Sobre animes e novatos: retomando minhas análises
escrito por Diego Felipe
Eu sei, galera… eu sei que fiquei devendo várias análises da Weekly Shonen Magazine das edições anteriores. E peço minhas sinceras e francas desculpas por não tê-las analisado. Mas agora enfim estou de volta. E decidi aproveitar que o ano editorial de 2019 começou e fazer a partir desse ano novo… é isso mesmo, galera! Ano novo, vida nova, análises novas… Ainda pretendo abordar os acontecimentos das edições que não pude analisar. Mas não será através da análise de cada edição. Talvez eu aborde nas próximas análises, se for preciso (e creio que vai ser preciso – a Weekly Shonen Magazine não para mais quieta). Mas bem, sem maiores delongas e aproveitando que essa é a primeira vez em tempos que faço uma análise a uma única edição… vamos ao índice da vez.
Weekly Shounen Magazine #01 (05/12/2018):
Rena Takeda (Capa Física)
Seitokai Yakuindomo (Páginas Coloridas de Abertura, Comemoração da marca de 500 capítulos, Lançamento de Dois Capítulos) (capítulos 499 e 500)
01. Edens Zero (capítulo 23)
02. Kanojo, Okarishimasu (capítulo 70)
03. Tokyo Revengers (capítulo 89)
04. Senryuu Shoujo (capítulo 108)
05. Hitman (capítulo 24)
Chuuka Ichiban! Kiwami (Páginas Coloridas, Capítulo Especial da Magazine Pocket)
06. Mako-san wa Shindemo Jiritsu Shinai (capítulo 66)
07. Gotoubun no Hanayome (capítulo 65)
08. Enen no Shouboutai (capítulo 153)
09. Daiya no Ace: Act II (capútulo 148)
10. Nanatsu no Taizai (capítulo 292)
Fetipple: Bokura no Junsuina Koi – Ruri Hara Zurachii (Capítulo Especial da Magazine Pocket)
11. DAYS (capítulo 275)
12. Kishuku Gakkou no Juliet (capítulo 84)
13. Orient (capítulo 26)
14. Danshi Koukokousei wo Yashinaitai Onee-san no Hanashi (capítulos 67 e 68)
Shichi wa Gojuroku (Pré-Rank) (capítulo 06)
15. Gamblers Parade (capítulo 09)
16. Bakemonogatari (capítulo 33)
17. Blue Lock (capítulo 18)
18. Yoru ni naru to Boku wa (capítulo 22)
19. Ahiru no Sora (capítulo 606)
Yankee na Mainichi (One-shot de Yoshinori Matsuoka)
Domestic na Kanojo (Ausente) (pausado no capítulo 211)
Fumetsu no Anata e (Ausente) (pausado no capítulo 86)
Runway de Waratte (Ausente) (pausado no capítulo 74)
ATENÇÃO: Infelizmente Hajime no Ippo não está aparecendo nos índices das TOCs que encontrei da revista, mas não encontrei nenhuma informação também indicando se ele está ausente ou em hiato dessas TOCs. Em breve, se tudo der certo, vou pesquisar mais a fundo qual foi a posição de Hajime no Ippo na edição e atualizar a análise. Se tiver alguma informação, por favor, avise pelos comentários.
Antes de mais nada, é preciso lembrar que completará 60 anos de lançamento em março de 2019. Ou seja, em breve veremos muitas comemorações e homenagens a essa data importante para a revista. Curiosamente, na vindoura edição #06, como um projeto comemorativo, dois rankings bem inusitados serão lançados: o Top 5 de mangás com mais roupas íntimas femininas aparecendo e o Top 5 dos mangás com mais personagens mortos. Isso vai ser só o começo, provavelmente.
A capa física da vez vai para uma velha conhecida dos leitores: é a atriz e modelo Rena Takeda, que vem estampando algumas capas físicas desde 2016. As páginas coloridas de abertura, por sua vez, foram para… Seitokai Yakuindomo, que alcançou a impressionante marca de 500 capítulos publicados, tendo dois capítulos lançados nessa edição. É muito raro ver Seitokai ganhar páginas coloridas. Mas quando enfim ganhou, foi numa edição marcante para seu tempo de publicação. A obra, que tem 11 anos de publicação, 16 volumes lançados e tiragem de 4 milhões de cópias circulando, continua sendo muito querida pelos editores da revista, embora tenha parado de ganhar OVAs no lançamento dos novos volumes.
