
As celebrações do anime de Kanan-sama! A ousadia de Blue Lock é um risco? E como foi a segunda semana de Kurotsuki no Yaergnacht? Tudo isso e mais na nossa análise da Weekly Shonen Magazine, a segunda maior revista shonen do Japão. Começando pela TOC:
- Kanan sama wa Akumade Choroi (Primeiras Páginas Coloridas) Ch. 137
- Shangri-La Frontier ~Kusoge Hunter, Kamige ni Idoman to su Ch. 218
- Kuroiwa Medaka ni Watashi no Kawaii ga Tsujinai Ch. 174
- Banjou no Orion Ch. 55
- Fumetsu no Anata e (Página Colorida) Ch. 199 – 3
- Megami no Café Terrace Ch. 193
- Kurotsuki no Yaergnacht Ch. 02
- Yowayowa Sensei Ch. 116
- Kagari-ke no 8 Kyoudai Ch. 04
- Kanojo, Okarishimasu Ch. 373
- Blue Lock Ch. 299
- Kakkou no linazuke Ch. 246
- Mokushiroku no Yonkishi Ch. 189
- Mayonaka Heart Tune Ch. 72
- Ao no Miburo: Shinsengumi hen Ch. 48
- Amagami san Chi no Enmusubi Ch. 178
- Ikitagari no Werewolf (Color Page) Ch. 06
- Gachiakuta Ch. 134
- Sentai Daishikkaku Ch. 176
- Yumene Connect Ch. 31
- Hajime no Ippo Ch. 1490
- Irozuku Monochrome Ch. 33
- Batchiri Scratch! Ch. 40
Ausências: Suruga Meteor Ch. 14, Kaijin Fugeki Ch. 37, Seitokai ni mo ana wa aru! Ch. 130, Ahiru no Sora Ch. 616 (Hiato)

Bom, temos uma capa típica com uma modelo. Só que dessa vez ela conecta bem com as primeiras páginas coloridas, que vão para Kanan-sama, anunciando oficialmente seu anime! A conexão entre capa e mangá é que a Inori Moe, que estampa essa edição da revista, fez um ensaio com o cosplay da Kanan, a protagonista título da série.
Como a matéria pode arair gente que não costuma acompanhar a revista ou os artigos, vou resumir de forma simples que tipo de obra Kanan-sama é. Seu gênero é romcom (comédia romântica) e pode ser chamada de ecchi, já que boa parte do foco da obra são nas ilustrações sensuais de suas heroínas. O roteiro é basicamente sobre a titular Kanan, uma súcubo que aproxima-se de um colega de classe querendo-o seduzir, mas acaba engatando um namoro com ele — a grande piada é que Kanan, apesar de ser uma demônio, é bem mais tímida que seu namorado.
Muitas situações de comédia rolam com o garoto Kyogi tendo que se adaptar às desventuras de namorar uma garota do inferno, uma região em conflito constante com os anjos do céu. Esse lado de fantasia gera conflitos e comédia, além de momentos no qual o autor nonco pode esbanjar seu maior talento: sua excelente arte.
A obra não está entre as maiores populares da revista, mas tem um público muito fiel que sempre compra 10 mil volumes ao mês do mangá, além da decente popularidade nas mídias digitais e redes sociais. Com o anime do Studio Kai já criando expectativas boas pela belíssima ilustração que fizeram (e estampa essa matéria), existe uma boa chance de Kanan-sama crescer em 2026 com seu anime.
Mesmo não sendo um dos carros chefes e maiores apostas da Magazine, esse fluxo de adaptações é importante para manter a revista na boca do povo e permite que suas franquias atuais ganhem chances dignas de expansão de marca.
Vice liderança para a segunda maior obra da revista, Shangri-la Frontier. O battle shonen tem uma boa luta na semana e continua com inúmeras promoções para a franquia num geral, continua com o seu merecido tratamento de Pilar para a Magazine.
Kuroiwa Medaka ganha a medalha de bronze por estar num capítulo de clímax. A mudança do status quo que foi implicada no capítulo anterior não vaio… Aí veio… Mas em menor escala. É difícil de explicar sem spoilar, mas no fim acabou sendo um capítulo grande para o mangá, mas não um que implique num arco final ou algo do tipo. Kuroiwa Medaka continuará aí.
