
Em uma semana no qual temos a estreia de uma nova série, a Weekly Shonen Jump entrega a melhor TOC dos últimos três meses. Venha ver:
Weekly Shonen Jump #49 (04/10/2025):
Começando pelos mangás não ranqueados, tivemos a estreia de Goron Egg, a nova série da leva de três da Weekly Shonen Jump. O mangá chegou para substituir Kaedegami, que acabou sendo cancelado após 17 capítulos. Na segunda-feira devemos ter uma matéria sobre a reação dos japoneses ao novo mangá.
Também tivemos, nesta edição, página colorida para Someone Hertz, que parece estar agradando tanto o público fã de comédias românticas quanto o público mais casual. Em fóruns como o Jump Matome, os comentários em relação à série estão mais positivos do que no primeiro capítulo, com o pessoal gostando bastante da dupla de protagonistas. Ainda não existe um consenso sobre a qualidade da obra – o que me deixa relativamente preocupado em relação às suas vendas -, mas, mesmo assim, é um começo positivo.
Agora, Someone Hertz deve trabalhar para converter esse bom início em votos contínuos pelos próximos três meses e, assim, vender acima de 10 mil cópias no primeiro volume. Parece pouco, mas, no mercado atual, estrear acima dessa marca já te coloca entre as dez maiores estreias do ano (excluindo mangás de IPs já conhecidas).
Também tivemos, nesta edição, página colorida para Himaten e Exorcist no Kiyoshi-Kun, que, juntamente a Madan no Ichi, terão um estande especial na Jump Festa de dezembro. O “Estande Jump Road” servirá justamente para promover os novos sucessos da revista que o público precisa conhecer. É um estande pequeno, mas, ainda assim, importante para essas obras. Não esperem nenhum anúncio de anime.
Concluindo, tivemos ausente Kagurabachi, que precisou dar um respiro necessário por causa da dificuldade do autor em seguir o ritmo semanal. Foram entregues dois capítulos seguidos em forma de rascunho, então era óbvio que o autor (Hokazono) estava com dificuldades para encerrar o capítulo. Ainda é cedo para dizer se essa dificuldade vem de problemas de saúde (como muitos automaticamente concluem) ou se é simplesmente pelo ritmo intenso de desenhar 20 páginas semanais. De qualquer forma, é claro que Kagurabachi precisa, sim, de pausas a cada cinco ou seis semanas.
Em primeiro lugar, tivemos Shinobigoto, que não alcançava o topo da TOC desde a edição 35 de 2025. A obra tem boa recepção entre os leitores japoneses e, além disso, consegue vender mais que Exorcist no Kiyoshi-Kun e Himaten. Por isso, está muito, mas muito segura, mesmo não estando na “Jump Road”. Mas acredito que a maior surpresa desta TOC não seja realmente Shinobigoto em primeiro lugar, mas sim o fato de não termos um mangá com o título “Witch” no topo.
Por 11 edições seguidas, tivemos apenas Witch Watch e Madan no Ichi (Ichi the Witch) em primeiro lugar – nenhum outro mangá conseguiu conquistar a liderança. A última vez havia sido Sakamoto Days, na edição 36-37. Por isso, é uma boa surpresa vermos uma série diferente no topo em uma semana na qual tanto Madan no Ichi quanto Witch Watch poderiam ter levado a medalha de ouro.
Em segundo lugar, tivemos ONE PIECE, que quase sempre ocupa essa posição. Entre suas 25 classificações válidas em 2025 (não contando ausências e lead colors), a série ficou 23 vezes em segundo lugar, com apenas uma primeira colocação (edição 21) e uma terceira (edição 38). Portanto, se um dia quiserem apostar em algo, apostem em ONE PIECE em segundo na TOC.
Em terceiro lugar, tivemos Madan no Ichi, que continua sendo uma das obras de maior destaque. Na última semana, houve especulação sobre um possível anúncio de anime, principalmente por causa do registro de marca feito pela Shueisha. É importante lembrar que sempre que há um registro de marca, surgem mil especulações, como aconteceu com o suposto retorno de Nana em 2025 pelo mesmo motivo. Registros e renovações de marca são comuns: Madan no Ichi certamente ganhará um anime, mas isso não significa que o anúncio acontecerá nos próximos três meses.
