escrito por Diego Felipe
É, pessoal… levou um tempo para eu entender melhor como a Weekly Shounen Sunday estava depois de um tempo sem conseguir analisar com frequência. E pelo que vejo, as coisas ficaram cada vez menos exigentes. É como se qualquer mangá que vendesse 10 mil em duas semanas já pudesse ser mantido. Mas pelo menos tivemos algumas mudanças interessantes, que não chegam a ser tão significativas a curto prazo mas que ao menos já são um pouco mais animadoras que o marasmo que estava a revista do meio para o fim do ano editorial de 2018. Bom, sem mais delongas, eis o índice da edição #01.
TOC Weekly Shonen Sunday #01 (2019):
01. Detective Conan (Capa) (capítulo 1023)
02. Komi-san wa, Komyushou Desu. (capítulo 175)
03. Hoankan Evans no Uso: Dead or Love (capítulo 82)
04. Tonikaku Kawaii (capítulo 41)
05. Aozakura: Bouei Daigakukou Monogatari (capítulo 114)
06. Maoujou de Oyasumi (capítulo 128)
Soukyuu no Ariadne (Página Colorida) (capítulo 49)
07. Amano Megumi wa Suki Darake! (capítulo 150)
08. Kimi wa 008 (capítulo 40)
09. Maiko-san chi no Makanai-san (capítulo 95)
Marry Grave (Página Colorida) (capítulo 48)
10. Tantei Xeno to Nanatsu no Satsujin Misshitsu (capítulo 50)
11. Sou-Bou-Tei Kowasu Beshi (capítulo 129)
12. Hatsukoi Zombie (capítulo 153)
13. Be Blues – Ao ni Nare (capítulo 358)
14. Daiku no Hatou (capítulo 74)
15. Gofun go no Sekai (capítulo 31)
16. switch (capítulo 33)
Chrono Ma:Gia: Mugen no Haguruma (Pré-Rank) (capítulo 06)
17. Memesis (capítulo 39)
18. Zettai Karen Children (capítulo 525)
19. Saike Matashitemo (capítulo 139)
Youkai Giga (Nunca é Ranqueado) (capítulo 49)
Tokaichi Hitoribocchi Noen (Nunca é Ranqueado) (capítulo 50)
Birdmen (Ausente – Mangá Mensal) (pausado no capítulo 66)
Yugami-kun ni wa Tomodachi ga Inai (Ausente – Mangá Mensal) (pausado no capítulo 76)
Major 2nd (Em hiato) (pausado no capítulo 159)
Detective Conan: Zero’s Tea Time (Em hiato) (pausado no capítulo 22)
Gin no Saji (Em hiato) (pausado no capítulo 127)
Ryoko (Em hiato) (pausado no capítulo 22)
Arata Kangatari (Em hiato) (pausado no capítulo 232)
A capa da vez foi para Detective Conan – que mais uma vez ganhou a capa da primeira edição do ano. E como é de praxe, Conan não recebeu páginas coloridas, por isso ainda está sendo ranqueado. As páginas coloridas da edição foram para Soukyuu no Ariadne e Marry Grave. À época, ambas tinham conseguido completar um ano de publicação. Porém, atualmente, só Ariadne permanece na revista, com um rendimento modesto porém satisfatório para ser mantido na visão dos editores. Marry Grave infelizmente acabou cancelado na edição #07, sem direto a uma página colorida. Os mangás Yougaki Giga e Tokaichi Hitoribocchi Noen sempre pegam a penúltima e a última colocações, respectivamente, na ordem de leitura de cada edição da Weekly Shounen Sunday. Por causa disso, eles nunca são ranqueados.
