O olho que tudo vê.
Em um mundo pós-apocalítico, somos apresentados a uma pequena garota, que parece extremamente frágil, mas tem um poder gigantesco – Q, é a nova aposta da Ultra Jump (Revista de Jojolion, Biorg Trinity, Jumbor e etc), e por causa da bela tradução da KIIS Scansubs, podemos ler o primeiro capítulo deste mangá em português, caso queiram ler, cliquem aqui.
Q, como já dito, é uma das várias novas séries que estão saindo na Ultra Jump, revista mensal da Shueisha. Logo no inicio, percebemos que a série se trata de um mundo pós-apocalítico, mas não por uma guerra nuclear, o autor deixa bem claro isso já na primeira página, e sim por chegadas de vários monstros estranhos. Os Godzillas enviados do céu.
Não é a primeira vez que vemos em uma obra japonesa esta temática, o mundo que foi destruído por criaturas que vieram do nula – A mais famosa é logicamente Godzilla, mas ao longo dos anos várias outras obras com a mesma temática, algumas boas, outra ruins, também surgiram. Por isso, Q de Shihira Tatsuya se dispõe a entrar em um universo relativamente bem “manjado”, onde ele deverá criar seu diferencial para poder chamar atenção do público.
E de fato, o primeiro diferencial criado pelo autor, mesmo que podemos dizer que não é tão criativo, é a protagonista. Q (Sim, este é o nome da nossa heroína) é aquela tipica garota de “experimentos cientifico”, a menina que não tem nenhum senso de perigo e que não conhece nada sobre a vida, ela caminha de forma fofa e inocente por este mundo esquecido. Porém, é justamente por seguir este pequeno estereotipo de personagem que chama tanta atenção, ficamos curioso em saber quem de fato esta Q, o porque dela ter um poder tão grande, o fato dela não ter mãos humanas. Ela é fruto de uma divindade? Ou é um experimento cientifico que escapou do laboratório? São duvidas que nascem em nossas mentes, mas que logicamente só com o primeiro capítulo, não conseguimos responder.
Após termos uma rápida apresentação da protagonista, vamos a personagem que mesmo não sendo o principal da história, é o que o autor mais foca no primeiro capítulo da história. Rem, o típico garoto mercenário do bem, o Robin Hood da história, seu objetivo é simples: Resgatar as mercês roubadas pelos ladrões e devolver aos estabelecimentos. Como recompensa ele ganha parte do produto roubado (No caso, comida que a coisa mais importante neste novo mundo, e também ganha “ouro” que depois descobrimos que o ouro na verdade são doces, algo muito raro por causa da dificuldades de produzi-los neste mundo detonado).
Rem faz tudo isso para ajudar a criar várias crianças que ele, e sua irmã decidiram tomar conta – Provavelmente os país destes pobres meninos e meninas foram mortos por monstro ou entraram no exercito para combate-lo (Acredito que futuramente saberemos mais sobre este exercito/milícia, parece que será um fator muito importante no desenvolvimento da história), assim Rem e sua irmã decidiram cuidar deles, ao invés de os deixarem abandonadas na rua passando fome.
Nenhum dos personagens apresentados me animou, sinceramente. Todos eles pareciam que eu já havia visto antes em alguma outra obra… Não consigo, sinceramente, citar qual obra, pois são tipo de personagens já estão enraizados no mundo dos mangás, que aceitamos-os como o “padrão”, sem nem ao menos reclamar. É como ler um Shounen, e ver o personagem principal brincalhão, descontraído e que quando fica sério por atacarem seus amigos, se torna overpower. Exemplo, Luffy, Goku, Toriko, Melodias e etc. São estilo de personagem tão enraizadas na cultura pop japonesa que se tornou “comum” vê-los em determinado tipo de histórias.
Por isso, não posso dizer que os personagens foram o ponto forte da história. Na verdade, Q é extremamente FRACO quando se trata desse elemento, o que nós faz ter atenção na obra, primeiramente é o mundo, mas principalmente, ficamos curiosos em saber o porque do planeta terra ter sido invadido por estes malditos monstros.
A interação dos personagens Q e Rem, mesmo sendo em somente duas cenas do capítulo, é interessante. Imediatamente Rem assume um lado “fraternal” com Q, fazendo que ele tente a proteger quando ela se aproxima daquele “demi” que parece o digimon inseto do primeiro episódio do Digimon Adventure. Mesmo que clichê, é legal ver Rem subestimando o poder da nossa heroina protagonista, para que depois no final, quando ele é salvo por ela, se surpreenda com o seu poder. Assumo, também eu fiquei bem surpreso com a tamanha força de Q, vê-la explodindo o monstro daquele modo com um simples “beijinho” foi espetacular.
A obra fica de fato interessante quando o autor nos apresenta o elemento mais essencial e fantástico do primeiro capítulo, “o olho que tudo vê” – O olho é um elemento tão mistico na cultura mundial, não só no universo cristão, mas também vemos relacionado a cultura egípcia, na ciência com a alquimia, e em vários outras culturas ao redor de todo o mundo. Deste modo, ficamos curiosos em saber qual é o significado deste olho que assola todo o mundo, observando cada cidadão. Será a punição divina aos seres humanos pelos seus pecados? Ou é algo a mais?
Também achei interessante o fato deste olho gigantesco fazer surgir monstro “ao lado”, de todos que olham para os céus. Assim, proibindo os cidadãos de olharem para os céus, pois temem que nasça um “ovo” perto deles (Um bom plano para destruir a casa dos seus inimigos, vá até onde ele more, olhe fixamente para os céus até que nasça um ovo, depois é só correr como um ladrão que foge da policia, e pronto, você terá destruído a casa do seu inimigo com um belo monstro gigantesco).
No final, além do desenho e traço serem muito bem feitos, o design dos monstros é simplesmente fantástico (Os seus olhos esbugalhados são incríveis), o ponto forte de Q de fato são os mistérios criados ao redor deste mundo pós-apocalítico, tudo realmente fica muito curioso em saber mais sobre aquele olho, sobre o passado da personagem principal, de como funciona o exercito, entre várias outras coisas. Mesmo porque, a personalidade dos personagens presentes é extremamente clichê e não consegue chamar atenção do leitor por si só.
Q ao meu ver tem um ótimo futuro, porém devemos ver como será o desenvolvimento dos personagens, e principalmente como o autor vai resolver estes mistérios que foram apresentados no primeiro capítulo. Estou bem curioso em saber a continuação da série e espero que a KIIS Scansubs continue traduzindo o mangá, fizeram um bom trabalho, e eu continuarei acompanhando o projeto. Espero que vocês também apoiem a Scan, e também continuem, caso tenham gostado do mangá.
PS: Temos que torcer para que Rem não se torne um personagem chato que tenta salvar todo mundo de qualquer modo, aquele tipico herói que tem, porque tem que ser, o justiceiro da parada toda, o tipo de personagem que se não for bem desenvolvido, se torna muito, mas muito irritante.