
A TOC retorna com muitas perguntas que irei responder ao longo da análise. Sim, não é domingo, mas eu não podia esperar até lá: é o momento de comentarmos a TOC #38 de 2025!
11 – Himaten! c54
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Após o anúncio na Jump Press, Akane Banashi teve finalmente seu anime confirmado na revista. A adaptação será produzida pelo estúdio Zexcs, e já publicamos duas matérias comentando o potencial dessa produção – recomendo fortemente a leitura -. Nesta edição, também tivemos páginas coloridas “normais” para Ao no Hako e Nue no Onmyouji, além de mais um capítulo especial de KochiKame, que segue lançando novos capítulos na revista, mesmo que apenas um ou dois por ano.
Em primeiro lugar na TOC, Madan no Ichi conquista, pela décima vez neste ano, a liderança do ranking. Na próxima semana, a série será capa da revista para comemorar seu aniversário de um ano. O que essa grande promoção significa? Trata-se de um título que, além de forte desempenho em vendas, parece conquistar resultados ainda melhores nos questionários de popularidade, motivando os editores a promovê-lo continuamente.
Decisão acertada? Completamente. É sempre necessário impulsionar os grandes sucessos da revista e, nesse sentido, dar destaque constante para obras como Kagurabachi e Madan no Ichi é mais que justificável. Também defendo uma promoção mais ampla para Nue no Onmyouji e a manutenção do destaque de Shinobigoto e Himaten. Sobre Exorcist no Kiyoshi-Kun, abordarei mais adiante.
Na segunda colocação, Witch Watch mantém boas posições para impulsionar seu anime e, até outubro ou novembro, deve continuar entre os primeiros colocados. E depois? Isso dependerá do desempenho nos questionários, do sucesso das novas estreias e da decisão do autor sobre quando encerrar a obra. Sinceramente, não vejo Witch Watch ultrapassando 2027, o que sugere que o término ocorra nos próximos dois anos.
Em terceiro lugar, One Piece aparece em quarto na ordem de leitura. Desde a edição #45 de 2019, quase seis anos atrás, a obra não registrava uma colocação “tão baixa” para seus padrões. Na maioria das vezes, One Piece está na segunda colocação ou na capa, e ocasionalmente em primeiro – raramente aparece mais abaixo.
“Nicolin, você está dizendo que One Piece está em crise?” – Não. Embora raro, é natural que, uma vez a cada “passagem do cometa Halley”, a série apareça na terceira ou quarta colocação da TOC. Nas próximas semanas, deve retornar às duas primeiras posições. Vale destacar que, nesta semana, foi divulgado o trailer da segunda temporada do live-action da Netflix, junto com o anúncio de que a terceira já está em produção, uma ótima notícia para os fãs, que não precisarão esperar anos entre as temporadas.
Em quarto lugar, Shinobigoto receberá duas edições seguidas com páginas coloridas, e há possibilidade de ser capa na edição #40 – embora ainda não esteja confirmado -. Considero improvável que a obra não ganhe capa de aniversário, já que até títulos menos populares como Himaten e Kiyoshi-Kun tiveram essa honra. A questão, portanto, não é “se”, mas “quando”. Isso porque a série disputa espaço com Kagurabachi e com uma nova leva de dois ou três títulos prevista para estrear entre setembro e outubro.
No quinto lugar, Sakamoto Days caminha para sua conclusão. O anime alcançou grande sucesso na Netflix, com altíssima audiência, mas não provocou um crescimento significativo nas vendas do mangá – até mesmo os números de cópias em circulação ficaram aquém do esperado. No entanto, é importante não confundir o desempenho abaixo do esperado do anime com fracasso do mangá. Sakamoto Days é um dos pilares da revista e figura entre os mangás mais vendidos atualmente, conquistando centenas de milhares de leitores em todo o mundo.
Se Sakamoto Days será lembrado como Hoshin Engi ou Rurouni Kenshin, apenas o tempo dirá. Mas, ao discutirmos o período de 2020 a 2026, certamente seu nome estará presente.
Em sexto, Exorcist no Kiyoshi-Kun não apresenta bons resultados de vendas (mantendo-se entre 10 e 12 mil cópias mensais, sem crescimento) e não recebeu anúncios sobre tiragem total, o que sugere números modestos. Por que, então, os editores continuam investindo? Acredito que isso se deva a três razões principais:
1 – Resultados positivos nos questionários internos, garantindo sua sobrevivência.
2 – Ausência de muitos battle shounen de destaque no mercado, criando a expectativa de que um anime possa impulsionar a popularidade da obra.
3 – Conclusão iminente de diversas séries da “Geração da Pandemia” (2020–2022), o que leva os editores a apostar em obras como Himaten, Shinobigoto e Kiyoshi-Kun, em vez de arriscar com estreias.
Enquanto novos sucessos não surgirem, é provável que Kiyoshi-Kun continue recebendo destaque. Porém, se obras mais populares aparecerem, a tendência será perder publicidade e boas posições na TOC.
