Em sétimo lugar tivemos uma das séries mais premiadas do ano de 2017 – Yakusoku no Neverland -. Lançada na Weekly Shonen Jump, a série já no primeiro capítulo surpreendeu um grande números de leitores e com um menos de uma ano de vida conseguiu conquistar uma fanbase enorme.O motivo pelo qual a série tão aclamada, mesmo tendo um pouco mais de 1 ano de vida? É bem simples, a história apresenta um drama que consegue unir mistério com vários elementos investigativos, deixando o leitor curioso para o que vai acontecer nos próximos capítulos. Além disso, Yakusoku no Neverland também entrega um universo fantástico, cheio de reviravoltas e personagens interessantes.
O ano de 2017 da série foi dividido em dois arcos, ambos importantíssimos para a série. O primeiro arco, que começou no fim de 2016 (quando a série estreou, obviamente), apresentou capítulos fantásticos, que poderiam entrar facilmente também um TOP 10 de Melhores Capítulos de 2017. Tivemos reviravoltas, personagens importantes morrendo, novos personagens surgindos, estratégias mirabolantes (mas com sentido lógico) e também tivemos desenvolvimentos muito interessantes de personagens já conhecidos, como a duas mamas. Sem poder dar spoilers sobre a série, é bem complicado citar momentos, mas o primeiro arco de Yakusoku no Neverlando nos revelou momentos memoráveis que devem restar em nossas mentes para sempre.
Já o segundo arco, apresentou um ritmo bem diferente, tendo muitas mais cenas de ação que o primeiro arco da série. Alguns problemas da narrativa da série começaram a surgir (e o autor começou a utilizar mais deus-ex-machinas para resolver certas situações que os personagens principais se encontravam), em compensação, nesse segundo arco tivemos MUITAS respostas sobre o universo da série. Respostas que em grande parte soaram muito satisfatórias e bem planejadas. Deste modo, mesmo o segundo arco não sendo tão impactante quanto o primeiro (motivo pelo qual a série não conquistou colocações mais altas), continuou a apresentar um conteúdo de altíssimo qualidade, e principalmente, desenvolver de modo magistral, o universo de Yakusoku no Neverland. O ano de 2017 de Neverland foi fabuloso.
Em sexto lugar, duas posições mais baixas que na semana passada temos Uchuu Kyoudai (Space Brothers), que constantemente aparece entre os dez primeiros colocados. O motivo pelo qual a série quase sempre se encontra entre os melhores, mesmo não tendo tantos capítulos quanto as demais séries do ranking, é sua incrível qualidade. Os capítulos de Uchuu Kyoudai são cheios de quadros belíssimos artisticamente, reflexões sobre o universo, cenas de tensão nem um pouco forçadas e personagens profundos e com um bom desenvolvimento.
Esse ano, a série continuou na sua complexa simplicidade – você deve estar se perguntando o que quero dizer com essa frase contraditória – Então, como comentei logo acima, a série apresenta personagens muito complexos, com suas motivações para quererem serem astronautas. Personagens que constantemente refletem sobre a solidão do universo, sobre a beleza da natureza, sobre a grandiosidade da relação humana. São reflexões que a maioria dos seres humanos tem, por isso, enquanto você vai lendo a conversão sobre esses personagens ou vai lendo os quadros no qual, o protagonista dialoga sobre a sua própria existência, tu consegue de algum modo se conectar.
Tudo isso é apresentando de maneira extramemte simples, sem precisa adotar estratégias de drama, como personagens gritando nervosos ou crises de choro juntamente con flashbacks emocionais. Até mesmo as cenas de tensão, são desenvolvidas com naturalidade. O autor esse ano só trouxe duas cenas que poderiam trazer uma grandíssima tensão catastrófica: o apagão e o deslanche (não entro em detalhes para evitar spoilers). Mas mesmo assim, ele preferiu criar essas cenas, sem precisar recorrer ao drama extremo, dando ao leitor uma sensação de genuinidade em cada quadro desenhado. Uchuu Kyoudai continua sendo um dos melhores mangás da atualidade.
O que dizer de um mangá, no qual consegue fazer uma mosca perseguindo o protagonista algo extremamente cativante? A oitava parte de JoJo, desde o seu primeiro capítulo, se propos trazer uma grande re-paginada na série, porém mantendo a qualidade que fez de JoJo um dos principais mangás do mercado japonês. E mesmo o objetivo sendo muito difícil, o autor conseguiu adaptar muito bem a série a nossa realidade, criou novos personagens muito interessantes e mistérios que deixaram a maioria dos leitores muito curiosos em saber a solução.
Os capítulos lançados de 2017, foram em grande parte voltados para ação. O arco de Blue Hawai, um dos melhores da oitava parte, além de apresentar um inimigo com poderes realmente interessantes, também entregou quadros belíssimos. Toda a perseguição acabou sendo de altíssima qualidade, e como comentei na página acima, o autor conseguiu inclusive fazer uma mosca perseguindo o protagonista algo cativante (logicamente, o contexto pelo qual era tão importante não ser pego dessa mosca, fez uma grandíssima diferença).
