Com o retorno triunfal do clássico do baseball Daiya no Ace, essa edição é a última do ano de 2024 do calendário. Vamos discutir a estratégia e como a Magazine pretende usar esse retorno curto do mangá. Além disso as mudanças em tratamento de séries com a virada de mais uma temporada de anime. Começando pela TOC:
1. Daiya no Ace Act ll Gaiden – Teitou VS Ugomori (Primeiras Páginas Coloridas) Ch. 01
2. Irozuku Monochrome Ch. 18
3. Mokushiroku no Yonkishi Ch. 174
4. Ao no Miburo: Shinsengumi hen Ch, 33
5. Mayonaka Heart Tune Ch. 59
6. Henkyou no Kusushi, Miyako de S-Rank Boukensha to Naru: Eiyuumura no Shounen ga Cheat-yaku de Mujikaku Musou (Capítulo especial da Magazine Pocket)
7. Kuroiwa Medaka ni Watashi no Kawaii ga Tsujinia (Página Colorida) Ch. 160
8. Blue Lock Ch. 288
9. Kanan sama wa Akumade Choroi Ch. 123
10. Kanojo, Okarishimasu Ch. 358
11. Shangri-La Frontier ~Kusoge Hunter, Kamige ni Idoman to su Ch. 204
12. Kakkou no linazuke Ch. 232
13. Banjou no Orion Ch. 42
14. Sentai Daishikkaku Ch. 165
15. Seitokai ni mo ana wa aru! Ch. 117
16. Kaijin Fugeki Ch. 25
17. Megami no Café Terrace Ch. 180
18. GALAXIAS Ch. 16
19. Amagami san Chi no Enmusubi Ch. 164
20. Fumetsu no Anata e Ch. 195 – 1
21. Batchiri Scratch! Ch. 25
22. Gachiakuta Ch. 121
23. Yumene Connect Ch. 17
24. Love Forty Ch. 25
25. Yowayowa Sensei Ch. 102
26. Tenshi – Chan (Oneshot)
Ausências: Hajime no Ippo Ch. 1480, Ahiru no Sora Ch. 616 (Hiato)
Após uma idol, as primeiras páginas coloridas vão para Daiya no Ace, que volta com um spin-off de 10 capítulos — um volume. Para quem não conhece a série, é um mangá spokon (esporte) de baseball que começou a ser publicado em 2006 e teve sua primeira parte encerrada em 2015, a parte 2 começou no mesmo ano e terminou em 2022. A série também recebeu um anime de mais de 120 episódios e seus números mais recentes colocam a franquia em mais de 45 milhões de volumes em circulação!
Ou seja, Daiya no Ace é um dos maiores mangá já publicados nas páginas da Magazine e seu retorno, mesmo que curto, é importante. Um dos motivos principais é óbvio: fazer com que esses leitores voltem a comprar a revista.
Esse spin-off durará apenas 10 edições, mas nesse período de tempo pode ser que esses leitores retornando conheçam novas séries e sigam leitura. Eles também podem vir a usar o serviço online da Magazine Pocket, criem uma conta, etc.
Mas, graças à notícias de fora da revista em si, sabemos que uma nova spokon de baseball será lançada na edição 7: Suruga Meteor. Os editores, de maneira inteligente, criaram o ambiente perfeito para que esses leitores acompanhem um novo mangá do esporte.
Como sabem, a Magazine passa por uma crise em conseguir hits fora do ambiente de romcom e ecchi, enquanto isso o gênero de esporte passa por uma crise imensa em todas as revistas shonen, com Jump, Sunday e Magazine falhando em conseguir novos hits no gênero desde 2018! É inegável a importância do spokon, como evidenciado pelo sucesso de Blue Lock, então essa volta de Daiya no Ace para promover um novo spokon é um movimento inteligente.
