A Kyodai fez o grande favor de traduzir Boku no Hero Academia (My Hero Academia), confirmando mais uma vez ser uma das scans mais compromissadas com a alta qualidade e com a diversificação dos mangás – Com certeza, sem a nossa querida Kyodai Scan, muitos mangás não seriam traduzidos para português. Caso vocês não tenham lido o primeiro capítulo ainda, acessem a Kyodai Scan (Que agora esta com o final com.br), e baixem o capítulo.
Antes de começar, se vocês repararem, o site há algumas semanas está com a imagem do protagonista de Boku no Hero Academia. Em um ato de loucura, decidi apostar nessa nova série para ser a imagem da série. E é por isso que fiquei tão ansioso por essa tradução feita pela Kyodai Scans, para ver se essa aposta vai dar certo.
Sem mais delongas, Boku no Hero Academia é o terceiro mangá de Kouhei Horikoshi, autor do fracasso gigantesco que foi Sensei no Bulge. Desta vez, ele, juntamente com os editores da Jump, decidiram dar vida a um One Shot de cerca de 5 anos atrás, logicamente, mudando muitos aspectos.
Logo nas primeiras páginas, o autor faz questão de nos apresentar o protagonista, juntamente com este mundo que ele criou – Já que o universo de Boku no Hero está tão correlacionado ao protagonista, que se tornou praticamente impossível explicar um, sem que ao mesmo tempo ter que explicar o outro.
O universo de Boku no Hero é bem interessante, por se tratar em um mundo onde muitos tem super poderes, com certeza tem vários pontos que nos lembra o universo dos X-Men, por exemplo o fato desses super poderes serem uma mutação, ou melhor dizendo uma evolução. Também é impossível não se lembrar de One Punch-Man, já que temos um ranking de heróis.
Porém mesmo capturando alguns ideias de outros autores, Horikoshi fez que seu mangá continuasse de certo ponto original – Foi inteligente a sua estratégia, pegar para sí qualidades de outros mangás e HQs (É inegável a suas influências na HQs da Marvel e da DC) e adicionar ao seu universo, deixando-o ainda mais rico e interessante.
Mas um mangá não é feito somente de um universo interessante, mas os personagens que o circundam também deve ser interessantes. Alguns heróis apresentados, como o homem de madeira e a mulher lutadora, me chamaram muita atenção, ao ponto de me dá interesse em saber mais sobre eles, porém os demais personagens me soaram extremamente clichês.
Falemos primeiro do protagonista, Izuku, é uma adolescente de 14 anos sonhador… Simples. Ele nasceu sem nenhum super poder ou “individualidade” como foi traduzido pela Kyodai (Ótima tradução da Kyodai, inclusive), mas mesmo com este grande empecilho quer se tornar um herói. Em contra partida temos Katsuki que é o típico personagem valentão que se acha.
Os dois vão servir como contra-ponto por todo o mangá, brigando como Sasuke e Naruto, em que pode se tornar muito chato se não for bem desenvolvido – Na verdade, já no primeiro capítulo soou muito chato toda essa relação entre os dois personagens, pois já vimos em vários e vários mangás.
Para piorar, Izuku, o protagonista por mais que tenha um drama bem convincente, a sua cara de “menino chorão” precisa ser superada – O super herói All Might talvez foi o personagem mais simpático na história, é interessante vê-lo todo destruído por causa do seu trabalho, mostrando que não é fácil ser um herói.
Porém mesmo assim era muito, mas muito previsível que por causa de alguma ação heróica do Izuku, o All Might iria mudar de opinião sobre ele não conseguir ser um super herói. Talvez este foi o ponto mais fraco de todo Boku no Hero Academia, a história é previsível com vários clichês.
É estranho, mesmo tendo tantos clichês e sendo previsível a história, gostei do que eu vi no final das contas… Principalmente porque vemos a história e percebemos que ela pode ter um futuro brilhante, com a academia de super herói, que provavelmente aparecerá no futuro (Onde Izuku e Katsuki devem entrar juntos, aumentando a rivalidade deles) e também com a diversidade de super poderes que a história pode ter.
O desenho do autor evoluiu muito também, percebemos que ele conseguiu nos entregar uma arte ao seu estilo, e bem mais limpa do que seu mangá antecessor – A cena do monstro gosmento dominando Katsuki é belíssima e te deixa sufocando. Já dá para imaginar que Boku no Hero no futuro poderá nos entregar cenas de luta muito bem desenhadas.
No final, Boku no Hero Academia é uma história com um universo riquíssimo, com um protagonista normal, que precisa ser aperfeiçoada – com o tempo provavelmente será. O fato da história ser previsível com alguns elementos clichês também prejudicando o primeiro capítulo da história, mas não estraga a leitura, talvez rende até mais de fácil digestão.
Vejo um bom futuro de Boku no Hero Academia, principalmente porque acredito que aos poucos estes problemas serão sanados. A história tem seus clichês? Tem, mas não soam tão irritante como soava, por exemplo em Hungry Joker… Na verdade foram até bem encaixado, mesmo que eu preferiria uma história sem eles.
Acredito no futuro de Boku no Hero Academia, e ele tem potencial de se tornar um grande shounen de luta futuramente… Principalmente se analisarmos o potencial do seu universo, da academia de super heróis que em algum momento Izuku poderá entrar, o ranking de heróis e vários outros elementos que deixam claro que Boku no Hero é um mangá com grande potencial e com o tempo pode se tornar um grande battle shounen.
Texto: Reformulado e corrigido no dia 31/03/2024.