Novamente, tratamento de luxo também para Banjou no Orion, o quarto lugar e uma aposta fortíssima do editorial por uma questão de qualidade de roteiro. Com os anúncios recentes de anime, Banjou no Orion será a obra mais velha sem uma adaptação em anime, mesmo estando pouco acima dos 50 capítulos — é um contraste imenso com a demora da Jump no mesmo quesito!
Uma combinação rara de página colorida e colocação alta (quinto) para Fumetsu no Anata e, dando uma boa moral para a série que está nos acréscimos de sua história e logo deixará a revista. A autora e seus leitores merecem e promoções do tipo não são incomuns na Magazine (e na maioria das revistas como um todo).
Megami no Café Terrace está na sexta posição com o capítulo final do seu arco de viagem. Ao fim dele, o mangá implica que o protagonista já tomou sua decisão final quanto à heroína que escolherá. Agora resta saber o quanto o autor pretende esticar o mangá até que ele fale.
O sétimo da TOC é o segundo capítulo de Kurotsuki no Yaergnacth. A obra que, como falei no artigo passado, estreou muito bem mantêm sua boa recepção nessa semana.
O roteiro desse capítulo 2 é divido ao meio praticamente. Metade dele é dedicado a apresentar as facetas da heroína Yaerg, que tem interações divertidas e amorosas com o protagonista num momento mais típico ao de um romance ou slice of life.
Já a segunda parte do capítulo apresenta as vilãs da obra, que são basicamente semi deusas super poderosas com poderes parecidos aos de Yaerg. As personalidades fortes delas são demonstradas com elas interagindo diretamente, discutindo, brigando, etc. Essa excentricidade também pode ser vista em seus designs, que pela natureza ecchi da obra também apelam para esse público.
A atenção dada à obra nas redes sociais segue bem alta, com contas populares continuando a cobrir o mangá e até a existência de fanarts [Vocês não tem idéia do quão raro isso é para obras novas na Magazine…]. É inegável porém que essa repercussão em redes nem sempre é representada nas vendas depois (caso de Nue no Onmyouji na Jump, a obra shonen que é mais comparada com Yaergnacht), porém as vendas desse público nicho podem ser suficientes para uma serialização segura. Além disso, o mangá AINDA está em primeiro lugar entre os romances da Magazine Pocket — quase duas semanas seguidas no topo. É um começo muito bom.
Yowayowa Sensei está em oitavo lugar, provavelmente impulsionado por ter uma campanha promocional em andamento na Magazine Pocket, aonde é uma das maiores obras em termos de visualizações.
Na nona colocação, Kagari-ke apresentou um capítulo com um roteiro mais sério com a possível apresentação de um vilão sério para a história, além da introdução de uma irmã da família que parece ser uma lutadora de fato. São elementos mais típicos das revistas shonen e que podem apelar para leitores comuns da revista.
Entretanto não posso ignorar que o mangá anda perdendo seu destaque nas redes e rankings digitais. Sua chance será vender bem o primeiro volume, quando pode apelar mais diretamente às demografias não habituais da revista Shonen Magazine.
Kanojo, Okarishimasu é o décimo do grid. Ele também não faz questão de acelerar o ritmo e nem os editores querem apertar outra obra de boas vendas.
O décimo primeiro lugar no meio da revista é Blue Lock, em capítulo que CHOCOU fãs ao redor do mundo. As análises do site não spoilam eventos de mangá obviamente, mas é inegável que a grande discussão da semana para Blue Lock seja que um twist do tipo possa impactar diretamente na popularidade da série.
Primeiramente, acho que é elogiável o autor ter a liberdade para decisões importantes numa franquia que já virou multimedia e que é a mais popular de sua editora. Nível de confiança altíssimo.
Dito isso, vários comentários criticaram essas escolhas e alguns falaram de abandonar Blue Lock de vez. A questão é que, assim como quase toda polêmica de mangá, é aconselhável imaginar se tratar de uma minoria vocal. A maioria dos leitores é casual e não engaja diretamente em discussões semanais.
