Em hiato: Arata Kangatari, Gin no Saji
Assim como no ano editorial de 2016, o ano editorial de 2017 começa com uma capa de Detective Conan. Mesmo tendo ganho capa, o mangá está sendo ranqueado por não ter ganho página colorida. Aliás… Conan não ganha páginas coloridas praticamente. Dá pra dizer que o mangá só não é ranqueado quando está ausente.
Essa edição não teve página colorida de abertura e sim uma página colorida mais simples para Hatsukoi Zombie. Falando um pouco sobre Zombie, trata-se de uma comédia romântica ecchi que mesmo não vendendo muito tem uma recepção bem calorosa e satisfatória para os editores. Aliás, interessante notar que na época de estreia Zombie até teve destaque mas os editores punham mais fé em um companheiro de leva, o mangá de judô Akatsuki no Tyrant, que até ganhou capa na estreia. Zombie ainda permanece na revista, já Tyrant foi cancelado após um ano de publicação.
Os novatos
Ryoko e
Dameterasu-sama。 ainda não estão sendo ranqueados. Inclusive, parece que Ryoko (que ganhou capa na estreia) vai tendo uma boa recepção inicial. Dameterasu-sama。(do mesmo autor de Hajimete no Aku) também parece que começou sendo bem recebido, embora seja preciso esperar mais pra apurar essa recepção.
Zettai Karen Children, mangá veterano, esteve ausente nessa edição mas deve voltar na próxima TOC. Já
Arata Kangatari e
Gin no Saji seguem em hiato, sem previsão de retorno. Isto é, não há duvidas que Gin no Saji deve ter algum capítulo lançado em 2016, já que está perto do fim. Já Arata dificilmente terá capítulo lançado (está em um hiato desde 2013).
A Sunday, vale lembrar, tem um gag mangá que fecha a revista: Sunday Hikagaku Kenkyujo, que estreou na edição #19 de 2016. Kenkyujo deu lugar a Oiishi Kamishama, gag mangá do autor de Great Teacher Onizuka que foi publicado na revista entre 2014 e 2015 que tinha capítulos coloridos e sempre fechava a revista, mas que não vingou. Aliás, Kenkyujo também tem chances de não permanecer na revista a longo prazo.
A primeira posição, como já explicado, ficou justamente com o grande pilar e símbolo da Shonen Sunday:
Detective Conan. O mangá é publicado há 22 anos mas ainda possui uma enorme majestade sobre o plantel todo. Impressionante como o mangá ainda mantém uma popularidade altíssima. A propósito, Conan pode até não ter ganho página colorida (já expliquei que quase nunca ganha) mas nessa edição saiu um cartaz de seu 21º filme, que será lançado esse ano (vocês podem ver o cartaz logo abaixo).
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Página do Cartaz do 21º filme de Detective Conan (em posição horizontal) |
No segundo lugar, Amano Megumi wa Suki Darake!. Esse mangá de comédia com um ecchi exagerado mas divertido ganhou a consideração do público. O mangá foi lançado em 2015 pela Shonen Sunday Super e veio para a Weekly Shonen Sunday na edição #03 de 2016. As vendas de volumes atualmente estão na média de 75 mil por volume e o número está crescendo. Não demorará muito pra chegar na marca de 100 mil por volume, número muito satisfatório para a revista. Os editores dificilmente não verão uma oportunidade de expandir as vendas do mangá por meio de um anime, tal como fizeram com Dagashi Kashi.
Em terceiro, Komi-san wa、Komyushou Desu。. Esse gag mangá ganhou a capa e a página colorida de abertura na edição retrasada. Seu primeiro volume vendeu 40 mil cópias em um mês, resultado satisfatório para um gag mangá de poucas páginas por capítulo. Não chega a ser um resultado impressionante como o de Amano Megumi mas é positivo o bastante para que possa se manter na revista (ao menos a curto prazo).
Magi ~ The Labyrinth of Magic está em quarto. Mesmo com uma queda de popularidade e de vendas dos volumes Magi ainda tem um rendimento muito satisfatório para os padrões da Shonen Sunday, superando vários mangás do plantel e ainda sendo um dos pilares atuais da revista. Aliás, seu spin-off, Magi – Sinbad no Bokuen, também apresenta um rendimento muito bom. O mangá deve se encerrar esse ano… e fará muita falta. Os editores devem estar preocupados em achar mangás rentáveis que consigam segurar a dura barra que a Sunday vem aguentando nos últimos anos.
No quinto lugar podemos ver Kyoukai no Rinne. Rumiko Takahashi é mesmo uma autora com um ótimo currículo: Urusei Yatsura, Maison Ikkoku, Ranma 1/2, InuYasha… bem, Kyoukai no Rinne não conseguiu fazer tanto sucesso quanto essas obras nem se mostrar tão marcante. Mas quem disse que isso atrapalhou seu sucesso (moderado, mas sucesso)? O mangá vende em média perto de 60 mil cópias por volume, quantidade razoável. Mas por outro lado a audiência do anime se mostrou muito boa em suas duas temporadas (uma terceira foi confirmada).
