Vivendo a era da grande crise das spokon nas revistas shonen, a Magazine aposta num novo título de baseball. Suruga Meteor porém continua sem demonstrar sinais positivos. Novamente a polêmica de Sentai Daishikkaku nas redes sociais? E como anda o anime de Kuroiwa Medaka, tão malhado pela animação de sua abertura? Isso e mais na nossa análise da Magazine, a segunda maior revista shonen do Japão. Começando pela TOC:
- Mokushiroku no Yonkishi (Primeiras Páginas Coloridas) Ch. 177
- Kanan sama wa Akumade Choroi Ch. 126
- Shangri-La Frontier ~Kusoge Hunter, Kamige ni Idoman to su Ch. 207
- Sentai Daishikkaku Ch. 168
- Ao no Miburo: Shinsengumi – hen (Página Colorida) Ch. 36
- Banjou no Orion Ch. 44
- Mayonaka Heart Tune Ch. 62
- Megami no Café Terrace (Página Colorida) Ch. 182
- Suruga Meteor Ch. 02
- Kanojo, Okarishimasu Ch. 361
- Daiya no Ace Act ll Gaiden – Teitou VS Ugomori Ch. 04
- Kakkou no linazuke Ch. 235
- Blue Lock Ch. 289
- Amagami san Chi no Enmusubi Ch. 167
- Gachiakuta Ch. 124
- Kuroiwa Medaka ni Watashi no Kawaii ga Tsujinai Ch. 163
- Kaijin Fugeki Ch. 27
- Yowayowa Sensei Ch. 105
- Nameteru Kohai (Oneshot)
- Mochi be ni (Oneshot)
- Irozuku Monochrome Ch. 21
- Love Forty Ch. 27
- Boku to Anata to Horegusuri (Oneshot)
- Kimi no Hitomi ga Koishite Kuru (Oneshot)
- Batchiri Scratch! Ch. 28
Ausências: Yumene Connect Ch. 18, Seitokai ni mo ana wa aru! Ch. 120, Fumetsu no Anata e Ch. 194 – 1, Hajime no Ippo Ch. 1481, Ahiru no Sora Ch. 616 (Hiato)
Após a capa de uma modelo, as primeiras páginas coloridas da edição vão para Mokushiroku no Yonkishi, de uma forma meio protocolar. Por que digo isso? Bom, pelo status da série na revista, está no top 4 de vendas e a franquia Nanatsu no Taizai é uma das maiores da história da Weekly Shonen Magazine.
Essas páginas coloridas vieram com uma promoção para o Blu-ray do anime e a trilha sonora oficial. Não são anúncios grandes, mas para uma franquia desse tamanho, são anúncios de bom alcance para seus fãs hardcore. Além disso, é obviamente importante colocar Mokushiroku na frente da revista de vez em quando para chamar atenção.
Na vice liderança, Kanan-sama é novamente promovido muito bem. Regularmente no pelotão da frente, Kanan tem um capítulo mais emocional, fora do seu tom regular de romcom ecchi. A obra deve ter anime anunciado neste ano.
Fechando o pódio, Shangri-la Frontier. Enquanto o arco atual do mangá ainda não acabou (achei que esse capítulo terminaria, mas pelo visto teremos um pouco mais dele), o anime vira cour e ganha nova abertura, da cantora de hip hop Awitch. Não é um super hit nem nada, mas seus números estão acima das aberturas anteriores — vou me permitir sonho com um boost ligeiramente maior para o mangá.
Sentai Daishikkaku aparece numa rara quarta posição. O battle mangá é uma presença comum no fundão da revista, mas ganha mais destaque nessa semana por um capítulo de destaque, com tom mais sombrio e revelatório, e imagem promocional de sua nova temporada de anime.
Falando em obras inspiradas em sentai, é um pouco triste o contraste da série com a recepção de outra obra inspirada em Super Sentai, o anime de Sentai Red Isekai. Não tem conexão tão direta com Sentai Daishikkaku, mas aponta um de seus problemas na questão do sucesso comercial.
