Sejam bem-vindos a 2025! O ano está chegando ao fim e é hora da retrospectiva de 2024. Quem avança e quem fica pra trás? Quais são as expectativas para o próximo ano??
TOC Weekly Shonen Sunday #01 (04/12/2024)
Capa: Detective Conan
MAO c255 (Página Colorida de Abertura)
02 – Detective Conan c1136
03 – Major 2nd c293
04 – Ogami Tsumiki to Kinichijou c47
05 – Mikadono Sanshimai wa Angai, Choroi c140
06 – Maou-jou de Oyasumi c384
07 – Kaihen no Mahoutsukai c13
08 – Ryuu to Ichigo c219
09 – Momose Akira no Hatsukoi Hatanchuu c18
10 – Mizuporo c47
Law of Ueki – Exhibition (Capítulo extra, da série homônima)
12 – Utsuranin desu c34
13 – Shibuya Near Family c115
14 – Shite no Hana – Nougakushi Haga Kotarou no Sakikata c07
15 – Kaiten no Albus c29
16 – Ichika Bachika c14
17 – Maiko-san Chi no Makanai-san c322
18 – Strand c14
19 – Tonikaku Kawaii c297
20 – Te no Geka c67
21 – Red Blue c133
22 – Rock a Rock c34
23 – Hello Work Monsters c30
24 – Himeru Kokoro no zen himitsu c28
25 – Tokachi Hitoribocchi Nōen c334
Ausentes: Sousou no Frieren, Komi-san wa, Komyushou desu, Tatari, Aozakura: Bouei Daigakukou Monogatari, Magic Kaito (hiato), Ad Astra Per Aspera (hiato).
Saudações, queridos leitores. Estamos de volta para a penúltima edição de 2024, e a primeira edição do ano fiscal de 2025. Quais são as novidades? Quem fica para trás e quem segue adiante? Quem promete, quem não cumpre, quem sobe e quem desce, tudo isso, e mais um pouco, você descobre agora, na TOC da Weekly Shonen Sunday. Roda a vinheta.
Página Colorida de Abertura de MAO
Na primeira posição do ‘’ano’’, só poderia ser ela, nossa rainha, a sábia dos mangás, a matriarca Takahashi Rumiko e o seu filho mais novo, MAO. Como já é de praxe, para começar bem o ano fiscal, o mangá recebe mais uma página colorida de abertura. Serve para divulgar volume novo, para agradecer pela popularidade da série e a fidelidade do seu público, para demonstrar apoio editorial, para mostrar a importância da série para a revista, você entendeu, serve para uma infinidade de coisas.
Podemos dizer que 2024 foi um ano tranquilo e satisfatório para a MAO. Apesar da gradual perda de compradores, a série conseguiu se manter saudável, na faixa das 28 mil cópias por volume. Foi também o ano que decidi acompanhar a série semanalmente, e apesar dos engasgos narrativos – e das lutinhas teatrais que nunca se resolvem – posso dizer com tranquilidade que o saldo foi bem positivo. Desejo que 2025 seja ainda melhor, que a Rumiko siga saudável para nos entregar mais mistérios, mais ação e cada vez mais encheção de linguiça.
Depois da mãe, nada mais natural do que recebermos o pai, Detective Conan. Foi neste ano que a série celebrou seus 20 anos, uma marca gigantesca, que comemora toda a grandeza imensurável de uma das maiores histórias não só da revista, mas de toda história dos mangás. Foi também o ano que o Aoyama Gosho decidiu tirar Magic Kaito do porão por algumas semanas, o que por si só, representou algo bastante inesperado. Conan é sinônimo de solidez, não precisamos desejar nada novo para a série, já sabemos que com ela a Sunday sempre pode contar.
Na terceira posição temos outra história importantíssima para o funcionamento da revista, Major 2nd. Sempre deixo a série de lado e acabo não dando seu justo valor, principalmente pelo fato óbvio de que eu não leio o mangá, acaba me faltando palavras para defender – ou criticar – suas qualidades. Não se deixem enganar pela minha negligência, a série é o terceiro maior sucesso comercial da revista, vendendo todo volume por volta de 70 mil cópias. Minha promessa para 2025 é finalmente tomar vergonha na cara e começar a ler o mangá. Podem me cobrar.
