
Na meia-noite de 1º de setembro de 2026 (horário do Japão), a Weekly Shonen Jump anunciou oficialmente o retorno de Gege Akutami à revista com seu mais novo mangá, Mojuro, uma mini-série ilustrada por Yuji Iwasaki, artista de Cipher Academy. A notícia tomou conta da internet, com milhares de comentários de japoneses, tanto em forma de opiniões quanto de perguntas.
O encerramento de Jujutsu Kaisen, no Japão, foi recebido de maneira negativa, sobretudo pelo ritmo acelerado dos dez últimos capítulos. Apesar do sucesso comercial, com grande público acompanhando o capítulo final, a sensação deixada foi amarga – algo que pode ou não se refletir também nessa nova mini-série -. Essa preocupação motivou muitos leitores a pedirem que o Analyse It trouxesse a reação dos japoneses.
Assim, o Analyse It percorreu o Twitter, o YouTube, o 5ch (maior fórum japonês, com mais de 80 milhões de acessos mensais) e sites especializados (como Jump Matome, Animanch…) para trazer uma visão geral sobre a repercussão do retorno de Gege Akutami à Weekly Shonen Jump.
Primeira Reação: Dúvida
A novidade pegou muitos de surpresa. Poucos esperavam que Gege Akutami voltasse em menos de um ano após o fim de Jujutsu Kaisen, e ainda mais apenas como roteirista. Isso gerou questionamentos e especulações sobre os motivos e vantagens desse retorno.
Perguntas como: “O Gege Akutami vai retornar somente como roteirista?”, “Não é muito cedo para voltar?”, “Quantos capítulos normalmente tem uma mini-série?”, “Será que a arte de Iwasaki combinará com o estilo de Gege Akutami?” inundaram os principais fóruns. Contudo, um comentário no 5ch chamou atenção:
De qualquer forma, é uma obra de curto prazo, então não é algo feito para vender de verdade. Se for forçar uma definição, dá para dizer que é tanto a reabilitação do Gege Akutami com o público quanto um motivador temporário para a Jump, que ainda carece de entusiasmo geral depois do fim de Boku no Hero Academia e Jujutsu. Um ganha-ganha para os dois lados.
Quanto a Bachi e Ichi, que são a última esperança, ainda vai demorar um pouco para começarem a vender bem.
Como o 5ch e Twitter são os primeiros a reagirem a qualquer novidade, claramente esses comentários de dúvidas se encontram presente nessas duas redes sociais. Enquanto na Jump Matome, Youtube, Animanch e sites de notícias temos comentários mais opinativos: As reações seguintes.
Reações Seguintes: Debate
Como muitas dúvidas ainda não podiam ser respondidas (não havia sinopse, previsão de duração ou mais de uma ilustração), nas horas seguintes os fãs passaram a discutir alguns pontos sobre Mojuro, mesmo com apenas uma imagem divulgada: um personagem segurando um globo.
As especulações concentraram-se principalmente em páginas e sites voltados a Jujutsu Kaisen, onde o público mais apaixonado pela série tentou extrair cada detalhe desta única arte. “Será que veremos o percurso de Jujutsu Kaisen? Antes da Era Heian?” Já em sites dedicados a mangás em geral ou à Weekly Shonen Jump, os comentários foram mais generalistas, focando especificamente no fato de Akutami atuar apenas como roteirista.
Na internet, as opiniões divergiram. O público mais casual comemorou o retorno, demonstrando entusiasmo. Já o público mais “hardcore”, crítico do final de Jujutsu Kaisen, voltou a atacar o autor, questionando sua capacidade de transformar Mojuro em um sucesso comercial.
Entre os comentários mais negativos, principalmente no Jump Matome, 5ch, Twitter e Animanch, destacaram-se críticas a Akutami como roteirista — muitas vezes acompanhadas de piadas sobre suas explicações científicas — e também à sua saída da parte artística, que, embora alvo de críticas durante a serialização, parecia ser apreciada por muitos leitores:
“Pelo título, parece que esse autor ainda sofre de complexo com as ciências exatas.”
