
A edição dessa vez deu o que falar por causa do clássico Hajime no Ippo e um capítulo para lá de controverso! A reação incrédula dos leitores com o desenvolvimento da série pode afetar o clássico de boxe? Além disso temos a celebração de cinco anos de Kakkou no Iinazuke e muito mais. Venha conosco na análise da segunda maior revista shonen do Japão, começando pela TOC:
- Kakkou no linazuke (Primeiras Páginas Coloridas) Ch. 236
- Kaijin Fugeki Ch. 28
- Kanojo, Okarishimasu Ch. 362
- Hajime no Ipo (Página colorida de propaganda) Ch. 1481
- Mayonaka Heart Tune Ch. 63
- Shangri-La Frontier ~Kusoge Hunter, Kamige ni Idoman to su Ch. 208
- Seitokai ni mo ana wa aru! Ch. 120
- Suruga Meteor Ch. 03
- Amagami san Chi no Enmusubi Ch. 168
- Daiya no Ace Act ll Gaiden – Teitou VS Ugomori Ch. 05
- Kuroiwa Medaka ni Watashi no Kawaii ga Tsujinai Ch. 164
- Blue Lock Ch. 290
- Megami no Café Terrace Ch. 183
- Ao no Miburo: Shinsengumi – hen Ch. 37
- Fumetsu no Anata e Ch. 196 – 1
- Irozuku Monochrome Ch. 22
- Gachiakuta Ch. 125
- Mokushiroku no Yonkishi Ch. 178
- Yumene Connect Ch. 20
- Banjou no Orion Ch. 45
- Kanan sama wa Akumade Choroi Ch. 127
- Sentai Daishikkaku Ch. 169
- Love Forty Ch. 28
- Batchiri Scratch! Ch. 29
Ausências: Yowayowa Sensei Ch. 106, Ahiru no Sora Ch. 616 (Hiato)

Após a capa com uma idol, as primeiras páginas coloridas são de Kakkou no Iinazuke, celebrando seu quinto aniversário.
A comédia romântica é uma das mais populares da Magazine e, no começo, levou muitos a acreditarem ser possivelmente o novo Gotoubun no Hanayome, em questão de popularidade, quando ganhasse um anime. Bom, não aconteceu, mas mesmo assim é uma obra de muita importância para a revista.
A segunda temporada do anime, como ressaltado várias vezes pelo editorial, virá no ano de 2025 e possivelmente estancará parte das perdas graduais de venda do mangá. Porém uma reversão dessa queda é quase impossível, Kakkou no Iinazuke é lucrativo como franquia em si, com produtos licenciados e colaborações em marketing.
Por fim, é ressaltado o início de um novo arco focado em Sachi e temos comentários dos dubladores da série. Promoção normal e merecida. 2025 não deve ser o ano do fim de Kakkou no Iinazuke.
A vice liderança é de Kaijin Fugeki, obra de ação do renomado autor Oh Great. É inegável que Kaijin Fugeki parece ter atingido um teto, sem crescer em números nas redes sociais e com seus volumes vendendo todos por volta de uns 15 mil ao mês.
Entretanto, Kaijin Fugeki tem algumas oportunidades para crescimento, uma em curto tempo e outra a longo. A primeira é ir bem em premiações de mangá, como o Tsugi Manga ou o Manga Taisho (inclusive o Fel fez um texto sobre, leiam lá!). Esses prêmios não são exatamente mainstream, mas convencem leitores regulares de mangá a darem chance para as obras. Alguns exemplos de boost do tipo são óbvios do ano passado: Girl Meets Rock (Fuutsu no Keionbu) e Kagurabachi tiveram um ótimo crescimento após suas vitórias no Tsugi Manga. Kaijin terá concorrência dura com obras como Madan no Ichi, mas uma boa colocação já poderia ajudar.
O plano a longo termo é obviamente um anime. Kaijin provavelmente deve chegar nisso em algum momento, já que a maioria das séries da Magazine vendem seus direitos televisivos rápido. Entretanto um anime precisaria de um time forte — um dos maiores apelos da obra é a escala imensa dos eventos e a arte espetacular que acompanha. O capítulo da semana inclusive deve ter sido colocado na frente porque é um daqueles de deixar qualquer um boquiaberto pela arte. Estarei torcendo para que Kaijin receba o reconhecimento que merece.
Kanojo, Okarishimasu fecha o pódio. Como já falei algumas vezes, é um arco chave para uma das maiores obras da Shonen Magazine, é merecedor que apareça no topo com regularidade.
Colaboração de marketing entre Hajime no Ippo e o Family Mart, uma das maiores redes de loja de conveniência do Japão. Dito isso, o que importa é o capítulo em si e as reações causadas por ele.