Na posição seguinte temos Ogami Tsumiki to Kinichijou, a menina de ouro da Sunday. Para quem não sabe, a minha estreia no site foi justamente na edição de estreia de Ogami Tsumiki. Ou seja, somos um só, almas gêmeas, conectados pelo tear das Moiras. Ogami teve um início tímido, mas que não se estendeu por muito tempo, já que o editorial fez questão de promover a série ao longo do ano todo. Chegou até a ser capa da revista, algo ultra raro, principalmente para novatos com pouco menos de um ano de publicação. A série é uma das poucas estreias dos últimos ano que conseguiu superar a marca das 15 mil cópias mensais já nos seus primeiros volumes, e melhor ainda, com um claro indicativo de constante crescimento. O mangaká foi atropelado, e diferente do seu colega da revista vizinha, que desenha uma história bem parecida, não deu desculpas e retornou após duas semanas hospitalizado para produzir um dos melhores mangás da nova geração.
Boas vendas, apoio editorial, capa da revista com cosplayer de milhões, terceiro lugar no NEXT Manga Awards, o ano de Ogami foi excelente, e seguimos na torcida para que 2025 seja ainda melhor.
Poster de divulgação do Anime de Mikadono Sanshimai wa Angai, Choroi
Na quinta posição temos Mikadono Sanshimai wa Angai, Choroi, outro que venceu 2024. Carreguei a piadinha de ‘’cadê o anime de Mikadono?’’ do final de 2023 até o primeiro semestre de 2024, mas o que parecia um sonho tão distante finalmente foi realizado. A demora segue agonizante, o anime não tem nem data de lançamento, sabemos que sai no ano que vem, mas quando no ano que vem, segue um mistério. A série é a única da revista com um anime programado para 2025, torço para que seja um sucesso e que sirva para elevar ainda mais o status do mangá, que merece todo o sucesso.
Na sexta posição, Maou-jou de Oyasumi. A série seguiu por mais um ano de forma tranquila e estável, como sempre fez. Chegou a flertar com o encerramento em alguns momentos, principalmente pelo desenvolvimento da sua narrativa que apontava para um final, mas acabou que não foi o caso. Será que a série termina no ano que vem, ou nossa princesa dorminhoca seguirá dormindo por mais um ano na revista?
Na posição seguinte temos o super novato Kaihen no Mahoutsukai. A série da veterana Yellow Tanabe começou de forma avassaladora; rodeada de bastante expectativa, a série prometia um grande sucesso. Recebeu até a capa da revista logo no seu primeiro capítulo, algo que só é entregue para os principais mangakas da revista.
Kaihen foi também o primeiro mangá da Sunday com tradução simultânea a partir do seu primeiro capítulo, demonstrando que a empolgação não era só no Japão. Eu mesmo embarquei nesse trem, e fiquei ainda mais maravilhado com o seu primeiro capítulo, genuinamente uma das melhores estreias dos últimos anos. Infelizmente, o primeiro capítulo impecável não teve um seguimento igualmente impecável, a série preferiu adotar um ritmo muito cadenciado, o que diluiu toda a empolgação inicial do público que adorou a sua estreia. Longe de ser uma série ruim — muito pelo contrário —, o mangá ainda agrada à maioria. Porém, a construção do primeiro capítulo foi tão marcante que tudo o que se seguiu, mesmo sendo bem interessante, acabou, de certa forma, decepcionando um pouco. A história nem lançou seu primeiro volume, é cedo demais para alcançar qualquer conclusão, mas será que Kaihen consegue recuperar todo seu ímpeto inicial para o ano de 2025, alcançando dentro da Sunday o seu necessitado grande sucesso?
Na oitava posição temos Ryuu to Ichigo, que teve um 2024 igual ao seu 2023 que foi igual ao seu 2022. O que mudou foi a inserção de uma viagem no tempo ali, outros aliens aparecendo do outro lado, meio que só isso mesmo. A série seguiu agradando e garantindo mais um ano de sobrevivência, para a enorme felicidade dos fãs do principal shogi dramático, psicodélico e futurista do mercado.
