Quem dominou o ano de 2018?
Como já é de tradição, o Ranking Oricon publicou as 10 séries mais vendidas de Dezembro 2017 até Novembro de 2018, e tivemos a presença de vários mangás de revistas que análisamos aqui no Analyse It. Por isso, eu decidi trazer para vocês uma análise detalhada sobre as vendas de cada uma dessas dez séries, comentando o motivo dessas vendas altas, a comparação aos anos anteriores, os volumes mais vendidos de cada série e muitos outros detalhes que talvez vocês não perceberam olhando somente os números. Lembrando que a Ranking Oricon, provavelmente vai publicar também o TOP 30 séries mais vendidas daqui à algumas semanas (por isso os mangás da Posição #11 até #30), e posso valutar escrever sobre a classificação desse Ranking. Sem mais delongas, amigos, vamos ver o TOP 10!
Ranking Oricon: TOP 10 Mangás Mais Vendidos 2018:
Posição – Título – Vendas:
1 | One Piece | 8,113,317 |
2 | Boku no Hero Academia | 6,718,185 |
3 | Shingeki no Kyojin | 5,235,963 |
4 | Slam Dunk | 5,214,085 |
5 | Haikyuu!! | 5,030,624 |
6 | Kingdom | 4,970,171 |
7 | Nanatsu no Taizai | 4,867,680 |
8 | Yakusoku no Neverland | 4,246,955 |
9 | Tensei Shitara Slime Datta Ken | 3,460,066 |
10 | Tokyo Ghoul | 3,267,843 |
01 – ONE PIECE
Em primeiro lugar tivemos ONE PIECE, pelo décimo ano consecutivo. A série vendeu incríveis 8.113.337 cópias fisicas (2018), liderando por uma diferença de 1.400.000 do segundo colocado (Boku no Hero Academia). Ano passado ONE PIECE vendeu 11.495.532 cópias (2017), por isso se analisarmos os números puramente, parece que série teve uma redução de 3 milhões em vendas – quantidade enorme e assustadora – porém, os números sozinhos não explicam todo o fenomêno. A série esse ano lançou três volumes novos, enquanto em 2017 a série tinha lançado 4 volumes, por isso, é normal que a série venda menos. Se somarmos aos 8 milhões mais 2.2 milhões (soma referente a um volume a mais), chegamos a conclusão que ONE PIECE esse ano vendeu somente 1.2 milhão a menos que ano passado.
Indo mais profundamente nas vendas desse ano, a série vendeu 2.4 milhões no Volume 88, 2.1 Milhões no Volume 89, 2.0 Milhões no Volume 90. Deste modo, sendo os 902 mil restantes vendas dos volumes lançados nos anos anteriores à 2018. Por isso os demais 87 volumes precedentes. O volume que mais vendeu acabou sendo o volume 88, como é de se esperar, já que em todos os casos o volume com mais tempo no mercado tende a ter vendas mais altas que os volumes sucessivos que tem menos tempo no mercado, isto não representa obrigatoriamente uma queda realmente em vendas, é necessários analisar mais detalhadamente a progressão de vendas de cada volume para decidir se temos ou não uma redução no número de compradores. A série vendeu em 2015, um total de 14.1 milhões, em 2016 vendeu cerca de 12.3 milhões (queda de cerca 800 mil) e em 2017 vendeu aproxidamente 11.5 milhões (queda de cerca de 800 mil). Como percebemos, se a série tivesse vendido 4 volumes, teria alcançado a marca de 10.3 milhões (queda de 1.2 milhões)
Então a série teve uma queda um pouco maior que o seu habitual este ano. Para analisarmos essa questão devemos considerar outros dados, primeiro devemos levar em consideração a migração a midia digital. Entre esses 800 mil e 1.2 milhões anuais tem uma porcentagem expressiva de pessoas que na verdade não deixaram de ler a série, simplesmente começaram a comprar a versão digital. E além de levarmos em conta a migração, devemos também lembrar que o fenomêno é em constante crescimento e evolução, por isso pode ter se intensificado esse ano, aumentando ainda mais esse número de pessoas que deixaram de comprar ONE PIECE, mas dúvido que esses 400 mil cópias a mais tenham sido causado pelo aumento da migração, é muito provável que esse ano mais pessoas desistiram de ONE PIECE. Se compararmos as vendas do primeiro volume de 2017 (Volume 84 – 2.7 milhões) com o primeiro volume de 2018 (Volume 88 – 2.4 milhões), percebemos uma redução de 300 mil cópias em um ano, que sucessivamente viram um pouco mais de 500 mil cópias na comparação entre o volume 85 e 89 e um pouco mais de 400 na comparação entre o volume 86 e 90, ambos lançados em períodos do ano parecido. Utilizando como critério os volumes 86 e 90, por serem os mais recentes, em um ano (4 volumes) a série perdeu aproximadamente 420 mil leitores, cerca de 105 mil por volume, se consideramos que parte acabou indo para a mídia digital, temos uma perda REAL de 55 à 80 mil a cada volume. Isso mesmo, ONE PIECE está perdendo 55 à 80 mil leitores por volume, uma quantidade que deve variar entre 2.5% à 4% dos seus compradores a cada volume. Sejamos sinceros, uma quantidade bem baixa, que pode ser recuperada com um arco extremamente emocionante.