Quanto a Daiya no Ace em si, os fãs estão esperando até hoje por um Act III, que continue a história principal, mas não é o caso no momento. Acredito sim que a série voltará, mas não estou tão confiante que um autor que já trabalhou por quase 20 anos numa agenda semanal conseguirá retornar nesse mesmo ritmo. Pode ser que volte no futuro como parte da Magazine mensal ou na Pocket, aonde poderá lançar capítulos no próprio ritmo — o mais importante é sempre a saúde do autor.
A vice liderança é de Irozuku Monochrome, que lançou seu segundo volume em Dezembro, com números parando nas 3 mil cópias no mês. Isso indicaria falta de crescimento… Péssimo? Complicado de dizer. Claro que não é o ideal, mas muitas séries no mercado inteiro não marcaram presença nas semanas posteriores da Shoseki, como fazem normalmente.
Isso não quer dizer que essas séries venderam 0 cópias no mês, mas sim que não ranquearam alto o suficiente para entrar na lista, mesmo que elas possivelmente tenham vendido o mesmo do seu padrão. O motivo disso podem ser pelos backlogs grandes em Dezembro de séries como Dandadan ocupando muitas posições do ranking e compras de fim de ano que normalmente não rolariam em outros meses.
Resultado ainda não é o ideal para Irozuku, mas a colocação boa da edição mostra que o editorial ainda promoverá o mangá. Aparecendo no top 20 de mais lidos de romance da Magazine Pocket e acima de Mayonaka Heart Tune e Kanan-sama, é possível que o mangá seja mais lido pelo digital. Os resultados do terceiro volume devem mostrar melhor a situação real do romcom ecchi.
Fechando o pódio, Mokushiroku no Yonkishi continua seu arco de torneio enquanto a segunda temporada do anime acaba. As contas oficiais estão promovendo a franquia para 2025 também, é possível que a terceira temporada já seja transmitida no ano e Mokushiroku deve se manter no top 5 de vendas da Magazine até o fim do ano também. Tranquilo.
Para Ao no Miburo, uma quarta colocação e decidi mudar o nome da série na TOC aqui do site. Ao começar sua segunda parte, Miburo resetou a contagem de seus capítulos e volumes ao adicionar “Shinsengumi-hen” no título, querendo assim atrair novos leitores. Mas não se enganem, ainda é o mesmo mangá.
As vendas não cresceram com o anime, mas a audiência foi excelente para a primeira cour do anime, superando Dragon Ball e One Piece para se tornar o shounen mais assistido na TV japonesa na temporada, e deve seguir num patamar parecido no segundo cour começando agora. Mantêm o mangá em segurança.
O quinto lugar é Mayonaka Heart Tune. Sempre bem promovido, o autor Masakuni Igarashi terá um anime de outra revista adaptado em anime no ano e… provavelmente não criará um boost para Mayonaka Heart Tune ainda, mas ao menos é algo legal para ele. De resto, a história segue seu ritmo e o final de 2025 poderá trazer o anúncio de seu anime, embora seja mais provável para 2026.
Depois de um oneshot da Magazine Pocket, Kuroiwa Medaka ganha uma página colorida na sétima posição. É uma página colorida pré anime, com a da próxima edição sendo a da celebração da estreia.
Mas como essa TOC está sendo escrita no futuro, o episódio já passou e posso reportar as impressões das primeiras horas do público japonês: foi positiva. Nada enorme, mas a maioria dos comentários feitos durante a exibição do episódio e logo depois comentavam que foi engraçado e elogiavam principalmente a heroína Mona por sua personalidade exagerada. Mas a maioria dos elogios foi para a atuação de Serizawa Yuu no papel e o quanto conseguiu acertar o tom da voz de Mona, que tem sotaque de Kansai e faz uma voz “fofa” falsa.
A recepção mais geral do público trago na próxima TOC ao ler mais comentários ao longo da semana e talvez rankings. Por enquanto não parece ser um dos grandes boosts da temporada, mas torceremos.
