
Depois de meses de levas pequenas, sem graça e tímidas, o editor-chefe Saito traz uma leva de quatro mangás, junto com uma TOC emocionante da Weekly Shonen Jump. Venha ver!
Weekly Shounen Jump #28 (09/06/2025):
Exorcist no Kiyoshi-kun c47 (Capa, Página Colorida de Abertura e Aniversário de 1 Ano)
01 – Madan no Ichi c37
02 – ONE PIECE c1151
03 – Ao no Hako c198
04 – Kagurabachi c82
05 – SAKAMOTO DAYS c216
06 – Akane Banashi c161
07 – Himaten! c45
Boku to Roboco c236 (Página Colorida, Aniversário 5 Anos)
Tomoshibi no Otr c05
08 – Nue no Onmyouji c101
09 – Shinobigoto c36
Kemonokuru (Páginas Coloridas, 47 páginas, one-shot de Tabigoro Kuji)
10 – NICE PRISON c07
11 – Kill Ao c104
12 – Nige Jouzu no Wakagimi c206
13 – Syd Craft no Saishuu Suiri c27
14 – B no Seisen c17
15 – Embers c18
16 – Choujun! Choujou-senpai c65 (FIM)
Ausentes: HUNTER×HUNTER c411 (Hiato), WITCH WATCH c205
Weekly Shonen Jump #29 (16/06/2025):
Capa e Página Colorida de Abertura: Harukaze Mound c01 (54 páginas, Nova Série de Gotou Tougo & Matsuura Kento)
Página Colorida: Akane Banashi c162 (Resultado da Primeira Pesquisa de Popularidade); Kill Ao c105
Ausente: ONE PIECE c1152
Começando pelos mangás não ranqueados, tivemos o aniversário de 1 ano de Exorcist no Kiyoshi-Kun. Enquanto Boku to Roboco, Kill Ao e Nue no Onmyouji não receberam sua capa de aniversário, Kiyoshi-Kun foi escolhido pela equipe editorial para abrir a revista. Uma escolha curiosa, pois atualmente o mangá é a série que menos vende na revista, o que levou também à revolta de muitas pessoas tanto no Japão quanto no Ocidente.
Contudo, tem algum motivo lógico por trás dessas decisões? Deixando de lado as piadas de “nepotismo do Oda e Saito”, devemos lembrar que a base das decisões da Weekly Shonen Jump são os dados coletados, principalmente os cartões de votação. Foram eles que, por exemplo, salvaram Kimetsu no Yaiba do cancelamento quando os seus três primeiros volumes venderam muito abaixo do necessário para sobreviver.
Nós não temos o quadro completo: os dados da votação semanal, os dados das vendas digitais, a demografia real da série, os possíveis contratos com outras empresas, entre outros, são elementos que estão fora do nosso alcance. Atualmente, utilizamos para analisar o conteúdo dentro da revista (TOC, Página Colorida, Publicidades) e as vendas dos volumes físicos, e nesse segundo ponto, Kiyoshi-Kun está indo muito mal. Historicamente, o volume físico sempre foi um ponto de referência confiável, mas essa confiabilidade está diminuindo cada vez mais, pois, por mais que ainda sejam muito importantes, as vendas físicas não têm mais o mesmo peso que tinham no passado. Por isso, por enquanto, devemos esperar e observar.
Nessa edição, também tivemos alguns anúncios para comemorar o aniversário de um ano: a série vai lançar figurinhas (stickers) no LINE, realizar um sorteio de autógrafos assinados e produtos (merchandise), e liberar capítulos gratuitos para leitura nos aplicativos Zebrack e Jump+. Além disso, revelaram também a capa do volume 4.