Momose Akira no Hatsukoi Hatanchuu é o próximo da lista, outro que promete bastante para 2025. A série se confirmou como o maior sucesso – prévio – da última leva, com um número bem grande de leitores, que comentam e curtem a série em todos os capítulos. Se você entrar no twitter da autora vai encontrar vários capítulos da série que viralizaram para milhares de pessoas, é realmente o mangá que melhor se destacou entre os estreantes de 2025, isso sem ainda lançar seu primeiro volume. Veremos se esse apoio será convertido em boas vendas.
Mizuporo vem na sequência, o mangá que sobreviveu puramente de brisa e apoio editorial. A série nunca vendeu bem e nunca teve um número relevante de leitores, mas jamais demonstrou qualquer tipo de fraqueza ou preocupação quanto ao seu status dentro da revista. Boas posições, bom número de páginas coloridas, Mizuporo vive tranquilamente, respaldado pelos editores que parecem valorizar bastante a história.
Página Colorida do Capítulo Extra de Law of Ueki (Law of Ueki – Exhibition)
Lançando um capítulo especial, temos o retorno do veterano Tsubasa Fukuchi, autor de Law of Ueki – Exhibition. A série não é lá das mais conhecidas do ocidente, mas no Brasil a história é diferente. Se você for procurar por traduções do mangá em qualquer idioma – obviamente, tirando o japonês – não vai encontrar facilmente, mas acredito que você vai se surpreender ao descobrir que um mangá dos anos 2000 foi completamente traduzido para o portugues brasileiro. Eu não lembro o motivo e não sei a razão, mas me lembro de ouvir falar bastante de Ueki como um bom battle-shonen clássico, a série sempre me despertou curiosidade na época, mas nunca cheguei a ler.
Tsubasa Fukuchi está desde 2022 lançando one-shot atrás de one-shot, atirando pra todo lado com diferentes gêneros e propostas, agora, resolveu retornar mais uma vez para o seu principal trabalho, na preparação para sua nova serialização. Exatamente, será na edição #08 de 2025 que Tsubasa retorna, com um novo mangá intitulado ‘’Parashoppers’’, uma nova história de ação e aventuras com poderzinhos. Estou realmente ansioso por esse novo projeto, e rezo pela ressurreição dos seus fãs brasileiros, na empreitada de traduzir mais uma de suas história.
Na décima segunda colocação temos Utsuranin desu, o principal novato de 2024. Eu usei descrição parecida para me referir à Ogami, mas não se confundam, Ogami é um mangá de 2023, que consolidou-se no ano seguinte, já Utsuranin é um mangá de 2024, lutando pelo seu espaço em 2024. A série foi reconhecida por grandes mangakas (ONE, Junji Ito) e conseguiu também ser reconhecida pelo público da revista, que vem adorando a série. Utsuranin desu promete dar seguimento ao seu excelente começo, e quem sabe, com alguns empurrõezinhos, a série não se torna outro importante nome na história da Sunday.
Shibuya Near Family é o décimo terceiro colocado, o nosso parasita preferido. A série teve mais um ano tranquilo e terá um 2025 tão tranquilo quanto, por ser escrita por ninguém menos que Kumeta Kouji, um dos mangakás de comédia mais respeitados da indústria, o mangá basicamente só termina quando seu autor desejar.
Shite no Hana – Nougakushi Haga Kotarou no Sakikata aparece na décima quarta posição, a mais recente aposta da revista. A história foi apontada como o ‘’Akane-Banashi’’ da Sunday, simplesmente por ser um mangá sobre as artes tradicionais japonesas. Comparação pesada, já que para sentar na mesma mesa de Akane requer uma qualidade de escrita que beira o impecável. A série não teve um bom início, mas não pela falta de qualidade, foi mais pela falta de interesse do público, que simplesmente não deu toda essa atenção para o mangá. Cedo demais para condenar ou inocentar a história, a série terá o ano de 2025 inteiro para provar seu valor, e quem sabe fazer valer as comparações iniciais.
