Zero to Hyaku, a nova spokon de basquete chegou! Qual é a dessa história e como está sua recepção? A Magazine está terminando o ano com algumas mudanças e vamos mergulhar a fundo na line-up nesse artigo, recheado de imagens, com vários tópicos para discussão como: fim de Megami Café e o retorno imediato de Seo Kouji, o anime de Yowa Yowa Sensei finalmente com novidades, quais séries devem se despedir em breve da revista (com um cancelamento já quase confirmado) e Sentai está acabando… mas qual Sentai? Além disso, impressões diretas do Japão sobre a Magazine. Tudo isso e mais na análise das TOCs da segunda maior revista shonen do Japão.

Primeiramente, explicar o sumiço recente. Quem leu o artigo de Nue no site deve saber (e quem não leu, leia!), mas estive recentemente por algumas semanas no Japão e subestimei a dificuldade que teria para achar tempo de ler e escrever sobre a revista. Assim que voltei também tive a proeza de ficar bem doente e só agora estou voltando à normalidade. Dito isso, pretendo continuar com as análises semanais como sempre depois desse pequeno hiato. E, ao menos, agora por causa dele tenho coisa demais para comentar e imagens para postar — estarei espalhando as capas pelo artigo.
O FelRib também me ajudou e no lugar de postar quatro tabelões de TOC, nessa semana usaremos um Excel especial para guiar a matéria. Começarei falando da série nova e do final de Megami Café, mas depois devo seguir a ordem da TOC mais recente.
Agora vamos falar de quadrinhos que é a razão de vocês frequentarem o site. Desafiando todos os comentários que fazemos em matérias de diversas revistas, a Weekly Shonen Magazine decidiu apostar em outra spokon tradicional, mesmo em plena crise do gênero nas publicações shonen! Zero to Hyaku é o nome da figura, é de basquete e criado por Soichiro Edo, que foi assistente em DRCL Midnight Children e The Climber.
O mangá conta a história de Rei, um garoto baixo que sofre bullying dos seus companheiros de basquete por chutar a bola usando as duas mãos, algo que segundo eles é “de menina”. O garoto adora o basquete e sonha em ser um grande jogador, mas pensa em talvez desistir enquanto perde a confiança em si mesmo.
Aí que entra Haku, o nosso segundo protagonista. Um jogador de basquete de rua que viveu por anos nos Estados Unidos, Haku exala confiança e técnica no basquete, capaz de dribles incríveis e fundamentos tão bons quanto. Ele encoraja Rei a continuar praticando o esporte sem abandonar o seu estilo de duas mãos. Haku está procurando jogadores interessantes e Rei chamou sua atenção.
Eventos ocorrem e os dois acabam numa partida de basquete de rua contra os bullies de Rei. Com o auxílio de Haku, que percebe que o garoto possui uma excelente pontaria e usa isso para conseguir um rebote, os dois vencem a partida com uma enterrada invertida.
Haku agora quer transformá-los na dupla de 0 (Rei) a 100 (Haku).
É uma história bem tradicional do gênero e que tem como grande destaque a impressionante arte do autor, que acerta em cheio naquele estilo mais realista, mas extremamente fluído em termos de arte e quadrinização.

O conceito de um protagonista que é uma zebra no esporte e que pode crescer junto do leitor na história e um mais experiente, que pode apresentar os aspectos mais específicos e complexos do esporte, é uma fórmula funcional. O mangá foi bastante comparado com o clássico-em-hiato da Magazine, Ahiru no Sora, mas obviamente tiveram comparações com Slam Dunk e afins também. Até o ponto de que a Magazine Pocket tem uma série de basquete de sucesso (Hanabasu) foi mencionado como um adendo pelos leitores para acreditar que basquete pode “quebrar a maldição das spokon”.
Mas a recepção mostra esse caminho? Inicialmente, a recepção foi positiva, principalmente por leitores que queriam outra spokon tradicional. O problema é se o mangá alcança gente além disso e, no momento, os números da Magazine Pocket e nas redes sociais são bem mornos, para dizer o mínimo. Sim, a maioria que leu gosta, mas se o número for pequeno, será um problema.