Pulando para a sexta e sétima colocações, tivemos respectivamente Sakamoto Days e Ao no Hako – as duas séries que estão se encaminhando para a conclusão e têm chances reais de terminar em 2026. Ambas continuam sendo os mangás em publicação mais populares da revista atualmente, perdendo apenas para Kagurabachi e ONE PIECE. No mês de outubro, o mais novo volume de Sakamoto Days vendeu 87 mil cópias em duas semanas, enquanto Ao no Hako vendeu quase 95 mil.
Madan no Ichi, embora seja um grande sucesso comercial, ainda não está no nível de vendas dessas duas séries, mesmo tendo vencido o Next Manga Awards. Nesse mesmo período, Ichi vendeu 63 mil cópias – a série deve superar facilmente a marca de 70 mil cópias no mês e, em dez semanas, ultrapassar 80 mil. Ainda assim, continuará relativamente distante das vendas de Sakamoto Days e Ao no Hako.
Em oitavo lugar, tivemos Jujutsu Kaisen Modulo, sobre o qual pretendo lançar uma matéria a respeito da recepção japonesa. A série ganhará página colorida na próxima semana e tem zero, absolutamente zero, chances de ser cancelada.
Em décimo lugar, tivemos Nue no Onmyouji, que se encontra em um enorme limbo. A série já tem mais de dois anos de vida, não terá anúncio de anime na Jump Festa, e suas vendas não crescem mais. É improvável que seja cancelada, considerando a atual situação da revista, mas quanto mais volumes se acumulam, mais difícil fica conquistar novos leitores quando o anime finalmente for lançado. Isso porque o custo de adquirir toda a coleção aumenta a cada volume. Não que Nue no Onmyouji pudesse se tornar um novo Kimetsu no Yaiba, mas, ainda assim, esse atraso, na minha análise, não é benéfico para a série.
Em décimo primeiro lugar, tivemos Nige Jouzu no Wakagimi, que anunciou que, na próxima semana, terá seu último capítulo da história principal. Mas não se preocupem, meus amigos: a série não vai acabar já. Ainda teremos um epílogo que deve durar um “tempinho”. O autor não deixou claro quanto tempo, mas acredito que o mangá só deve realmente terminar em janeiro ou fevereiro de 2026.
Como já tínhamos apontado em análises anteriores, Nige Jouzu no Wakagimi poderia terminar a qualquer momento; a dúvida era quanto duraria após a conclusão da batalha atual, agora já sabemos quando. O ano de 2026, desse modo, tem potencial para ser bastante movimentado, já que Ao no Hako, Sakamoto Days e, quem sabe, até mesmo Witch Watch (no segundo semestre) podem vir a se encerrar naturalmente. Os editores precisam urgentemente encontrar substitutos.
O problema é que os últimos quatro colocados desta TOC não parecem ter esse potencial. Ekiden Bros, após sua péssima recepção, foi cancelado com 17 capítulos. Ping Pong Peril deve ser cancelado no próximo capítulo.
Harukaze Mound e Tomoshibi no Otr provavelmente não terão vendas boas o suficiente (abaixo de 5 mil cópias) para se estabilizarem na revista. Acabam sobrevivendo mais por existirem mangás em situação pior (provavelmente com menos votos) do que por mérito próprio. Essas duas séries, caso não tenham um aumento milagroso nas vendas nos próximos três meses, têm chances reais de dar adeus à revista juntamente com Nige Jouzu no Wakagimi.
Por isso, o substituto desses três mangás deve surgir entre os novos lançamentos, desta leva ou da de 2026, ou em Someone Hertz, cuja recepção ainda não temos certeza da dimensão. A situação da Weekly Shonen Jump não é simples. Contudo, todo o mercado parece enfrentar muita dificuldade em encontrar novos sucessos comerciais. O ano de 2025, nesse quesito, talvez tenha sido um dos piores da história.