Claro, não dá para cravar que a polêmica não terá impacto algum, mas é mais provável que a massa principal de leitores continue comprando a obra. Mesmo que talvez perca alguns leitores, creio que Blue Lock se importar tanto com seu tema que essa persistência é um motivo também para ter leitores tão dedicados.
Kakkou no Iinazuke é o décimo segundo lugar com mais um capítulo bem casual e mais uma semana de prova que a existência de anime é sinônimo de receber marketing — as contas da série estão bem mais ativas do que estavam alguns meses atrás.
Mokushiroku no Yonkishi, em décimo terceiro na TOC, é outro que vive de forma casual no momento. Flutuações normais para um sucesso na Magazine.
A décima quarta colocação é de Mayonaka Heart Tune, outra série com anime para 2026 e que continuará normalmente em 2025. O roteiro tem avançado mais do que o comum, mas a série ainda se importa com mais aspectos além do romance.
Com a décima quinta posição, Ao no Miburo tem um capítulo que apela bem para a história real do shinsengumi, questionando se as ações dos protagonistas são de heroísmo ou violentas e autoritárias. Essa moralidade cinza é um dos elementos mais elogiados do mangá e esse capítulo atual explora bem esse lado.
Amagami-san é o décimo sexto da TOC e seu capítulo mostra a estrutura que deve ser seguida pelo arco final. Ao menos mais alguns meses de Amagami-san são praticamente garantidos pelo andar da carruagem.
Com uma página colorida que remete mais a romcom do que sua identidade como thriller, Ikitagari no Werewolf é o décimo sétimo lugar.
O mangá que é uma mistura de suspense em estilo Death Note, filosofia e batalhas continua perdendo leitores semana a semana. Apelar para muitos gêneros parece estar mais afastando leitores que deram uma chance esperando que Ikitagari fosse mais focado em elementos específicos.
Essa página colorida inclusive apareceu perto do bottom e foi praticamente protocolar, é o padrão dar algumas para séries novas e não representam uma recepção positiva fora do comum.
Gachiakuta é o décimo oitavo colocado em um capítulo de apresentação de personagem que é impressionante em termos artísticos. Seria um capítulo que idealmente gostaria de ver no primeiro pelotão para atrair mais atenção, mas Gachiakuta infelizmente é uma figura regular perto do fim da revista. Como sempre, especulo que talvez pela natureza do roteiro ou manuscritos chegando mais tarde.
Já Sentai Daishikkaku, na décima nona posição, faz daquela velha tática de conectar um capítulo atual do mangá com o de seu anime em andamento. A história continua num ritmo conclusivo e não ganhará leitores agora, mas sinergia do tipo é também algo para aumentar o engajamento dos fãs já existentes.
Yumene Connect é o vigésimo lugar e seu novo volume não está dando pinta de crescimento, ao menos nas vendas físicas, ficando atrás de Sentai e Kanan-sama (que vendem um pouco acima dos 10 mil). É uma barreira do nicho que, mesmo com ótima recepção nessa esfera digital, não é tão fácil assim vender por meios tradicionais. Continua seguro mesmo assim, mas mostra porque é importante encontrar hits em gêneros como o battle.
A antepenúltima colocação vai para Hajime no Ippo, com um capítulo curto de apenas sete páginas. Algo normal já que o autor está mais velho e com décadas de publicação.
O novo volume de Ippo também parece estar vendendo dentro do esperado e é mais um exemplo de reclamações específicas não representarem a totalidade do público. Ippo teve um caso similar ao de Blue Lock na semana ,mas sai praticamente ileso.
Penúltimo, Irozuku Monochrome continua em queda de popularidade e parece estar quase fixo nessa posição na TOC. O roteiro em si já parece criar pontas para poder encerrar quando necessário também. É difícil de apontar exatamente o que o mangá está fazendo errado, mas o mais óbvio é estar perdendo a competição direta com outros ecchi como Kanan-sama, Yowayowa Sensei e Yumene Connect.
Já o elusivo Batchiri Scratch é quem estacionou de vez no fim da revista. A série de pouco sucesso inclusive já é praticamente a terceira mais velha da Magazine sem ter um anime — o tempo voa enquanto Batchiri se recusa a acabar.
No próximo artigo falaremos mais do Muito Provável anúncio em anime de Seitokai, que deve chegar na edição 23, segundo insiders da indústria falam. Até lá!