Sinopse (Link para a Leitura: MangasProject): One Piece começa quando Gol D. Roger, o Rei Dos Piratas que possuiu tudo nesse mundo, antes de ser executado, diz que escondeu o seu tesouro em algum lugar da Grand Line, um oceano extremamente perigoso. Desde então muitos piratas se aventuram pela Grand Line para tentar encontrar o tesouro chamado One Piece. Um deles é Monkey D. Luffy, o garoto que, acidentalmente, comeu uma das Akuma No Mi, a Gomu Gomu No Mi (Fruta da Borracha), e agora ele pode esticar seu corpo como se fosse uma borracha. A jornada dele começa atrás de companheiros e um barco, que ele vai conseguindo pouco a pouco, pois tem um objetivo: Ser o Rei Dos Piratas!
02 – Boku no Hero Academia
Em segundo lugar tivemos Boku no Hero Academia, que saiu da quarta colocação para a segunda colocação, conseguindo este ano a medalha de prata. A série vendeu 6,718,185 cópias (2018) em 2018, contra os 5,852,310 cópias (2017) do ano precedente. Por isso que parece que a série teve um aumento de popularidade, vamos ver se esses dados são realmente reais ou alterados por alguma informações omitida. A série esse ano lançou a mesma quantidade de volumes que no ano passado (4 volumes), porém no geral os seus novos volumes venderam MAIS do que ano passado. O volume 17 vendeu 821 mil cópias, o volume 18 vendeu 812 mil cópias, o volume 19 vendeu 758 mil cópias e o volume 20 vendeu 685 mil cópias. Tendo uma média de 769 mil por volume. Os demais 3.6 milhões de cópias foram das vendas dos volumes lançados nos anteriores.
Deste modo, podemos chegar a conclusão que realmente Boku no Hero Academia teve um aumento de vendas, pois os seus novos volumes estão vendendo mais que os volumes dos anos anteriores. Em 2017 o volume mais bem vendido 744 mil cópias. Porém qual é o motivo pelo qual a série teve esse aumento? São dois: Primeiro o seu anime continua sendo um sucesso de audiência no Japão e está atraindo cada vez mais leitores ao mangá, a prova é que seus volumes antigos continuam vendendo tantíssimo. A segunda razão é o seu filme, que também acabou sendo um grandíssimo sucesso e atraiu muitos leitores. Como eu comentei em minhas análises semanais da Weekly Shonen Jump, 2018 talvez tenha sido um dos melhores anos da história da série, e esperamos que em 2019 a série continue crescendo, mesmo que a previsão mais lógica seria uma redução de vendas na série, por um motivo bem simples: O número de pessoas comprando os volumes antigos (esse ano foram 3.6 milhões volumes vendidos) deve diminuir.
Sinopse (Link para a Leitura – Union Mangás): A história situa-se nos dias atuais, exceto que indivíduos com super-poderes tornaram-se comuns por todo o mundo. Um garoto chamado Izuku Midoriya não possui poderes, mas continua a sonhar.