Tivemos ainda páginas coloridas para o capítulo especial de Chuuka Ichiban! Kiwami, mangá lançado na Magazine Pocket. Também tivemos um capítulo especial – sem página colorida – de outro mangá da Magazine Pocket: Fetipple: Bokura no Junsuina Koi – Ruri Hara Zurachii. O novato Shichi wa Gojuroku ainda está em seu sexto capítulo e só passará a ser ranqueado a partir do lançamento de seu oitavo capítulo. Segundo a sinopse oficial, a história acompanha um garoto adolescente que quer ser famoso com as garotos e que, um dia, acaba se deparando com uma garota que está se afogando em um rio. A partir de então, um relacionamento estranho começa.
É um mangá com pegada de terror e mistério, pelo que compreendi. A obra é escrita por Tetsutaka Kudo (aparentemente um autor novato) e desenhada por Mitomo Sasako. Uma curiosidade é que Mitomo Sasako chegou a desenhar light novels de Danganronpa escritas justamente por Katukaza Kodaka, responsável atualmente pelo roteiro de outro novato: Gamblers Parade. Vale lembrar também que Shichi wa Gojuroku já teve seu primeiro capítulo lançado em inglês.
Tivemos ainda o lançamento do one-shot Yankee na Mainichi, de autoria de Yoshinori Matsuoka, mesmo autor de Kessen no Kuon, mangá mal-sucedido lançado na Weekly Shonen Magazine em 2017. Três mangás ficaram ausentes dessa edição: Domestic na Kanojo, Runway de Waratte e Fumetsu no Anata e. Ambos retornarão na próxima edição, ou seja, na edição #02-03. Deixarei para comentar sobre eles na análise da edição em que eles retornarão.
Página Colorida de Abertura: Seitokai Yakuindomo
O primeiro lugar entre os ranqueados da vez foi para Edens Zero, mais novo mangá de Hiro Mashima que conseguiu se firmar sem dificuldades na revista. Seu 3º volume conseguiu vender 98.468 em menos até o dia 2 de dezembro, após três semanas do dia de lançamento. Os resultados não são muito diferentes do nível de vendas apresentado no primeiro volume, mas já são mais que suficientes para o mangá se manter por um bom tempo na revista e se destacar bastante – de quebra, ainda precisamos considerar que, além de ter um bom desempenho nas vendas digitais, Edens já é lançado internacionalmente, o que aumenta seu rendimento comercial.
A segunda posição foi para Kanojo, Okarishimasu, que está ficando em situação cada vez mais tranquila na revista. Sua média de vendas de volumes é entre 70-75 mil cópias vendidas em aproximadamente um mês. Aos poucos foi possível ver Okarishimasu melhorar brevemente suas vendas de volumes e até pegar posições melhores, passando a aparecer menos no meio da ordem de leitura. E, considerando que muitos mangás recentes vem ganhando anime, não me surpreenderia se Okarishimasu também recebesse uma adaptação animada entre 2019 e 2020. Quem fica em terceiro é Tokyo Revengers, que continua em fase estável e assegurado na revista por um bom tempo. Inclusive a obra está ficando cada vez mais perto da marca de cem capítulos lançados.
E em quarto lugar tivemos uma grata surpresa: Senryuu Shoujo. O mangá vive pegando posições medianas-baixas mas dessa vez pegou uma posição altíssima. Aliás, posições altas são mero detalhe. A fase do mangá é bem mais positiva. A obra ganhará uma adaptação em anime pelo estúdio Connect, que estreará em abril de 2019. A série será dirigida e roteirizada por Masato Jinbo e a protagonista da obra, Nanako Yukishiro, será dublada por nada mais nada menos do que a talentosa Kana Hanazawa. O outro protagonista, Eiji Busujima, será dublado pelo jovem Tasuku Hatanaka, que também estará no elenco de outro anime da Weekly Shonen Magazine que falarei a seguir.
A quinta posição ficou para Hitman. O novo mangá de Kouji Seo infelizmente não vai apresentando um rendimento dos mais empolgantes nas vendas de volumes. Seu segundo volume vendeu menos que 20 mil cópias na semana de estreia e ficou fora do Ranking Oricon. Como o autor é querido na revista, é bem provável que tentem manter Hitman sendo publicado até onde for possível. Para todos os efeitos ainda há pelo menos duas outras obras em situação mais delicada do que Hitman nesse momento (Yoru ni Naru e Gamblers Parade). Já a sexta colocação foi para Mako-san wa Shindemo Jiritsu Shinai, gag mangá que não chega a vender muito mas vai sendo mantido na revista (conseguiu chegar a um ano de publicação) e parece ter uma boa recepção dos leitores.
