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O último capítulo de Himeru, as vendas de fevereiro, um novato incrível e pequenas divagações sobre demografia.
TOC Weekly Shonen Sunday #10 (05/02/2025) TOC Weekly Shonen Sunday #11 (12/02/2025)
Capa: Detective Conan Capa: Meguro Ren (Cantor)
Mamono no Kuni c01 (Página Colorida de Estreia) MAO c263 (Página Colorida de Abertura)
02 – Detective Conan c1139 02 – Detective Conan c1140
03 – MAO c262 03 – Major 2nd c297
Parashoppers c03 (Página Colorida) 04 – Mikadono Sanshimai wa Angai, Choroi c148
05 – Sora e… c04 (Capítulo de 32 Páginas) 05 – Parashoppers c04
06 – Ogami Tsumiki to Kinichijou c53 06 – Mizuporo c55
07 – Ryuu to Ichigo c226 Mamono no Kuni c02 (Página Colorida)
Strand c21 (Página Colorida) 08 – Sora e… c05 (Capítulo de 26 Páginas)
09 -Mikadono Sanshimai wa Angai, Choroi c147 09 – Momose Akira no Hatsukoi Hatanchuu c26
10 – Tonikaku Kawaii c303 10 – Ryuu to Ichigo c227
11 – Utsuranin desu c41 Kaiten no Albus c37 (Página Colorida)
12 – Red Blue c140 12 – Utsuranin desu c42
13 – Mizuporo c54 13 – Tonikaku Kawaii c304
Shite no Hana c13 (Página Colorida) 14 – Maou-jou de Oyasumi c392
15 – Momose Akira no Hatsukoi Hatanchuu c25 Te no Geka c75 (Página Colorida)
16 – Kaiten no Albus c36 16 – Red Blue c141
17 – Maou-jou de Oyasumi c391 17 – Shite no Hana c14
18 – Te no Geka c74 18 – Tatari c82
19 – Ichika Bachika c21 19 – Strand c22
20 – Himeru Kokoro no zen himitsu c35 Himeru Kokoro no zen himitsu c36 (Capítulo Final)
21 – Tatari c81 21 – Rock a Rock c42
22 – Shibuya Near Family c120 22 – Ichika Bachika c22
23 – Rock a Rock c41 23 – Tokachi Hitoribocchi Nōen c342
24 – Tokachi Hitoribocchi Nōen c341
Ausentes: Aozakura: Bouei Daigakukou Monogatari, Sousou no Frieren (hiato) Kaihen no Mahoutsukai (hiato), Magic Kaito (hiato), Ad Astra Per Aspera (hiato).
Saudações, caros leitores. Estamos de volta para mais uma edição da nossa próspera e radiante Weekly Shonen Sunday. Como promessa é dívida, cá estamos novamente, em edição dupla, com bastante conteúdo e novidades que se acumularam ao longo das últimas duas semanas. Farei como sempre faço com as edições duplas, irei levar em consideração a última TOC, mas quando necessário, irei apontar relações entre a edição passada e essa. Dito isso, que tal partirmos para ela?
Você abre a sua revista de mangás e encontra esse rapaz todo adocicado, qual sua reação?
Desta vez, porque não começar pela capa? A edição #11 é a primeira edição ‘’humana’’ da Sunday no ano, com o galante cantor Meguro Ren ilustrando sua capa. Tivemos ano passado uma outra capa, ainda mais ‘’quente’’, a da edição #52, com os meninos do live-action de Red Blue, todos sem camisa e com os tanquinho à mostra.
A presente edição é bem menos provocante, mas não muda o seu público alvo. É bem comum encontrarmos inúmeras edições com modelos femininas na capa, e isso para todas as revistas Shonen do mercado (tirando a Jump, que se limita aos seus títulos).
Você consegue encontrar na Shonen Champion e na Shonen Magazine uma abordagem bem mais agressiva, com modelos de biquíni, seios saltitantes e tudo mais. A Sunday é provavelmente a única que quando ilustra alguma garota na capa, prefere sempre uma abordagem mais ‘’limpa’’, meninas sempre comportadas, sensualizando, no máximo, com seus sorrisos.