03 – Shingeki no Kyojin
Em terceiro lugar tivemos Shingeki no Kyojin, que conquistou a medalha de bronze vendendo 5,235,963 cópias (2018). A série em comparação a 2017 perdeu uma posição e também teve uma queda de vendas, já que o mangá tinha vendido 6,622,781 (2017). Em todos os dois anos a série lançou 3 volumes, por isso não podemos dizer que essa queda de vendas é causada pela disparidade de volumes. Vamos analisar, mesmo assim, as vendas dos volumes. Este ano a série vendeu 1.4 milhões no volume 24, vendeu 1.3 milhões no volume 25 e 1.2 milhões no volume 26. Os 1.1 milhões restantes são referentes aos volumes antigos. Eu diria que pelo menos no ano de 2018 a série não teve uma redução de vendas, essa queda é bem natural levando em consideração o tempo de mercado de cada volume. Em 2017, porém, a série vendeu bem mais: O volume 21 vendeu 1.7 milhões, o volume 22 1.6, o volume 23 1.4 – Mesmo que tenha uma migração para a midia digital, a queda de vendas de 1.7 milhões para 1.4 milhões em um ano talvez tenha sido muito acelerada, e é provável que Shingeki no Kyojin esteja tendo uma queda de popularidade.
É importante destacar que esse é o primeiro ano no qual Shingeki no Kyojin está tendo uma real queda de vendas, pois em 2015 a série vendeu 8.7 milhões, mas impulsionado ainda pela grande vendas dos volumes antigos. Em 2016 a série tinha vendido 6.5 milhões e como já citado, em 2017 teve um pequeno aumento de vendas, alcançando a marca de 6.6 milhões de cópias. Esse ano, 2018, a obra vendeu 5.2 milhões de cópias, a menor quantidade desde 2012, antes do seu anime estrear. Desde que em 2013 o seu anime estreou, a série se tornou um sucesso mundial e naquele mesmo ano vendeu espetaculares 15 milhões de cópias só no Japão e só não conseguiu superar ONE PIECE, pois a série da Shonen Jump também estava aproveitando do longo “hype” de Marineford, que fez os seus volumes voltarem a serem vendidos como fossem água. Em 2014, no ano seguinte, quando o “hype” de Marineford já tinha acabado e o hype de Shingeki no Kyojin ainda estava muito ativo, a série vendeu 11 milhões de cópias, e por somente 100 mil cópias não conseguiu superar ONE PIECE. Atualmente parece impossível que Shingeki no Kyojin volte a ter um rendimento tão bom que consiga superar o rei dos mangás.
Sinopse (MangasProject): Há muito tempo atrás, os humanos foram quase exterminados pelos Titãs. Seres humanoides gigantes que devoram as pessoas sem nenhum motivo aparente. Os poucos sobreviventes fugiram, levantaram muralhas de 50 metros para se protegerem desses seres e tentarem viver em paz… Porém, 100 anos depois, a humanidade começa a pagar por seus anos de paz: um titã colossal aparece, destruindo a muralha e dando início a um cenário de carnificina e destruição. É nesse momento em que as vidas de Eren, Mikasa e Armin serão mudadas para sempre. E assim começa uma batalha épica entre a raça humana e esses seres. A busca pela sobrevivência e o desejo de liberdade são o que movem a humanidade.
04 – Slam Dunk
Talvez a grande surpresa do ano acabou sendo a aparição de um mangá que não teve nenhum volume novo lançado esse ano: Slam Dunk. A série conquistou a quarta colocação, vendendo cerca 5,214,085. Para quem não conhece, Slam Dunk é uma série de basquete da Weekly Shonen Jump lançada entre 1990 e 1996, e acabou sendo muito importante para a revista, pois além de se tornar uma das séries mais vendidas da história, também ajudou a popularizar o esporte basquete no Japão. Tantas séries de esporte lançadas atualmente se baseiam em Slam Dunk, inclusive Kuroko no Basket. Esse ano, a Shueisha decidiu relançar os volumes da série, que acabaram vendendo muito bem, superando a marca de 200 mil cópias TODOS os 20 volumes lançados até agora. Os primeiros inclusive venderam acima de 300 mil cópias, uma quantidade absurda. Slam Dunk deste modo conseguiu ficar quarto lugar vendendo incríveis 5,214,085, por pouco não conquistou a medalha de bronze. Lembrando que Slam Dunk já vendeu mais de 120 milhões de cópias ao redor de todo mundo
Sinopse (YES Mangás): Slam Dunk, além de ser uma história esportiva, contém várias faces de comédia, romance e ação. Sakuragi Hanamichi (personagem principal) passa por várias situações “normais” como aluno do 1º ano do colegial em um novo colégio, o Shohoku. Ao apaixonar-se por uma garota que admira o basquete (Haruko), Sakuragi entra no time do colégio para conquistá-la. De início, passa por sérios problemas com a adaptação ao esporte, já que, apesar de possuir uma força física impressionante, não possuia habilidade na prática. Sakuragi não é só um jogador de basquete. Com a continuidade da história pode-se perceber que ele possui sentimentos, tornando-se também exemplo de determinação e perseverança. O Shohoku passa a contar com um elenco de ouro com o passar do tempo, e o sonho de conquistar o título nacional torna-se mais próximo do que nos anos anteriores, quando o time não possuia muita expressão.