Sentai Red Isekai está sendo muito elogiado e promovido por fãs de sentai, conquistando uma recepção excelente no Nicovideo, plataforma de stream japonesa, e uma incrível terceira posição no ranking da temporada do Bilibili, maior stream chinês de anime, superando até séries como Solo Leveling. Isso mostra que existe sim um interesse em anime de super sentai.
O problema é que vários dos comentários comparam as duas séries apontando que Sentai Daishikkaku não respeita os Super Sentai, fazendo apenas uma deconstrução. Até no Ocidente existem esses comentários. E eu diria que a realidade é que a obra é construída para eventualmente se revelar uma homenagem à franquia, mas para se chegar ali, precisa de tempo e, infelizmente, não é o que se tem num mundo moderno com tantas opções de entretenimento. Como obra de arte, não acho que foi um erro de Negi Haruba, mas é difícil não ver como um erro comercial não apresentar esse lado mais apreciativo dos Sentai antes.
No quinto lugar, Ao no Miburo ganha página colorida para promover sua peça teatral, que estreará em Abril. Peças do tipo são muito populares com o público feminino principalmente, que é a demografia mais relevante para Ao no Miburo. De forma inteligente, os editores colocam mangá, anime e peça juntos — se você gosta do mangá, veja o anime e vá à peça, faz com que Ao no Miburo seja um sucesso decente em multimédia, apesar das vendas modestas de volume.
Banjou no Orion é o sexto colocado. Curiosamente o mangá é muitas vezes promovido com obra de romance, mas capítulos como o dessa semana são bem mais próximos da estrutura do spokon e diria que formam a maioria da narrativa tão elogiada do mangá.
A sétima posição é de Mayonaka Heart Tune, outro mangá que pode anunciar anime no ano. No segundo semestre no caso. Fora isso, prossegue normal.
Página colorida para o oitavo lugar, Megami no Café Terrace, promovendo volume e curiosamente sua presença na Magazine Pocket, cada vez mais importante para a Kodansha.
Em relação à história, o capítulo me deu uma impressão de que talvez possamos estar chegando perto de arcos conclusivos para as garotas? Veremos.
Suruga Meteor é o nono da TOC. O segundo capítulo foca em fazer com que o titular Suruga se una ao time e crie esse momento de conexão entre nosso protagonista e seus futuros companheiros de equipe, que obviamente serão mais desenvolvidos ao longo do tempo. Fórmula tradicional.
Mas enfim, esse é o problema: o tradicional não está mais chamando atenção dos leitores. O último hit spokon da Magazine foi Blue Lock, em 2018 — assim fazendo sete anos desde o último hit de um gênero que já foi parte integral da revista e do mercado. O pior é que Blue Lock não é só o último hit spokon da Magazine, mas das principais revistas shonen em geral!
Chegamos ao ponto de que é inegável que o problema não é específico da Magazine ou da Jump ou da Sunday, mas sim um desinteresse geral do consumidor do esporte nos moldes tradicionais das revistas shonen. A Jump mesmo anunciou um novo mangá de futebol e as reações iniciais de muitos fãs japoneses foi de duvidar do sucesso do mangá.
Não é que os leitores detestem esportes. Blue Lock é sucesso, não? Clássicos como Slam Dunk e Haikyuu continuam vendendo anos depois de seus finais. Fora das revistas shonen, temos sucessos também como Ao Ashi. Um dos sucessos recentes da própria Magazine Pocket é Hana Basu, uma história de basquete!
O problema é que para conquistar leitores, só qualidade não dá mais. As pessoas tem opções diversas e acesso automático. Alguém pode pensar “Por que eu leria esse novo mangá de baseball se posso ler online Daiya no Ace, uma obra de qualidade garantida do mesmo tema?”. Então nesse mercado é cada vez mais importante ser diferente, chamar atenção, fazer com que seu primeiro capítulo seja lido.
É cedo demais para cravar que Suruga Meteor não pode se recuperar, mas agora terá que jogar em chamar o interesse dos leitores de volumes entregando capítulos interessantes que possam causar uma boa recepção boca a boca.