Esse tipo de capa destaca uma informação que não é tão nova, mas sempre legal de ser lembrada, que é a gigantesca participação feminina nos leitores da Sunday.
É uma revista que, basicamente, extinguiu boa parte dos seus ecchis mais clássicos, que procura representar suas mulheres de maneira ‘’recatada’’ nas suas capas, e que também vem dando um destaque maior para modelos masculinos, ou seja, inúmeras iniciativas que visam agradar também seu público feminino. Não à toa a Shogakukan continua se esforçando pelo fim das separações demográficas de suas revistas, a exemplo da sua principal premiação (Shogakukan Awards), que já não reconhece mais as separações shonen/shoujo/seinen/josei.
E por favor, sem conclusões estúpidas ou idiotizantes a partir disso. Se você acha que a Sunday vem se submetendo aos interesses femininos e assim sabotando o grande interesse masculino, você é um lunático. E se você acha que esse tipo de abordagem visa unicamente a inclusão feminina por pura e boa vontade, você é inocente.
Esse tipo de decisão leva o moralismo muito pouco em consideração, o que está sempre em jogo, é o dinheiro. Se o mercado aponta para uma participação maior de leitoras mulheres, e se a Sunday é uma revista com um público-alvo feminino bem ativo, porque não tentar abocanhar essas compradoras? Se descobrirem amanhã que os busólogos estão comprando milhares de cópias da Shonen Sunday, teremos na semana seguinte uma capa com os ônibus mais bonitos de Tóquio. É simples assim.
Encontrei um bom número de comentaristas japoneses reclamando da escolha de capa, e vocês sabem o motivo disso. O curioso é que nunca fazem o simples exercício de imaginação, será que aquelas capas provocativas, com modelos femininas toda turbinada, agrada o público feminino? É improvável.
Para qualquer lado apontado, alguém sairá descontente, o trabalho dos editores da revista é de apontar sempre para aquele que vai deixar o menor número de feridos, e se temos hoje mais uma capa masculina, podemos perceber que o tempo de propaganda unilateral visando somente os garotos vem perdendo espaço, será preciso dividir as alegrias. Já não sabemos tão bem quem são os ‘’shonen’’ da Sunday.
Página Colorida de Abertura de MAO – A Nanoka é uma fofa
Depois da longa elaboração sobre a capa – eu falei que iria compensar a falta de texto da edição passada – podemos finalmente comentar os mangás da revista. Na primeira posição, para continuar na temática feminina, a história da nossa querida e icônica Rumiko Takashi, MAO.
A página colorida, além de ser o dízimo cotidiano entregue para a autora mais importante da revista, serve também para divulgar o lançamento do seu mais novo volume, que estará no mercado no dia 18 de fevereiro. Na sequência temos Detective Conan, que encerra mais um caso e entra em mais um breve hiato, como de costume.
Na terceira posição de sempre, após semana sim e semana não, temos Major 2nd. Mais seis semanas para a importante marca de 300 capítulos. Ter iniciado o texto discutindo decisões pautadas pelo público alvo acabou me deixando pensativo para inúmeras coisas.
Major 2nd mesmo é uma obra com uma boa presença feminina, os times são mistos, a presença das meninas não é limitada a par romântico, são aliadas e adversárias dentro do campo mesmo, uma participação ativa. Takuya Mitsuda sempre foi um mangaka focado na grana, leituras de mercado não devem escapar ao experiente autor.
Na quarta posição temos Mikadono Sanshimai wa Angai, Choroi, que revelou nesta semana sua última peça principal na equipe de Seiyuu. Aoi Koga será a responsável pela voz da irmã do meio, a Niko-san. É a profissional mais experiente envolvida no projeto, fez as vozes da Kaguya (de Kaguya-sama) e da Komi (de Komi-san). Agora, também está pronta para dublar a segunda Mikadono, de Mikadono.
Na quinta posição, após a página colorida da semana passada, temos o novato Parashoppers. A série segue sendo o principal destaque da última leva, com o maior número de leitores e comentaristas por capítulo. O impacto inicial se diluiu um pouco, o mangá segue na maluquice extrema, agradando a maioria, mas desagradando alguns poucos leitores. Já não encontro mais todo o alvoroço nos capítulos seguintes como foi com o primeiro.