05 – Haikyuu!!
Em quinto lugar tivemos Haikyuu!!, que vendeu cerca de 5,030,624 cópias (2018). A série conseguiu melhorar de uma posição em comparação ao ano anterior, no qual vendeu 5,067,939 (2017). Sim, como vocês podem ver as vendas da série praticamente não se alteraram, deste modo automaticamente você deve pensar que as vendas da série estão estáveis e o público continua ativo no mangá, mas essa, infelizmente, não é a realidade da série de vôlei amado por tantos, odiada por alguns. Haikyuu!! esse ano lançou SEIS VOLUMES contra cinco volumes do ano passado. Esses seis volumes somam 4.2 milhões das vendas da série, uma média de 700 mil cópias por volume. As outras 816 mil cópias são as vendas de volumes antigos. A verdade é que o aumento de volumes lançados nesse ano, fizeram que a série alcançasse a marca de 5 milhões, se não, muito provavelmente Haikyuu!! teria vendido de 4.3 à 4.5 milhões de cópias, uma boa quantidade mesmo assim, que lhe daria a sétima colocação.
A prova que Haikyuu!! está vendendo menos, o volume mais vendido em 2018, alcançou a marca de 771 mil cópias, enquanto o volume mais vendido em 2018, alcançou a marca de 901 mil cópias, uma diferença gigantesca que com certeza não é causada pela migração a midia digital. Parece que a ausência do anime está causando um grande dano à série, que está para comemorar 7 anos de vida daqui à alguns meses. Os editores se quiserem recuperar a popularidade da série, antes que seja tarde demais, devem conversar com a I.G Production e garantir que a quarta temporada do anime chegue mais cedo possível, se não, é bem possível que Haikyuu!! nunca mais consiga superar a marca de 5 milhões de cópias anuais, mesmo lançado seis volumes no mesmo ano – As chances da série ser cancelada ainda são bem remotas, mas isto discutimos na minha análise semanal da Weekly Shonen Jump -.
Sinopse (MangasProject): Hinata Shouyou, após assistir uma partida de vôlei, almeja se tornar um “Pequeno Gigante”, e junta-se ao clube de vôlei na sua escola, no ensino fundamental. Depois de encontrar novos membros, eles entram no torneio do ginasial, onde eles encontram o “Rei da Quadra”, Kageyama Tobio. Apesar de terem perdido, Shoyou ainda está determinado a alcançar o topo e realizar sua vingança contra Kageyama. Ao entrar no colegial, ele recebe uma grande surpresa: ele e Kageyama estão na mesma escola e no mesmo clube!
06 – Kingdom
Em sexto lugar tivemos Kingdom, que vendeu esse ano aproxidamente 4,970,171 cópias (2018), se tornando o mangá mais lucrativo da Young Jump em 2018. Se compararmos ao ano passado, a série teve uma queda de vendas, já que vendeu 6,184,214 (2017), mas será que essa queda é realmente real? Vamos analisar. Primeiramente a série lançou esse ano 4 volumes como no ano passado, sem grandes alterações, e cada um desses volumes alcançaram números mais altos que séries como Boku no Hero Academia e Haikyuu!!, se tornando o quarto mangá com o pico mais alto quando o assunto é os volumes novos, perdendo somente para ONE PIECE, Shingeki no Kyojin e Hunter x Hunter. Olhando mais detalhadamente, o volume 49 vendeu 845 mil cópias, o volume 50 vendeu 846 mil cópias, o volume 51 vendeu 790 mil cópias e por fim, o volume 52 vendeu 662 mil cópias. Número legeiramente mais alto que os volumes de 2017, no qual os dois maiores venderam respectivamente 825 mil cópias e 817 mil cópias.