Claro, não dá para decretar nada, estamos aí com Suruga Meteor sobrevivendo com pouca moção online e até vendas mais baixas, mas esperar que uma exceção sirva de “exemplo” já não é algo muito bom. A Magazine não é a Jump e Zero to Hyaku terá seu tempo para tentar se provar, o mangá tem qualidade e será questão de tentar alcançar um público maior que pode estar ainda interessado em spokon shonen, mas que está sem dar chance para as séries recentes do gênero na Magazine (Love Forty), Sunday (Ichika Bachika) e Jump (Harukaze Mound), etc.


Na edição 49 tivemos o capítulo final de Megami no Café Terrace e, em sinal de imenso respeito ao autor Seo Kouji, o mangá se despediu com uma rara capa e as primeiras páginas coloridas da semana.
Por muito tempo especulamos que o final de Megami Café poderia salvar algum mangá da lineup na zona de risco, mas já fizeram questão de anunciar que o mangá que tomará o “espaço” é a nova série do próprio Seo Kouji, que começará no dia 14 de Janeiro já, e será uma história sobre uma ilha remota.
Com inúmeros hits na Magazine, o autor tem o tapete vermelho para lançar séries quando quiser, mas o mais impressionante é fazer continuamente por mais de 20 anos. Sim, a perda de um hit que vende mais de 20 mil volumes físicos ao mês seria um baque, então ter Seo Kouji de volta tão cedo é a forma perfeita de manter esse número elevado de vendas e conseguir outra romcom que durará anos.
Megami Café manteve uma pegada de mais comédia até o final, com esse próprio capítulo terminando com piadas e situações hilárias, então não será surpresa se o próximo mangá dele continuar nesse ritmo que fez de Café um vencedor e uma das leituras leves preferidas dos leitores da revista. Estaremos esperando.

As primeiras páginas coloridas da edição 52 vão para Yowayowa Sensei que celebra três anos de série e traz comentários dos dubladores do anime, hypando o anime que chega em Abril de 2026.
A adaptação será uma produção da Brain’s Base, com os nomes envolvidos sendo funcionários ou parceiros regulares do estúdio, que vem entregando trabalhos decentes recentemente, como Dekin no Mogura, que é um anime nicho e bem amado em círculos mais hardcores.
O diretor Ishiodori Hiroshi mesmo dirigiu Dekin no Mogura e Dorei Elf, dois anime bem avaliados recentes do estúdio. No geral, temos um time experiente e a maior dúvida sobre o anime é o fato da Brain’s Base não fazer tanto ecchi, um dos grandes focos de Yowayowa Sensei. Os fãs do mangá mesmo regularmente elogiam a obra por ser “erokawaii” pelo traço da autora Fukuchi Kamio — variando bem do fofo para o sexy quando precisa.
Quanto às vozes, Hiyori manteve Kouno Marika que a dublou em PVs antes e Abikura é o seiyuu mais novato Hatano Kakeru. Escolhas que fazem sentido, não tem muito o que inventar.
Agora trazendo uma experiência que tive in-loco no Japão, mas é surpreendente o tanto de merch que Yowayowa Sensei tem para uma obra sem anime que vende pouco menos de 10 mil volumes físicos ao mês. Recebe mais que várias séries com anime, com diversas artes de Kamio servindo de base para pôsters, pastas, acrílicos, etc. Não é nada difícil achar Yowayowa Sensei andando por aí em Akihabara, além disso todos os volumes da série sempre estão em estoque nas sessões da Shonen Magazine.
Isso quer dizer que é um megahit? Não, mas aponta para uma base hardcore de fãs que estão dispostos a comprar produtos. Falei um pouco disso no meu artigo de Nue, mas é uma saída para vendas em queda ter algumas obras que vendem para esse público mais disposto a usar seu dinheiro em merch, eventos, etc.