Décimo lugar é de Kanojo, Okarishimasu, que a revista ressalta: terá nova temporada em anime esse ano. É um bom momento para o mangá, em seu arco de melhor recepção em anos e presença renovada para o público que só assiste anime.
Daiya no Ace vem em décimo primeiro na TOC, um pouco abaixo de Suruga Meteor. De novo, parte da estratégia para transferir leitores do clássico para o novato.
Na décima segunda posição, Kakkou no Iinazuke parece reintroduzir Hiro mais diretamente na disputa romântica principal da história. O mangá dá pinta que ainda vai longe…
O maior pilar, Blue Lock, é o décimo terceiro colocado da edição. Com o anime encerrado, a série deve voltar a aparecer mais nas posições intermediárias, para assim promover que leitores passem pelas outras séries até chegar em Blue Lock.
Recentemente uma pesquisa de mercado japonesa sobre demografias em diversas franquias mostrou que Blue Lock está bem no meio da divisão de gênero entre homens e mulheres. Ou seja, um dos trunfos de sua popularidade é apelar tanto para homens quanto mulheres, principalmente os mais jovens. Há elementos narrativos e personagens interessantes para um grande grupo de pessoas.
É uma balança difícil de alcançar, mas importante para o gênero nas revistas shonen no mercado moderno.
A décima quarta posição é de Amagami-san, no clímax de seu arco atual. Com a falta de boost nas vendas do mangá, uma segunda temporada do anime só deve acontecer se as vendas de produtos e colaborações comerciais tiverem alcançado ou superado as expectativas das empresas envolvidas.
Com outro capítulo de arte espetacular, Gachiakuta é o décimo quinto colocado. Estamos basicamente na contagem regressiva para mais informações do anime, inclusive já recebendo outro key visual do anime. O hype cresce!
Em décimo sexto lugar, Kuroiwa Medaka passou por uma semana um pouco chata, com as menções à obra nas redes sociais todas focadas na tal abertura com uma sequência de dança com animação esquisita. Viralizou mesmo, achar comentários sobre o capítulo do mangá era praticamente impossível.
Curiosamente, muita gente reproduziu a dancinha ou fez outras versões dela, dando assim mais destaque para o anime e a música. Isso ajudou em algo? Não! Esse povo pula de viral em viral, não deve ajudar nada. Enquanto isso a tal controvérsia não parece ter afetado o público alvo da obra também.
Muitos fãs de anime, principalmente de romcom, reagiram da seguinte forma: “é, a dança tá meio ruim mesmo, mas o anime tá ok”. Nada de espetacular, nada de horrível. O público alvo não largará o anime pela abertura, mas a abertura não trará o público mais casual para Kuroiwa Medaka.
Muitos citam: “Falem bem ou falem mal, mas falem de mim”, mas esse é mais um caso de “falem bem ou falem mal, isso não importa”.
Kaijin Fugeki é o décimo sétimo lugar e tem outro capítulo de destaque visual. Fica até repetitivo falar isso, mas é um dos mangá semanais mais impressionantes em arte no mercado. Quem gosta de arte, recomendo checar.
O décimo oitavo colocado é Yowayowa Sensei com um capítulo que avança o roteiro e cria mais expectativa para os leitores. Estamos também na espera pelas primeiras informações do anime, nem estúdio foi anunciado ainda.
Após dois oneshot, Irozuku Monochrome é o vigésimo primeiro lugar. A parte final desse arco parece estar agradando os leitores online, mas as posições não sobem e as vendas também não. É conferir se isso é o suficiente para os editores. Por enquanto não vejo em perigo pois tem algumas almofadas na revista como…
Love Forty, o vigésimo segundo da TOC, e quase praticamente cancelado. Vendas muito baixas, recepção inexistente online e vivendo no fim da revista.
Após dois oneshot, Batchiri Scratch é o último e existe com a mesma condição. Foi mal o suficiente para o autor rapidamente ter guiado a história para um caminho que vai permitir um roteiro fechado completo.