Tento não spoilar os capítulos aqui na coluna porque ela é de análise da revista em si, mas esse caso de Ippo é complicado de falar sobre assim. Para quem lê Ippo, vão entender do que se trata, para os que não e que preferem não receber spoiler, vamos dizer o seguinte: é uma conclusão muito inesperada e polêmica de um arco bem longo.
O autor de Ippo, George Morikawa, é extremamente respeitado no Japão. Afinal, criou um clássico que já dura décadas e é um dos defensores da indústria de mangá. Entretanto mesmo assim, Morikawa recebeu fortes críticas de seus leitores locais, algo raríssimo.
Eu não me lembro de algum capítulo de Ippo antes ter recebido tantas críticas. E esse desenvolvimento levou alguns leitores a comentarem sobre alguns problemas menores que guardam da obra ao longo do tempo: falta de protagonismo do Ippo, capítulos curtos, ritmo lento de publicação, etc. Claro, acredito que vários passam de uma mera opinião de gosto para algo mais exagerado; Morikawa já tem certa idade e é inegável que ele precisa de mais paradas e um ritmo cadenciado para manter a obra em publicação.
Agora a questão: isso pode influenciar em algo na popularidade de Ippo? Acho que a longo termo, não. Leitores fãs o suficiente para se irritarem tanto assim não são o “comum” e, mesmo entre eles, acredito que estão exagerando pelo momento. O importante agora será ver como Morikawa conduzirá a história a partir daqui. Talvez esse possa ser o ponto inicial para um retorno de Ippo ao protagonismo mais direto, embora provavelmente o foco logo irá para o Sendo. Ficaremos de olho a mais desenvolvimentos.
Na quinta colocação, Mayonaka Heart Tune foca em Shinobu no seu arco atual. Acredito que seja a heroína menos desenvolvida da história até agora, então um acerto do autor dar mais destaque para ela no momento. Histórias com esse elemento harem precisam dessa rotação porque cada uma das heroínas tem seus fãs específicos.
O sexto lugar vai para Shangri-la Frontier que encerra seu arco atual após uma das maiores batalhas do mangá! A narrativa não faz questão de apressar o ritmo da web novel original e mantêm o máximo possível de detalhes das batalhas. Faz demorar semanalmente? Sim, mas vale a pena. Os leitores estão satisfeitos até agora.
Seitokai ni mo Ana wa Aru! é o sétimo lugar num capítulo focado nas professoras sem nenhum dos membros do conselho estudantil que dá o título do mangá. Ressalto isso porque é interessante como Seitokai pode variar semanlmente sem perder os leitores, todo personagem tem seu destaque e momento, por menor que seja.
É impressionante inclusive checar semanalmente o número imenso de colaborações e produtos de Seitokai. Sempre há novidades e marcas grandes envolvidas. Por exemplo, nessa semana estavam promovendo uma collab com a Donki, uma grande rede de lojas que qualquer um que já foi ao Japão deve conhecer. O anime está vindo…
O oitavo colocado é Suruga Meteor, com seu terceiro capítulo. Esse foi outro capítulo páginas extras, chegando às 36 dessa vez.
Novamente apelando ao tradicional, a história nessa edição leva o nosso time para enfrentar uma das grandes escolas da região para um jogo treino. Lá Suruga impressiona todos que estavam assistindo a partida esperando um massacre — ele dispara bolas a 160km por hora, atropelando os batedores do time adversário. Então um novo rival se apresenta para enfrentá-lo.
Básico, mas achei bem feito. Arte legal e afins. O problema é que de fato não está chamando atenção, a recepção inicial de Suruga Meteor está muito parecida com a de Love Forty, quase nenhum comentário a respeito e os que existem falam só que é tradicional. A página oficial do mangá tentou a promover como “um garoto de traseiro grande joga baseball” e acho que esse ângulo promocional não colou mesmo infelizmente.
O nono lugar é Amagami-san que vai concluindo seu arco atual focado em Yuna que já dura 16 semanas, basicamente o tempo de duração do anime. É uma obra que não conseguiu aproveitar sua adaptação e não cresceu, ficando de vez para trás do primeiro pelotão de Kanojo, Okarishimasu, Kakkou no Iinazuke e Megami no Café Terrace.
A décima colocação é de Daiya no Ace, que chega à metade de sua publicação especial. Novamente a estratégia de colocar a obra perto de Suruga Meteor, dessa vez invertendo as posições.
Na décima primeira posição, Kuroiwa Medaka é outro que não está aproveitando o anime para crescer e ficará no segundo pelotão. Colado ao lado de Amagami-san nos rankings da Magazine Pocket, as duas obras tem popularidade decente na plataforma, mas curiosamente não conseguem superar Megami no Café lá também.