Yowayowa Sensei nunca deve se tornar um sucesso no Ocidente, seu anime pode proporcionar crescimento no Japão ao mangá se traduzir bem a arte da autora para a tela, só que como podem ver, talvez o grande foco seja conseguir vender produtos que nunca veremos num ranking da Oricon. Portanto é entender que há mais valores em obras do que apenas as vendas físicas de mangá, inclusive Fukuchi Kamio deve ser a autora com menos paradas na Magazine e isso também deve gerar prestígio com os editores.

Seguindo a linha do desejo de ter um spokon de sucesso, Suruga Meteor consegue posições médias e um ótimo segundo lugar num capítulo de mais destaque.
O mangá continua sendo uma obra sem muita presença online, mas anunciaram mais reprints para os volumes passados. Além disso eu achei facilmente todos os volumes à venda em várias lojas, então é claro que a Magazine investe muito e acredita que Suruga Meteor pode continuar crescendo.
Se é estranho todo esse apoio considerando suas vendas baixas? Eles continuam citando os votos dos leitores da revista semanal, então esse fator continua o colocando acima dos demais cancelados.


Nessas quatro edições Kaijin Fugeki teve dois capítulos, os dois ganharam páginas coloridas para promover seu novo volume e o clímax do arco em andamento.
É bem claro que Kaijin conseguir vender acima das 20 mil cópias mensais o faz um dos maiores battle shonen DO MERCADO sem um anime. Podem falar que a barra caiu e tal, mas o fato é esse, 20 mil é um ótimo número atualmente, garante segurança e um anúncio de anime provavelmente em 2026 já.
Com o sofrimento da Magazine para achar battles de sucesso, Kaijin Fugeki deve continuar recebendo páginas coloridas e bastante promoção. O único “problema” é que isso causará mais semanas de break, mas sinceramente, considerando a qualidade altíssima da arte, é compreensível e não é como se alguém estivesse com pressa com o mangá.

Com duas posições intermediárias nas edições 49 e 50 e uma alta na 52, Mayonaka Heart Tune fecha o ano em alta.
O anime de MayoTune está vindo já no dia 6 de Janeiro, pouco mais de um mês de agora, e o marketing continua crescendo cada vez mais com a proximidade da animação. Todas as páginas da série em redes sociais estão bem ativas, existem promoções, etc. Nas lojas que visitei também sempre via os volumes todos estocados, porém ainda sem merch, que deve vir em Janeiro mesmo.
O mangá também cumpriu seu papel e concluiu bem o arco da viagem escolar que, como muitos suspeitavam, era mais focado em Iko, a vtuber. Bom timing considerando que o anime está vindo com uma música da vtuber Hoshimachi Suisei que é daquelas artistas que sempre pode entregar um potencial hit.
Provavelmente vão pegar leve nas páginas coloridas até a edição promovendo o lançamento do anime, seria legal uma capa. Será que é possível?

Kurotsuki no Yaergnacht continua recebendo posições decentes por ser o Maior Hit da Magazine de 2025. E só não foi o maior das quatro grandes revistas shonen porque a Sunday trouxe um veterano popular de volta, mas Yaergnacht chegou perto e superou todos os lançamentos da Jump, por exemplo. Promoção merecida.
Outra obra que recebia certo destaque nas lojas que chequei, mesmo com apenas dois volumes até agora. É uma das apostas para crescimento em 2026, mas também não seria nada ruim que ele parasse no patamar atual — está cada vez mais difícil crescer por vários volumes na indústria atual.
De qualquer forma, a história segue seu ritmo habitual, sem nada muito fora da fórmula estabelecida acontecendo. É o que acontece com autor que ganha segurança cedo e pode manter o plano de roteiro original firme.
Bastante promoção nas lojas que vi para Kanan-sama, ainda mais ressaltando o anime vindo em Abril. Em contrapartida, não vi tanta merch quanto Yowayowa Sensei. É um fenômeno estranho de se pensar, mas Kanan tem figures anunciadas e tudo mais, então suas promoções devem estar mais atreladas à estréia de sua adaptação.
