
Mais rumores de anime, é a vez da Mayonaka Heart Tune, será possível? E com a chegada da nova leva de mangás, uma série já se despede das páginas da Magazine. Entenda porque Love Forty não deu certo e como faz parte da Famosa Grande Crise das Spokon! Isso e mais na nossa análise da Weekly Shonen Magazine, a segunda maior revista shonen do Japão. Começando pela TOC:
- Amagami san Chi no Enmusubi (Primeiras Páginas Coloridas) Ch. 173
- Daiya no Ace Act ll Gaiden – Teitou VS Ugomori Ch. 10 (FINAL)
- Kanojo, Okarishimasu Ch. 367
- WIND BREAKER (Oneshot Especial da Magazine Pocket)
- Sentai Daishikkaku Ch. 171
- Hajime no Ippo Ch. 1485
- Seitokai ni mo ana wa aru! Ch. 124
- Suruga Meteor Ch. 08
- Mayonaka Heart Tune Ch. 68
- Gachiakuta Ch. 129
- Kakkou no linazuke Ch. 241
- Kaijin Fugeki Ch. 32
- Kuroiwa Medaka ni Watashi no Kawaii ga Tsujinai Ch. 169
- Shangri-La Frontier ~Kusoge Hunter, Kamige ni Idoman to su Ch. 213
- Yumene Connect Ch. 25
- Mokushiroku no Yonkishi Ch. 183
- Batchiri Scratch! Ch. 34
- Yowayowa Sensei Ch. 110
- Ao no Miburo: Shinsengumi hen Ch. 42
- Irozuku Monochrome Ch. 27
- Love Forty Ch. 33 (Final)
- Haigorei (Oneshot)
- Jihanki to Watashi (Oneshot)
Ausências: Banjou no Orion Ch. 50, Kanan sama wa Akumade Choroi Ch. 132, Megami no Café Terrace Ch. 188, Fumetsu no Anata e Ch. 198 -1, Blue Lock Ch. 295, Ahiru no Sora Ch. 616 (Hiato)

Após uma idol na capa, a abertura dos mangás fica para Amagami-san, principalmente em promoção ao seu anime. Completamente comum dar algumas primeiras páginas coloridas para um mangá com adaptação em andamento.
Amagami de fato não cresceu em vendas de mangá, porém sua recepção, no Japão e fora, cresceu ao longo do anime. Adentrar os arcos sobrenaturais agradou os novos fãs do anime, praticamente igual ocorreu com o mangá. Nesse sentido dá para pensar que o anime poderia ter rearranjado a história para focar nisso mais cedo, porém é inegável que a maioria dos leitores de mangá espera uma adaptação fiel, é uma decisão difícil e entendo que o estúdio deu o seu melhor quanto a isso.
Enfim, a esperança para uma segunda temporada virá principalmente da recepção internacional em streaming e das vendas japonesas de merch da série. Hoje em dia são duas das principais fontes de renda para uma franquia romcom como Amagami.
A vice liderança é de Daiya no Ace, que encerra seu retorno especial de dez capítulos. Os fãs continuam especulando se um Act 3 é possível para a grande franquia. Tenho certeza que a Magazine amaria, mas a saúde do autor pode impedir da série voltar num formato semanal.
Fechando o pódio, Kanojo, Okarishimasu continua com bom destaque nesse arco tão importante para a longa narrativa e o romance de Kazuya e Chizuru. Além disso o marketing da série está aos poucos crescendo novamente conforme os meses passam e ficamos mais próximos da quarta temporada do anime.
Em quarto lugar temos WIND BREAKER com um capítulo oneshot especial. Essa série de lutas de delinquente é um sucesso da Magazine Pocket, a publicação digital da Magazine e ganha espaço essa semana na revista principal para promover seu game para mobile e a nova temporada do anime.
Atingindo parte da demografia de Tokyo Revengers, a obra é importante para manter esses fãs no ambiente da Magazine, historicamente lar de muitos mangás de delinquente e que também precisa de mais obras de apelo maior com o público feminino. Uma promoção assim é legal, mas não deve manter esses grupos lendo a Magazine, entretanto serve de promoção da obra para aqueles que não acompanham a Magazine Pocket.
A quinta posição é de Sentai Daishikkaku com o encerramento do flashback e um cenário que coloca as peças no tabuleiro para o começo de uma possível batalha final. Não encarem isso como “então vai acabar em 3 capítulos?”, a grande batalha do arco anterior durou dezenas de capítulos, então não dá para cravar o quanto isso pode durar por enquanto. Ainda temos o anime voltando em Abril, já com trailers do arco do Esquadrão Verde.
