Cancelamento de Kill Blue? Retorno do autor de Jujutsu Kaisen? Novatos indo mal? Vamos comentar todos os detalhes dessa TOC espetacular!
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Como temos vários conteúdos a serem tratados nesta edição, irei comentar sobre as principais novidades e apenas algumas posições da TOC, aquelas mais relevantes.
Começando pela grande novidade da edição: o retorno de Gege Akutami, autor de Jujutsu Kaisen, com seu mais novo mangá na edição #41: Mojuro, que deve ser traduzido para Modulo em inglês. O mangá será uma mini-série e tem como objetivo atrair mais leitores para a revista por um curto período, permitindo que esses mesmos leitores conheçam mais obras. Também deve ajudar na divulgação dos One-Shots da Golden Future Cup.
O retorno de Gege Akutami não deve resolver problema algum, apenas dar mais algumas semanas para trabalharem em uma leva melhor. Contudo, ao menos é uma boa notícia que Akutami esteja disposto a retornar à revista. Quem sabe uma nova série entre 2027 e 2029.
Na edição #42 teremos Someone Hertz, de um autor novato. Pela imagem de prévia (que não podemos postar ainda, mas iremos atualizar o post no domingo com todas as páginas coloridas e imagens), o mangá parece ser uma obra de romance. É um gênero que tem boa aceitação entre os jovens, por isso é uma aposta inteligente.
Também tivemos nesta edição duas notícias relacionadas a Kill Blue. A primeira é que vai ganhar um anime pelo estúdio novato CUE!, que nunca produziu nada, mas parece ter relações com a Production I.G, responsável por Kuroko no Basket, do mesmo autor de Kill Blue. Já a segunda notícia é a que desperta mais especulações: o mangá vai terminar nesta edição, provavelmente cancelado.
As vendas de Kill Blue estavam caindo volume após volume, e seu rendimento na TOC também não melhorava. Por isso, os editores devem ter chegado a um acordo com o autor para encerrá-lo agora, o que faz inclusive que o anime tenha apenas uma ou duas temporadas. Acredito que, na verdade, seja a melhor decisão possível, pois mesmo assim o mangá conseguiu ultrapassar dez volumes e ter uma conclusão satisfatória, fechando todas as pontas.
Os leitores, em grande parte, estão satisfeitos com o mangá terminando junto ao anúncio de um anime.
Em primeiro lugar tivemos Madan no Ichi, que mesmo após ganhar capa não sofreu com a famosa “depressão pós-capa”, mostrando como os editores estão dispostos a divulgar massivamente a série. Com o ano de 2025 caminhando para ser um dos piores da história da Weekly Shonen Jump, sem nenhum sucesso até o momento (restando apenas 12 edições até a conclusão), os editores se veem obrigados a continuar apostando em obras como Madan no Ichi, Kagurabachi, Shinobigoto, Himaten e Exorcist no Kiyoshi-Kun.
Na verdade, Madan no Ichi é o menor dos problemas. O maior está na quantidade de páginas coloridas e nas colocações altas que Shinobigoto, Himaten e Exorcist no Kiyoshi-Kun recebem por causa da crise. Esses mangás deveriam ocupar apenas a função de “completar line-up”, talvez até correndo risco de cancelamento, mas, pela ausência de novatos promissores, acabam se tornando estrelas da revista.
Mas de quem é a culpa? Sabemos que Yu Saito está realizando uma reestruturação editorial, e que em seu primeiro ano não poderíamos tecer críticas — reestruturações pedem tempo e os resultados não aparecem imediatamente. Estamos agora no segundo ano, mas ainda não vemos os frutos dessa reestruturação: a revista segue com dificuldades para encontrar novas séries promissoras, na minha visão, devido à má formação de editores na gestão anterior.
Não é que faltem autores talentosos, mas a ausência de bons editores impede que sejam bem desenvolvidos e orientados. Em um mundo ideal, poderíamos apenas esperar três a cinco anos, o tempo necessário para formar adequadamente um editor (que, por não ter formação acadêmica especializada, precisa aprender a teoria ao mesmo tempo que pratica). Contudo, o público da Weekly Shonen Jump precisa ser constantemente alimentado com novidades.
Se antigamente 90% das novas séries eram canceladas, mas todo ano ao menos uma era cortada mesmo com boa aceitação (pela concorrência), hoje temos mais e mais séries sobrevivendo mesmo sendo bastante rejeitadas, o que passa a sensação de que a revista está piorando em qualidade (e está). Com essa percepção, o público deixa de comprar as edições, criando um ciclo no qual cada vez mais novatos vendem menos.
Em 2024, a Weekly Shonen Jump parecia ter encontrado a solução ideal: na ausência de veteranos, apostar em autores de outras revistas, como ocorreu com Negai no Astro e Madan no Ichi. Essa solução, que vai contra o comportamento tradicional da revista, deu ótimos resultados. Já em 2025 não vimos nenhum autor de fora estreando, mas espero que em 2026 voltemos a ter nomes da Sunday, Magazine ou Champion lançando séries na Jump.
Esta é a solução mais inteligente até que editores e autores novatos estejam prontos para lançar grandes séries na revista.
Pulando para a terceira colocação, tivemos Kagurabachi, que não estará presente na Jump Festa. Não esperem um “stage secreto” — embora não seja impossível, é bastante improvável. O departamento de “expansão de mídias” claramente tem como política atual esperar que uma série esteja prestes a terminar ou já tenha superado três anos de vida para lançar o anime. Isso vale tanto para a Weekly Shonen Jump quanto para a Jump+. Eu esperava que isso mudasse, e ainda espero estar errado, mas a ausência de Kagurabachi na Jump Festa indica que talvez seu anime só chegue em 2027 ou 2028.
Em oitavo lugar tivemos Hakuzade Mound, o que vem se destacando entre os quatro novatos: melhor posição na TOC e o único a receber páginas coloridas. Por isso, tem tudo para sobreviver à leva de cancelamentos que deve chegar entre novembro e dezembro. Se será um sucesso, só saberemos com o lançamento do primeiro volume. Já os demais mangás dessa leva: Kaedegami parece ainda em avaliação pelos editores; Ping Pong, mesmo com boa recepção, teve baixos números de visualizações e poucos votos, como especulei nas semanas anteriores (podemos estar vendo um novo Green Green Green); e Ekiden Bros já está morto.
O prospecto de nenhum desses quatro mangás se tornar um grande sucesso é realista, ainda que Hakuzade Mound, Kaedegami e Ping Pong mantenham alguma chance (respectivamente, do que tem mais chances ao que tem menos). A luta para termos ao menos um sucesso comercial em 2025 continua.
Concluindo sobre as posições mais importantes, também tivemos nas últimas duas colocações Tomoshibi Otr e NICE Prison. Ambos serão cancelados, a questão é apenas quando. NICE Prison deve cair já na próxima edição, enquanto Otr pode ser encerrado na seguinte (para dar vaga ao concurso Golden Future Cup) ou na leva seguinte, para abrir espaço a uma nova série. De qualquer modo, o cancelamento de ambos é garantido.