Em sétimo, quem aparece é o promissor Gotoubun no Hanayome, cujo anime estrará nas telinhas japonesas no dia 10 de janeiro de 2019. E aí vai a informação animadora para esse anime: o sétimo volume do mangá conseguiu vender em 7 dias a quantidade de 95.580 mil cópias. Em comparação, o sexto volume vendeu 82.379 cópias em 13 dias. E olha que ainda faltam alguns dias para o anime estrear… Seria uma excelente notícia se as vendas dos volumes crescessem ainda mais com a estreia do anime. Fica a torcida para que esse potencial consiga ser convertido em sucesso, como parece que já está acontecendo.
Página Colorida de Abertura: Seitokai Yakuindomo
E vemos Enen no Shouboutai pegar a oitava posição da vez. A obra costuma aparecer mais no meio da ordem de leitura mas dessa vez conseguiu beliscar uma vaga no Top 10. O 15º volume de Enen vendeu por volta de 70-75 mil cópias, quantidade que o mangá já costuma alcançar há tempos. O anúncio de uma adaptação em anime pela David Productions por enquanto não gerou nenhum boost nas vendas de volumes para a obra, diferente do que vem acontecendo com Gotoubun no Hanayome. Mas ainda é relativamente cedo para analisar os resultados comerciais da adaptação. O jeito é aguardarmos para ver o que acontece. E antes que eu me esqueça, uma novidade: o dublador do protagonista, Shinra Kusakabe, será Gakuto Kajiwara, mesmo dublador do Asta de Black Clover. Ele também está no elenco de Hataraku Saibou e Domestic na Kanojo, interpretando personagens coadjuvantes.
E lembram que eu falei que o Tasuki Hatanaka estava no elenco de mais um anime da Weekly Shonen Magazine que estava vindo? Pois é. O anime em questão é Daiya no Ace: Act II. A continuação já teve 13 volumes lançados e fica a torcida para que ela faça o mesmo sucesso ou ao menos parte do sucesso alcançado pela adaptação da primeira parte, que rendeu 126 episódios e 5 OVAs, além de dois anos e meio de exibição nas telonas. O próximo anime de Daiya, vale lembrar, ainda não tem maiores informações com relação à staff ou data de estreia. A décima posição foi para o grande pilar Nanatsu no Taizai, que continua em uma ótima fase e está cada vez mais perto de alcançar a marca de 300 capítulos lançados.
Quem pega o décimo primeiro lugar é DAYS, que continua em fase estável, mas já sente um pouco o peso do longo tempo de publicação, recebendo um menor nível de destaque com o surgimento dos novatos. Seu 30º volume vendeu 112.270 cópias em menos de três semanas. Seu 29º volume, nesse mesmo tempo, vendeu 111.644 cópias, ou seja, houve um aumento pequenino das vendas de volumes físicos do 29º pro 30º volume. A obra ainda está em situação estável no plantel.
A décima segunda posição dos ranqueados foi para Kishuku Gakkou no Juliet. A fase da obra na revista é positiva, mas infelizmente não é tão boa quanto se esperava. Explicarei: o mangá em sete dias vendeu 59.763 cópias de seu 11º volume, sem contar que a edição especial desse mesmo volume vendeu 20.208 cópias. São bons números, não é mesmo? Mas vale lembrar que eles não representam nenhum boost notório ou grande nas vendas de mangás. Outro fator negativo a se considerar é que as vendas de BDs e blu-rays de Juliet não foram boas. Em suma: o anime não foi bem-sucedido. Isso não deve afetar a estabilidade do mangá, mas também não torna sua permanência mais fácil.
Página Colorida: Chuuka Ichiban! Kiwami
O décimo terceiro lugar da vez foi para Orient, que conseguiu se estabilizar na revista, mas com um rendimento muito aquém do que se poderia esperar de um mangá de Shinobu Ohtaka, mesma autora de Magi ~ The Labyrinth of Magic. Seu 3º volume vendeu 28.188 cópias em uma semana. Não é uma quantidade ruim, mas ainda está atrás de obras como Runway de Waratte e Fumetsu no Anata e, além de estar apenas um pouco acima da média de vendas de Senryuu Shoujo. Mas olhando pelo lado meio cheio, o mangá não corre riscos de cancelamento e ainda terá um bom tempo de publicação se assim quiser a autora.
Na porta do bottom, na décima quarta posição, quem dá as caras é Danshi Koukokousei wo Yashinaitai Onee-san no Hanashi, que, como é de praxe, tem pelo menos dois capítulos lançados nessa edição. Apesar de constantemente pegar posições medianas ou baixas, a situação de Danshi Koukousei é tranquila. Seu segundo volume tinha vendido 44.159 cópias em em duas semanas, uma quantidade boa para um gag mangá se manter na revista. Embora não seja um dos novatos que mais chame a atenção por enquanto, a obra mantém seu apoio editorial (chegou a ganhar páginas coloridas na edição #49, inclusive) e está em situação estável.