O mangá está em momentos de capítulos episódicos, focando em ser uma leitura semanal leve. Já o nonco está enchendo o perfil dele de posts da vtuber Kikirara Vivi como sempre, que ele fez o design. O autor está vivendo em paz completa com seus sucessos recentes enquanto espera o anime.
Capítulos meio polêmicos para Kuroiwa Medaka, outro dos regularmente bem promovidos. A Mona nem apareceu direito nesses capítulos aliás.
Kuroiwa Medaka não é daquelas romcom que deu certo em merch, com poucos produtos considerando o quão bem vende, mas é muito popular na Magazine Pocket, com todos os capítulos gerando muito engajamento na plataforma. Esse arco atual da Asahi mesmo tem seus fãs e seus haters, mas continua mantendo a obra lá no topo.
E Sentai vai acabar… Mas não Sentai Daishikkaku! Pois é, o que está para acabar é a série de tokusatsu Super Sentai, que é o que o mangá parodia. Depois de 50 anos no ar, Super Sentai não aguentou mais de uma década de vendas ruins e acabará nesse ano com o final de No. 1 Sentai Gozyuger, com uma nova franquia (Project RED) substituindo seu espaço na TV.
Dizer que isso é um choque é pouco até, é tipo como se tivessem anunciado que Superman vai acabar. Super Sentai é uma das franquias mais icônicas e influentes da história do entretenimento japonês, qualquer pessoa no país e até fora reconhece o conceito dos cinco heróis coloridos com um robô gigante. Porém as crianças perderam o interesse na franquia por achá-la… infantil demais? Enquanto isso o público adulto prefere ver Kamen Rider e Ultraman, deixando Sentai num limbo que não conseguiu se livrar.
“Ok, mas isso é relevante para o mangá?” Creio que sim. De certa forma explica que o conceito de Sentai em si já não era mais tão popular desde o começo. Sentai Daishikkaku faz inúmeras referências e se baseia nos tropos e conceitos de Super Sentai completamente, mas se as crianças de hoje já nem assistem mais o original, imagina uma “farsa” baseada nela. O público já foi limitado a um mais velho com nostalgia desde o começo.
E mesmo nesse público, o mangá foi polêmico. Não sei se lembram que fizemos uma matéria no site sobre isso, mas muitos fãs de Super Sentai achavam que Sentai Daishikkaku não respeitava sua inspiração (pessoalmente, discordo). Então sempre foi uma série que remou contra a maté.
Curiosamente, o mangá ganhará uma página colorida na edição que vem para celebrar 200 capítulos com, aparentemente, uma enquete de popularidade? Se for o caso, indica que a batalha final em andamento deve durar mais alguns meses o que, curiosamente, faria que Sentai Daishikkaku acabasse só depois do fim dos Super Sentai originais. Ironias da vida.

Com volume novo no mês, Kakkou no Iinazuke ganhou as primeiras páginas coloridas da edição 51 com uma arte das heroínas como vampiras. É uma colaboração com o outro mangá em andamento de Miki Yoshikawa, Hiiragi-san Chi no Kyuuketsu Jijou, uma comédia romântica sobre vampiros.
O fato dela conseguir publicar um mangá semanal e um mensal ao mesmo tempo sempre me impressiona, ainda mais com o quão bonita a arte dela é. As vendas continuaram na mesma, mas pertinho de Kanokari dessa vez. Números bem aquém de seu ápice, mas ainda muito boas para o mercado atual.
Quanto à história: sinal nenhum de encerramento! Teremos um 2026 cheio de Kakkou no Iinazuke. Considerando o tanto de produtos que a série recebeu, acho que a Kodansha não tem pressa alguma para que o mangá se despeça.
Estamos no mês do lançamento da nova temporada de Ao no Miburo! O mangá histórico que relata a criação e existência do Shinsengumi continua firme e forte com seus capítulos em estilo Novela de TV. Nada de rush aqui também, ainda mais com o anime vindo aí em ótimo horário de TV, substituindo Boku no Hero Academia nas telas.