O que podemos concluir? Kingdom está estável, teve ainda por cima um pequeno aumento de popularidade, mas suas vendas em comparação ao ano passado diminuiram por causa da redução nas vendas dos volumes antigos. Esse ano a série vendeu 1.8 milhões em volumes antigos, uma quantidade ainda muito grande, mas inferior à 2017. A tendência é em 2019 esta quantidade diminuir e muito provavelmente terá uma outra queda de vendas. Se continuuar vendendo na casa dos 850 mil cópias por volume novo, deve alcançar os 3.8 à 4 milhões de cópias em todo o ano. É importa não ver isto como uma notícia que a série está indo mal, muito pelo contrário, Kingdom continua tendo uma venda muito estável e com um público extremamente fiel. É natural e esperado que uma série tenha uma queda de vendas quando o período de “hype”, que faz muitas pessoas comprarem os volumes antigos, termine. É incrível, mesmo depois de 40 volumes, um anime que fracassou, a série conseguiu se reerguer e conquistar o público japonês. Ás vezes a alta qualidade vem premiada.
Sinopse (Mangá Host): Milhões de anos se passaram desde os tempos de lendas, quando os mundos dos homens e deuses ainda eram os mesmos. Nestes tempos eram os desejos do homem que mudaram o mundo. É o período da guerra de 500 anos: a Era dos Reinos Combatentes. Kingdom é a história de um garoto órfão e pobre tem o sonho de se tornar um grande general e assim começando seu caminho de provações e derramamento de sangue que o levarão até o topo das lendas!
07 – Nanatsu no Taizai
Em sétimo lugar tivemos Nanatsu no Taizai, que vendeu este ano espetaculares 4,867,680 cópias (2018) contra as 3,592,571 cópias (2017) vendidas no ano passado, o que nos fazer pensar que a série teve um aumento em vendas. O primeiro passo para confirmar se esse aumento é real, é compararmos as quantidades de volumes: Esse ano a série lançou 6 volumes contra 5 volumes do ano passado, porém, o sexto volume da série (número 34) não teve nem duas semanas de vendas (já que acabou sendo lançado 16 de novembro), por isso ajudou em cerca 300 mil cópias na soma total. Se somarmos as vendas dos volumes novos, sendo que o volume que mais vendeu acabou sendo o volume 29 que vendeu 619 mil cópias, e aquele que vendeu menos foi o volume 34 com 300 mil cópias, perceberemos que 2.1 milhões são referentes as venda dos volumes antigos. Mostrando que na verdade Nanatsu no Taizai não teve um real aumento de vendas, mas sim um grande reprint e novos compradores, causados pelo lançamento da sua SEASON 2.
Este dado pode ser confirmados por uma segunda informação muito importante: O volume 24, tinha vendido 674 mil cópias no ano de 2017, se tornando o volume mais vendido naquele ano. Enquanto o volume mais vendido no ano de 2018 acabou sendo o volume 29 com 619 mil cópias. A série parece ter tido uma pequena queda de vendas, que deve ter sido causado por dois fatores: a migração para à midia digital e talvez (como não sabemos quanto migram para o digital por edição) uma real queda de vendas, que porém, deve ter sido muito pequena. Eu diria que na verdade as vendas de Nanatsu no Taizai estão estáveis, a série tem atualmente o mesmo número de compradores de volumes novos no ano passado, porém esse aumento de vendas acabou sendo causado pelo lançamento da segunda temporada do anime, que atraiu novos compradores para a série, que apaixonados pelo anime, decidiram também comprar os volumes mais antigos e deste modo colecionar o mangá, como também aconteceu com Boku no Hero Academia. Próximo ano tudo indica que Nanatsu no Taizai terá uma redução nas vendas mesmo se os volumes novos continuarem estáveis.
Sinopse (Union Mangás): Os “Sete Pecados Capitais”, um grupo maligno de cavaleiros que conspiraram para derrubar o reino de Britânia, supostamente foram erradicados pelos Cavaleiros Divinos, embora ainda existam rumores de que eles estão vivos. Dez anos depois, os Cavaleiros Divinos realizaram um golpe de estado e assassinaram o rei, se tornando os novos e tiranos governantes do reino. Elizabeth, a única filha do rei, sai em uma jornada para encontrar os “Sete Pecados Capitais”, e recrutá-los para que possam ajudar a tomar o reino de volta.