Kaiten no Albus vem na sequência. A série teve um incrível apoio editorial desde seu primeiro capítulo, que não foi bem correspondido através dos seus leitores e nem de suas vendas. Tentaram promover a série de forma bem incisiva, uma propaganda que não resultou em muita coisa. A tarefa de Albus para o ano que vem é a de retribuir toda a fé que lhe depositaram, mesmo que minimamente.
Capa do Volume #4 de Shibuya Near Family
Na décima sexta posição temos a pior estreia não só de 2024, mas dos últimos anos, Ichika Bachika. É raro encontrar uma estreia tão odiada e tão rapidamente abandonada como Ichika, a série não teve um único momento de paz, do seu capítulo 1 até o atual não tivemos um único sinal de melhora. A série é alvo constante de piadas e críticas; a chance de Ichika terminar 2025 com vida é menor do que a dos leitores da Sunday conseguirem arranjar uma namorada.
Na décima sétima posição, o meu xodozinho, Maiko-san Chi no Makanai-san. O mangá é a quinta série que mais vende na revista, com suas 45 mil cópias por volume. Para minha imensa tristeza e para o desagrado de todos os seres vivos, Maiko-san entrou na sua reta final, e deve acabar no meio de 2025, junto com sua parceira Komi-san wa, Komyushou desu, que também se despede no ano que vem.
As duas séries marcaram um importante ciclo dentro da revista, merecendo ser apreciadas por toda sua excelência. Enquanto o indesejado fim não chega, resta-nos aproveitar os últimos momentos.
Strand é o próximo da fila, outro que continua decepcionando seu leitor. O mangá resolveu abordar sua narrativa com tanta paciência e tanta calma que até o sunday enjoyer mais paciente do mundo não suporta mais. A série transmite uma constante sensação de que nada acontece. As coisas não andam, e quando andam, são tão desprezíveis e sem graça que era melhor nem ter acontecido. Mais um mangá que vai me surpreender bastante se resistir até o final de 2025.
Na décima nona posição temos outro clássico moderno, Tonikaku Kawaii. Quem acompanha a série sabe bem que o mangá já acabou tem tempo, o que resta agora é apenas enrolação e alguns capítulos engraçadinhos. Para o leitor mais impaciente, pecado maior não há. Uma história que abandonou seu núcleo central e gasta inúmeros capítulos destacando o cotidiano dos personagens, sem qualquer senso de urgência. Pena eu tenho daqueles que não sabem apreciar toda a simplicidade da vida. Que venha mais um 2025 farto para Tonikaku.
Na 20ª posição temos Te no Geka, um dos principais candidatos à cadeira elétrica. O mangá nunca vendeu bem, não costuma ranquear bem nas TOCs, e acumula também um bom número de haters ao redor de seus capítulos. Será uma luta para alcançar a marca de 100 capítulos.
Capa do Volume #7 de Te no Geka
Na vigésima primeira posição temos o subestimado Red Blue. A série teve um 2024 excelente, recebeu uma adaptação live-action, comemorou a marca de 100 capítulo, ilustrou a revista com uma das melhores capas do ano – os dois gostosões magricelas, icônico -, basicamente, vitória atrás de vitória. Dificilmente teremos um boost relevante resultando do seu live-action, algo que deve impactar pouco, já que a série sempre contou com o apoio do editorial, principalmente por ser um dos únicos mangás de esporte da line up. O próximo ano promete ser bem tranquilo para a série.
Os três últimos podem ser comentados em conjunto, Rock a Rock, Hello Work Monsters e Himeru Kokoro no zen himitsu. Os três costumam revezar suas posições no fundão absoluto, os três aguardam o seu inevitável cancelamento. Não saberemos quando, se serão dois ou três encerramentos de uma só vez, o que sabemos é que o apoio editorial se esgotou, e que o 2025 será bastante sombrio para essa galera.
Por hoje, terminamos. Escrevi pra caramba, peço perdão. Foi estranho escrever uma espécie de retrospectiva sabendo que essa não seria a última edição do ano, mas quando comecei a escrever fiquei com preguiça de voltar atrás e reorganizar o texto, agora é tarde. Bem, creio que seja só isso, bom que quando o ano virar eu só copio e colo tudo o que foi escrito e termino mais rápido o texto. Aguardo vocês na semana que vem, na última edição do ano. Abraços.