A corrida contra o machado pega fogo com mais números inéditos das séries novas. Quem está mais seguro e quem corre mais risco de cancelamento? Descubra na nossa matéria da Weekly Shonen Magazine, a segunda maior revista shonen do Japão. Começando pela TOC:
- Kaijin Fugeki (Primeiras Páginas Coloridas) Ch. 48
- Megami no Café Terrace Ch. 207
- Shangri-La Frontier ~Kusoge Hunter, Kamige ni Idoman to su Ch. 232
- Seitokai ni mo ana wa aru! Ch. 142
- Dream ✰ Jumbo ✰ Girl (Página Colorida) Ch. 11
- Gachiakuta Ch. 146
- Yowayowa Sensei Ch. 131
- Hajime no Ippo Ch. 1500
- Kuroiwa Medaka ni Watashi no Kawaii ga Tsujinai (Página Colorida) Ch. 188
- Blue Lock Ch. 314
- Batteri no Hiruyasumi (Oneshot)
- Kanojo, Okarishimasu Ch. 388
- Idolatry Ch. 04
- Mokushiroku no Yonkishi Ch. 203
- Kakkou no linazuke Ch. 261
- Ao no Miburo: Shinsengumi hen Ch. 62
- Banjou no Orion Ch. 68
- Kanan sama wa Akumade Choroi Ch. 151
- Yashou no Kito (Página Colorida) Ch. 14
- Mayonaka Heart Tune Ch. 85
- Suruga Meteor
- Yumene Connect Ch. 45
- Sentai Daishikkaku Ch. 186
- Amagami san Chi no Enmusubi Ch. 192
- Kurotsuki no Yaergnacht Ch. 16
- Kagari-ke no 8 Kyoudai Ch. 17
- Ikitagari no Werewolf Ch. 19
Ausências: Ahiru no Sora Ch. 616 (Hiato)
Na capa temos uma idol nessa semana, porém as primeiras páginas coloridas de mangá são de Kaijin Fugeki. A série de batalha sobrenatural está celebrando 300 mil cópias em circulação e o lançamento de seu quinto volume.
Seus resultados não são tão espetaculares considerando a fama de seu autor Oh Great, que criou clássicos como Tenjho Tenge e Air Gear, mas para um mercado em queda de vendas e uma narrativa nicho como a de Kaijin Fugeki, são bons números. A revista fará questão de promovê-lo e um anime já deve estar sendo negociado e/ou produzido.
O volume novo contará com cards bônus com ilustrações dos personagens de trabalhores anteriores do autor. Conduzir a nova publicação de um veterano famoso sempre implica em tentar atrair esses leitores passados que são potenciais compradores do novo mangá, mas que ainda não tiveram oportunidade de ler. Algo comum no mundo todo — um exemplo bom: Yomi no Tsugai não tem muita relevância no Ocidente mesmo com a popularidade imensa de Arakawa com Full Metal Alchemist, o anime pode trazer esses fãs de volta. São questões da indústria, nem todo leitor acompanha os nomes dos autores.
A medalha de prata vai para Megami no Café Terrace em um capítulo que provavelmente introduziu o conceito do arco final da história, mas que prolongou a espera pela escolha de Hayato. Realmente só devemos saber qual das garotas ficará com o protagonista após a resolução do roteiro mais sério do restaurante. Teremos mais uns meses no café ao menos.
O pódio é completado por Shangri-la Frontier, um dos pilares da Magazine. A história continua com as políticas de clã de MMORPG, mas as contas da franquia estão promovendo uma maratona do anime com episódios gratuitos no Youtube japonês, além de sempre postar sobre a terceira temporada do anime. Talvez tenhamos mais informações logo.
Em quarto lugar, Seitokai ni mo ana wa Aru! teve uma pequena queda abaixo dos 40 mil para seu último volume. Porém foi lançado junto de uma reedição colorida do volume 1, que vendeu bem acima dos 15 mil. Portanto, tudo normal. Além disso temos noção de que a comédia tem bom desempenho no digital.
Com a primeira de duas páginas coloridas consecutivas, Dream Jumbo Girl é o quinto da edição em promoção ao seu primeiro volume.
Já temos as colocações dos dias iniciais da obra no Shoseki e ela ficou atrás do cancelado Irozuku Monochrome no primeiro dia e depois o superou pelos próximos dias, mas sem colocações tão expressivas. O volume anterior de Irozuku vendeu um pouco mais de 4 mil cópias, então entre 4 e 5 mil~ é o mais provável para o volume debut de Dream Jumbo Girl, o que seria decepcionante, é inegável.
A promoção do mangá e o nome de hiroyuki, autor veterano que recentemente publicou Kanojo mo Kanojo na Magazine, implicaram uma confiança maior do time editorial nessa comédia. Porém já era visível nas redes sociais que o público que parecia mais interessado no mangá eram os leitores fãs fieis do autor, com dificuldade em quebrar essa bolha e alcançar uma audiência maior.
