Análise – TOC Weekly Shonen Jump #52 (Ano 2025).

Após semanas de TOC mortas e sem graça, eu retorno dos mortos para comentar uma TOC com várias novidades interessantes!

Em primeiro lugar, tivemos Akane Banashi, que, depois de meses de TOC estática, a Weekly Shonen Jump voltou a dar uma maior variedade nas posições — justificando assim o meu retorno ao trabalho. A situação de Akane Banashi na revista é bem interessante, pois o mangá, nos seus dois primeiros anos de vida, recebeu uma quantidade absurda de divulgação, principalmente durante a gestão Nakano, na qual o editor adotava uma página colorida por mês para Akane Banashi e para Nue no Onmyouji.

Com a chegada do Saito, vimos gradualmente uma mudança de “status” por parte de Akane Banashi, com a série ainda recebendo páginas coloridas, mas em uma frequência menor. As primeiras colocações demoraram um pouco mais para serem reduzidas, mas, nos últimos meses, também vimos menos vezes Akane Banashi conquistando a medalha de ouro.

O editor-chefe provavelmente interpretou que Akane Banashi chegou ao seu plateau de vendas e popularidade, destinando a divulgação para séries que poderiam ter um potencial de crescimento em vendas: Madan no Ichi, Exorcist no Kyoshi-Kun, Shinobigoto e Himaten. Outros mangás também acabaram recebendo menos destaque em páginas coloridas com essa mudança, com destaque para Nue no Onmyouji.

Contudo, com a estreia do anime em 2026, é muito provável que vejamos Akane Banashi tendo mais primeiras colocações e mais páginas coloridas — talvez não na mesma frequência que em 2024, mas ainda assim com uma maior regularidade. Eu acredito que os cinco mangás que serão destaque em página colorida no próximo ano serão Someone Hertz, Akane Banashi, Madan no Ichi e os próximos dois sucessos.

Em segundo lugar, tivemos Sakamoto Days, que deve vender aproximadamente 2,3 milhões de cópias físicas em 2025, de acordo com a previsão do especialista em vendas Rouk Hein. Como suas previsões são baseadas no acompanhamento dos dados do Oricon e Shoseki, acabam sendo sempre próximas da realidade, mesmo que não sejam 100% certeiras. Com essa quantidade, Sakamoto Days é o sétimo mangá mais vendido do ano, perdendo somente para: One Piece, Jujutsu Kaisen, Dandadan, Blue Lock, Kingdom e Ao no Hako.

Isso demonstra que os resultados alcançados por Sakamoto Days não são ruins, mesmo estando longe do esperado por muitos (que seria ver Sakamoto Days vendendo acima de 3 milhões de cópias em um ano). Talvez as expectativas sobre a obra estivessem bem acima do que ela conseguiria alcançar, talvez sua performance tenha sido prejudicada por causa do anime, mas, independentemente da sua visão, o fato é que Sakamoto Days não é um fracasso. Pode não ser o que se esperava, mas não é um fracasso.

Em terceiro lugar, tivemos Someone Hertz, que, mesmo tendo algumas pessoas criticando sua comédia na 5ch (enquanto outros elogiam), a série conseguiu conquistar os japoneses por causa dos dois protagonistas. Uma série pode ser divisiva em vários pontos, mas, quando acerta em seus personagens principais, sempre, sempre consegue ter um bom rendimento. Os personagens são o coração de um mangá e são aqueles com quem o público se conecta, principalmente em uma comédia romântica na qual a interação romântica entre os dois protagonistas precisa gerar muita, mas muita empatia.

Ainda é cedo para dizer o quanto Someone Hertz está sendo bem recepcionado; precisamos, acima de tudo, das vendas do seu primeiro volume. Contudo, uma revista com mais comédias românticas seria justamente a “cara do Saito”, um editor que teve como sucessos Nisekoi e Boku-tachi wa Benkyou ga Dekinai.

Pulando para a quinta colocação, tivemos Shinobigoto, que continua tendo um rendimento comercial mais interessante que Himaten e Kiyoshi-Kun, mesmo levando em consideração as vendas digitais. Shinobigoto tem como ponto mais chamativo justamente a interação dos dois protagonistas (algo contínuo na era atual de mangás) e sua arte, que consegue entregar cenas de ação épicas. Assim, o público releva sua história para apreciar esses dois pontos de alta qualidade.

Pulando para a sétima colocação, tivemos Kagurabachi, que conseguiu entrar no TOP 20 mais vendidos do ano, na posição 19. É um bom sinal para uma série que completou dois anos de lançamento somente em setembro. Kagurabachi é um dos maiores sucessos do mercado e, mesmo não ganhando posições tão boas na TOC (em comparação a Madan no Ichi), continua tendo grande divulgação nas páginas da revista, nas lojas japonesas e também com várias parcerias que só valorizam mais e mais a marca de Kagurabachi. Nem tudo é sobre a TOC — que, lembrando, não é o resultado copiado e colado da votação —, por isso, não se preocupem tanto com as posições de Kagurabachi.

Em oitavo lugar, tivemos Ao no Hako, que, na previsão do Rouk, está virtualmente empatado com Sakamoto Days para a sexta ou sétima colocação do ranking Oricon deste ano. Esses dois mangás foram lançados com menos de seis meses de diferença e sempre venderam muito parecido, mesmo sendo obras completamente diferentes: Sakamoto Days, um battle shounen, e Ao no Hako, um romance com toques de esporte.

A questão é que, por não ser um mangá battle shounen, a expectativa por Ao no Hako era bem mais baixa, e assim seu rendimento é visto com muito melhores olhos do que o de Sakamoto Days. Ambas as obras tiveram dificuldades em quebrar a bolha dos “otakus”, chegando mais ao público casual — talvez Sakamoto Days tenha conseguido alcançar mais o público casual do que Ao no Hako, mas nenhum dos dois teve o alcance de Dandadan, por exemplo. Contudo, mesmo assim, os resultados de Ao no Hako são positivos, e, quando lembrarmos da geração de 2020, certamente iremos comentar sobre Ao no Hako.

Pulando para o décimo lugar, tivemos Nige Jouzu no Wakagimi, que está terminando, mas não sabemos quantos capítulos ainda terá. Nesse sentido, Matsui, como autor, é bem imprevisível, já que Ansatsu Kyoushitsu terminou com somente três capítulos no último volume (tendo completado o resto do volume com extras). Por isso, Nige Jouzu no Wakagimi poderia terminar tanto na próxima leva (independentemente dos capítulos necessários para completar o volume) quanto na seguinte.

Se terminar na leva seguinte, que deve estrear em janeiro (provavelmente Edição #08 ou #09), teremos três novas séries novamente — talvez o retorno de Hunter x Hunter. Caso não termine, devemos ver somente Tomoshibi Otr e Harukaze Mound sendo cancelados. Otr vem sobrevivendo, pois provavelmente recebe mais votos dentro da revista que os demais cancelados anteriores, mas, agora que Someone Hertz e Jujutsu Kaisen Modulo estão indo bem, só restou Harukaze Mound como almofada. Assim, é bem provável que a série acabe se encerrando junto com Mound na próxima leva.

Eu acredito que os autores desses mangás terão mais uma chance, até mesmo o desenhista. Obata teve inúmeras chances de conseguir um sucesso, por isso existem exceções para a regra das “três tentativas”, principalmente se o autor for somente desenhista. Mas, se tanto a dupla de Harukaze Mound quanto a de Otr terminarem falhando novamente, é provavelmente a última chance deles de lançarem um sucesso na Weekly Shonen Jump.