Blue Lock é o décimo segundo colocado, com mais um capítulo da partida atual. Alguém tinha perguntado a fonte da pesquisa que citei no artigo passado, e é essa pesquisa da GEM Partners (obviamente em japonês). Mas é aquilo, Blue Lock apela e vende tanto para homens quanto mulheres.
Já citado duas vezes antes na matéria, Megami no Café Terrace é o décimo terceiro da TOC. Em 10 dias de venda, seu novo volume vendeu 27,317 cópias, 300 a menos que Kakkou no Iinazuke que também teve volume no mês. São obras basicamente empatadas hoje em dia, então quem sabe Megami no Café ganhe mais anime no futuro se Kakkou conseguiu.
Ao no Miburo é o décimo quarto lugar com mais um capítulo do importante arco de Ikedaya, o evento histórico mais famoso do Shinsengumi. A narrativa continua mais violenta e sombria do seu habitual, que já é bem realista para um mangá de samurai.
Fumetsu no Anata e, décimo quinto colocado, parece estar na parte final de seu arco que já corre por bem mais de um ano. O problema de tentar previsões para esse mangá é seu número irregular de páginas, mas não é impossível de imaginar uma conclusão em 2025. Dito isso, cadê o anime?
Na décima sexta posição, Irozuku Monochrome encerra seu arco inicial e anuncia o início de um novo com a premissa de mais demônios e a história indo para fora do escopo da igreja, aonde os personagens estão desde o começo.
Parece uma forma de expandir a história e aliviar receio de leitores que achavam que podia faltar variedade se a história não saísse de uma fórmula. O mangá não parece estar crescendo tanto em volumes vendidos, mas está num excelente quinto lugar nessa semana entre as séries de romance da Magazine Pocket.
Gachiakuta fica na décima sétima colocação, algo habitual para a série. Não deve ser tão relacionado a desempenho, mas ritmo de leitura. Além disso (e mais um capítulo artisticamente impressionante), é salinha de espera para os anúncios da adaptação no AnimeJapan.
O décimo oitavoo lugar, Mokushiroku no Yonkishi, continua com seu arco de torneio no maior estilo Budokai Tenkaichi. Um dos maiores talentos de Nakaba como autor é sua coreografia de luta, uma das mais fáceis de seguir na indústria moderna, e é bom de ter uma oportunidade assim para ele esbanjar esse talento semana a semana.
Yumene Connect aparece na décima nona posição, que não tem a ver com sua popularidade, mas provavelmente mais com os limites que o mangá ecchi constantemente quebra.
O volume 2 em si vendeu praticamente 6 mil cópias em 10 dias e deve superar as 8 mil do volume 1. Entretanto, como sempre falo, o digital é importante para medir sua popularidade real, Yumene está sempre no top 3 de comédias da Magazine Pocket. É um desempenho ótimo para um novato nesse sentido.
Outras métrica relevante é o número de reviews na Amazon japonesa. Irozuku tem 62 e 34 para seus volumes 1 e 2 respectivamente, já Yumene tem incríveis 132 e 80, números comparáveis aos romcom estabelecidos da Magazine. A comparação fica triste quando os volumes de Love Forty e Batchiri Scratch não chegam nem à casa dos 10. Yumene também é extremamente popular nas redes sociais, com grande números de seguidores e viralizando com certa regularidade.
Se essa popularidade online acabar refletida em boas colocações em prêmios, Yumene tem potencial para crescer ainda mais como uma das promessa para o futuro da Magazine.
Banjou no Orion é o vigésimo da TOC, algo incomum, mas que acontece por questões de rotação. O mangá continua prestigiado por leitores e editores.
O vigésimo primeiro colocado é Kanan-sama, caminhando para a conclusão de um de seus arcos mais importantes até agora. Fora isso, tudo normal com o mangá que praticamente vende a mesma coisa desde o começo, mantêm posições similares em rankings online, etc. É o suficiente até um anime.
Antepenúltimo, Sentai Daishikkaku continua seu flashback revelador. A presença constante no fim da revista é triste pois dá a impressão de um editorial que já não confia mais no mangá, após a falta de crescimento com o anime. Não será cancelado em si, mas não parece uma prioridade, tirando quando precisam de uma página colorida para promover a adaptação.
E a dupla de prováveis futuros cancelados fecha a edição. Love Forty com um capítulo com muito diálogo e Batchiri Scratch com capítulo focado em personagens secundárias. Estranho.
Ainda estou torcendo para o futuro novato que quebrará a casa dos 20 mil mensais que não aparecem desde que comecei a escrever aqui no site. Até o próximo artigo!