É uma pena, mas 4 mil num volume 1 garante que a série ainda não corre risco e terá chances para crescer. Sim, a situação de vendas está tão ruim que esse número já garante sobrevida. Além disso a Magazine é mais leniente com autores veteranos, então na corrida contra o cancelamento, Dream Jumbo Girl está um passo à frente mesmo com o sinal amarelo.
A sexta colocação é de Gachiakuta. Ainda bem que deixaram o mangá mais em destaque na edição dupla de feriado, o anime em exibição é motivo para destaque.
As vendas do backlog de Gachiakuta estão até agora acima dos 70 mil volumes nessa temporada. Acima de Tougen Anki já, que está perto dos 50 mil. Os números em rankings de exibição não são absurdos nem nada, mas Gachiakuta chegou a pegar um top 10 de anime em exibição no começo do mês, algo que não é fácil.
Não está entre os maiores hits da temporada, mas é um sucesso moderado. Acredito que podemos descobrir mais sobre o desempenho internacional se a Crunchyroll ou a Bones falarem do assunto, mas a impressão que tenho é positiva nesse quesito. Aguardemos.
O sétimo lugar vai para Yowayowa Sensei que desde o primeiro volume até agora no volume 13 continua vendendo por volta de 8 a 9 mil cópias físicas ao mês. Não é um número imenso, mas a regularidade é invejável e implica uma base fiel de leitores dispostos a apoiar o mangá, que é um dos queridinhos de alguns leitores.
Hajime no Ippo, o oitavo da edição, chega aos seus 1500 capítulos de fato! Parabéns! São raríssimos os mangás que chegaram a essa marca que demonstra a força para sobreviver por tanto tempo num mercado em transformação, além da força física de um autor que, por décadas, publica uma série semanal — agora com mais paradas, mas ainda impressionante.
O capítulo celebra o legado de Ippo da forma mais esperada possível: comemorando Ricardo, o mais intocável boxeador desses 1500 capítulos. Arte bonita, cenas impactantes, emoções. É Ippo.
Kuroiwa Medaka é o nono colocado e ganha aquela típica página colorida de promoção de volume. Já estamos no volume 20, o tempo voa…
Percebi uma recepção diferente no capítulo da semana. Nele, Medaka se encontra numa situação que sente inveja de Mona interagindo com um outro garoto. Enquanto alguns comentários em inglês se queixavam do desenvolvimento, o capítulo teve uma recepção maior na Pocket de celebrar que o desenvolvimento pode levar o protagonista a avançar a relação entre os personagens. Aliás, o mangá sempre tem ótimos números e rankings na plataforma japonesa, não é por acaso que dura tanto tempo.
A décima colocação vai para Blue Lock que continua a partida entre Japão Blue Lock e Nigéria. Vi alguns comentários afirmando que era confirmado que o arco da Copa do Mundo Sub-20 é o último da história, então fui checar o comentário do autor.
Ele de fato comenta que estão caminhando lentamente rumo à uma conclusão. Não diria que confirma que é o arco final e, mesmo que fosse, a escala dele por si parece imensa a ponto de durar anos. Então não diria que Blue Lock está perto de seu final, a não ser que sua noção de tempo seja elevada.
Depois de um oneshot, temos Kanojo, Okarishimasu na décima segunda posição. O último capítulo despertou emoções nos leitores do mangá na Pocket, que estão naquela fase de “estamos de volta!” depois de um período de “perdemos”. Além da atenção recente dos desenvolvimentos do mangá, o anime (de boa qualidade) está mantendo Kanokari na boca do povo e permitiu que o novo volume tivesse ligeiro crescimento.
Idolatry é o décimo terceiro lugar. O capítulo continua com as tramas da edição anterior e mantêm o interesse dos leitores, com um número decente de comentários na Magazine Pocket mesmo sendo o primeiro capítulo pago do mangá.
É visível que no boca a boca, Idolatry é o estreante mais comentado do ano tirando Yaergnacht. E é também visível que não era uma reação esperada pelo editorial, que ainda não está sabendo como promover o mangá exatamente. O plano promocional pode vir quando o volume 1 estiver para sair, mas é uma boa chance.
Com os números de Dream Jumbo Girl, Idolatry pode ser a segunda maior estreia da Magazine no ano. Mas dependerá do marketing saber atrair gente fora da bolha da revista a confiar na compra de uma obra nova de um autor estreante.
A décima quarta colocação fica para Mokushiroku no Yonkishi em grande batalha de conclusão de arco.
Kakkou no Iinazuke é o décimo quinto da TOC e continua naquela situação de boost nulo na temporada praticamente. Não é algo tão incomum, Sakamoto Days e Kaiju no. 8, também em segunda temporada estão com boosts minúsculos, mas que ao menos são visíveis.