A sexta posição é de Maou-jou de Oyasumi, gag mangá sobre uma princesa raptada por um rei demônio e que, pra ter uma boa noite de sono, acaba atormentado os habitantes do castelo onde está sendo mantida refém. A recepção do mangá é positiva por ora e parece que os editores não estão insatisfeitos com o resultado do mangá, pelo menos a curto prazo. Inclusive Maou-jou vai ganhar a página colorida de abertura da próxima edição.
Em sétimo está
Dagashi Kashi. Olha só que curiosidade marota, leitores… A última análise de TOC da Shonen Sunday desse blog foi a da
edição #25 de 2014. E nela estava anunciando que em breve Dagashi Kashi estrearia. Mal sabia o menino Nicolin que seria um gag mangá com boas vendas de volumes (vende em média 250 mil cópias por volume). Essa popularidade aumentou por causa do anime exibido entre janeiro e abril de 2016. Uma segunda temporada não está totalmente descartada, embora seja importante lembrar que comercialmente as vendas de DVDs e blu-rays de Dagashi não foram muito altas.
Na oitava colocação está o novato mais promissor lançado em 2016: Souboutei Kowasubeshi, de Kazuhiro Fujita, mesmo autor de Ushio to Tora e Karakuri Circus. O mangá já conseguiu alcançar uma marca de pelo menos 100 mil cópias vendidas por volume, sendo que até agora foram lançados apenas os dois primeiros volumes. Os editores com certeza contam com a obra pros próximos anos, embora seja preciso levar em consideração que será preciso que a Shonen Sunday encontre obras mais rentáveis que Souboutei pra que sua crise comece a ser realmente contornada.
Em nono lugar está Aozakura – Bouei Daigakkou Monogatari, que é uma obra vista como promissora mas ainda está em busca de sua firmação. O autor é experiente, tendo lançado o mangá Heavens Runner Akira, que não chegou a ser um grande fracasso mas acabou cancelado após pouco mais de um ano de publicação. A recepção inicial de Aozakura é positiva mas não é garantia de que o mangá se estabilizará a longo prazo, embora deva ser mantido a curto prazo.
Fechando o Top 10, Major 2nd deu as caras na décima posição. Trata-se da continuação do clássico mangá de beisebol Major, publicado por Takuya Mitsuda na Shonen Sunday entre 1994 e 2010. Antes de começar Major 2nd, Mitsuda lançou um mangá de boxe na revista de nome Buyuden, este publicado entre 2011 e 2014. A vinda de Major 2nd veio em boa hora, uma vez que o mangá é o novato mais rentável lançado do ano editorial de 2015 pra cá, vendendo numa média de até 250 mil cópias por cada volume lançado. Em suma, Major 2nd é atualmente a principal esperança da revista por dias melhores no futuro.
O mangá de futebol Be Blues! – Ao ni Nare é quem aparece em décimo primeiro. Das obras que não receberam anime trata-se de uma das mais rentáveis e com mais potencial para se expandir. O mangá é publicado desde 2011 e vende numa média de 200 mil cópias por volume. O autor, Motoyuki Tanaka, é experiente e tem no currículo o bem-sucedido (ainda que moderadamente) mangá de beisebol Saikyou! Toritsu Aoizaka Koukou Yakyuubu, lançado entre 2005 e 2010 na Shonen Sunday. Porém Saikyou! não recebeu uma adaptação em anime, ou seja, não teve seu potencial comercial explorado nesse quesito, algo que também pode acontecer com Be Blues! e acontece com muitos mangás de êxito.
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Página Colorida: Hatsukoi Zombie |
Tenshi to Akuto!! ficou em décimo segundo. A obra é de Aya Arakawa, mesma autora de Kusinaki Izumo no Jijou, mangá que foi publicado na Weekly Shonen Sunday entre janeiro de 2010 e março de 2014, tendo durado 19 volumes. Tenshi tende a variar bastante suas posições a cada edição, porém sua situação na revista segue tranquila. Inclusive não se descarta que a Shonen Sunday esteja considerando expandir a obra comercialmente através de um anime (embora exista o risco dessa probabilidade não se concretizar).
Na décima terceira colocação está Hiiragi-sama wa Jibun o Sagashite Iru。, mangá de autoria do experiente Hiroyuki Nishimori, consagrado por obras como Kyou Kara Ore Wa!! e Tenshi na Konamaiki. Hiiragi-sama vende até 60 mil cópias por volume, nível de vendas bom para os padrões da revista, que infelizmente estão muito baixos atualmente com a crise contínua que a Shonen Sunday vem atravessando. Vale lembrar que, em razão da idade relativamente avançada do autor (53 anos) é comum que ele faça pausas no mangá de vez em quando. No ano editorial de 2016 Hiiragi-sama esteve ausente nas edições #25, #30, #44 e #50.