Curiosamente, foi mais difícil achar os volumes ou, bem, qualquer coisa do mangá. Acredito que a sua leitura seja feita primariamente online, aonde tem um bom volume de comentários na Magapoke. Mesmo assim não devem demorar muitas edições para que o mangá ganhe as primeiras páginas coloridas.
O nosso amado Kanojo, Okarishimasu é outro que vai prometendo um 2026 cheio. Os arcos narrativos de Ruka e Mami podem estar a caminho de uma conclusão? É possível. Assim como é possível que o Reiji Miyajima subverta tudo que eu espero da direção futura da história.
O mangá vive aquele estado eterno de queda de vendas que, sinceramente, é completamente normal considerando a duração imensa da série. Não sei quantas vezes já li por aí que “Kanokari já é maior que Dragon Ball”, até o Miyajima comentou isso. Pois é.
De qualquer forma, a quantidade insana de produtos do mangá não mente: Kanokari é popular e está na boca do povo. E em 2026 teremos mais do anime! Um ano com mais Kazuya, Chizuru, Ruka, Mami, Mini. Quem é Sumi mesmo?
Banjou no Orion continua ranqueando quase sempre da metade pra cima na revista e parou perto da faixa dos 15 mil volumes mensais, de bom nível para o mercado atual.
É outro mangá que achei os volumes estocados facilmente. A impressão que dá é que a Magazine faz um trabalho melhor disso que a Jump, que é mais difícil achar volume de suas séries intermediárias.
É de se dizer que Orion só deve voltar a crescer com alguma adapação, seja anime ou live action. Esse anúncio deve chegar em 2026, quando a série passará de 100 capítulos. O tempo voa.
Já Yumene Connect, diria que é mais improvável receber um anúncio no ano que vem. Vejo o mangá como um que correu risco de cancelamento até ser salvo pela performance ruim das novas séries em 2025, assim o editorial viu que Yumene está aqui para ficar e agora deve começar a procurar parceiros para uma animação.
O mangá não é dos que mais vende, mas tem sua base de leitores. Curiosamente, ele é bem promovido nas lojas que vi, e não só em Akihabara. Deve ser o caso de acreditarem no possível potencial de um “novo To Love-ru”.
Prova da segurança do mangá é que ainda estamos no arco do planeta alien. Um arco longo assim sem apressar nada é sinal de que o autor se sente em posição confortável. E vamos de página colorida na próxima edição para começar 2026 bem.
O grande Blue Lock continua aparecendo mais geralmente perto do meio que do começo da revista. Sempre acreditei ser uma estratégia para fazer com que seus leitores fossem forçados a folhear mais páginas, mas oficialmente não tem uma resposta para isso.
A série está de boa como sempre, contudo nessa passagem no Japão vi bem menos Blue Lock do que da última vez que fui, em 2023. Não me entendam errado, Blue Lock ainda é a série da Magazine com mais produtos, colaborações e visibilidade por aí, mas me pareceu estar menos em “todo lugar” como estava antes. Algo normal já que devem estar guardando o investimento maior para o período próximo da Copa do Mundo.
Enquanto isso parte de seu espaço em lojas com foco num público feminino foi dividido com mais obras como Tougen Anki, que está com anime no momento. São situações de sempre, anime em exibição significa presença física e em mercadoria muito maior.
De qualquer forma, Blue Lock fecha o ano com 3 milhões de volumes vendidos, sendo assim o quarto mangá mais vendido do ano, atrás apenas de One Piece, Jujutsu Kaisen e Dandadan. Resultado ótimo para O Pilar da segunda maior revista shonen, dá para sonhar com uma posição ainda melhor em 2026.
Com dois capítulos em quatro edições, Gachiakuta continua mostrando que o foco dos editores é permitir que Urana passe sua visão mais do que forçar a publicação de capítulos toda semana. A arte de Gachiakuta é excelente e mostra que vale a pena dar mais paradas para autores.
