O que esperar do ano de 2026? A mesma chatice do ano de 2025 ou teremos um ano que trará grandes surpresas? Vamos discutir novamente.
‘
Começando pelos mangás não ranqueados, tivemos Sakamoto Days ganhando mais uma capa. O mangá está em seu ARCO FINAL e deve vir a terminar no primeiro semestre de 2026. Com página colorida, tivemos Jujutsu Kaisen Módulo, que teve uma ótima recepção, e também Boku to Roboco, que em 2026 deve entrar no TOP 25 de séries que mais duraram na Weekly Shonen Jump, superando obras como Slam Dunk, SKET Dance, Jujutsu Kaisen e Shaman King.
Em primeiro lugar tivemos a colocação do maior sucesso (até então) de 2025: Someone Hertz. A comédia romântica continua sendo amplamente divulgada pelos editores, o que deve indicar vendas iguais ou superiores a 10 mil cópias. Contudo, ainda é complicado entender exatamente a dimensão do sucesso de Someone Hertz: sim, a TOC é muito boa e, sim, os comentários na internet agora são bastante positivos.
Mas já tivemos vários casos de mangás assim que venderam menos de 20 mil cópias no primeiro volume. Portanto, só será possível prever o ano de 2026 de Someone Hertz quando tivermos os dados do seu volume inicial em janeiro.
Já do segundo colocado, One Piece, é possível prever muito bem o ano de 2026: teremos várias pausas de produção por parte de Oda e seu arco atual continuará a ser desenvolvido, focando um pouco menos em flashbacks e um pouco mais nos acontecimentos presentes. Em vendas, One Piece deve continuar seguindo a tendência de queda do mercado, mas ainda assim se manterá como o mangá que mais vende por volume. A segunda temporada do live-action, independentemente de sua qualidade ou recepção, não deve alterar a TOC ou as vendas de One Piece.
Em terceiro lugar tivemos Akane Banashi, que será um dos três grandes destaques da revista em 2026. É o único mangá da revista a receber uma primeira temporada de anime no primeiro semestre de 2026, e a previsão é que, com esse anime, Akane Banashi possa entrar no TOP 30 dos mangás mais vendidos do ano.
Não será simples; muito pelo contrário, o anime de Akane Banashi pode apresentar desempenho semelhante ao de Witch Watch (sucesso, mas pouco aumento nas vendas). Cada vez menos japoneses compram volumes físicos, e as vendas estão em seus níveis mais baixos desde a criação do ranking Oricon semanal, em 2008. Por isso, mesmo com um anime bem-sucedido, é possível que o boost de Akane Banashi seja realmente baixo.
Em quarto lugar tivemos Madan no Ichi, que será um dos destaques de 2026. Não, Madan no Ichi não repetirá a mesma quantidade de primeiras colocações que recebeu neste ano – isso é bastante improvável, mas ainda assim é possível que continue frequentemente entre as cinco primeiras posições da TOC. Contudo, não esperem anúncio de anime ou aumento significativo de vendas; na Weekly Shonen Jump atual, isso raramente ocorre no segundo ano de serialização.
Em quinto lugar tivemos Witch Watch, que tem chances reais de terminar no segundo semestre de 2026, mas, entre os mangás mais próximos do encerramento (The Elusive Samurai, Sakamoto Days, Ao no Hako e Witch Watch), esta parece ser a obra mais distante de fato da conclusão.
Em sexto lugar tivemos Nige Jouzu no Wakagimi, que deve fechar seu volume na edição #04-05. Assim, existe a possibilidade de que termine na edição de Natal ou, caso o autor queira adicionar um capítulo extra no volume, na edição de Ano-Novo. Editorialmente, já estaremos em 2026, então contaria como encerramento de 2026. Também há a chance de a série durar um pouco mais, embora a alternativa mais provável seja realmente o fim. De qualquer modo, Nige Jouzu no Wakagimi deve terminar antes da edição 20.
Em sétimo lugar tivemos Shinobigoto, que continua recebendo boa divulgação por parte dos editores – muito por ser o segundo mangá que mais vendeu em 2024. A divulgação deve continuar mesmo que encontrem um battle-shounen de sucesso em 2025, já que, com o encerramento de Ao no Hako, Sakamoto Days e Nige Jouzu no Wakagimi, as posições superiores da TOC terão mais espaço (o mesmo vale para páginas coloridas). Assim, Shinobigoto deve se manter estável em 2026, piorando sua TOC apenas se sua recepção despencar por algum motivo.