Ainda sobre os mangás não ranqueados, a situação de Tomoshibi no Otr e Nice Prison não é positiva. Enquanto Nice Prison certamente será cancelado, Tomoshibi no Otr corre risco, mas pode acabar se salvando. O seu maior problema é que o público está achando a leitura chata por ter excesso de informação e um ritmo lento. Ao invés de mostrar a aventura, o autor está escrevendo textos e mais textos explicando o mundo, os poderes e tentando desenvolver um arco de treinamento que não está agradando os leitores.
Você pode argumentar “Mas deixar de ler uma série após cinco capítulos é ridículo”, pode parecer, caso você leia em uma edição somente quatro ou cinco mangás da revista, mas para quem lê mais de dez, é um exercício muito cansativo – e que também requer tempo –. É natural, assim, os leitores só lerem aqueles mangás que soam interessantes, deixando os “chatos” para quando tiver tempo. O que, na realidade japonesa, é quase nunca. É por isso que, historicamente, um mangá, quando perde leitores na Shonen Jump, acaba sendo cancelado, pois não consegue mais recuperá-los. Tomoshibi no Otr está dialogando com o cancelamento e, caso não acelere o passo, terá a sua cabeça cortada pelo machado.
Indo para a TOC, em primeiro lugar tivemos Madan no Ichi, que conquistou pela terceira vez em quatro semanas o primeiro lugar na TOC. Faz cinco edições que a série também está no TOP 5. Os editores corretamente estão promovendo bastante a série, pois Madan no Ichi tem um grande potencial em se tornar um dos pilares da revista (caso também ganhe um anime de alta qualidade, o que não veio acontecer com Kagurabachi). Quando isso vai acontecer? Provavelmente em 2027 ou 2028, mas a preparação do terreno deve começar já agora.
Em segundo lugar tivemos ONE PIECE, que continua soberano na revista. Em terceiro lugar tivemos Ao no Hako, que estou cada vez mais certo de que deve terminar em breve: eu aposto que termina no primeiro semestre de 2026, mas também vejo terminando no segundo semestre deste ano (se tivermos um ritmo acelerado) ou no segundo semestre de 2026 (caso tenha um ritmo mais lento). A conclusão de Ao no Hako teria um grande impacto financeiro, mas também simbólico, pois dá a sensação de que a geração de 2020–2021 é uma geração perdida.
Em quarto lugar tivemos Kagurabachi, que continua sendo o mangá sem anime mais promissor da revista. Em quinto lugar tivemos Sakamoto Days, que também entra naquele quesito de “Geração Perdida”: o que quero dizer com isso? Entre 2020 e 2021 surgiram vários mangás promissores, que poderiam se tornar grandes pilares da revista. Infelizmente, nenhum desses conseguiu realmente marcar a história da revista. Foram um sucesso, conseguiram conquistar amantes, mas, por variados motivos, ficaram bem aquém do verdadeiro potencial.
Eu ainda não coloco o ano de 2022, pois ainda não sabemos como será o impacto a longo prazo de Akane Banashi e Ruri Dragon — Akane Banashi, que inclusive ganhou a sexta colocação nesta semana. A série já completou três anos de vida e ainda não teve anúncio de anime. Caso tenha uma adaptação por um estúdio mediano, o que é uma possibilidade real, Akane Banashi pode também se juntar à geração perdida.
Em sétimo lugar tivemos Himaten, cujo mais novo volume conseguiu vender mais que Shinobigoto e Kill Ao, mesmo que ainda não tenhamos certeza se o volume aumentou ou não de vendas (pode ser que todos os três tenham tido uma redução em vendas). É bem provável que Shinobigoto e Kiyoshi-kun tenham mais leitores que Himaten, mas o público que consome rom-com tende a ser mais engajado, por isso suas vendas mais altas. É um público muito valioso, que compra em massa os produtos da sua personagem favorita.
Em oitavo lugar tivemos Nue no Onmyouji, que está tendo um dos capítulos mais elogiados da edição. O público genuinamente está gostando do rumo desse arco, e é por isso que os editores passaram a classificar constantemente a série na zona intermediária ou no TOP 5. Nue no Onmyouji não está sendo promovido somente por causa de ter ganho o anime mais esperado do ano, mas também por causa da qualidade dos capítulos atuais.