“Mas, como leitor, tenho certeza que se eu vir de novo aquelas coisas tipo a ‘esfera perfeita que nem existe’ ou ‘que raio-X mais bonito’, vou cair na gargalhada.
Como mangá, não dá pra levar a sério, claro.”
“Não dá pra deixar o Akutami cuidar de ambientação e construção de história. Ele devia ficar no desenho, não no roteiro.”
“O roteirista sofre de complexo com as ciências exatas, já o desenhista sofre de complexo com enigmas impossíveis de serem decifrados. A imagem tem um globo e parece ser uma história sobrenatural. Hmmm.”
“Akutami é um terrível roteirista, ele era competente em criar cenas de lutas e poses legais, não em escrever boas histórias. Uma pena não estar mais na arte.”
Por outro lado, os comentários positivos foram guiados principalmente pela expectativa de que Akutami recuperasse sua boa forma em uma narrativa curta e pela confiança no traço de Cipher Academy, frequentemente elogiado mesmo por quem não acompanhava a obra devido à sua complexidade de roteiro.
“O Sensei é muito bom em criar surpresas. Com uma história curta e contida, como Jujutsu Kaisen 0, tenho certeza que vai entregar um mangá fantástico!”
“Como Cipher Academy também era uma obra cheia de raciocínios e elaborações, acho que esses dois combinam bem.”
“Como é uma serialização de curto prazo e a arte está a cargo de outra pessoa, dá uma sensação de ser tipo uma reabilitação com o público. Como todos os one-shots do Akutami-sensei são bons, acabo criando expectativa.”
“O verdadeiro ponto forte do Akutami-sensei é a representação psicológica, né? Como, por exemplo, a diferença de ideologia entre Itadori e Fushiguro sobre ajudar as pessoas, ou o Ozawa, que vive segundo os mesmos parâmetros das pessoas que odeia, ou ainda o Itadori, que chegou a dar uma resposta para a pergunta ‘qual é o valor da vida?’. São essas coisas.”
“Um dos grandes pontos fortes do Akutami-sensei é criar um drama que prende de imediato em poucas páginas, então estou animado.
Quantos capítulos será que essa serialização curta vai ter? Já está definido desde o começo?”
A Próxima Semana
As opiniões seguem divididas, com cada ponto atraindo defensores e críticos. Esse clima reflete bem a atmosfera em torno do final de Jujutsu Kaisen: uma espécie de Game of Thrones do mundo pós-pandemia, em que nada relacionado à obra consegue mais ser discutido com normalidade. Tudo é polêmico, tudo é problemático.
Ainda assim, alguns japoneses enxergam no retorno uma oportunidade para Akutami se reabilitar junto ao público, voltando a ser visto de forma positiva. Para isso, Mojuro (ou Módulo) precisará entregar aquilo que o autor sempre soube fazer: uma narrativa repleta de surpresas, emoção e pitadas de reflexões mais sérias.
É provável que um primeiro capítulo de alta qualidade seja suficiente para converter muitos críticos. No entanto, um início fraco pode servir para confirmar as teorias de seus detratores. Gege Akutami, como já revelou em sua última carta, vive um momento delicado em relação à opinião pública no Japão – algo que já afetou bastante seu psicológico.
Independentemente da opinião pessoal, é inegável que Akutami lançou um dos maiores sucessos da história dos mangás, prestes a entrar no Top 10 dos mais vendidos da Weekly Shonen Jump. Talvez Mojuro seja o primeiro passo rumo a uma relação mais saudável com a crítica e o público: aberta a julgamentos, mas sem destruir a visão do autor sobre sua própria obra. Um equilíbrio difícil, mas possível.
Na próxima semana será lançado o primeiro capítulo, e o Analyse It trará a repercussão completa entre os japoneses.