A série precisa alcançar uma consistência firme se quiser sobreviver, se não, teremos mais um dos muitos casos de novatos que lançam um excelente primeiro capítulo e depois somem por completo.
Página Colorida de Parashoppers
Na sequência, temos a comédia dos homens sarados Mizuporo. Mais uma vez, retomando o tema desta edição. Mizuporo não é uma série com boas vendas, mas é uma série com um enorme apoio editorial e com uma boa presença nas TOCs. O que explicaria todo esse apoio? O início da análise aponta algumas respostas.
Com a segunda página colorida da edição, temos o último estreante do mês, Mamono no Kuni. O novato teve um primeiro capítulo levemente divisivo, mas pesando mais para o lado dos elogios. Muito se criticou sobre a quadrinização e arte confusa, juntamente com alguns diálogos de difícil compreensão como fatores negativos. A atmosfera, o design e a premissa da história aparecem como os pontos positivos do mangá, que foram bem elogiados. O autor ser um novato de apenas 20 anos também gerou comentários de alguns leitores conservadores, que apontam logo de cara a inexperiência do mangaka como um problema de longo prazo.
Uma surpresa inesperada foi o anúncio da VIZ, que decidiu assumir a tradução simultânea do mangá. Sabemos o quão difícil é uma história da Sunday ser traduzida, uma história nova, de um completo novato, ser pega tão cedo e por meios oficiais, é algo totalmente inusitado. A revista já apresentou alguns títulos de maior potencial comercial, e com uma popularidade mais firme, de fácil aposta (como Momose ou Utsuranin). Apostar tão cedo em um completo novato é certamente curioso, e porque logo esse e não os outros? Não temos uma resposta, mas esse tipo de decisão demonstra uma expectativa modesta quanto ao potencial da história.
Página Colorida de Estreia de Mamono no Kuni – Clica nela que a qualidade aumenta
Eu planejei escrever uma review sobre o mangá no final do texto, mas serei completamente sincero, quando cheguei lá, deu preguiça. Acabei entrando no CS e fiquei jogando algumas partidas, quando fui ver, já era tarde demais e perdi a disposição. Sinto muito, Mamono no Kuni, talvez na semana que vem.
A história tem uma atmosfera que me lembra um pouco Totsukuni no Shoujo e as histórias do Studio Ghibli. Simplesmente amei toda a ambientação e o clima de suspense e opressão, o protagonista logo de início é jogado no mundão com um milhão de perguntas na sua cabeça, é uma história que desmantela que desafia o senso comum do próprio mundo, fazendo o protagonista (Rabi) revisar o que é certo e o que é errado, em quem ele deve confiar, em quem ele deve se apoiar, tudo com muita pressa e sem tempo para pensar, somente agir. É bem parecido com Kaihen no Mahoutsukai (que segue em hiato), no sentido de ser uma aventura em direção ao mistério absoluto, mas esse aqui tem uma dramaticidade bem maior.
O segundo capítulo conseguiu ser ainda mais emotivo que o primeiro, depositou uma carga emocional que me fez chorar um tiquinho. Senti na delicadeza nos diálogos uma qualidade que lembrou um pouco de Sousou no Frieren (outro em hiato), que excede por completo nisso.
Página Colorida de Mamono no Kuni – Tradução VIZ
A arte peca em alguns momentos e o sequenciamento de algumas cenas deixa o entendimento da história meio confuso, mas nada que não possa ser consertado ao longo da serialização. Eu queria fazer um trabalho melhor e mais elaborado descrevendo as qualidades da série, mas confie em mim, se você tem um domínio básico do inglês, vá dar uma conferida, vai valer seu tempo. Uma história que promete muito, me deixou encantado logo de cara.
Na sequência, temos Sora e… Como vocês podem observar, a série entregou dois capítulos super extensos, algo um tanto incomum, pelo jeito o mangá tem muito o que contar. Apesar disso, a história não vem entregando bons números, e a média de likes/comentários por capítulo já são inferiores aos principais flops da revista.
