Recepção das novas séries, japoneses reagem a Otr, Akane Banashi supera número negativo de Sakamoto Days. Isso e muito mais na análise da TOC logo abaixo:
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Página Colorida: Madan no Ichi c44; Nue no Onmyouji c108; Choumen no Muto (47 páginas, One-Shot de Itou)
NOVAS SÉRIES
O público continua gostando bastante de Ping Pong, que segue sendo, de longe, a série com a melhor recepção entre os japoneses. Em seguida vêm Harukaze Mound e Kaedegami, que estão “no meio da estrada”, com parte do público aprovando e parte torcendo o nariz. É difícil prever se ambas, apenas uma ou nenhuma delas irá sobreviver. Uma coisa é certa: Ekiden Bros tem chances baixíssimas de sucesso, com uma recepção bastante negativa.
Os comentários dos japoneses, como os que compartilhei nas últimas semanas, permanecem os mesmos: os pontos positivos continuam sendo elogiados, e as críticas permanecem inalteradas. Não houve grandes mudanças na qualidade dos capítulos mais recentes. A realidade é que essas quatro novas séries vêm apresentando um conteúdo relativamente “estável”, sem oscilações significativas – nem para melhor, nem para pior – desde o primeiro capítulo, como ocorreu com Otr ou Dear Anemone.
TOC – Posições Relevantes
Em primeiro lugar tivemos Madan no Ichi, que, depois de Ao no Hako, é o segundo mangá com mais primeiras colocações na TOC. Embora ainda não tenha completado um ano de publicação (mas está perto), a série já foi amplamente promovida pelos editores: boas posições na TOC, páginas coloridas, capas, divulgação dos volumes, PVs, entre outros. É bem provável que esteja, de fato, conquistando o público.
Na entrevista que publiquei no nosso Patreon, o Saitō afirmou que a votação dos questionários sempre será mais importante que as vendas – o padrão é que séries bem votadas também vendam bem, especialmente no início. Considerando a reação do público online, vejo Madan no Ichi recebendo tantos votos quanto Kagurabachi, mesmo vendendo menos (80 mil contra 140 mil). É inegável que a obra atingiu bons resultados dentro dos padrões atuais do mercado editorial japonês.
Em terceiro lugar apareceu Akane Banashi, que segue sem anúncio de anime, tornando-se um dos cinco mangás da Weekly Shonen Jump que mais demoraram a ganhar adaptação (caso venha a ganhar). Já são 167 capítulos e, com a ausência de capa e página colorida na próxima edição, Akane Banashi deve igualar Sakamoto Days em número de capítulos, superando na edição #36-37.
Ranking de capítulos antes de ganhar anime:
168 – Sakamoto Days
175 – Hinomaru Zumou
185 – Whistle
194 – Saiki Kusuo
973 – Kochikame
Mas por que Akane Banashi está demorando tanto para ganhar anime? Não sabemos ao certo, mas parece cada vez mais comum na Weekly Shonen Jump que as adaptações demorem mais de três anos. Essa abordagem começou principalmente após o sucesso de Kimetsu no Yaiba, cujo anime foi lançado próximo ao final da obra, o que aumentou consideravelmente o boost nas vendas.
Porém, essa estratégia também traz problemas sérios: a obra acumula muitos volumes, e, caso não tenha um sucesso estrondoso como Jujutsu Kaisen ou Sousou no Frieren, o impulso gerado pela adaptação tende a ser nulo, pois o custo para os leitores se atualizarem é elevado. Além disso, a série passa um ou dois anos vendendo sempre igual, sem conseguir ampliar seu público para acompanhar o hype inicial. Atualmente, Akane Banashi está sem nenhum hype – e a culpa é da Shueisha e da Weekly Shonen Jump.
Em sexto lugar tivemos Kagurabachi, que, juntamente com Madan no Ichi, vai receber action figures promocionais. As duas se consolidaram como os rostos da nova geração da revista, e ambas, na percepção do público japonês, estão entregando capítulos de altíssima qualidade. Os leitores elogiam as páginas “cinematográficas” de Kagurabachi e se encantam com a arte “mágica” de Madan no Ichi. Algumas decisões de roteiro ainda dividem opiniões, mas, no geral, ambas caminham bem para se tornarem pilares da revista.
Só falta mesmo uma boa adaptação em anime – algo que a Shonen Jump ainda não conseguiu acertar com Sakamoto Days.
Em sétimo lugar tivemos Nice Prison, que deu um pequeno salto, mas nada que deva salvá-la do cancelamento. No máximo, em duas edições, deve voltar ao fundo da tabela.
Na oitava colocação ficou Kill Ao, gerando discussões sobre se a obra vai ou não ser encerrada. A verdade é que Kill Ao já deu vários sinais de que “estava acabando”, mas nunca acabou. As vendas são baixas para um autor veterano, mas ainda não é o mangá com pior desempenho da revista – esse título, sem dúvida, vai para Kiyoshi-Kun. Além disso, na votação dos questionários (que, no fim das contas, é o que importa), Kill Ao tem desempenho suficiente para justificar sua permanência.
Não sabemos até quando os votos continuarão salvando Kill Ao, mas, por ora, a série não aparece entre as posições mais ameaçadas. Mesmo com indícios narrativos de encerramento (que surgem há dois anos), ainda não é possível cravar seu fim.
Na nona e décima posições estão Nue no Onmyouji e Himaten, ambas com desempenho instável na TOC (sendo Nue no Onmyouji ainda mais inconsistente). Ainda assim, não devem ser canceladas na próxima leva. Inclusive, Himaten vai ganhar capa de aniversário, então não há motivo para alarme. Nue no Onmyouji vende bem o suficiente para, quem sabe, ter um anime anunciado entre 2026 e 2027. Não parece em risco iminente.
Em décimo primeiro lugar ficou Exorcist no Kiyoshi-Kun, cuja baixa colocação deixou alguns leitores japoneses preocupados. A série não é extremamente popular, mas parece ter bom desempenho nos questionários – o suficiente para se manter viva. Contudo, até quando isso será suficiente? As vendas são fracas, e, caso os questionários comecem a cair, é quase certo que a série será cancelada.
Ainda é cedo para interpretar essa penúltima colocação como sentença de morte. Não devemos usar uma posição isolada como parâmetro definitivo de popularidade. Kiyoshi-Kun estará realmente em risco caso permaneça entre os cinco últimos por várias semanas seguidas.
Por fim, em último lugar, tivemos uma série que já foi muito hypada, mas vem perdendo fôlego até mesmo no Ocidente: Tomoshibi no Otr. Apesar dos capítulos pós-treinamento terem sido um pouco melhor recebidos, a recepção geral no Japão continua negativa. Ninguém por lá parece surpreso, já que os principais problemas da série vêm sendo discutidos há tempos: diálogos excessivos e uma quadrinização bastante confusa.
Chegou-se a compará-la com One Piece, já que ambas têm “páginas lotadas de informação”. No entanto, na visão dos japoneses, One Piece é uma obra consolidada, cujo universo e personagens são familiares o suficiente para suportar uma leitura mais densa. Já Otr, por ainda estar se estabelecendo, acaba apenas prejudicando a própria leitura.
As chances de Otr ser cancelado aumentam a cada semana. Embora os capítulos pós-treinamento tenham sido bem recebidos, muitos leitores já abandonaram a série. Além disso, os dois capítulos mais recentes voltaram a receber críticas negativas, e essa última colocação na TOC deve reforçar ainda mais a visão negativa que parte do público tem da obra. Ainda não acabou para Otr, mas o cancelamento se torna cada vez mais provável.