Em mais uma tentativa de emplacar um mangá da franquia Chrono Ma:Gia, tivemos o lançamento de Chrono Ma:Gia: Mugen no Haguruma, que ainda não estava sendo ranquedo na edição #01 por estar apenas em seu sexto capítulo. O mangá anterior da franquia, Chrono Ma:Gia: Toki no Shoukansha to Shiraha no Hanayome, era feito por Fujiko Dousei, autora que ainda não fez sucesso na revista e que por problemas de saúde não conseguiu prosseguir com o mangá, que acabou cancelado. Para Mugen no Haguruma, a estratégia foi chamar o roteirista do mangá de Kakegurui e o desenhista de Denpa Kyoushi, ambos veteranos. Mas, vendo as posições do mangá mesmo antes do pré-ranqueamento, tenho a sensação de que a ideia não é fazer uma adaptação da obra que dure ou se destaque tanto assim, visto que os editores não parecem estar nem aí pra esse novo mangá.
Nessa edição não tivemos nenhum capítulo de Birdmen e Yugami-kun ni wa Tomodachi ga Inai, mangás veteranos e cujos capítulos são lançados mensalmente. Enquanto isso o substituto de Detective Conan, o spin-off Zero no Tea Time, está em hiato apenas esperando o mangá principal entrar em hiato pra ele voltar a ser lançado. Major 2nd entrou em hiato ainda no ano editorial de 2018 e até agora não retornou. Gin no Saji está em hiato há mais tempo e Arata Kangatari há muitos anos não tem capítulo saindo. O trio segue sem previsão de retorno. À época, Ryoko estava em hiato há mais de um ano. Porém, eis que na edição #08 o mangá finalmente retornou dos mortos, digo, do hiato. Depois de um tempão, finalmente seu 23º capítulo saiu, com direito a uma página colorida. No fim das contas Ryoko acabou voltando ao combate para brigar por sua permanência.
Nessas de ainda estar sendo ranqueado porque só ganhou a capa, Detective Conan ganhou outra vez o primeiro lugar entre os ranqueados. A obra continua sendo a mais importante da line-up e a maior fonte de rendimento comercial da Weekly Shounen Sunday, dado o sucesso que a franquia ainda faz. E, de quebra, a partir de 2018 a obra ganhou um spin-off com ótimo rendimento comercial – Zero no Tea Time. Toda vez que Conan entra em hiato, Zero no Tea Time volta a ser publicado. Quando Conan retorna, é Zero no Tea Time que vai pro hiato. É o que vocês verão na edição #07, quando Conan entra em hiato e Zero no Tea Time volta a ser lançado.
A segunda colocação foi para Komi-san wa, Komyushou Desu., que continua sendo um sucesso tanto em aspectos de crítica quanto de vendas de volumes. Até o dia 06 de janeiro de 2019, o 11º volume tinha vendido 125.478 cópias. Acredito que de lá pra cá já conseguiu vender pelo menos mais 25 mil cópias. Apesar da ótima fase comercial, não deixa de ser notório que as vendas de volumes estão estagnadas, ou seja, não estão mais crescendo e estão estabilizadas na casa das 150 mil cópias vendidas em até dois meses. Mas o importante é que a obra ainda está estável na line-up, com perspectiva pra permanecer por um tempão ainda.
O mangá de faroeste Hoankan Evans no Uso: Dead or Love geralmente pega posições medíocres-baixas na ordem de leitura das edições, mas dessa vez foi contemplado com a terceira colocação. A obra continua indo bem pros padrões da revista e continuará sendo mantida por mais um bom tempo. De quebra o mangá atualmente está ficando cada vez mais perto do lançamento de seu 100º capítulo. Em quarto lugar está Tonikaku Kawaii, que continua em uma excelente fase (pros padrões da revista). Seu 4º volume vendeu 46.526 entre 18 a 27 de janeiro (dez dias). A obra também apresenta bons resultados nas vendas digitais – Esse mesmo volume foi o 19º no Ranking Shoseki na semana entre os dias 14 e 20 de janeiro. Com resultados tão positivos (pra uma revista que já mantém uma obra que vendeu 10 mil cópias em duas semanas) e com uma recepção positiva, mais o apoio editorial, podemos dizer que Tonikaku vai ficar seguro por um tempão, sem correr nenhum risco de cancelamento atualmente.