Ordenhando uma última vez a vaquinha temática dessa análise – a direção editorial quanto a demografia da revista e o interesse do seu público-alvo -, é bem interessante observar como Sora e vem se contendo bastante para entregar aquilo que se esperava dele. Todo fã do Shun Matsuena reconhece ele por uma coisa principal, a putaria. O cara fez carreira desenhando boneca peituda e bunduda, e o que mais encontro nos comentários dos capítulos são: ‘’cada os peitos?’’ Não tá tendo. Talvez parte do desagrado dos leitores seja explicado por essa simples ausência. Será que o Matsuena vem sofrendo nessa ‘’nova Sunday’’ mais pueril?
Duvido que um autor experiente como ele aceite ser limitado de forma tão descarada contra sua vontade, qualquer decisão criativa, de largar ou não largar os peitões, muito provavelmente partiram do próprio autor, talvez uma espécie de novo desafio na sua carreira. Curioso para observar como o escritor vai lidar com sua falta de libido.
Na posição seguinte temos Momose Akira no Hatsukoi Hatanchuu, que anunciou um terceiro reprint para o seu primeiro volume. Estou realmente ansioso para acompanhar as vendas do seu segundo volume, espero um boost relevante. Após ele temos Ryuu to Ichigo, que também lança seu novo volume no dia 18 de fevereiro.
Página Colorida de Kaiten no Albus
Com mais uma página colorida temos o herói Kaiten no Albus. A relação de páginas coloridas e popularidade de Albus não poderia ser mais estranha. O arco atual da série vem sendo bem criticado, a média de comentários também não é das maiores, o mangá não vende bem e segue sendo tratado como um rei. A Sunday vem se esforçando para apoiar o mangá com toda sua força, mas o retorno ainda parece distante.
Após ele temos Utsuranin desu, que também lança um novo volume junto com MAO e Ryuu to Ichigo. Na semana seguinte o mangá recebe mais uma página colorida de abertura, demonstrando todo o apoio editorial da série. Depois dele temos a duplinha Tonikaku Kawaii e Maou-jou de Oyasumi, sem muitas novidades, exceto para Maou-jou, que também lança volume novo junto com a rapaziada ali de cima.
Após, com a última página colorida da edição, Te no Geka. Adivinha o motivo da pagina colorida? Sim, volume novo também! e Red Blue? Sem novidades na semana. Shite no Hana aparece na parte de baixo da TOC, mas na edição passada recebeu uma página colorida de promoção, e não foi para volume novo, já que esse ainda não foi sequer anunciado.
Página Colorida de Te no Geka
Depois dele avistamos Tatari e Strand, que como você deve imaginar, vão lançar um volume novo. Esse mês está recheado de novos volumes. Mas diferente do pessoal de cima, esses dois são tão falidos que nem na véspera das suas vendas eles conseguem largar o bottom. Strand até ganhou uma página colorida pragmática na semana passada, mas não significa muita coisa.
Encerrando seus trabalhos e se despedindo, o pobre coitado e injustiçado, Himeru Kokoro no zen himitsu. Encontrei alguns poucos gatos pingados lamentando o cancelamento do mangá nos fóruns japoneses, apesar de pouco lida, Himeru sempre foi bem querida. Teve um dos melhores inícios, com uma dose incrível de maluquice e diversão, mas que não conseguiu engajar os leitores ao longo prazo, resultando no triste fim. O autor provou ser criativo, e demonstrou uma qualidade artística de alto nível, mas acabou não sendo o suficiente. Espero de verdade que ele se encontre e que retorne em uma nova oportunidade.
Por último, outros dois que devem muito em breve acompanhar Himeru, Rock a Rock e Ichika Bachika. Os dois mangás seguem revezando posições no absoluto fundo da revista, e podem a qualquer momento ceder espaço para novas histórias. Não sabemos quando nem onde, mas cada dia que passa, mais próximo do fim eles ficam.
Por hoje, terminamos. Aguardo vocês na semana que vem. Fiquem com as página coloridas da semana passada. Fui-me.
Página Colorida de Strand
Página Colorida de Shite no Hana – Nougakushi Haga Kotarou no Sakikata