Investindo mais no plantel
escrito por Diego Felipe
Já estamos entre o terceiro e quarto mês do ano editorial de 2018. Nesse meio tempo, já vimos que a revista está tentando expandir seu rendimento comercial de forma mais consistente do que em alguns dos anos anteriores. Primeiro, vimos o anúncio de uma adaptação em live-action de Real Account (até aí, nada muito impactante). Mas algumas edições depois anunciaram uma adaptação em anime de Ahiru no Sora, após 13 anos de publicação.
Nessa edição, vemos a estreia de Bakemonogatari, uma adaptação em mangá da franquia que já é um grande sucesso no Japão e no Ocidente. E embora isso só vá ser anunciado formalmente na próxima edição, recentemente ainda recebemos a notícia de que Kishuku Gakkou no Juliet, transferido da Bessatsu Shonen Magazine para a Weekly Shonen Magazine em outubro de 2017, também ganhará uma adaptação em anime. Agora resta torcer pra que todas essas investidas funcionem (apesar da desconfiança com o estúdio que animará Ahiru). Sem mais delongas, vamos ao índice dessa edição.
TOC Weekly Shonen Magazine #15 (2018):
Bakemonogatari (Capa, Páginas Coloridas de Abertura, Novo Mangá, 74 p.) (capítulo 01)
01. Tokyo Revengers (capítulo 53)
Sensei、Suki desu。 (Página Colorida, 22 p.) (capítulo 11)
02. Seitokai Yakuindomo (capítulo 463)
03. DAYS (capítulo 239)
04. Domestic na Kanojo (capítulo 179)
05. En En no Shouboutai (capítulo 119)
06. Senryuu Shoujo (capítulo 74)
07. Fuuka (capítulo 192)
08. Fumetsu no Anata e (capítulo 59)
09. Nanatsu no Taizai (capítulo 258)
10. Tsurezure Children (capítulo 177)
11. Ahiru no Sora (capítulo 574)
12. Hoshino、Me wo Tsubutte。 (capítulo 90)
13. Gotoubun no Hanayome (capítulo 29)
14. Mako-san wa Shindemo Jiritsu Shinai (capítulo 26)
15. Real Account (capítulo 154)
16. Runway de Waratte (capítulo 39)
17. Kanojo、Okarishimasu (capítulo 34)
18. Kishuku Gakkou no Juliet (capítulo 48)
19. 8-jou Carnival (capítulo 16)
Daiya no Ace – Act II (Ausente) (pausado no capítulo 116)
TOC Weekly Shonen Magazine #16 (2018):
– Capa, Páginas Coloridas de Abertura, Anúncio de Anime: Kishuku Gakkou no Juliet
– Páginas Coloridas: Hoshino、Me wo Tsubutte。
– Páginas Extras: Bakemonogatari (79 p.)
E chegou a estreia mais badalada do ano até agora, que é o mangá de Bakemonogatari. A estratégia, ao menos no papel, é bem interessante: pegar uma franquia de sucesso, anunciar um mangá dela com direito a roteiro do criador bem-sucedido (Nisio Isin) e chame também um desenhista muito bem-sucedido e talentoso (Oh! Great)… É claro, é preciso presumir que não dá pra saber por quanto tempo esse mangá será publicado, pois ele pode não durar por um prazo grande. Mas para todos os efeitos, não deixa de ser uma boa ideia pra tentar aumentar mais o rendimento comercial. E o primeiro capítulo, além da pompa da capa e da página colorida de abertura, ainda teve 74 páginas. E o próximo terá 79 páginas… Eita estreante espaçoso, sô!
A outra página colorida foi para Sensei、Suki desu。, novato que ainda está buscando seu espaço na line-up. Chegou a aparecer no bottom na edição anterior, mas ainda é cedo para dizer se a obra realmente está ameaçada. Ao menos já podemos inferir que os editores, ao menos a princípio, estão dando apoio a obra, com direito a página colorida e páginas extras nessa edição. O único mangá ausente foi o mangá de beisebol Daiya no Ace – Act II. Por ora, o esperado é que Daiya retorne já na próxima TOC (a TOC #16).
O primeiro lugar entre os ranqueados da vez foi para Tokyo Revengers, que segue desfrutando de seu sucesso razoável, obtido nos últimos tempos. O mangá costuma pegar posições, no mínimo, satisfatórias na ordem de leitura e ganha páginas coloridas em frequência regular. É uma obra já estabilizada e não corre riscos de cancelamento. Em segundo lugar, vimos Seitokai Yakuindomo, que mais uma vez pegou uma posição bem elevada na ordem de leitura. Porém, não diria que isso garante que Seitokai ainda tem um prazo longo de lançamento na revista, visto que a obra está sentindo um pouco de desgaste e perdeu muito incentivo dos editores nos últimos anos, embora eles ainda estejam satisfeitos com o desempenho da obra por enquanto.