O oitavo lugar é de Blue Lock, que encerrou a segunda temporada do anime. Os próximos volumes devem cair um pouco em vendas de forma natural, mas o anime acendeu de novo a chama de popularidade de Blue Lock, que foi o quinto mangá mais vendido de 2024.
As reclamações sobre a qualidade da animação seguiram durante a temporada, mas sem afetar o sucesso da obra, e o episódio final com uma produção muito acima de seu padrão teve uma recepção excelente, tanto no Japão quanto fora. Por isso é importante entender que os animadores não são os responsáveis pela agenda apressada que a série teve, com duas temporadas e um filme em produção em sequência, e são sim capazes de entregar bons episódios.
Para 2025, acredito que Blue Lock “pule” o ano em anime. Com sorte, a série em anime volta em 2026 com uma qualidade bem mais estável. Enquanto isso, o mangá segue no mesmo arco.
A nona posição é de Kanan-sama. O ecchi tem uma relação engraçada com sua obra “irmã”, Yowayowa Sensei. Kanan vende mais fisicamente e geralmente está acima na TOC, mas Yowayowa ranqueia consideravelmente melhor na Magazine Pocket. Assim acredito que os editores dão mais destaque para Kanan na revista física de forma intencional. Exemplifica bem as diferenças entre as mídias físicas e digitais e o quanto ambos são importantes para as editoras.
Décima posição de Kanojo, Okarishimasu em mais um calmo (e bom) capítulo do arco do encontro. O fim desse arco mudará a estrutura inteira do mangá, até possivelmente levando ao seu final, mas o ritmo da história claramente implica que esse arco durará mais vários meses.
Shangri-la Frontier é o décimo primeiro colocado. A segunda cour da segunda temporada está começando e é um milagre na indústria atual que a obra tenha conseguido tantos episódios (e de boa qualidade) em tão pouco tempo. O estúdio C2C usou Shangri-la Frontier como um showcase de sua qualidade de produção.
O mangá merecia ter crescido mais, mas se manter acima da faixa dos 100 mil ao mês por volume já é algo bom no atual mercado em decadência.
O décimo segundo lugar é Kakkou no Iinazuke, começando um arco focado em Ai, a quarta heroína da história. Geralmente escanteada depois de seu arco introdutório, Ai é claramente a personagem principal menos trabalhada do mangá, mas terá sua introdução como um dos destaques da segunda temporada do anime de Kakkou, nesse ano.
Colocar a personagem em destaque agora no mangá cria uma sinergia entre as duas mídias, então ponto para a autora Miki Yoshikawa.
Banjou no Orion é o décimo terceiro dessa TOC. O mangá foi o novato melhor ranqueado na revista durante o ano, pela ótima recepção com os leitores, e suas vendas alcançaram um patamar decente acima das 10 mil cópias ao mês.
Uma boa chance de crescimento em 2025 para Orion é sair bem em prêmios como o Tsugi Manga. É a obra da Magazine com mais chances de ganhar ou ranquear bem em um desses. Provavelmente será bloqueado dos prêmios por Madan no Ichi, da Jump, mas pode cnseguir um boost similar ao que Ogami Tsumiki, da Sunday [sigam as TOCs da Sunday do DNSS para saber mais!], conquistou com a boa colocação na votação.
Em mais um capítulo de revelações da história, Sentai Daishikkaku é o décimo quarto lugar. Cada vez mais tenho impressão que o mangá chegará ao fim natural em 2025, mas precisará esperar a segunda temporada do anime para isso.
A obra de mais potencial da Magazine, Seitokai ni mo Ana wa Aru! é o décimo quinto da edição apenas por questões de variedade e rotação da revista. Com vendas acima das 40 mil cópias, uma popularidade digital imensa e presença massiva em redes sociais, 2025 deve ser o ano de Seitokai com o muito provável anúncio de anime, inclusive já sendo “vazado” por contas de mais credibilidade (apesar da obviedade de um anime estar em produção).