Página Colorida: Soukyuu no Ariadne
A quinta colocação foi para Aozakura: Bouei Daigakukou Monogatari, que, apesar de não ter muito destaque editorial, vai sobrevivendo sem grandes dificuldades. E se não chega a ser um sucesso notório da revista, por outro lado é a obra mais relevante da carreira de Hikaru Nikaidou, que no passado não conseguiu emplacar obras na revista Kodansha e viu seu primeiro mangá lançado na Weekly Shounen Sunday (Heavens Runner Akira) durar apenas 7 volumes (Aozakura já teve 10 volumes lançados). Acredito que Aozakura ainda poderá se manter por um bom tempo, mas ainda não sei confirmar se esse prazo será muito longo. Por ora a obra está sem segura.
Quem descansa tranquilamente na sexta colocação é Maoujou de Oyasumi, que ainda é um dos seletos mangás da revista que consegue vender entre 40-50 mil cópias em um mês e aparecer no Ranking Oricon. A sétima posição foi para Amano Megumi wa Suki Darake!, que chegou ao seu 150º capítulo lançado na edição #01 do ano editorial de 2019. A obra segue em situação favorável e com um bom nível de vendas (45-50 mil em pouco mais de um mês). Já o oitavo lugar ficou Kimi wa 008, mangá que está perto de completar um ano de publicação. Seu rendimento comercial é pouco mais que satisfatório (nas vendas digitais o mangá se sai bem). Apesar de não ser um estouro em vendas, Kimi wa 008 achou seu lugar no plantel e vai ser manter ali por um bom tempo, sem riscos de cancelamento a curto-médio prazo.
Ainda em boa fase, Maiko-san chi no Makanai-san, que já chegou à marca de 100 capítulos publicados (teve o seu 95º capítulo lançado na edição #01), pegou o nono lugar. A obra ainda tem uma boa recepção crítica e comercial. Seu 8º volume vendeu 25.359 cópias em sua primeira semana de vendas (entre 10 e 16 de dezembro de 2018). Atualmente esse mesmo volume deve ter vendido pelo menos 60-65 mil cópias. A quantidade é expressiva considerando que boa parte das obras mantidas na revista pena pra chegar à marca de 20 mil cópias vendidas em um mês.
Pegando a décima colocação da vez, Tantei Xeno to Nanatsu no Satsujin Misshitsu contrariou minhas opiniões iniciais sobre o rendimento da obra e conseguiu se firmar. Melhor: ainda mantém apoio dos editores, mesmo com um rendimento que pode ser considerado como satisfatório. A recepção da obra, porém, ainda deve ser positiva entre os leitores. O mangá atualmente não corre grandes riscos de cancelamento e tem boas chances de ser mantido a médio prazo. Lembrete: o primeiro capítulo do mangá em português foi lançado essa semana, feito pela scan Mangatrônia.
Quem fica na décima primeira posição é Sou-Bou-Tei Kowasu Beshi. Comercialmente falando a fase é positiva: seu 11º volume já deve ter vendido pelo menos 75 mil cópias de dezembro pra cá. Porém acredito que mesmo tendo um rendimento melhor do que várias obras do plantel, a obra não permanecerá por muito tempo na revista, pois o autor Kazuhiro Fujita já tinha dado a entender que a obra não teria longa duração. Além disso, acredito que se a obra for mantida por um prazo muito longo, ela acabaria perdendo espaço para outros novatos com o passar do tempo. Bem, para resumir: o mangá está em fase tranquila e, por enquanto, tudo leva a crer que a obra só será finalizada quando o autor quiser.
A décima segunda posição foi para Hatsukoi Zombie, que, acredito eu, está entrando em reta final. Acredito que o mangá será finalizado ainda em 2019 considerando que não há muita coisa pra ser prolongada quanto ao desenvolvimento da história. Além disso uma duração por um período mais longo poderia deixar a obra em desgaste, sendo que ela já não tem um desenvolvimento dinâmico. E o veterano mangá de futebol Be Blues! – Ao ni Nare outra vez pegou uma posição medíocre – o décimo terceiro lugar. A obra não tem mais tanto destaque quanto no passado, mas continua em situação estável e sem riscos de cancelamento, ainda mais considerando que tem muito novato que nem sequer encosta em seu nível de rendimento.