Outra vez vimos DAYS aparecer numa posição elevada da ordem de leitura, acabando por ser ranqueado na terceira posição. DAYS ainda tem bastante destaque na revista e deve permanecer no plantel por um bom tempo. Já Domestic na Kanojo ficou com a quarta colocação e também está seguro na revista, embora por enquanto os editores não pareçam muito empolgados em expandir comercialmente o mangá, que tem rendimento satisfatório/bom. Vale lembrar que é comum vermos Domestic variar suas posições na ordem de leitura, mesmo sem correr riscos de cancelamento.
O quinto lugar foi para En En no Shouboutai, que deu uma subidinha na ordem de leitura após o décimo lugar da edição anterior. Bem, En En segue em situação tranquila, nem sei o que posso dizer de diferente, caros leitores… Mas em se tratando de Senryuu Shoujo, tenho sim observações legais: depois de algumas posições no bottom, o mangá enfim deu uma subida na ordem de leitura… uma baita subida aliás, já que pegou a sexta colocação. O gag mangá ainda está em boa fase e deve se manter assim por um bom tempo ainda, mas na ordem de leitura ainda veremos o mangá pegar algumas posições baixas, mesmo não estando ameaçado por ora.
A pouquíssimas semanas do fim, Fuuka ao menos pegou uma posição alta (pros seus padrões recentes) nessa edição (a sétima colocação). Bem, já disse por duas semanas seguidas que Fuuka vai se despedir em baixa. Acho que dificilmente vou falar algo muito diferente enquanto a obra não chegar ao fim. Já Fumetsu no Anata e, que ainda vai durar por um bom tempo (se a autora quiser assim, é claro), deu uma subida impressionante também, ficando em oitavo. Embora apareça mais no bottom do que no Top 10 ou em posições medíocres, Fumetsu ainda é um mangá que agrada bastante os leitores e editores.
A nona posição foi justamente para o atual grande pilar da revista: Nanatsu no Taizai. Nanatsu continua sem pegar ranqueamentos fora do Top 10 nesse ano editorial, embora essa posição seja uma das mais baixas que pegou recentemente. O importante é que a obra continua sendo um baita sucesso. Já a décima posição foi para Tsurezure Children, que está há mais ou menos quinze capítulos de chegar ao fim. Tsurezure infelizmente perdeu espaço na line-up após o fracasso do anime e o surgimento de novatos promissores que já vendem quase o mesmo que Tsurezure vende. Mas se Tsurezure não se despede em alta, por outro lado o autor tem boas chances de tentar emplacar uma nova obra mais pra frente, seja na Weekly Shonen Magazine ou mesmo em outra revista (seja da Kodansha ou não).
Após ter ganho a capa e as páginas coloridas de abertura na edição anterior, em que teve anime anunciado oficialmente, Ahiru no Sora pega a décima primeira colocação. Não é uma posição muito alta, mas pra um mangá que nos últimos tempos sempre pega a última posição da ordem de leitura é até lucro. Ahiru é um mangá que tem durado muito tempo e cuja possibilidade de receber um anime sempre instigou muitos leitores. Mas quando enfim o anime é anunciado, é por um estúdio de qualidade duvidosa… Mas é como eu disse antes, apesar da escolha suspeita, não custa nada torcer para que essa adaptação dê certo (ao menos por ora).
Com relação a edição anterior, em que ficou em sétimo, Hoshino、Me wo Tsubutte。sofreu uma quedinha na ordem de leitura, ficando em décimo segundo. Essas variações entre o Top 10 e a parte do meio da TOC costumam ser comuns, raramente a obra aparece no bottom. Além disso o mangá tem deixado os editores satisfeitos com seu rendimento. Porém, deixá-los satisfeitos não é, nesse caso, um sinônimo tão claro de “inspirar uma expansão comercial maior”, ou seja, uma adaptação em anime ou live-action. Muitas obras com rendimento e aprovação parecidos passaram pela Weekly Shonen Magazine e não chegaram a ganhar anime ou live-action. Só o tempo dirá se esse será ou não o caso de Hoshino.