Com o anime, os volumes do mangá voltaram a vender acima das 30 mil cópias físicas. Infelizmente, é meio que um saco ler sobre as vendas de Gachiakuta na esfera ocidental que acha que a indústria inteira é a Ponta do Iceberg. Ou seja, acham que “30 mil é flop” porque estão acostumados apenas com as vendas de One Piece, Jujutsu Kaisen, Kimetsu no Yaiba, etc e não entendem que Gachiakuta vende muito mais que a maioria das obras do mercado, incluindo vários battle shonen “seguros” da Shonen Jump, aonde Kiyoshi-kun vende 10 mil cópias por volume.
É ignorar demais a indústria falar dessa forma. Gachiakuta não é “odiado pelos japoneses”, como vejo tantos falarem. As pessoas diriam que o “Ocidente odeia Sangatsu no Lion” que vende centenas de milhares de cópias no Japão, mas não chega nem perto desse status de mainstream fora de seu país? Não. A maioria das pessoas não conhece a obra, não é uma questão de ódio, e é o caso de Gachiakuta, que inclusive vende acima da média.
Não vi quase nada de produtos ou promoção específica para Gachiakuta em lojas, isso pode ter acontecido mais na primeira cour do anime, mas ficou distante do tanto de promoções que vi para Shangri-la Frontier em 2023. E isso é normal, Shangri-la Frontier é mais popular que quase todo outro mangá. Gachiakuta mesmo assim consegue bons números de audiência na TV e um ótimo tratamento pelo estúdio Bones, até se suas vendas fossem ruins (não são), o streaming provavelmente já garantiria mais temporadas.
Pulando posições nas TOCs, Mokushiroku no Yonkishi vai preparando as peças e fazendo revelações para o futuro. Passa uma impressão de preparo para uma batalha final. A questão é que mesmo uma batalha final para Nakaba duraria mais de um ano e o autor tem toda a segurança do mundo para escrever o quanto quiser.
O mangá de fantasia continua usando as lendas arturianas para construção de seu universo e personagens, a natureza épica das histórias de Nanatsu no Taizai e Mokushiroku no Yonkishi mostram que Nakaba tomará o tempo que for possível para contar tudo certinho. Enquanto isso, esperamos por notícias da volta do anime em 2026.
Com péssimas posições nas edições 50 e 51, Idolatry dá uma respirada finalmente na 52. É sinal de um futuro ranqueamento melhor? Precisaremos de mais TOCs para saber, mas ainda assim dá para dizer que Idolatry está em momento de “julgamento”.
O mangá vai bem nas plataformas, com muitos comentários na Magapoke (mais que Suruga Meteor) e tem um número bom de seguidores no site Xis (Twitter). Essa popularidade online não apareceu nas vendas, um pouco acima dos 2 mil, mas não foram desastre completo também. O problema parece ser mais na TOC.
Será que recebe poucos votos dos leitores da revista? Parte dessas posições ruins também passa por semanas que Kito ou Ikitagari não apareceram ou ganharam páginas coloridas, mas mesmo assim é uma situação ruim.
Comprar o volume 1 de Idolatry foi fácil aliás. Só fui numa loja e estava lá em destaque como novo lançamento da Magazine. Agora é ver se o marketing e boa recepção do arco atual do 3° stage conseguem fazer com que o volume 2 cresça em Dezembro, é essencial para sua sobrevivência.
As colocações de Dream Jumbo Girl pioraram um pouco nessas quatro edições também, mas nada demais. O mangá está seguro com suas vendas e o estado atual da revista, além disso é daqueles que se sai especialmente bem na Magapoke.
Cada vez mais acho que alguns gêneros e estilos de mangá serão mais lidos em plataformas digitais e em revistas do que em volumes físicos e comédias “besteirol” como Dream Jumbo Girl parecem encaixar bem nesse estilo.

O hit Seitokai ni mo Ana wa Aru já está ganhando stands em eventos de anime por aí, promovendo a adaptação que está para chegar. Ainda estamos esperando um trailer porém!
