Após meu teclado quebrar de forma mais estranha possível, finalmente eu pude escrever as minhas primeiras impressões sobre um dos novos mangás da Weekly Shonen Jump… Sporting Salt. O mangá está sendo traduzido pela Seikou Scans com uma eficiência jamais vista – Inclusive já lançaram o segundo capítulo do mangá, para quem quiser dar uma bela lida: Sporting Salt.
Mesmo já tendo dois capítulos em português, vou somente comentar desta vez o primeiro capítulo – Para quem não sabe, Sporting Salt de Kubota Yuuto, é o terceiro mangá da leva de Setembro da Shonen Jump. O mangá teve em 2013 um One Shot lançado, que não foi muito bem aceito pelos japoneses, tendo criticas pesadas em relação ao humor “sem graça” e também ao seu desenho extremamente fraco. Mesmo com estes fatores, os editores da Jump viram um grande potencial para o mangá, assim decidindo serializa-lo.
Deste modo, quando foi anunciado que Sporting Salt seria uma das novas séries, um rage enorme caiu sobre a série, muitos até considerando a série como uma clara “almofada” para Bleach e Gintama. Por isso, das três novas estreantes (Lembrando que temos também Juudouzu e Hi-Fi Cluster), Sporting Salt é a única que já estreou com pessoas querendo que a série fosse cancelada. O autor com este primeiro capítulo tinha um claro objetivo: Surpreender o público, demonstrando que Sporting Salt merece sim estar na Shonen Jump.
Vemos nas primeiras páginas que Kubota Yuuto mudou bastante a série para conseguir agradar o maldito público da Shonen Jump – O seu traço foi modificado, alguns rosto chegam a lembrar uma versão menos detalhada e mais feia de alguns personagens de Oh Great, autor de Air Gear, mas mesmo com essa modificação, mesmo tendo umas páginas bem desenhadas, deu para sentir que o autor ainda tem muito a evoluir, esta fraco o seu desenho para um padrão de magazine (Muitos quadros são incompletos ou bem mal desenhados).
Logo percebemos de cara a mudança no traço do autor, continuamos nossa leitora, conhecendo dois personagens, que por incrível que pareça não são os principais – A interação dos dois é bem interessante, talvez o ponto mais forte do capítulo. Não pelo Manabu que é um tipico loser sem nada especial, e sim pela Runa-Chan. Eu sinceramente consegui me simpatizar pela sua causa, pelo modo em que ela luta para que seu melhor amigo se torne um grande esportista.
Até aí, o capítulo estava sendo desenvolvido de forma interessante, como eu já disse mais pela personalidade de Runa do que de qualquer outro ponto (Desenho, conteúdo ou Manabu)… Ao meu ver o capítulo começa a ir ladeira abaixo quando fomos apresentados o personagem principal, Shioya. Em sí o personagem é bem engraçado, o seu jeito “doutor maluquinho” é legal, e alguns jeito dele agir é bem, mas bem hilário.
Porém ele foi apresentado de forma muito irreal, ele transformou uma história que deveria ser sobre esporte, sobre um loser que se supera, em algo totalmente incrédulo – Este é o maior erro de Sporting Salt, não consegue passar nenhuma realidade ao leitor. Logicamente, quando lemos um mangá como One Piece, Naruto, Beelzebub, devemos abdicar um pouco do nosso senso de “realidade”, muitos pontos naqueles mangás serão totalmente irreais, devemos que ter uma suspensão de descrença. Mas tudo tem seu limite, não é que devemos abdicar totalmente da realidade, principalmente se a obra passar na realidade.
Sporting Salt apresenta o doutor como alguém que em poucos dias, ou até poucas horas consegue transformar um ruim esportista, que de nenhum modo tem um físico pronto para ganhar aquela competição, em um super esportista totalmente superior aos demais. Como? Com uma revolução medica ativando um certo ponto do seu corpo. Por mais que o autor, Yuuto, tente me convencer com argumentos medicos e super detalhados, não consegue me convencer que isso é possível. Fazendo que toda a cena final se torne exagerada.
Outro ponto fraco é o fato do autor tenta piorar o drama do personagem loser, Manabu, dizendo que sua amiga que ele tanto ama, nossa querida Runa-Chan, vai ter que se mudar. Primeiramente, este drama da amada se mudando de cidade, mesmo sendo muito comum na vida real, já encheu o saco no mangá. Não funciona. O autor poderia inventar um outro drama, ou melhor… não colocar drama nenhum relacionado a isso.
Pois além deste ponto ser muito mal desenvolvido (O autor só toca em um certo momento da história de forma muito superficial), o autor no final do mangá esquece que ela irá se mudar. Tipo, oba Manabu ganhou a corrida por causa do empurrão no triangulo dos milagres, agora se declara para Runa-Chan, ela aceita namorar com ele, e… autor, tu esqueceu de um detalhe, que não é tão pequeno assim… Queremos saber como vai terminar esse drama da guria que vai se mudar. ELE SIMPLESMENTE NÃO EXPLICA. Olha, Yuuto, perda de memória é algo muito sério, melhor ir à um médico (Médico, não adolescente mágico) cuidar disso.
Isto não é um ponto negativo, mas é importante ser citado, o fato do autor ter eliminado o ecchi da história – Este primeiro capítulo tinha um bom espaço para ecchi, era só aumentar o “ecchi appeal” da personagem Runa, o que não era muito dificil, mas parece que ele preferiu retirar totalmente este fator da história para focar somente no humor. Este pode ser um ponto negativo, como também pode ser um ponto positivo, dependendo se a pessoa gosta de Ecchi ou não. Achei negativo, porque pelo que vi, a história poderia ficar muito mais interessante com um leve elemento ecchi.
Para encerrar, descobrimos que o doutor terá que cuidar de mais outros 86 clubes do colégio, outro número exagerado por parte do autor, uma escola com mais de 86 clubes? Mas o autor fez isso por motivos lógicos, dar vida longa a história, já que tendo 86 clubes, deve dar no minimo uns 100 (Levando em conta que alguns clubes podem durar 2 ou 3 capítulos).
Mesmo com esses furos já no primeiro capítulo, com uma história que não te faz crer que pode ser real, mesmo passando no mundo real, e com um traço fraco, Sporting Salt tem seus pontos positivos, entre eles é a personalidade do personagem principal, o fato dele ser louco pelo fisico dos personagens é fantástico. Tem várias cenas que são de fato engraçadas, o autor te faz rir em alguns momentos, e também conseguimos ver um potencial na história em relação aos esporte, caso o autor consiga fazer os casos semanais mais críveis.
Resumindo, Sporting Salt tem vários problemas que precisam ser sanados – Talvez nos próximos capítulos o autor, Kubota Yuuta consiga sanar todos estes problemas, mas acho difícil, é muito pouco tempo para que ele consiga resolver tantos defeitos estruturais na obra. Após ler este primeiro capítulo, acho dificil que o mangá consiga sobreviver, mas se levarmos em conta que de certa forma tem várias piadas engraçadas e o personagem principal é simpático, pode ser que alguns japoneses (Tirando o grupo da 2ch que está apedrejando o mangá) tenham gostado. Estou torcendo por essa melhora, pois, por mais das minhas grandes criticas, acredito no potencial da série, podendo se tornar um “Sket Dance” dos esportes.
Lembrando que a Seikou Scan já lançou o segundo capítulo traduzido, a scan vêem fazendo um trabalho super eficaz e rápido, caso queiram ler, é só acessar a página da Scan (Deixei o link no começo do post), e baixar (Ou ler online, como preferir).