
Em uma semana na qual Someone Hertz tenta conquistar o público japonês, os editores apresentam uma TOC repleta de novidades:
Página Colorida: Kagurabachi c95, Nue no Onmyouji c116
Em primeiro lugar, tivemos Witch Watch, que conquistou maior reconhecimento nacional e internacional com o lançamento do seu anime, melhorando também suas posições na TOC. Contudo, em termos de vendas, os volumes físicos praticamente não tiveram aumento. Torna-se cada vez mais comum que animações não impulsionem as vendas físicas, tendo maior impacto nas vendas digitais ou nas visualizações por assinatura e online.
Em segundo lugar, tivemos Madan no Ichi, vencedor do Next Manga Awards. Como de costume, os editores decidiram continuar promovendo a série com boa colocação na TOC — o que pode parecer positivo, mas nem tudo são rosas. Diferentemente de outros vencedores do Next Manga Awards, Madan no Ichi não recebeu capa ou página colorida para divulgar a conquista, uma decisão incomum que pode reduzir parcialmente o impulso que a série teria nas próximas semanas. O Next Manga Awards tende a aumentar as vendas de uma série entre 50% e 200%.
Não podemos afirmar que a Weekly Shonen Jump demonstra descaso com Madan no Ichi, já que a série já conquistou três capas e é o mangá com mais primeiras colocações na TOC neste ano. Contudo, a decisão de não promover intensivamente a vitória da série é bastante estranha. É possível que a capa esteja sendo reservada para a edição #46, juntamente com o lançamento do volume 5, que deve vir com uma etiqueta de “Vencedor do Next Manga Awards”.
Em terceiro lugar, tivemos Kagurabachi, que muito provavelmente terá seu anime anunciado nas próximas duas semanas. O mangá já teve seu domínio registrado e receberá página colorida na edição #44, além de capa na edição #45. A principal dúvida é: a página colorida será utilizada para anunciar o anime, como aconteceu com World Trigger, ou apenas para comemorar o aniversário, deixando para a capa o anúncio oficial? Há ainda uma terceira possibilidade: nenhum anúncio, o que certamente irritaria os fãs conhecidos como “BachiBros”. Independentemente da escolha, todos aguardam ansiosos pelo desfecho.
Em quarto lugar, tivemos Ao no Hako, cuja substituição potencial poderia ser Someone Hertz. Se Someone Hertz tiver boa recepção, poderá agradar aos leitores de romance e compensar a conclusão de Ao no Hako. No entanto, embora ambas sejam séries de romance, suas atmosferas são distintas: Someone Hertz se aproxima de uma comédia romântica (rom-com), enquanto Ao no Hako é um romance dramático com pitadas de esporte. Portanto, não se pode garantir que todos os leitores de Ao no Hako irão se identificar com Someone Hertz.
Em quinto lugar, tivemos Akane Banashi, que deve permanecer mais discreta até a Jump Festa, quando novidades sobre seu anime devem surgir. Caso Kagurabachi receba anime, seria ideal que as duas obras não estreassem na mesma temporada, para evitar concorrência direta pelo público, ainda que ambas tendam a conversar com públicos diferentes. Comercialmente, parece mais vantajoso lançar Kagurabachi em abril e Akane Banashi em julho.
Em sexto lugar, tivemos Kiyoshi-Kun, e em sétimo lugar, Hima-ten, considerados por muitos mangás de baixa performance. Após revisão dos números do último trimestre, nota-se que ambas estão entre os vinte novatos mais promissores do mercado atualmente, dado que as vendas caíram consideravelmente. Hoje, vender entre 10 e 20 mil cópias já garante destaque.
Não, o trio Shinobigoto, Kiyoshi-Kun e Hima-ten não é um grande sucesso e não se compara aos números de Kagurabachi e Madan no Ichi, mas seus números atuais são positivos. Vinte anos atrás, seriam séries vendendo entre 100 e 150 mil cópias, sem anime. Já Madan no Ichi superaria 200 mil cópias, e Kagurabachi provavelmente ultrapassaria 400 mil cópias.
Em oitavo lugar, tivemos Nige Jouzu no Wakagimi, que caminha para sua conclusão, podendo terminar nos próximos seis meses.
Em nono lugar, tivemos Tomoshibi no Otr, que vendeu muito mal e provavelmente não alcançará 5 mil cópias no primeiro volume, um rendimento pior que o cancelado Syd Craft. Os editores tentarão promover a série, mas sua duração tende a ser curta, sendo cancelada na próxima leva ou na seguinte, dependendo de quantos mangás estrearem. A próxima leva (outubro-novembro) deve trazer três ou quatro novos títulos; se forem três, as chances de Otr sobreviver são altas. Se forem quatro, dependerá de quem for mais popular entre Otr e Harukaze Mound.
Em décimo lugar, tivemos Boku to Roboco, que mantém estabilidade na revista e se mostra seguro.
Em décimo primeiro lugar, tivemos Harukaze Mound, que, como mencionado no parágrafo sobre Otr, está em risco. O mangá teve a melhor recepção entre sua leva, mas o público não se engaja na série. Na verdade, nenhum mangá dessa leva está recebendo votos suficientes. A maldição dos mangás de esporte é muito forte, e Harukaze Mound precisa se esforçar mais para incentivar o público a votar.
Como comentei semana passada sobre Mound e Ping Pong, são mangás que agradam aos seus leitores, mas não alcançam a quantidade necessária para sobreviver em uma revista como a Weekly Shonen Jump. A questão é: como quebrar a maldição dos mangás de esporte e evitar que terminem como Green Green Green? Sinceramente, não sei. Se fosse algo simples, já teríamos visto nos últimos sete anos algum mangá de esporte principal vender mais de 30 mil cópias.
Em décimo segundo lugar, tivemos Nue no Onmyouji, que continua variando de colocação, mas não corre alto risco de cancelamento. Essa posição serve para diferenciar séries que os editores pretendem cancelar daquelas ainda em avaliação. Abaixo de Nue, Kaedegami, Ping Pong e Ekiden Bros já têm destino quase certo; Otr e Harukaze Mound ainda estão sendo avaliados. A decisão final dependerá da quantidade de novas séries que estrearão.