08 – Yakusoku no Neverland
Em oitavo lugar tivemos Yakusoku no Neverland que conseguiu entrar no TOP 10 esse ano, vendendo 4,246,955 volumes (2018). A série vendeu mais que o dobro de 2017, no qual alcançou a décima segunda colocação e tinha conseguido vender 2,093,790 cópias (2017). Então qual é o motivo desse aumento de vendas totais da série? É muito simples, tantos os volumes antigos quanto os volumes novos tiveram um aumento em vendas – Yakusoku no Neverland no geral aumentou sua popularidade, não tem nenhuma surpresa e dessa vez o dado puro não engana -. Aliás, o número é mais surpreendente se levarmos em consideração que este ano a série lançou um volume a menos que no ano de 2017. O seu sétimo volume vendeu 553 mil cópias, o seu oitavo volume vendeu 545 mil cópias, o seu nono volume vendeu 507 mil cópias, seu décimo volume vendeu 492 mil cópias e por fim seu décimo primeiro volume deve ter vendido cerca 400 mil cópias em menos de 1 mês (acabou sendo lançado em 2 novembro). Os volumes antigos somados venderam 2.1 milhões de cópias, mesma quantidade de Nanatsu no Taizai, mesmo a série B-Shounen da Magazine tendo três vezes mais volumes no mercado.
Porém você que não acompanha a Weekly Shonen Jump e nem minha análise semanal pode estar pensando que isto significa que Yakusoku no Neverland chegou ao seu ápice; Não, não chegou. A série está vendendo 550 mil cópias por volume e ainda por cima conseguindo dar um boost gigantesco nos seus volumes ANTES MESMO do seu anime ser lançado. O anime de Yakusoku no Neverland deve ser lançado em Janeiro de 2019, e tem o potencial de aumentar ainda mais as vendas da série, que podem chegar a mais de 800 mil cópias por volume e ainda por cima voltar a vender ainda mais os seus volumes antigos, desta vez com mais ainda no mercado. Porém, devemos ter um cuidado nesse “hype” sobre o potencial comercial da série. Vimos com Ansatsu Kyoushitsu que quando mais uma série é grande antes do seu anime, menor pode ser seu aumento. Por um simples motivo: O público japonês já conhece a série. Existe uma possibilidade, que não é baixa, que uma grande parcela do público já conheça Yakusoku no Neverland e não compre a série por não ser interessante, por isso o anime acabe não fazendo tanta diferença, assim a série tem um pequeno aumento depois das vendas. Ansatsu Kyoshitsu vendia acima de 1 milhão de cópias antes do anime, tinha propaganda em todos os lugares e realmente era comentando em todas as escolas e fóruns japoneses, por isso todo mundo já conhecia o mangá. Quando o seu anime foi lançado, o número de compradores novos acabou sendo baixo e a série praticamente não teve um aumento em suas vendas.
Sinopse (Mangá Host): Emma e seus amigos têm uma vida muito boa no orfanato em que cresceram. Embora as regras podem ser rigorosas, o zelador é amável. Mas por que as crianças são proibidas de sair de lá…?
09 – Tensei Shitara Smile Datta Ken
Em nono lugar tivemos uma série lançada na Shonen Sirius e que sua versão original vem de um Light Novel, mesmo o seu mangá sendo um sucesso gigantesco. Tensei Shitara Smile Datta Ken vendeu esse ano cerca 3,460,066 cópias (2018), e com certeza se tornou a maior surpresa do ano. A série já vendia muito bem e no ano passado conseguiu estar na vigésima quinta colocação, vendendo 1,304,520 cópias (2017), porém com o lançamento do anime neste ano, a série conseguiu atrair muito mais público e deu um grande pulo nas vendas. Três volumes seus conseguiram entrar entre os cinquenta volumes mais vendidos, sendo que o sétimo acabou sendo aquele que alcançou a marca mais alta, vendendo ótimos 499 mil cópias. É a primeira vez na história da série, lançada desde 2015, que conseguiu colocar ao menos um volume entre os cinquenta mais vendidos. É bem provável que ano que vem a série venda menos, esse ano 2.0 milhões dos 3.4 milhões totais foram referentes aos volumes antigos, mas esse boost ainda não acabou, e mesmo que seja menor, deve ajudar a série a restar entre os vinte primeiros colocados.