Caso saia nesse ano mesmo, Seitokai tem a chance de ser uma das grandes obras do mercado no ano, principalmente se manter parte do staff que trabalhou no PV do mangá que viralizou em 2024.
Kaijin Fugeki dá as caras como décimo sexto colocado. A obra foi de um arco de batalha logo para o outro e deve seguir nesse ritmo, construindo assim sua identidade como um dos próximos grandes do gênero para a Magazine (embora estranhamente seja classificado só como fantasia e não ação no site da Magazine Pocket).
Também por questão de rotação, Megami no Café Terrace é o décimo sétimo da vez. Capítulo normal, vida normal. A obra deve perder vendas gradualmente durante o ano sem um anime, mas de forma segura.
Em situação mais complexa e na décima oitava posição, GALAXIAS é uma incógnita para o ano. Suas vendas não decolaram como previsto e as constantes paradas quebraram a recepção positiva do começo. Porém a Magazine quer novos battle e GALAXIAS tem uma certa popularidade no Ocidente que outros estreantes não tem (até porque o K-Manga não traduz todas os novatos). Se o autor conseguir manter o ritmo semanal, acredito que aumente as chances de ficar na revista, mas se os problemas persistirem transferência ou cancelamento são opções possíveis.
Amagami-san também começará a segunda cour de seu anime, mas fica num baixo décimo nono lugar. É uma obra que sempre teve uma expectativa muito alta de seguir os trilhos de Gotoubun no Hanayome e Kanojo, Okarishimasu como um anime de sucesso, mas isso não se concretizou infelizmente. A recepção dos episódios inicias foi morna e perdeu o público ali.
Ainda assim deve seguir até o autor desejar encerrar a história, suas vendas ainda são boas, mesmo que em declínio.
Para o vigésimo colocado, Fumetsu no Anata e, existem duas questões: 1. Cadê informações da nova temporada do anime, que está tem mais de um ano no limbo? 2. Esse é o ano que a história chega ao seu fim?
Batchiri Scratch é o vigésimo primeiro da TOC. O autor tem noção da realidade de baixa popularidade da série e vem construindo um arco completo para a história, que deve encerrar nos próximos meses.
Gachiakuta está novamente em uma das posições mais baixas, é o vigésimo segundo da edição. Significa algo em relação à performance? Não. Deve existir uma razão editorial para manter o mangá ali, talvez pelo seu tom ou talvez a autora demore mais para entregar os capítulos do que o normal da revista. Sim, acho que apesar disso seria ranqueado melhor se vendesse mais do que seus 20 mil de padrão, mas o importante é que Gachiakuta terá uma das prováveis melhores produções de anime do ano.
Decepcionado com o anime de Sakamoto Days? Bote suas fichas no anime de Gachiakuta!
Vigésimo terceiro lugar para Yumene Connect, que parece viver situação similar a de Yowayowa Sensei com várias aparições no fundão apesar da ótima recepção com leitores. Suas vendas, perto dos 9 mil, já garantem sua sobrevivência, mas o mangá também se sai bem na Pocket, estando já entre as 10 séries mais lidas de comédia na plataforma atualmente.
Antepenúltimo, a minha única dúvida sobre Love Forty é se já é considerado cancelado internamente pelos editores ou ainda tem 1% de chance de sobreviver pela volta de Daiya no Ace e a mínima esperança de leitores de spokon se interessarem pelo tênis de Love Forty. Muito provavelmente não tem salvação de qualquer jeito.
Yowayowa Sensei é a última série regular da revista nessa TOC. Acho que por questão temática dessa vez mesmo, o capítulo foi natalino. De resto, deve apresentar informações do anime nos próximos meses.
Essa TOC saiu atrasada pelo tumulto de fim e começo de ano, mas tentarei retormar um ritmo melhor ao longo do ano. Até a próxima.