Hajime no Ippo é o sexto colocado, com mais um capítulo criando o clima da próxima grande batalha da história. O mangá é uma das raras spokon em andamento de sucesso na indústria shonen no momento, principalmente entre as três grandes revistas clássicas (Jump, Sunday e Magazine). Para quem quer saber mais VEJAM o vídeo do Nicolin sobre o tema da Crise das Spokon no canal do Analyse It no Youtube! Spoiler: o segredo de Ippo é… ter mais de 30 anos, seus leitores não fazem parte da demografia criando essa crise.
Em sétimo na TOC, Seitokai ni mo Ana wa Aru é um daqueles com o anime especulado para ser anunciado logo, já com domínios de internet e tal. A grande popularidade no Japão já é conhecida, mas Seitokai tem também um grande número de fãs na China, talvez o principal mercado estrangeiro de streaming de anime. Assim a obra é importantíssima e, pelo seu grande apelo com animadores é possível que esteja com uma ótima produção. Veremos se o anúncio chega logo nos próximos meses, é possível.
O oitavo lugar é de Suruga Meteor, ainda sendo promovido como um possível sucessor de Daiya no Ace. Mas é impossível falar dos eventos específicos dos capítulos quando a recepção está nula do jeito que está. Quase ninguém fala sobre a obra. Seu caminho tradicional simplesmente não atrai leitores e parece ser um repeteco da recepção de Love Forty…
Uma surpresa para o nono colocado, Mayonaka Heart Tune. Páginas grandes estão noticiando o rumor de um anime da romcom e domínios de internet já foram registrados. Porém estamos com apenas 68 capítulos, não é cedo?
Bom, é importante considerar que a Magazine continua entregando anime num ritmo mais próximo do antigo das revistas shonen. Por volta de 2 anos de publicação. Isso permite uma chance melhor para suas obras que podem crescer, enquanto a Jump continua entregando anime atrasado para mangás que já passaram do seu pico natural de vendas.
Embora notícias de domínio e afins geralmente indiquem que um anúncio não esteja tão longe, também não é uma garantia total, então eu diria que é melhor esperar o anúncio mais próximo do capítulo 100 de Mayonaka.
Gachiakuta fora do fundão, na décima primeira posição. A proximidade com os anúncios do anime pode estar permitindo uma melhor promoção para a obra, que tem tudo para ser um dos grandes destaques do mercado internacional no ano.
Kakkou no Iinazuke é o décimo primeiro da TOC com um capítulo normal. As páginas da série também não postaram praticamente nada na semana. Pelo menos é interessante de ver como as mudanças na lineup da Magazine não parecem afetar a obra em nada, que segue seu próprio ritmo como se o mundo ao redor não importasse. Bravo.
Em décimo segundo lugar, Kaijin Fugeki tem muito para se alegrar. Em duas semanas o mangá chegou às 19 mil cópias vendidas. Claro, é importante lembrar que isso são 4 dias a mais em relação ao volume passado, porém ainda assim é um crescimento de mais de 7 mil cópias! É muito para o mercado atual, ainda mais considerando que seus volumes antigos aparecem nos rankings da Shoseki com frequência.
A beleza visual e o roteiro esotérico fazem uma combinação interessante, que pode até afastar alguns leitores, mas que fideliza e atrai outros. Kaijin Fugeki está formando uma base de leitores própria, não só pegando de obras mais populares como Shangri-la Frontier e Mokushiroku no Yonkishi. É algo importante, uma Magazine precisa de muitos leitores diferentes.
Já o décimo terceiro colocado, Kuroiwa Medaka, não teve sorte similar. Vendeu 500 volumes a mais com um dia extra em relação ao volume anterior, ou seja, vendeu basicamente a mesma coisa. Não é o que você quer ouvir de um mangá com um anime em exibição. Acho uma segunda temporada mais improvável do que Amagami, seu anime tem recepção pior e foi menos promovido em merch.
Shangri-la Frontier é o décimo quarto da TOC e teve um crescimento de 21 mil cópias (4 dias extras) em relação ao seu volume anterior, passando dos 100 mil em apenas duas semanas. Resultado excelente para a série.
Isso pode ser explicado com a boa recepção do anime e com o arco Ctarnidd, que agradou bastante os leitores. Tanto aqueles lendo pelos volumes, quanto aqueles que já terminaram o arco pela revista. No começo da temporada parecia que Shangri-la Frontier não tinha como crescer ainda mais, mas sua consistência acaba premiando o mangá no fim das contas — extremamente merecido.
O décimo quinto lugar é Yumene Connect, que se distancia dos seus outros colegas de leva, Batchiri Scratch, Love Forty e Irozuku Monochrome, que estão sempre presos ao fim da revista. É um mangá claramente mais bem recebido e popular e isso percebe-se quando no capítulo que marca metade de um ano na revista, o autor dedica-se a focar num personagem secundário para uma história episódica. Yumene está seguro e confiante.
