A Weekly Shonen Jump lança a última série dessa leva, enquanto prepara o terreno para as próximas!
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Desculpa pelo atraso pessoal. Viajei para o Japão, onde vou ficar por várias semanas, e por isso a TOC atrasou, mas venho trazer mais uma análise para vocês, dessa vez focando somente nos mangás ranqueados – vou aproveitar para dizer o que vi de muitas séries nesses primeiros dias aqui em Tóquio (depois irei me mudar para Osaka, onde ficarei alojado por várias semanas).
Lembrando que esta semana tivemos a estreia de Cycle Biyori, o novo mangá de comédia e light-adventure da revista. Além de páginas coloridas para Kagurabachi, que continua sendo um grande sucesso em vendas, tendo vendido mais de 300% em sua primeira semana de vendas no segundo volume em comparação ao primeiro. Kagurabachi deve alcançar entre 75 e 85 mil cópias vendidas no mês neste segundo volume, tornando-se o quarto mangá da revista que mais vende sem anime, perdendo somente para Ruri Dragon, Ao no Hako e Sakamoto Days, respectivamente.
Kagurabachi é um sucesso comercial claro, precisa porém começar a apresentar TOCs melhores. Deixarei para a próxima semana para comentar mais sobre suas posições, mas suas vendas são claramente promissoras e louváveis.
Em primeiro lugar, tivemos Sakamoto Days. É raro encontrar produtos de mangás que não têm anime, e como Sakamoto Days ainda não ganhou a sua adaptação (para a tristeza geral da população), andando pelo Japão raramente vemos produtos de Sakamoto Days. Eu realmente acredito que a série tem potencial para vender várias Action Figures de qualidade, por isso, se um dia receber um anime de qualidade, eu realmente acredito que Sakamoto Days possa se tornar um grande nome do mercado.
Eu não digo grande como ONE PIECE, segundo mangá dessa TOC. É de longe a obra com mais publicidade juntamente com Boku no Hero Academia, Jujutsu Kaisen, Kimetsu no Yaiba e os mangás clássicos da revista. O poder de One Piece no mercado é enorme, ele está em todo lugar, com várias Action Figures diferentes. E não é por nada que ONE PIECE continua assim, sempre nas primeiras colocações da TOC.
Em terceiro lugar, tivemos Boku no Hero Academia, que continua muito presente em várias lojas japonesas. Tem um mito muito grande de que Boku no Hero Academia falhou em ter uma grande popularidade, mas eu discordo. Talvez seus números nunca superaram 1 milhão de cópias, algo que atualmente somente três mangás conseguem: One Piece, Jujutsu Kaisen e Spy x Family, mas é clara a sua presença no Japão. Encontram-se produtos de Boku no Hero Academia nas lojas, encontram-se várias Action Figures nas lojas destinadas a vendas de “Toys”, inclusive de muitos personagens secundários, e seus volumes são bem amostra em lojas de usados também.
Em quarto lugar, tivemos Choujun! Chojo-Senpai, que irá lançar o seu primeiro volume em Junho – eu não espero um grandíssimo resultado comercial, por ser uma comédia, mas se conseguir vender acima de 20 mil cópias, significa que realmente está sendo muito bem recebido pelo público japonês (Já que as comédias tendem a ir muito bem na popularidade interna, mas não tão bem em vendas). Em quinto lugar, tivemos Ao no Hako, que está esperando seu anime estrear em Outubro.
Em sexto lugar, tivemos Jujutsu Kaisen, que também é outro mangá muito presente em várias lojas, mas como o anime não está mais em exibição, diferente de Boku no Hero Academia, diminuíram bastante as suas publicidades. Anime atualmente é OBRIGATÓRIO para uma obra ter um alcance nacional, e raramente mangás conseguem explodir sem um anime, diferente do passado, quando muitas obras conseguiam explodir sem anime. Se antes era importante, agora é praticamente obrigatório.
É por isso que obras como o sétimo colocado, oitavo colocado e nono colocado: Witch Watch, Boku to Roboco e Akane Banashi, mesmo sendo populares dentro da revista, não são vistas em muitas lojas. Sem um anime, elas acabam não tendo tanta relevância comercial. A Weekly Shonen Jump, porém, continua tendo muita presença em todas as lojas: Além de Bookstore, é vendida em muitos mercados, supermercados e lojas de conveniência de todos os bairros possíveis. Tantas outras revistas também são bem vendidas, mas a presença da Weekly Shonen Jump é muito grande.