Em oitavo lugar tivemos Ao no Hako, que também deve terminar em 2026. Não, diferentemente de Sakamoto Days, ainda não houve anúncio de que a conclusão está próxima; porém, quem acompanha o mangá sabe que o enredo está claramente se encaminhando para o final, sem espaço para muitos novos arcos. Caso a autora não decida criar “arcos” inesperados, é bem provável que Ao no Hako termine entre maio e outubro do próximo ano.
Em nono lugar tivemos Exorcist no Kiyoshi-Kun, que tem poucas chances de ser cancelado em 2026. Não criem esperanças quanto a isso: com o trio mencionado anteriormente encerrando, Kiyoshi-Kun deve ganhar ainda mais almofadas nas próximas levas e, assim, ter boas chances de sobreviver ao ano. A questão é que, caso os editores encontrem novos sucessos, veremos mais uma redução na divulgação da série – que claramente já recebe menos atenção do que há seis meses.
Em décimo lugar tivemos Kagurabachi, que continua recebendo posições terríveis na TOC – algo que não faz sentido algum. Sim, a posição de Kagurabachi na TOC não importa muito. Sim, é possível que a temática mais violenta leve os editores a colocarem o mangá em posições inferiores; porém, Kagurabachi é o título mais promissor da revista atualmente. Ele deveria estar sendo tratado com muito mais agressividade editorial, aparecendo constantemente no TOP 5 e recebendo mais primeiras colocações. É preciso divulgar Kagurabachi como “O GRANDE FUTURO” dentro da revista, para manter ao menos um mínimo de hype em uma publicação que perdeu boa parte do interesse do público.
Em décimo primeiro lugar tivemos Himaten, que está na mesma situação de Exorcist no Kiyoshi-Kun e Shinobigoto. A única diferença é que um possível sucesso de Someone Hertz PODE levar os editores a darem um pouco menos de atenção ao mangá, já que veem Someone Hertz como uma aposta mais lucrativa. A revista até pode divulgar ambos, eles não são concorrentes obrigatórios, mas sabemos que existe a possibilidade de priorizarem apenas uma comédia romântica.
Em décimo segundo lugar tivemos Nue no Onmyouji, que, assim como Kagurabachi, não recebe a divulgação adequada. É provável que Nue no Onmyouji seja mal posicionado na TOC por acreditarem que seu público seja mais nichado e que não possua grande apelo geral. Contudo, a indústria de mangás como um todo ainda tem dificuldade de compreender algo essencial da era digital: “o nicho se tornou parte fundamental da internet”.
Ainda não temos obras de alcance tão amplo quanto Stranger Things, Jujutsu Kaisen ou The Weeknd, consumidos por quase todos os jovens, mas os nichos estão se tornando uma parte ESSENCIAL do lucro. Obras nichadas conseguem vender bem gadgets e se manter estáveis ao longo dos anos – motivo pelo qual comédias românticas performam tão bem no mercado como um todo.
Nue no Onmyouji, como explicado pelo Lucca, alcança um nicho muito importante no Japão, e a Weekly Shonen Jump sabe disso; contudo, a revista não parece estar valorizando obras “nichadas”, devido à mentalidade de buscar sucessos de grande alcance. Sim, sucessos gerais ainda devem ser prioridade, mas não à custa da eliminação completa dos mangás de nicho. Nue no Onmyouji poderia, sim, ser colocado com mais frequência na primeira parte da revista.
O ano de 2026 de Nue no Onmyouji deverá trazer o anúncio de seu anime, que deve estrear no aniversário de três anos da obra ou na Jump Festa 2027, que acontecerá em dezembro do próximo ano. O estúdio provavelmente já foi escolhido, mas só saberemos com o anúncio oficial, já que vazamentos são raros.
Nas últimas duas posições tivemos dois mangás que PROVAVELMENTE não terão futuro em 2026: Tomoshibi no Otr e Harukaze Mound devem ser cancelados em janeiro ou fevereiro de 2026. A única dúvida é se Nige Jouzu no Wakagimi encerrará naturalmente junto com esses cancelamentos ou não.