Mokushiroku no Yonkishi é o décimo sexto colocado e é mais um com crescimento no volume novo. 4 mil a mais para 4 dias a mais. Pode significar que no fim terá um resultado parecido ao do volume anterior, mas acredito que a tendência seja um ligeiro crescimento. De qualquer forma, uma franquia tão longa manter seus leitores é o foco mais que crescer, algo que o Nicolin me ensinou — então Mokushiroku no Yonkishi está alcançando sua meta com louvor, sua história está mantendo esses leitores de longa data engajados ainda com o universo criado em Nanatsu.
Na décima sétima posição, Batchiri Scratch caminha a narrativa para um fim, possivelmente no próximo capítulo. Obra completinha como falei antes.
Yowayowa Sensei, décimo oitavo da TOC, é outro com bom resultado em vendas com duas semanas. Chegou perto dos 10 mil, seu patamar mensal habitual. É provável que não apareça nos rankings a partir da terceira semanal, mas isso demonstra a falha desses rankings semanais para avaliação de vendas mensais, isso é algo raramente discutido e que é importante para considerar na avaliação de muitas séries. Não dá para considerar o topo da Jump como o normal da indústria.
O decímo nono lugar é de Ao no Miburo, ainda no grande arco de Ikedaya, o evento mais famoso da história do Shinsengumi. Fora isso, a série parece revezar entre ser promovido pelo anime e sua vida no fundão da Magazine, que sabe que o mangá em si nunca venderá muito.
Vigésimo colocado, Irozuku Monochrome não desgruda desse final da revista. Embora a narrativa não pareça rumar à conclusão, é inegável que a obra forma um trio com Love Forty e Batchiri Scratch na TOC. As duas obras acabaram/acabarão, então é difícil não fazer uma conexão.
Por isso penso que é possível uma transferência para a Pocket. No momento, minha posição é de que ainda não decidiram o que fazer com Irozuku, uma obra com boas visualizações e baixas vendas. Um caso a se ver para entender mais dos objetivos atuais da Kodansha.
Há dois oneshots após esse capítulo, mas Love Forty é o último em relação às serializações e tem seu capítulo final aqui, em um tom típico de “a aventura continua”.
Cancelado em 33 capítulos, já cantei a bola aqui no site logo nos primeiros capítulos: Love Forty não tinha chamado atenção dos leitores para que sequer lhe dessem uma primeira chance, o mangá nunca pode nem lutar por sua existência.
Parece cruel, mas é uma das realidades do mercado moderno. Como citei antes, VEJAM o vídeo da Crise das Spokon no canal do Analyse It. O fato é de que Love Forty é quase um exemplo perfeito de tudo aquilo que o vídeo fala: é uma leitura extremamente tradicional, com os eventos e tradições esperadas de uma spokon clássica. Claro, existe um pequeno diferencial que Love Forty era focado num clube profissional de tênis mais do que num clube escolar, porém a estrutura narrativa ainda era mesma de torneios pequenos, nacionais, conhecer rivais no meio do caminho, etc.
Ler a obra desde o começo me permitiu ver que ela em si nunca cometeu “erros”, mas também não arriscou muito. Tiveram poucos elementos e momentos que pensei “nunca vi algo assim”. É bem desenhada, a escrita é decente, mas não capturou atenção.
Não sou contra o “genérico”, eu gosto da fórmula de spokon shonen, mas culpar os leitores é ser como um avestruz enterrando a cabeça. As geraçãos mais jovens não tem interesse nessa fórmula mais, ou se tem preferem ler algum clássico já completo, algo que já tem confiança na qualidade do que apostar num novato que tenta trilhar esse difícil caminho para a glória.
Love Forty e, possivelmente, Suruga Meteor no futuro não darem certo pode ser motivo para a Magazine desistir de vez de spokon tradicionais, eu diria. As revistas nunca deixarão de apostar em esportes, mas é possível que vejamos mais mexidas na fórmula tradicional, algo mais próximo a Blue Lock do que Haikyuu.
Por fim, fiquem com a imagem das novas séries e uma pequena rápida descrição que fiz delas (ordem da esquerda para direita, de cima para baixo):
Ikitagari no Werewolf:
Lobisomens existem nas sombras.
Eles comem pessoas, tomam seus corpos e roubam suas memórias.
Um deles pode estar bem ao seu lado.
Kagari-ke no 8 Kyoudai:
Uma garota desempregada acaba de cara com uma família diferente
São monstros e ela está no seu templo!
Kokugetsu no Jerknacht: A mais bela kuudere te apaixonará nesse battle fantasy!
Yashou no Kite:
“Uma história só para você”, as cortinas se abrem.
As pessoas mais odiadas pelo mundo são as que o salvarão.
Uma épica fantasia.
Dream Jumbo Girl:
Ao vencer o prêmio da loteria, a história de comédia dessas garotas começa!
Idolatry:
Pela minha oshi, eu subirei até o topo!
Uma história de sucesso fora do comum!
Já teremos o lobisomem na próxima edição. Ansiosos? Até lá!