Em décimo quarto lugar está Hayate no Gotoku!, que voltou recentemente de um breve e está atualmente em seu arco final. Nessa edição o autor Kenjiro Hata declarou que gostaria de começar uma nova série de mangás em 2017, em resposta a uma pergunta de um leitor para os autores da Shonen Sunday sobre o que eles gostariam de tentar no próximo ano. Vale lembrar que Kenjiro Hata também publicou recentemente na revista Ad Astra Per Aspera, mangá mensal cuja primeira parte foi publicada entre a edição #40 de 2015 e a edição #24 de 2016 e que ainda não tem previsão de retorno. Para todos os efeitos a declaração esclarece, pelo menos, que o autor planeja realmente encerrar Hayate em 2017.
Em décimo quinto lugar está Saike Mata Shite mo. O mangá é publicado em partes, havendo pausas em determinados períodos. Curiosamente, o mangá está numa fase de uma grande sequência de capítulos sendo publicados. Saike retornou na edição #41 e de lá pra cá treze capítulos foram lançados. Saike atualmente tem 65 capítulos publicados. Trata-se do segundo mangá com maior quantidade de capítulos publicados pelo autor, o veterano Tsubasa Fukuchi, perdendo apenas para Ueki no Housoku (154 capítulos) e superando Anagle Mole (47 capítulos), Ueki no Housoku Plus (46 capítulos – trata-se de uma breve continuação de Ueki no Housoku) e Takkoku! (44 capítulos oficiais). Voltando a focar em Saike, a obra pode não ser um sucesso estrondoso na revista mas tem boa aprovação da opinião crítica e da opinião pública, fora a (aparente) boa relação do autor com os editores.
Na décima sexta posição está Keijo!!!!!!!!, que apesar de ter recebido anime recentemente a adaptação não conseguiu emplacar (pelo menos por enquanto) e as vendas de volumes não melhoraram. O mangá provavelmente vai parar no setor conhecido como “limbo do esquecimento”. O limbo do esquecimento é sofrível na Shonen Jump mas até que confortável na Shonen Magazine. Na Shonen Sunday há uma espécie de meio-termo: o mangá fica seguro e pode até ter um fim natural mas recebe pouco destaque ou divulgações dos editores quando a obra começa a diminuir ou a não expandir o bastante a sua rentabilidade.
Em décimo sétimo está Tokiwa Kitareri!!, que está perto de completar a marca de 100 capítulos publicados (faltam apenas quatro para alcançar esse feito). Tokiwa Kitareri!! é de autoria de Syun Matsuena, mesmo autor de Shijou Saikyou no Deshi Kenichi. Tokiwa, apesar de alguns ranqueamentos baixos, ainda apresenta resultados positivos para os padrões da revista, vendendo em média 60 mil cópias por volume. Também trata-se de uma das obras com mais chances de receber anime mais pra frente.
Quem ficou com a décima oitava colocação dessa edição foi Joujuu Senjin!! Mushibugyo. O mangá infelizmente está em situação de queda de popularidade e não apresenta mais a força de antes na line-up. Isso não chega a significar exatamente que o mangá será cancelado, pelo menos não sem o autor conseguir encerrar Mushibugyo como melhor achar. mas sim que o mangá pode não durar na revista por muito mais tempo. Por isso é considerável a possibilidade de Mushibugyo ser encerrado em 2017.
Denpa Kyoushi fica com o décimo nono lugar. O mangá ainda alcança vendas razoáveis em seus volumes mas já apresenta um certo desgaste e perda de espaço na line-up. Pra completar os editores estão fazendo divulgação maior dos mangás novatos e obras veteranas que ainda estão em alta, sendo que Denpa Kyoushi, mesmo após um anime com boa audiência em 2015, não tem se destacado muito nos últimos tempos. O mangá não necessariamente será cancelado mas é um dos cotados para serem encerrados em 2017. O autor Takeshi Azuma ainda tem tempo o suficiente para dar um fim redondo à obra.
Na vigésima posição está Oni wo Tadorite Ikuseisou, que deve ser o próximo alvo da foice do cancelamento da Shonen Sunday. O mangá foi o último a estrear da leva que trouxe as estreias de Aozakura, Maou-jou de Oyasumi e Komi-san wa、Komyushou Desu。. E diferente desses três Oni wo Tadoru não conseguiu uma recepção boa o suficiente pra se manter na revista ao menos a curto prazo. E pra piorar as vendas de seu primeiro volume foram piores que a de seus concorrentes de leva. Apesar do insucesso, acredito que o autor, Shinji Tonaka, pode vir a ter uma nova chance de lançar um mangá na revista. O autor é experiente e chegou a emplacar um mangá de nome, Otouto Catcher Ore Pitcher de!, obra de beisebol publicada na revista Shounen Rival (da editora Kodansha) que foi publicada entre 2008 e 2014, tendo durado 20 volumes e 77 capítulos (a obra era publicada mensalmente).
Bem, pessoal, assim termina a análise da primeira edição da Shonen Sunday.
Até mais, pessoal.