Kagurabachi alcança 1 milhão de cópias em circulação, Undead Unluck renasce das cinzas, o boost de Ao no Hako aumenta e muito mais na análise da semana e da TOC!
Digital: Ruri Dragon c23
Weekly Shonen Jump #48 (28/10/2024):
Em primeiro lugar tivemos Akane Banashi, que conquistou mais uma primeira colocação – 25% das TOCs do site até o momento foram lideradas pelos editores. Tanto o Nakano quanto o Saito deram muita divulgação para a série. Por exemplo, Nakano, nos 55 primeiros capítulos, deu 5 capas e 13 páginas coloridas para Akane Banashi. Eu acredito que isso seja uma combinação de três fatores: expectativa de boa adaptação em anime, temática tradicionalmente japonesa (como era com Hinomaru Zumou) e também um bom número de votos na revista. Isso estimula os editores a divulgarem bastante a série.
Em segundo lugar tivemos ONE PIECE, que anunciou uma pausa de 2 semanas para o mangá e, além disso, a interrupção do anime até abril de 2025. Isso ajudará o anime a se distanciar um pouco mais do mangá, evitando episódios que adaptam meio capítulo. Em terceiro lugar tivemos The Elusive Samurai, que começou a ganhar boas colocações após o anime: não é a primeira vez que vemos isso acontecer na revista, já que os editores utilizam essa estratégia para prender aqueles espectadores que terminaram o anime e foram para o mangá em busca de continuar consumindo o conteúdo (já que não aguentam esperar alguns anos para uma nova temporada).
Eu ainda não sei se essas posições altas de The Elusive Samurai serão temporárias ou não. A situação na revista está muito incerta nesse período, pois, além de termos um editor-chefe novo que está pouco a pouco tentando se adaptar a essa nova função, estamos em um período pós-Jujutsu Kaisen e Boku no Hero Academia, no qual os votos internos dos leitores devem ter se alterado consideravelmente, e Saito e sua equipe ainda estão avaliando como organizar bem a revista. Nesses períodos de instabilidade, testes e reorganizações, é normal vermos uma série bem classificada, mas depois passar um período sendo mal classificada, como está acontecendo agora com Boku to Roboco.
De qualquer modo, The Elusive ter conseguido alcançar duas primeiras colocações e uma terceira é algo espetacular, já que a série conseguiu sair de 40 mil cópias para vender na casa das 70 mil cópias. Uma evolução que ainda não é o pico em vendas da série, mas coloca o mangá como o sexto que mais vende na revista, perdendo respectivamente para One Piece, Ruri Dragon, Kagurabachi, Ao no Hako e Sakamoto Days. É um resultado que eleva a série a uma posição importante na revista. Se voltar a ser classificada na zona intermediária, será pelos motivos que expliquei na semana passada, já que vão estar preferindo promover os mangás que serão “O FUTURO DA REVISTA”, mas se mantiverem The Elusive Samurai constantemente entre os melhores, também não será uma decisão ruim.
Em quarto lugar tivemos Undead Unluck, que, como eu disse nas semanas anteriores, é duro de matar. Não é por nada que eu continuei reafirmando ao pessoal que era necessário ter calma, esperar mais tempo. Escrevi várias vezes na análise da reação do público japonês que, diferente da reação dos próprios japoneses (que comentavam com certeza), a série não tinha sido cancelada. Duas semanas seguidas na última colocação não é certeza de cancelamento, é preciso olhar o quadro inteiro, e nesse sentido, Undead Unluck não parecia estar em crise. A realidade é que Undead Unluck é um dos mangás mais resistentes da história. Mantenho minha previsão de que a série terminará ano que vem, entre fevereiro e agosto, mas não me surpreenderia se terminasse alguns meses depois também.
Em quinto lugar tivemos Ao no Hako, que continua tendo um ótimo boost, caminhando para vender acima de 200 mil cópias enquanto o anime ainda estiver em exibição. É simplesmente questão de tempo. O boost vai continuar se intensificando ao longo das semanas, com a chegada de novos espectadores para o anime, e depois deve se estabilizar. A previsão é que Ao no Hako continue tendo um boost semelhante ao de Dandadan (algumas semanas um pouco menos, outras igual, outras um pouco mais), e os dois protagonizem a temporada, como já venho comentando há meses. Eu acredito que em 2025 Ao no Hako já poderá ser considerado um pilar da revista.
Em sexto lugar tivemos Yozakura-San Chi no Daisakusen, que comentei que terminaria provavelmente na edição 49 ou 50, já que combinaria com inúmeros fatores: acabaria juntamente com o lançamento da GIGA, no qual o mangá é capa, com os capítulos corretos para fechar o volume e com a tempística para uma leva de dois mangás em novembro, entre outros pontos. Contudo, não vejo sua história se concluindo em três ou quatro capítulos – só se o autor der uma grande rushada ou concluir a série na GIGA. Assim, é possível que a série só venha a terminar em dezembro ou janeiro, tendo assim um volume a mais. A realidade é que temos várias estradas que Saito pode seguir, e é complicado prever qual será tomada.
Em sétimo lugar tivemos Himaten, que estamos esperando o lançamento do seu primeiro volume para sabermos sua real popularidade. O jovem romântico ama mangás de romance nos quais há várias garotas para adorar, e por isso obras como Himaten acabam sendo apostas muito seguras. A Shonen Magazine, justamente sabendo como esse gênero é fácil para encontrar novos sucessos, aposta muito, em comparação às demais revistas shonen do mercado. É uma entrada rápida e fácil de dinheiro, já que obras como Himaten tendem a vender bem já nos primeiros dois volumes. A questão é que também tendem a se estabilizar muito rapidamente.