Na porta do bottom (como décimo quarto colocado) quem dá as caras é Daiku no Hatou. É impressionante como mesmo as vendas do mangá sendo baixas e mesmo sem ganhar muito destaque dos editores, a obra vai sendo mantida. Se bobear até consegue ultrapassar a marca de 100 capítulos lançados (atualmente está no seu 81º capítulo publicado). A permanência de Daiku pode ser considerada um exemplo de como a Shonen Sunday está com dificuldades de achar obras rentáveis: para se manter na revista atualmente vender 10 mil cópias no total já é de grande ajuda.
E quem abre o bottom no décimo quinto lugar é o (ainda) novato Gofun go no Sekai. A obra de Hiroshi Fukuda (mesmo autor de Joujuu Senjin!! Mushibugyo) tem um rendimento razoável para os padrões da revista, até nas vendas digitais (seu 3º volume vendeu 5.094 cópias digitais em 10 dias). Esse rendimento, porém, deve ajudar a obra se manter pelo menos a médio prazo. Aliás… do jeito que a Shounen Sunday tá ficando cada vez menos exigente, é provável que a obra até se mantenha por um bom tempo ainda se não começarem a surgir muitos novatos mais rentáveis.
Outro novato a aparecer no bottom é o mangá de basquete switch (se escreve assim mesmo), que pegou apenas a décima sexta colocação da vez. O mangá de basquete apresentou um nível de vendas de volumes apenas razoável, mas suficiente para que consiga se garantir ao menos a médio prazo. Na verdade, até que a Shonen Sunday não está sendo exigente, pois tem poucos volumes de Switch em circulação aparentemente, tanto que mesmo vendendo pouco a obra já recebeu uma nova reimpressão de volume. Para todos os efeitos só o tempo dirá se a obra conseguirá permanecer mesmo que, na pior das hipóteses, mantenha um rendimento razoável (vide Daiku no Hatou) ou se ela acabará não conseguindo se firmar.
O mangá que ficou na décima sétima posição foi Memesis, que infelizmente não estava em situação estável na revista e acabou sendo cancelado na edição #09, com 45 capítulos no total e sem direito a página colorida. Os editores até deixaram a obra ser lançada por quase um ano, mas o rendimento comercial era fraco até para os padrões pouco (senão NADA) exigentes da Weekly Shounen Sunday. Mas acredito que Yagyuu Takuya (responsável pela obra) receberá uma nova oportunidade para lançar um projeto inédito. A penúltima colocação foi para Zettai Karen Children, que continua em sua reta final. Zettai está desgastado na revista devido ao longo tempo de publicação, mas o rendimento comercial ainda é satisfatório e os editores ainda valorizam bastante o autor Takashi Shiina, que trabalha há décadas para a editora Shogakukan. E por valorizá-lo é bem provável que o autor tenha a liberdade de encerrar a obra de forma mais redonda possível, como preferir.
O décimo nono e último lugar foi para Saike Matashitemo, que à época estava pertíssimo do fim. A obra foi finalizada na edição #04-05, segundo a prévia da edição sem direito à página colorida. Apesar de não ter sido um grande sucesso e de ter sido lançada irregularmente, Saike (lançado entre 2014 e 2018) não deixou de ter alcançado algumas marcas interessantes. Primeiro, trata-se da segunda obra com maior quantidade de capítulos de autoria de Tsubasa Fukuchi, com 141 capítulos. A obra com mais capítulos dele foi Ueki no Housoku, lançada entre 2002 e 2005 na Weekly Shounen Sunday. Aliás tanto Saike quanto Ueki são as únicas obras do autor a terem uma quantidade maior do que 100 capítulos. E, para todos os efeitos, até onde se sabe a relação de Fukuchi com o grupo editorial da Weekly Shounen Sunday ainda é positiva e não deve demorar muito para que em breve o autor lance um novo projeto para alguma revista da editora Shogakukan (provavelmente na própria Weekly Shounen Sunday).
Bem, pessoal, assim termina a análise da edição #01. Se tudo der certo, não vou demorar muito para postar as análises das edições seguintes da Weekly Shonen Sunday (e da Weekly Shonen Magazine também).
Até a próxima!