
Lançamos no Patreon a tradução da primeira parte da entrevista com o Saitō (Editor-Chefe da Weekly Shonen Jump) e Momiyama (Editor-Chefe da Jump Plus), que concederam uma entrevista espetacular em 2021, na qual revelaram diversos bastidores sobre a revista. Na época ainda eram editores seniores. Traduzimos e publicamos para todos os assinantes do Tier 1 ao Tier 4. Deixo abaixo um pequeno trecho da matéria:
— Mesmo que o fato de “lançar uma nova obra de sucesso” esteja ligado à avaliação do editor, a impressão é que, na Jump, diferentemente de outras revistas, quase não há casos de buscar autores prontos em outros lugares, e o foco dos editores está em criar grandes sucessos com seus próprios novatos. Mas, pensando logicamente, não seria mais fácil trabalhar com autores que já têm alguma experiência? Afinal, desenvolver novatos demanda tempo e dinheiro.
Saitō: Mesmo ouvindo histórias de editores de outras revistas, tenho a impressão de que fazer uma obra com um autor que já atua em outro lugar acaba levando mais tempo. Às vezes, só para conseguir que ele aceite desenhar algo para você, já se passam anos. E além disso, há o trabalho extra de alinhar o direcionamento para combinar com a sua revista, o que toma ainda mais tempo. Na prática do dia a dia, percebemos que é até mais eficiente começar logo com um novato. Claro, se houver um autor com quem você realmente queira fazer um mangá, incentivamos: “vá lá e convide sem medo!”.
Pode soar meio contraditório, mas embora o editor da Jump tenha sim que “apresentar resultados em alguns anos”, não é cobrado que faça isso “imediatamente”. Também não se exige do autor que ele dê resultados logo. O departamento editorial e a própria empresa são muito tolerantes com o tempo necessário para o crescimento do artista, e oferecem apoio. Quando algumas empresas de TI entraram no ramo de mangás na década de 2010, soubemos que ficaram surpresas: “nossa, demora tanto assim para fazer mangá?”. Aqui, a visão corporativa já é de que “é natural levar tempo e dinheiro”. Há competição, prazos definidos, mas ninguém pressiona no meio do processo. Justamente porque temos essa postura tranquila é que, para tentar um home run, acaba sendo mais eficiente, e é por isso que conseguimos investir tanto nos novatos.
Momiyama: Exato. O importante na Jump é que, no fim das contas, você consiga um home run. Não importa quantas vezes o autor ou o editor falhem no caminho, isso não pesa na avaliação deles.
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