Em oitavo lugar tivemos Kagurabachi, que já superou 1 milhão de cópias em circulação em 4 volumes, uma média de 250 mil cópias por volume – resultado superior ao rendimento inicial de Jujutsu Kaisen. O sucesso de Kagurabachi é inegável, e nesta semana a série teve uma posição mais baixa, pois na semana passada já havia sido capa e página colorida de abertura. Assim, o editor-chefe preferiu dar prioridade para outras séries. Muito em breve, a obra retornará ao TOP 5, já que é um dos maiores sucessos que a revista encontrou nos últimos 8 anos.
Sobre os “rumours” de estar sendo avaliado o Studio Pierrot, MAPPA, entre outros, para o anime de Kagurabachi, eu digo que é preciso ter calma. Essas negociações são complexas e envolvem um grande comitê de produção com seus vários interesses. A Shonen Jump tem uma equipe dedicada para as adaptações em anime de suas obras e irá, junto com o comitê, avaliar qual é a melhor estrada possível para Kagurabachi. Desde que essa equipe dedicada foi aberta em 2017, os animes da Shonen Jump melhoraram muito em qualidade, mesmo que atrasem mais. Eles cometem erros, mas mesmo assim são bem competentes nas escolhas. Então vamos esperar.
Em nono lugar tivemos HUNTER X HUNTER, que continuará com seus capítulos semanais até pelo menos o 410. Sei que saiu uma notícia de que a série seria lançada de modo irregular, mas a notícia do Oricon acabou sendo interpretada de modo errôneo, na minha visão. O Oricon se referia ainda ao anúncio realizado dois anos atrás de que a série mudaria a sua modalidade de lançamento, com possibilidade de se tornar irregular, mas muitos interpretaram como se o Oricon estivesse dando novas notícias. Pelo que entendi lendo, não deram nenhuma nova atualização. Após aquela mensagem de 2022, a Weekly Shonen Jump não se pronunciou mais sobre “a mudança de modalidade de lançamento” e Hunter x Hunter retornou com lançamentos semanais como sempre.
O retorno de Hunter x Hunter é importante para a revista nesse momento de crise, pois acaba atraindo leitores que gostam da série (a maioria são mais velhos e não restarão, mas aqueles jovens que gostam de Hunter x Hunter podem restar). E serve para ser um pilar temporário, enquanto Ao no Hako, Sakamoto Days e Kagurabachi crescem em popularidade nos próximos meses.
Em décimo lugar tivemos Boku to Roboco, que, após várias ótimas posições, está começando a aparecer mais constantemente na segunda metade da revista, variando de posição como acontecia durante a gestão Nakano. Comédias tendem a ter muita variação tanto na votação quanto na qualidade dos capítulos (certas piadas acabam falhando miseravelmente), por isso é normal uma certa oscilação semana após semana. Se isso é algo temporário ou se a série voltará definitivamente ao tratamento “montanha-russa” que tinha, só o tempo dirá.
Em décimo primeiro lugar tivemos Exorcist no Kiyoshi-kun, no qual claramente os editores estão esperando o lançamento do primeiro volume em novembro para decidir o destino da série. Assim que novembro se aproximar, eles devem começar a ter dados das pré-vendas, que, com uma certa margem de erro, já são suficientes para prever as vendas de uma série. Por isso, é o momento de ficarmos de olho para ver se Exorcist no Kiyoshi-kun irá conseguir vingar ou não. Em décimo segundo lugar tivemos Witch Watch, que está esperando seu anime estrear… É isso, pessoal, nenhuma novidade.
Em décimo terceiro lugar tivemos Negai no Astro, que deve vender entre 25 e 27 mil cópias neste segundo volume, uma queda preocupante, que joga a série no bonde da mediocridade (Kill Blue, Nue no Onmyouji e Undead Unluck), que são séries (que não são de comédia simples, como Choujun e Roboco) que têm vendas medianas para o padrão da Shonen Jump, independentemente da sua qualidade. Essas séries, para certas pessoas, são horríveis, para outras são boas, mas não têm apelo suficiente para quebrar a bolha comercialmente falando.
A questão agora é que as vendas de Negai no Astro estão abaixo do esperado, e uma redução, acompanhada de uma queda nos votos, é uma péssima notícia. Negai no Astro não será cancelado em novembro ou dezembro, então há tempo para melhorar seus votos e ao menos estabilizar suas vendas. Uma maior diminuição de vendas ou votos pode, sim, resultar no cancelamento da série em 2025.
Em décimo quarto lugar temos o coringa da revista, vocês sabem quem… A obra literalmente vende o necessário para sobreviver e continua rindo na cara daqueles que odeiam a série. Por quanto tempo continuará rindo com suas 24 mil cópias por volume, não sabemos, mas certamente chegará em dezembro viva. E terminando em último lugar tivemos Choujun! Chojo-Senpai, que sim, é normal que as comédias não vendam tão bem, mas têm bons resultados na votação interna, justificando sua sobrevivência. Contudo, ultimamente parece que Choujun! Chojo-Senpai não está indo bem em ambas, infelizmente. Então, a obra pode entrar em 2025 correndo sério risco de cancelamento.
Reaja, Choujun! Você consegue, reaja!
Não classificado, mas que preciso comentar um pouco, é Youkai Buster Murakami. A série vai lançar seu primeiro volume em novembro, no qual deve ter dez capítulos. Atualmente, a série não tem páginas para um segundo volume, já que lança capítulos com 10 páginas. Os editores podem tomar duas decisões: cancelar a série em novembro, lançando um volume com vários extras, ou esperar um pouco mais para que a série seja cancelada quando completar 2 ou 3 volumes. O mangá, mesmo indo mal em popularidade, não ocupa muitas páginas, por isso não há uma urgência em cancelá-lo. Vamos ver o que Saito e sua equipe decidirão.
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