Em sétimo, Kagurabachi desperta a curiosidade sobre quando ganhará a capa de aniversário. Considero irrelevante o “quando”, pois é certo que virá. A questão é: o anime será anunciado junto com a capa ou apenas na Jump Festa? Particularmente, espero que seja revelado em breve, para criar um hype simultâneo com Akane Banashi. No entanto, existe a possibilidade de a Weekly Shonen Jump seguir o padrão recente e adiar o anúncio por três ou quatro anos.
Na oitava posição, Harukaze Mound aparece pela segunda vez no ranking. Como previmos em análises anteriores, a recepção não foi negativa o suficiente para justificar um cancelamento imediato. Não à toa, na próxima edição, receberá uma página colorida. Isso não significa sucesso garantido, mas indica que a recepção foi suficientemente positiva para tal destaque.
Ainda assim, Harukaze Mound precisa entregar algo impactante para transformar essas chances em sucesso concreto. Junto de Ping Pong, a série pode quebrar a maldição dos mangás de esporte se conseguir constantemente emocionar os leitores com uma partida intensa ou um momento dramático de alta qualidade. Por enquanto, a página colorida representa apenas o primeiro passo de muitos que ainda precisa dar.
Em nono lugar, Kaedegami aparece com sua primeira classificação na TOC. Não é um resultado ruim, mas também não chega a ser espetacular. Será necessário observar se a obra receberá alguma página colorida nas edições #40 ou #41 para avaliarmos com mais precisão o nível de sua recepção. Diferente de Harukaze Mound, que apresentou até agora apenas um capítulo realmente emocionante, Kaedegami investe de forma contínua na intensidade. No entanto, enfrenta críticas por suas cenas de ação confusas, na visão dos leitores japoneses – não são raros os comentários afirmando que “não entendem o que está acontecendo”.
Apesar disso, Kaedegami conta com defensores e admiradores, o que afasta a possibilidade de se tornar um fracasso como Otr. Ainda assim, não é possível determinar com clareza o nível de sua aceitação, devido à quantidade de opiniões divergentes. É importante lembrar que, para sobreviver, uma série não precisa apenas evitar rejeição: ela precisa conquistar amor suficiente para garantir um número expressivo de leitores que a coloquem entre seus três títulos favoritos da semana. A Weekly Shonen Jump mede o sucesso de um mangá pelo parâmetro: “quantos leitores classificam a obra entre as três preferidas da semana”, e não pela “opinião geral” sobre ela. Nas próximas semanas, veremos quantos votos Kaedegami realmente consegue atrair.
Em décimo, Kill Ao registrou um nome, possivelmente como parte da preparação para um site oficial, o que sugere um anúncio de anime em breve. Considerando que, atualmente, os editores demoram três a quatro anos para anunciar uma adaptação, seria surpreendente vê-la confirmada ainda neste semestre, com menos de três anos de publicação. Espero que Akane Banashi tenha sido o último caso da “leva de animes atrasados” e que, daqui em diante, as adaptações ocorram com 12 a 15 volumes publicados (por isso o anúncio acontecendo com dois a três anos de lançamento).
No décimo primeiro lugar, Himaten continua variando bastante nas posições, algo normal para mangás de romance (Ao no Hako é uma exceção à regra). Em décimo segundo, Boku to Roboco permanece como uma das comédias simples mais bem-sucedidas da revista e tem tudo para ser o último sobrevivente da “Geração da Pandemia” (2020–2022). Irônico, não?
Na décima terceira colocação, Nige Jouzu no Wakagimi segue acumulando posições baixas. Pelo andamento da trama, tudo indica que a obra pode encerrar entre setembro e março, dependendo de como o autor adaptará determinados eventos históricos. Não se trata de cancelamento, mas de uma conclusão natural. Os editores simplesmente optam por não dar grande destaque, priorizando obras com potencial para serem relevantes em 2026, 2027 e 2028.
Essa é uma estratégia histórica da Weekly Shonen Jump: priorizar os “novos” em detrimento dos “antigos”. A renovação da revista é constante. A primeira parte da TOC é sempre formada por pilares capazes de atrair leitores, junto a novatos que precisam conquistar esse mesmo público. Já mangás com boas vendas, mas que não são pilares, acabam na parte inferior da lista, próximos dos futuros cancelados. Quem acompanha a TOC há anos conhece bem esse padrão.
Nas duas últimas posições, Tomoshibi no Otr e NICE Prison não obtiveram boa recepção e devem ser cancelados na próxima leva, abrindo espaço para dois novos títulos. A dúvida é se haverá um terceiro e se Hunter × Hunter retornará. Saberemos entre setembro e outubro, quando essa leva estrear. Espero apenas que surja um novo grande sucesso comercial, assim como nas últimas levas de setembro, que trouxeram Kagurabachi e Madan no Ichi.