E vejo que entre as análises que não consegui fazer, tivemos a estreia de um novato que já está sendo ranqueado: Gamblers Parade. A obra é escrita por Katukaza Kodaka (que, como já falei bem mais acima, escreveu light novels de Danganronpa) e desenhada por Atsushi Nakayama (mesmo desenhista de Uratarou). Na edição #52, o mangá já tinha ficado perto do bottom. Nessa edição apareceu abrindo o bottom, na décima quinta colocação. Isso não parece um bom prognóstico, pelo menos aparentemente. Fica a torcida para que Gamblers Parade vingue, mas essas posições recentes não são muito empolgantes.
Quem também está no bottom mas em situação completamente tranquila é Bakemonogatari, que ficou no décimo sexto lugar. Lançar um mangá de Bakemonogatari na Weekly Shonen Magazine foi um ótimo negócio: além de atrair os fãs da franquia, os mangás vendem muito bem. Em menos de três semanas o terceiro volume do mangá vendeu 126.551 cópias, isso até o dia 2 de dezembro. Até a presente data, esse mesmo volume deve ter vendido pelo menos mais 20 mil cópias.
Página Colorida: Chuuka Ichiban! Kiwami
O novato Blue Lock, mangá de futebol, deu as caras na décima sétima posição, bem no meio do bottom. Não é uma posição bacana, mas felizmente a situação desse novato por enquanto não parece desfavorável: o mangá ganhou a página colorida de abertura da edição #50 do ano editorial de 2018. O mangá vem mudando constantemente de posições, aparecendo com mais frequência entre o meio da revista e a zona do bottom. O mais provável é que na próxima edição Blue Lock pegue uma posição mais elevada. Vale lembrar que o primeiro volume no mangá já foi lançado e não chegou a aparecer no Ranking Oricon, mas foi o 41º no Shoseki Rankings (de vendas digitais) no dia de lançamento. É torcer para que o segundo volume apresente resultados mais positivos: ele será determinante para sabermos se Blue Lock vai continuar sendo publicado na Weekly Shonen Magazine ou não.
A décima sexta colocação foi para o mangá que atualmente mais corre o risco de ser cancelado no plantel: Yoru ni naru to Boku wa. O mangá já não varia de posições, aparecendo diretamente entre os últimos colocados. E não é pra menos: assim como Hitman, seu segundo volume vendeu menos que 20 mil cópias e não chegou a aparecer no Ranking Oricon. Mas, diferente de Hitman, que tem vendas mais razoáveis-satisfatórias que podem garantir sua permanência a médio prazo, Yoru está fracassando e não deu sinais de que vale a pena mantê-lo.
Quem fica no décimo nono e último lugar entre os ranqueados da vez é o veterano mangá de basquete Ahiru no Sora, que dessa vez só não ficou em último na ordem de leitura porque tinha o one-shot Yankee na Mainichi logo abaixo. E pessoal, eu realmente não consigo entender: onde foi parar o anime de Ahiru? Anunciaram a adaptação em fevereiro, mas até agora não saiu mais nenhuma novidade. Sabe-se que o estúdio é a Diomedéa (também responsável pelo fraco anime de Fuuka e do vindouro anime de DomeKano), que a direção ficou a cargo de Keizou Kusakawa (diretor dos animes de Fuuka, Sekirei e Aho-Girl) e Shingo Tamaki (que foi parceiro de Kusakawa na direção de Aho Girl) e será roterizado por Go Zappa (que também está fazendo o roteiro do anime de Bokutachi wa Benkyou ga Dekinai).
Maiores informações sobre o anime não estão disponíveis nem mesmo procurando informações em japonês. E nem mesmo novidades relacionadas apenas ao mangá têm aparecido. Só o tempo dirá o que está acontecendo. Enquanto isso o 50º volume de Ahiru foi lançado no meio de novembro e vendeu 145.212 cópias em 16 dias, uma quantidade que até poderia ser considerada boa o bastante para a manutenção do mangá. Mas temos que levar em conta que com o surgimento de novatos muito promissores e com a relativa queda das vendas de volumes físicos sofridos por Ahiru nos últimos tempos, aos poucos a obra começou a perder espaço na line-up.
Bem, pessoal, assim termino a análise da edição #01 da Weekly Shonen Magazine.
Até a próxima! Feliz Ano Novo!!!