De qualquer forma, o mangá já chegou a 2 milhões de cópias em 11 volumes antes mesmo desse anime. Já é um dos maiores mangá shonen do mercado atual e tende demais a crescer, além de ser já um queridinho de empresas, com milhões de produtos e colaborações já.
O mangá também ganhou de novo aquela colaboração que outros mangaka e artistas fazem mini capítulos especiais da série. Dentre os seis dessa vez tivemos nomes como Sankakuhead (Umaru), Marcey Naito (Amagami-san) e Yasuhiha Kubo (Yondemasu, Azazel-chan). A obra tem prestígio na indústria.

Yashou no Kito ganhou uma daquelas páginas coloridas protocolares para promoção de novo volume, mas os sinais de vida não são bons.
Quem lê os artigos já sabe que os números nunca foram suficientes, mas agora a história está num arco flashback do passado de Kito que revela os mistérios do mundo e está até corrido. Embora o final não tenha sido anunciado ainda, a impressão que dá é que não estamos longe do fim.
A autora tem uma arte linda e melhorou bastante na quadrinização ao longo da série, mas superar barreiras iniciais é sempre uma tarefa quase impossível no mercado de mangá. Mas agora é ver o quanto de tempo ainda temos no mundo de Kito, curiosamente pode não ser o primeiro cancelado de sua leva já que…

Kagari-ke no 8 Kyoudai está acabando em quatro capítulos, pelo visto. Eu cheguei a declarar aqui que achava que a obra não iria acabar tão logo porque costumava ranquear acima do bolo de Kito e Ikitagari, mas pelo visto não importou tanto assim e o mangá está no seu arco final.
Uma pena para a autora, mas parece que a dissonância entre o público da revista e o tom da obra foi grande demais para permitir que permanecesse com suas vendas baixas.
Continuarei falando do mangá semana a semana até seu fim e depois farei um “mini review” final quando acabar.
Seu final pode ser também presságio do fim de mais outras duas séries. Kito e…
Ikitagari no Werewolf, com as três obras pegando o bottom 3 completo da edição 52. As vendas dos três foram fracas e tiveram presença quase alguma nas plataformas, com Ikitagari e Kagari-ke indo um pouco melhor na Magapoke. Claramente não sendo o suficiente porém.
Na história, Ikitagari está numa batalha final contra os lobisomens, com vários deles sendo derrotados fora da tela ou em batalhas de uma página. Dá muito a impressão de um final rushado, mas ainda devemos ter mais algumas semanas para que os protagonistas enfrentem os dois vilões finais, então chutaria que acaba só depois de Kagari-ke.
Terminando com as obras não presentes na edição 52, temos Shangri-la Frontier que é quase um imortal. Suas vendas fortes resistem ao tempo e à decadência do mercado, sendo um dos raros battle shonen modernos capaz de bater as 100 mil vendas de volume mensais.
Dessa vez vi bem menos de ShanFro no Japão em comparação à 2023. Normal, né? Na época o anime estava em exibição. Mas o mangá está amplamente disponível em diversas lojas de Tokyo. De novo preciso elogiar o quão bem a Magazine estoca suas séries.
A terceira temporada do anime deve chegar com tudo em 2026 e manter a franquia em alta.
E para encerrar, o pilar histórico Hajime no Ippo entregou três capítulos nessas edições. Ok que alguns foram bem curtos, mas acho que o público de Ippo precisa acostumar com as expectativas, o próprio Morikawa fala que está mais velho e do tempo imenso que está fazendo o mangá.
E, sim, até alguns usuários japoneses reclamam dos capítulos curtos e paradas, não é exclusividade do Ocidente. De qualquer forma, as pessoas parecem mais felizes com os desenvolvimentos recentes da luta entre Sendo e Ricardo. Ainda temos muito chão pela frente.
Ufa… E falamos de tudo um pouco aqui. Foi uma pena não ter feito toda semana direitinho, mas completar o ano era essencial. Espero que a regularidade volte ao normal já na próxima edição e que o pessoal que está interessado nas obras da Magazine leia as matérias e, obviamente, apoie os mangás discutidos aqui que os interessam.
Até a próxima.