Os novatos Gotoubun no Hanayome e Mako-san wa Shindemo Jiritsu Shinai pegaram a décima terceira e a décima quarta posições, respectivamente. Gotoubun já conseguiu um lugar ao sol e está com permanência garantida na revista a curto e médio prazo – e, dependendo das circunstâncias, talvez se mantenha tranquilamente a longo prazo. Além disso, apesar de as vezes pegar posições baixas/medíocres, Gotoubun tem uma boa recepção e um rendimento comercial satisfatório, além de ganhar páginas coloridas com certa frequência. Já Mako-san ainda está tentando se manter. Os editores ainda não retiraram o apoio por completo, mas dá pra notar que também não estão muito empolgados em divulgar a obra. Mako-san pode estar em risco, ainda mais se mangás mais recentes começarem a render mais que ele comercialmente (isso consequentemente faria Mako-san ficar pra escanteio até mesmo na ordem de leitura).
Quem abre o bottom nessa edição é Real Account, que pegou a décima quinta colocação. Real Account definitivamente é aquele tipo de obra que cai no limbo do esquecimento até quando tem uma adaptação a caminho (no caso uma live-action). Sejamos francos, as expectativas para essa live-action parecem ser muito baixas, ao menos por enquanto, já que isso sequer está ajudando a obra a ganhar mais destaque a curto prazo. Ainda não vejo Real Account sendo cancelado… mas as chances disso acontecer estão longe de ser descartáveis.
Depois de umas posições boas/razoáveis na ordem de leitura, vimos Runway de Waratte (décimo sexto colocado) e Kanojo、Okarishimasu (décimo sétimo colocado) despencarem na ordem de leitura e aparecerem no bottom. Ainda assim, a situação das duas obras por ora é tranquila. Essas variações costumam ser relativamente comuns para a maioria dos mangás da Weekly Shonen Magazine, mesmo os mais estáveis. No caso de Runway e Okarishimasu, ambos ainda estão longe do risco do cancelamento e podem até pegar posições melhores na próxima edição.
O décimo oitavo lugar entre os ranqueados foi para Kishuku Gakkou no Juliet… É comum ver o mangá pegar posições medíocres/baixas as vezes. Mas isso não afeta sua estabilidade. Aliás, se isso já não era preocupante antes, nesse exato momento a situação não seria diferente: Kishuku receberá uma adaptação em anime (como muitos leitores já sabem). O estúdio ainda não foi revelado, mas já saíram o design dos dois protagonistas e anunciaram os seiyuus (dubladores) deles também. Fica a torcida para que o anime gere mais bons frutos para Kishuku, que já tem um rendimento comercial bacana (100 mil cópias por volume antes do anime).
E, para a surpresa de ninguém, o novato mal-sucedido 8-jou Carnival pegou a décima nona e última posição da ordem de leitura. É só aguardar e ver 8-jou ser cancelado… isso pode até demorar um pouco mas é inevitável, afinal o mangá está simplesmente abandonado pelos editores. Vale lembrar ainda que 8-jou não é um mangá planejado pra fechar a revista na ordem de leitura, tanto que às vezes ficou ranqueado acima de Ahiru no Sora.
SITUAÇÕES DOS MANGÁS
– Pilares: Daiya no Ace – Act II, Nanatsu no Taizai
– Seguros a Longo Prazo: Ahiru no Sora, DAYS, Domestic na Kanojo, En En no Shouboutai, Fumetsu no Anata e, Hajime no Ippo (Ausente das TOCs digitais), Hoshino、Me o Tsubutte, Kishuku Gakkou no Juliet, Real Account, Seitokai Yakuindomo, Senryuu Shoujo
– Seguros a Curto/Médio Prazo: Gotoubun no Hanayome, Kanojo、Okarishimasu, Runway de Waratte, Tokyo Revengers
– A Serem Finalizados em 2018: Fuuka, Tsurezure Children
– Em Busca de Estabilização: Sensei、Suki desu。
– Risco Leve de Cancelamento: Mako-san wa Shindemo Jiritsu Shinai
– Risco Grave de Cancelamento: 8jou Carnival
LEMBRETE
Vale lembrar que Hajime no Ippo não é lançado digitalmente e como ultimamente as raws acessíveis ao público ocidental foram as raws digitais, muitas vezes não é possível saber em que posição ficou esse mangá de boxe com quase três décadas de publicação. Nessa edição, Hajime foi o único mangá a receber páginas coloridas. Como o mangá não sai digitalmente, não foi possível ter acesso às páginas coloridas.
Bem, galera, assim termina a análise da edição #15 da Weekly Shonen Magazine.
Até a próxima, pessoal!