul. Normalmente o autor apostava em arco que duravam menos de 30 capítulos, por isso chegávamos a ter de dois à três arcos em somente um ano. É inegável que o arco da “Intership” acabou sendo o mais longo da série. Além de ter mudado a dinâmica e o ritmo da narrativa, também vimos uma mudança na força dos personagens. Pela primeira vez vimos “Deku” parecendo um protagonista de B-Shounen (vencendo o vilão após uma batalha épica em um ambiente aberto), antes em nenhum momento o protagonista parecia forte o suficiente para conseguir vencer nenhum dos vilões sozinho. Agora que consigo vê-lo realmente como o futuro substituto de All Might. Outro ponto positivo desse ano foi a morte de um personagem muito importante, que resultará no amadurecimento dos estudantes.
Contudo, nem tudo foram flores para Boku no Hero Academia. A série teve uma pequena queda de popularidade em 2017. Muitas pessoas não gostaram do arco atual, julgando-o muito arrastado, com personagens secundários não tão interessantes (esse elemento foi um dos mais criticados, por exemplo, muitas pessoas não gostaram do desenvolvimento de Kirishima), batalhas que não foram tão emocionantes quanto as precedentes e etc. E mesmo eu não concordando com todas essas críticas, não podemos negar que alguns dos pontos relatados por esse grupo de leitores sejam verdadeiros. Kohei Hirokoshi foi muito corajoso em adotar um arco tão lungo, e isso resultou em alguns problemas do roteiro sendo “revelados”, mas mesmo assim a série continuou a progredir e lentamente estamos vendo os estudantes da academia se tornando verdadeiros super-heróis.
2014: 28
2015: 09
2016: 07
Mas o que tivemos de bom em Tokyo Ghoul esse ano? Se no ano passado tivemos um dos melhores arcos da série (se não o melhor), com várias reviravoltas e morte de alguns personagens importantes. Esse ano, o autor escolheu ir pelo caminho seguro, sem grandes reviravoltas que poderiam mudar toda a história.. Eu definiria esse ano de Tokyo Ghoul como uma batalha de xadrez entre os Ghouls e a CCG. Enquanto o arco do laboratório acabou trazendo vantagem para um lado, o outro arco (que é o atual da série) trouxe mais vantagens para um outro lado. No final das contas, Tokyo Ghoul vem desenvolvendo essa continua guerra civil entre Ghouls e CCG, resultando em uma dinâmica interessante e muitas, mas muitas batalhas emocionantes.
2014: 06
2015: 16
2016: 06
TOP 10 será lançado entre Domingo (14/01) e Terça-Feira (16/01).
TOP 30-21