Praticamente, se você quiser comprar um volume, é necessário ir em uma Bookstore, são poucos aqueles vendidos nos mercadinhos ou lojas de conveniência. Contudo, se você quiser uma revista de grande porte, como a Weekly Shonen Jump, você pode comprá-la até mesmo em uma loja onde for comprar o seu café da manhã ou fazer as compras da semana. Deste modo, o próprio ato de comprar a Weekly Shonen Jump se torna diferente do ato de comprar um volume.
Entrando no Bottom 5, tivemos Undead Unluck, que simplesmente não tem nenhuma Action Figure sendo vendida, não tem nenhum produto especial sendo vendido, e isso demonstra que o anime de Undead Unluck não alcançou as massas, continuou sendo um mangá de nicho, mesmo estando na maior revista de mangás do Japão. O mesmo vale para Yozakura-San, que ganhou um anime nesta temporada, mas não está tendo um grandíssimo boost (mesmo que o boost já seja melhor do que o de Undead Unluck).
Isso rende Undead Unluck e Yozakura-San um fracasso completo? Não acho. A revista sempre terá aquelas séries que não vão explodir em vendas, mas continuarão como mangás que agradam um nicho. E é isso que ambas as séries se tornaram: Obras com um sucesso limitado que irão agradar um público limitado, mas que é bastante fiel. O problema de Undead Unluck e Yozakura-San é que foram lançados em um período no qual os grandes sucessos novos da revista não estão ganhando anime, e assim o limitado alcance desses mangás acaba chamando mais atenção do que deveria. Ninguém esperava que Undead Unluck ou Yozakura-San se tornassem monstros em vendas.
Em décimo sétimo lugar, tivemos Nige Jouzu no Wakagimi, que daqui a pouco deve começar a vender abaixo de 40 mil cópias – além disso, parece que o rendimento na TOC só piora. Se o anime de julho não revitalizar a obra, é bem possível que em 2025 ou 2026 ela possa começar a correr risco de cancelamento. Se eu fosse o Matsui (autor do mangá), esperaria o anime e, após ver sua recepção, começaria a avaliar se encaminhar Nige Jouzu no Wakagimi para um encerramento natural ou não.
Em décimo oitavo lugar, tivemos Nue no Onmyouji, que está indo bem mal nas TOCs e suas vendas crescem muito lentamente, mas por enquanto vende mais que Kill Ao e igual a Undead Unluck. Eu acho que Nue no Onmyouji não será cancelado na próxima leva (enquanto estiver recebendo 1 página colorida a cada 4 semanas não será cancelado, provavelmente), mas devemos estar de olho em como se irá desenvolver a situação do mangá, que é bem complicada. Uma ausência de capa de aniversário seria algo muito alarmante.
Lembrando que os editores primeiro decidem quantos mangás estrear e depois quantos cancelar. Deste modo Nue não está completamente seguro, mas tenho uma sensação que não teremos mais de três mangás estreando, por isso aposto para a conclusão de Boku no Hero Academia, e o encerramento dos próximos dois mangás na próxima leva, que deve estrear em Julho-Agosto.
Em décimo nono lugar, tivemos Dear Anemone, no qual o autor em uma ação pouco profissional cancelou todos os posts do Twitter relacionados ao mangá. É um rage quit por causa da má recepção ou de um possível cancelamento após uma reunião? Não sabemos, mas realmente demonstra que Dear Anemone teve uma recepção horrível (no geral, considero já pior que aquela de Ruirui Senki) e que tem zero chances de se salvar do cancelamento.
Em último lugar, tivemos Green Green Greens, que tem muita dificuldade em conquistar a atenção do público, e após esse último capítulo me bateu uma tristeza genuína em relação ao mangá. Será muito triste ver seu cancelamento, mas querendo ou não, é um cancelamento completamente justificável, já que seu primeiro volume vendeu menos que o cancelado Ruirui Senki. Eu espero que o autor receba uma terceira chance, pois ele merece (e tem talento para isso). O ciclo de cancelamentos continua, e eu até me acostumei, mas são séries como Green Green Greens que me fazem lembrar como um cancelamento pode ser duro para certos autores.