Sinopse (YES Mangá): Depois de ser morto por um ladrão que fugia, um rapaz normal de 37 anos de idade se encontra reencarnado em um outro mundo como um slime cego com habilidades únicas. Com um novo nome “Rimuru Tempest” ele chegou depois de conhecer seu novo amigo, o “nível de catástrofe”, Dragão da Tempertade Verudora, ele começa sua vida de slime em outro mundo com seu crescente número de seguidores.
10 – Tokyo Ghoul:re
Em décimo lugar, encerrando o TOP 10, tivemos Tokyo Ghoul:re, que vendeu 3,267,843 cópias (2018) em comparação aos 5,303,514 (2017) do ano passado, a série teve uma queda de vendas que acabou sendo intensificada pela diminuição do número de volumes lançados neste ano. Tokyo Ghoul:re acabou sendo encerrado naturalmente em meados desse ano e por isso teve somente três volumes, contra os cinco volumes lançados em 2017. Ainda por cima, os três volumes lançados esse ano venderam respectivamente: 787 mil cópias, 756 mil cópias e 739 mil cópias, uma boa quantidade, mas inferior as vendas do ano passado, que no caso eram todas superiores a 800 mil cópias, com o volume 9 alcançando 961 mil cópias e o volume 10 alcançando 920 mil cópias. O que aconteceu com Tokyo Ghoul, é que suas vendas estavam diminuindo muito rapidamente após o volume 8 e só foram se estabilizar a partir do volume 13, quando a série já estava caminhando para o encerramento. Por isso vimos uma redução que acabou indo de 961 mil cópias à 787 mil cópias, de quase 200 mil cópias em apenas 1 ano – impossível toda essa quantidade ser culpa da migração ao digital -.
O encerramento natural de Tokyo Ghoul não tem nenhuma relação com a sua queda de vendas, pois o mangá ainda vendia muito bem e era o segundo mangá mais importante da sau revista (Young Jump), mas era inegável que a segunda parte do arco de Tokyo Ghoul:re acabou não agradando tanto quanto esperavam. Mesmo assim, por tudo que foi conquistado por Tokyo Ghoul ao longo dos anos, pela sua ótima trajetória e pela qualidade da história construída pelo autor, que na minha opinião entregou um encerramento fantástico para a série, Tokyo Ghoul:re conseguiu encerrar sua jornada entre os dez primeiros colocados, mesmo lançando somente três volumes. As vendas referentes aos volumes antigos acabou sendo de 984 mil cópias.
Sinopse (Union Mangás): Imagine uma história em que você é o protagonista. Provavelmente seria uma tragédia, não? Pois essa é a história de Kaneki… Estranhos assassinatos estão acontecendo em Tokyo. Devido a evidência líquida na cena, a polícia concluiu que os ataques são resultados de um “comedor” de um tipo vampiro. Kaneki é um jovem de 18 anos cursando a faculdade, apaixonado por romances japoneses, ele e seu amigo Hide, criam a teoria de que os vampiros estão imitando os humanos, por isso nunca foram vistos. Mau eles sabem que essa teoria pode ser verdade… Num dia, Kaneki encontra uma garota que também lê romances japoneses, e por coincidência do destino, ela gosta também de seus autores favoritos. Eles saem num encontro, tudo ia bem até chegarem num lugar desértico. A garota, demonstra ser na verdade um dos vampiros da lenda urbana e tenta transformar Kaneki em uma de suas comidas. Por sorte de Kaneki, o vampiro morre acidentalmente e ele fica seriamente ferido. Alguns de seus órgãos tinham sido destruídos, e a única maneira dele sobreviver era fazendo transplante… Mas a única pessoa disponível para o transplante, era o vampiro que morreu no acidente. Qual será o resultado desse transplante?
*AVISO: Lançarei também a análise das vendas do TOP 20 até os 50, quando o Ranking Oricon divulgar, porém essa análise irá comentar somente das vendas dos principais mangás e não exatamente todos os mangás presentes.