Em nono lugar tivemos Shinobigoto, que conseguiu estar acima de Kill Ao no ranking de vendas Shoseki, mostrando que merece estar vivo na revista. Aliás, em décimo lugar tivemos justamente Kill Ao, que deve ter mais uma queda em vendas nesta edição. A série só diminuiu, e essa diminuição é causada tanto pela redução das vendas físicas no mercado como um todo quanto pelo fato de que, pouco a pouco, Kill Ao está perdendo seus leitores. Mas, mesmo assim, como a revista está em crise, a série continua sobrevivendo a várias levas.
Logo após tivemos Nige Jouzu no Wakagimi, que não corre risco de cancelamento, mas isso não significa que vai durar muito tempo. Eu vejo a série terminando em 2026 (se o autor acelerar, até mesmo neste ano). Minha previsão atualmente para a conclusão de Nige Jouzu no Wakagimi é o segundo semestre de 2026.
As últimas quatro colocações ficaram com os quatro mangás que serão cancelados para a chegada das novas séries: Syd Craft, Choujun! Chojo-Senpai, B no Seisen e Embers, respectivamente. Todos vendiam abaixo do necessário e foram cancelados. Syd Craft não conseguiu convencer o público com sua comédia-ecchi investigativa, mas acredito que o autor terá outra chance na revista cedo ou tarde. Chojo-Senpai é o segundo fracasso do autor, mas que pelo menos somou quase três anos de experiência na revista com esses dois lançamentos, tornando-se assim, na somatória, um autor veterano. E concluímos com B no Seisen e Embers, que venderam muito mal, foram odiados pelo público japonês e devem ser cancelados logo após Syd Craft.
As novas séries que vão estrear são:
WSJ #29 (16 de junho): “Harukaze Mound” de Gotou Tougo & Matsuura Kento (Honomieru Shounen)
WSJ #30 (23 de junho): “Kaedegami” de Harukawa Jun
WSJ #31 (30 de junho): “Ekiden Bros” de Nono Daiki
WSJ #32 (07 de julho): “Ping Pong” de Kataoka Yoshiharu
Enquanto os dois primeiros despertaram uma genuína curiosidade dos leitores, os dois últimos estão sendo subestimados. O primeiro, Harukaze Mound, será um mangá de baseball dos autores de Honomieru Shounen (Phantom Seer). Eles retornam com um grande hype dos japoneses e também do Ocidente, com grandes chances de sobreviverem a essa leva de cancelamentos. Logo após teremos Kaedegami, mangá de ação e aventura do talentoso Harukawa Jun, que entregou vários one-shots muito bem desenhados. Era questão de tempo para que ele estreasse na revista.
Logo após teremos Ekiden Bros, um mangá de corrida tradicional japonesa, que está sendo ignorado por todo mundo. Concluindo, temos Ping Pong, de um autor que tem um traço que não agrada muito os leitores, mas que está trazendo a adaptação de um esporte muito popular no Japão: o ping pong.
Os editores escolheram estrear, assim, três mangás de esporte e um battle-shounen — uma escolha bem curiosa, que mostra uma intenção clara por parte da Weekly Shonen Jump em encontrar um novo sucesso de esporte. Levando em consideração somente a trajetória dos autores e a temática das séries, eu diria que o nosso ranking de chances de sucesso é:
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Kaedegami
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Harukaze Mound
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Ekiden Bros
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Ping Pong
Mas já aconteceu várias vezes de o menos esperado da leva acabar se tornando o maior sucesso da leva. Um dos grandes exemplos é justamente Nue no Onmyouji, que tinha tudo para ser almofada, mas acabou sendo um sucesso. Por isso, vamos esperar ansiosamente por cada mangá.