Não é que é impossível ter um boost numa segunda temporada, mas a impressão que passa é que essas obras, como Kakkou, já alcançaram quase todos os fãs em potencial que poderiam.
Continuando seu drama político, Ao no Miburo aparece como décimo sexto do grid. O mangá está com um anúncio de retransmissão do anime, que conseguiu uma audiência excelente na televisão. Não é por acaso que querem manter a série em alta no formato de anime, aonde desemepenhou melhor.
O décimo sétimo lugar é de Banjou no Orion. Semana mais morna para a obra, que está na espera do anúncio de seu anime.
Kanan-sama é o décimo oitavo colocado com um capítulo bem romântico e fofo, os leitores estão adorando. O meu receio é que esse status quo atual possa levar alguns leitores a pararem de ler por sentimento de satisfação, isso de fato acontece em certas obras. Porém acho que a natureza de ler pelas situações ecchi permite uma estabilidade maior.
A décima nona posição vai para Yashou no Kito, com página colorida promocional para seu primeiro volume. Não está alto como esperado para um debut, o que já gera certas dúvidas.
Esse volume ganhou notícias até em contas ocidentais por ter sido redesenhado drasticamente devido às críticas sobre a legibilidade da obra em seus capítulos originais. Quadros detalhados e cheios de informação visual foram as críticas comuns e o volume trocou isso por uma quadrinização mais simples, arte mais simples, menos foco em cenários de fundo, etc. Vi gente decepcionada no Ocidente, mas a autora fez o correto já que décadas de mangá shonen dizem isso: a facilidade para ler é um dos pontos MAIS importantes para atrair leitores. Sua história pode ser ótima, mas a maioria passará reto se a leitura parecer complicada.
Infelizmente para Kito, os números do volume 1 na Shoseki apontam para primeiros números abaixo dos 2 mil volumes. Está em situação muito muito complicada e é difícil que sobreviva quando os cancelamentos chegarem para a nova leva.
A vigésima colocação vai para Mayonaka Heart Tune em um daqueles capítulos que parece que o autor Igarashi estar exibindo sua qualidade artística em designs bonitos e desenho. Qualidade sempre necessária para um autor de romcom.
Com uma certa queda, Suruga Meteor é o vigéimo primeiro da edição. Será que veremos o mangá mais embaixo regularmente agora que as vendas continuaram na faixa dos 1~2 mil mesmo com toda promoção do mangá de baseball? Precisaremos de mais semanas para ver se isso se tornará recorrente.
No entanto, a história segue em ritmo normal, desenvolvendo mais personagens do time e sem ritmo de pressa.
Em vigésimo segundo lugar, Yumene Connect teve seu volume mais recente vendendo perto dos 6 mil físicos ao mês e deve estar seguro considerando as vendas dos novatos. A barra continua descendo paras as vendas na Magazine (e no mercado).
Sentai Daishikkaku é o vigésimo terceiro colocado com um capítulo que introduz um personagem com o título de “Chefe Final” da história. Acho que ainda podem ter algumas reviravoltas, mas o roteiro está implicando que estamos na reta final de fato. Como falo, o final de séries estabelecidas pode ser a salvação de alguns novatos — a Magazine não lança tantas séries por ano quanto a Jump.
Vigésimo quarto da TOC, Amagami-san tem o primeiro capítulo da conclusão da última das irmãs título da história. O fim está próximo!
Antepenúltimo, Yaergnacht está aqui apenas por rotação mesmo. O volume 1 vendeu acima das 16 mil cópias mesmo com falta de estoque e é o hit do ano na Magazine. É palpável o quão popular o manga é e não será surpresa já um anúncio de anime em 2026.
Penúltimo, Kagari-ke só não está em situação mais crítica pela presença de Yaergnacht no final. Mas se repetir o desempenho baixo na TOC, é sinal de perda de prioridade após vender apenas 1200 cópias de seu volume 1. Sendo sincero, a sobrevivência é muito difícil.
A edição termina com Ikitagari no Werewolf no fundão. O mangá ganhará uma página colorida protocolar de promoção de volume semana que vem, mas é cada vez mais claro que o mangá será cancelado — é o com as piores vendas da lineup inteira. A história até introduziu um possível novo vilão final, então podemos ainda ter o mangá por alguns meses para um arco final.
É questionável que Ikitagari foi escolhido como a vanguarda da nova leva. Uma leitura de seu primeiro capítulo já deixava claro que era um mangá de um novato sem tanta experiência. Não sou contra a publicação e acho que foi uma aposta válida, o autor está em evolução e o conceito é interessante. Mas para promoção de uma nova leva, acredito que teria sido melhor um veterano que trouxesse atenção à leva.
Continuo torcendo pela melhora da situação, mas o mercado está complicado em 2025. Até a próxima!