Logo após tivemos, outros dois arcos que continuaram a jornada de Josuke e Yasuho. “The Plant Artisan” e “Rock Human”, dois arcos bem fascinantes que fizeram do ano de 2017, um ótimo ano para JoJolion. A série está caminhando para revalar de uma vez por todas, o verdadeiro vilão dessa oitava parte, e acredito que isto acontecerá nesse ano de 2018. Além disso, a série vem em uma crescente de qualidade, quando o assunto é cenas de ação e tensão criada. Por isso, é bem provável que vejamos JoJolion entre os dez primeiros colocados novamente em 2018.
Em quarto lugar tivemos Fumetsu no Anata e (To You, The Immortal), que aparece pela primeira vez no TOP 30 e já consegue uma posição altíssima. O mangá estreou em 2016, mas como só teve 7 capítulos naquele ano, não pude colocar entre os trinta primeiros colocados. Em 2017 a série não só conseguiu ter capítulos o suficiente para merecer estar entre os melhores mangás do ano, ela apresentou um conteúdo tão fantástico e maravilhoso, que conseguiu ser classificada entre os três melhores, conquistando a medalha de bronze.
Infelizmente não posso dizer a sinopse da série, pois seria um grandíssimo spoiler (tem séries, como Yakusoku no Neverland, que dizer sobre o que se trata, pode arruinar as surpresas dos primeiros capítulos), mas a série é uma jornada espiritual de um personagem profundo e muito interessante. Nessa jornada, o protagonista encontra outros personagens que estão passando problemas sérios, e de certo forma são insjutiçados pela sociedade, mas que de algum modo, mesmo com seus problemas, conseguem ajudar o protagonista a melhorar. Com ajuda desses personagens secundários, vemos assim o personagem principal da história evoluindo e conhecendo bem como funciona a nossa sociedade. Se tornando um grande mosaico de personalidades e formas fisicas.
A verdade é que Fumetsu no Anata não é guiado pelo protagonista e sim pelos personagens secundários que vão aparecendo através dos arcos. E a autora, além de entregar personalidades admiráveis (não podemos negar que, por exemplo, o menino com a mascara seja um personagem com várias nuances), ao longo dos capítulos também apresenta várias reviravoltas e cenas chocantes que deixam qualquer leitor de boca aberta ou muito emocionado. Uma das regras que tu deve seguir lendo a série é: “Não se apegar a nenhum personagem”. Fumetsu no Anata e é um dos melhores mangás da atualidade e quase alcançou o terceiro lugar.
Em terceiro lugar tivemos o mangá que muitos acreditavam que ficaria entre na primeira colocação esse ano – Kingdom -. Para quem está acompanhando o ranking pela primeira vez nesse ano, a série em quase todos os anos ficou na décima colocação, quando no ano passado surpreendeu a maioria dos leitores do Analyse It com um primeiro lugar. Contudo, o motivo não foi um erro de digitação (esqueci de colocar o zero depois do um), a série ano passado realmente entregou capítulos fantásticos e guerras com uma profundidade estratégica que muitos mangás do gênero deveriam se inspirar.
Esse ano, porém, a série perdeu várias posições e não digo que foi por causa de uma queda de qualidad. Tudo bem, para mim no ano de 2017 a série teve menos capítulos espetaculares que em 2016, mas a qualidade no geral continuou altíssima e a série não demonstrou uma perda de força, como aconteceu com algumas. O arco de invasão de Zhoa (uma das mais importantes regiões chineses), que começou no finalzinho do ano de 2016, continua a nos entregar adversários interesantissímos, cenários histórico fascinantes novas tribos bem diversificadas, personagens memoráveis, um bom desenvolvimento dos personagens do exército de Qin e muitos outros elementos que fizeram de Kingdom o melhor mangá de 2016.
Talvez a série merecesse a segunda colocação, serei sincero. Para mim Kingdom e o segundo colocado (que vocês verão muito em breve) foram igualmente bons esse ano, o motivo pelo qual a outra série ficou em segundo lugar, foi que conseguiu me trazer mais reflexões enquanto eu lia, algo que por Kingdom, mesmo sendo ótima, não conseguiu me trazer com tanta frequência. Kingdom pode não ter sido o melhor mangá do ano pela segunda vez consecutiva, mas os capítulos lançados esse ano foram tão bons e muito bem trabalhados, que comprovaram mais uma vez que a série é inteligente.
Em segundo lugar tivemos Sangatsu no Lion, que como no ano passado, conquistou a medalha de prata. Talvez, a série mais premiada da atualidade seja Sangatsu – os críticos japoneses respeitam e amam tanto essa série, que sempre a colocam, nos seus rankings anuais, acima de qualquer outro mangá. É praticamente quase impossível vermos um ranking da revista DaVinci, no qual essa série não tenha ficado em primeiro lugar. O motivo pelo qual Sangatsu no Lion é tão amado pelos críticos japoneses (e também por muitos leitores, já que o mangá é um sucesso de vendas) é justamente a sua altíssima qualidade.
A obra passa longe de ser somente um mangá de esporte com um personagem principal carismático. Sangatsu no Lion se propõe a ir muito além, e indaga sobre a “alma humana”, sobre os sentimentos, sobre a solidão, sobre o esforço e sobre a perda. O esporte é simplesmente um elemento secundário para desenvolver um grupo de personagens tão profundos e cheios de camada, que realmente parecem ser humanos reais. Talvez não tenha série atualmente que consiga com tal majestade realizar o trabalho no qual Sangatsu no Lion realize. E é justamente por esse motivo que a obra sempre se encontrará entre os primeiros colocados.
Sobre o ano de 2017, a série se manteve fiel no seu desenvolvimento, mas teve um determinado arco que me chamou atenção. A cena do “colapso fisico e emocional” de um personagem na final do campeonato. que para mim foi uma das cenas mais bonitas que tivemos em toda a série, principalmente pelas reflexões exposas pelo autor (através o dialogo entre o protagonista e o público) nos capítulos seguintes. Sangatsu no Lion, mesmo já sendo um mangá com muitos capítulos, continua apresentando arcos fabulosos, que deixam até mesmo o homem mais frio do mundo, emocionado. São essas séries que comprovam como a arte de fazer quadrinhos, vá muito além de um simples entretenimento.
Eu não tinha dúvidas de qual seria iria merecer ficar na primeira colocação do ranking de 2017: Shingeki no Kyojin. Quando o anime em 2017, a série virou uma febre epidemica, se abrangendo por todo o globo. No Japão, os seus DVDS venderam mais de 40 mil unidades, sendo uma das séries mais vendidas da história. Os seus volumes (de mangá) alcançaram a incrível marca de 2 milhões de cópias vendidas e chegaram a ameaçar, por um breve período, o reinado de ONE PIECE. Os anos se passaram e o efeito “novidade” tinha passado, a popularidade da série se estabilizou e a sua qualidade se estabilizou juntamente.
Desde sua estréia, Shinngeki no Kyojin continuou a entregar arcos de altíssima qualidade, mas que não conseguiam trazer o impacto e a satisfação que o primeiro arco trouxe. Além disso, o autor ia aumentando o mistério da série, criando questões suspensa que deixavam várias pontas apertas, que em algum momento deveria ser fechadas. Desde o primeiro capítulo, a série nos fez questionar: “Quem são os gigantes?” e várias outras perguntas. O autor ao invés de respondê-las, iria criando mais perguntas. Isso não diminuia a qualidade da série, mas me deixava preocupado com o fato que talvez as respostas não seriam tão convincentes assim.
Conhecemos várias séries, de plataformas diferentes, que sofreram do mal de LOST (Uma das maiores séries TV da história que foi encerrada em 2010). Criaram muitos mistérios, se perdendo no próprio roteiro, e quando tiveram que resolvê-los, não conseguiram realizar este trabalho de modo convincente, deixando assim muitos leitores decepcionados. Contudo, Shingeki no Kyojin, mesmo se “inchando” de perguntas e incógnitas, a série continuava entregando um conteúdo de altíssima qualidade. Um bom desenvolvimento de personagens, combatimentos interessantes e reviravoltas impactantes. Por isso, a série conseguiu ano após ano, se manter entre os dez primeiros colocados do TOP 30 Melhores Mangás.
Para nossa sorte e prazer, a série chegou ao ano de 2017, no qual o autor mostrou que tinha total domínio do mangá e que sabia exatamente o que estava planejando. Praticamente todas as perguntas em aberto foram respondidas. E não foi uma resposta qualquer: Foram soluções que me fizeram tirar o chapéu e agradecer por estar acompanhando esse mangá por todos esses anos. O autor juntou todas as pontas em aberto, explicou a origem de cada personagem, cada criatura e cada estrutura presente naquele mundo. E ainda por cima, aproveitou o momento para dar um novo rumo a série, criando um universo ainda mais visto e fascinante.
Assim Shingeki no Kyojin saiu do patamar de série de fantasia com uma ideia interessante, para uma série com universo muito bem elaborado, roteiro extremamente coeso e com uma crítica social que “alfineta” a história da própria humanidade. Isso mesmo, o novo universo de Shingeki no Kyojin, criado com as soluções dos mistérios, se espelha demais no nosso mundo (no fascismo, por exemplo) ao mesmo tempo que utiliza várias referências a religiões que compuseram a história da humanidade. Além disso também tivemos cenas visualmente lindíssimas nesse ano. É impossível não se emocionar ao menos um pouco, com os personagens principais se divertindo no local que tanto sonharam conhecer e alcançar. Aquela cena deu uma sensação de paz e felicidade.
A verdade é que Shingeki no Kyojin não entregou o seu ano mais animado (quando o assunto é ação – Talvez nessa categoria, Kingdom merecia o prêmio de Melhor Mangá), mas entregou um ano inteligente, bem trabalhado e muito importante para o novo rumo que a série está a pegar. Para mim, 2017 foi o melhor ano da série até hoje e demonstrou como, Hajime Isayama é um dos melhores mangakás da atualidade e merece ser respeitado por todos aqueles que gostam de uma história muito bem escrita. Obrigado por existir, Shingeki no Kyojin.