Uma semana de muitas ausências, muitas paixões e muita apreensão.
TOC Weekly Shonen Sunday #49 (30/10/2024)
Capa: Horiguchi Maho (Atriz)
Utsuranin desu c29 (Página Colorida de Abertura)
02 – Ryuu to Ichigo c214
Shite no Hana – Nougakushi Haga Kotarou no Sakikata c03
04 – MAO c250
05 – Tonikaku Kawaii c292
06 – Red Blue c129
07 – Kaihen no Mahoutsukai c08
08 – Momose Akira no Hatsukoi Hatanchuu c12
09 – Kaiten no Albus c24
10 – Mikadono Sanshimai wa Angai, Choroi c136
11 – Ichika Bachika c10
12 – Mizuporo c43
Strand c09
14 – Aozakura: Bouei Daigakukou Monogatari c362
15 – Shibuya Near Family c112
16 – Te no Geka c64
17 – Tatari c70
18 – Hello Work Monsters c25
19 – Himeru Kokoro no zen himitsu c23
20 – Maiko-san Chi no Makanai-san c317
21 – Rock a Rock c29
22 – Tokachi Hitoribocchi Nōen c329
Ausentes: Sousou no Frieren, Komi-san wa, Komyushou desu, Maou-jou de Oyasumi, Major 2nd, Ogami Tsumiki to Kinichijou, Detective Conan (hiato), Magic Kaito (hiato), Ad Astra Per Aspera (hiato).
Capa da Weekly Shonen Sunday #49
Uma boa tarde, queridíssimos leitores. Estamos mais uma vez aqui reunidos para mais uma semana da nossa gloriosa Weekly Shonen Sunday. Uma semana magricela, com pouca cor e poucos capítulos, assim como nos velhos tempos. Pois bem, saibam que mesmo em condições adversas somos capazes de extrair muito, do pouco, e que mesmo sem tantas novidades, a semana pode sim ser interessante. Bora logo pra TOC.
Na primeira posição e com a única página colorida da semana temos ele, Utsuranin desu. Parece que o departamento editorial resolveu me escutar, e decidiram destacar Utsuranin mais um pouco, assim como ele merece. O mangá segue bem popular no principal aplicativo de leitura da Sunday, com um nível de engajamento bem alto e constante, colocando a história como um dos poucos acertos da penúltima leva de lançamentos.
O mangá não vendeu bem no seu primeiro volume, mas vendeu o suficiente para não ser uma completa desgraça, e melhor ainda, aponta para um levíssimo aumento de vendas nos seus próximos volumes. No dia 18 deste mês seu segundo volume estará no mercado, e estou com boas expectativas para observar uma melhora – mesmo que tímida – em relação ao anterior. Triste somente que pararam de traduzir o mangá aqui no ocidente, lamentável.
Na segunda colocação temos Ryuu to Ichigo, que continua mais fumado do que nunca. Eu não acompanho o mangá então não entendo absolutamente nada, mas sei que a história está situada em um arco no futuro, com a presença de alguns aliens ali no meio (?!). Eu não sei como diabos isso se conecta com shogi, mas foi realmente engraçado folhear o capítulo e encontrar um cara com uma katana cortando o braço robótico da protagonista. Esse mangá é uma zona.
Página do último capítulo de Ryuu to Ichigo – não era pra essa galera estar jogando shogi?
Na terceira posição temos o novatinho Shite no Hana – Nougakushi Haga Kotarou no Sakikata. O mangá continua com uma boa recepção dos seus leitores, mas pelo o que observei, tem pouca gente lendo. É mais um dos muitos casos onde encontramos uma estreia bem elogiada, mas pouco lida.
Manter seu público na Sunday vem sendo cada vez mais difícil, agora imagina a situação, quando já de início, esse público que tende a sumir com o tempo é relativamente pequeno… Cria-se uma situação delicada. Triste também pensar que esse mangá não tem muito a cara de interessar o ocidental médio, dificilmente teremos sua tradução, o que é uma grande pena.
Na próxima colocação temos MAO, outro que estreia mais um volume no final do mês de novembro. Sem muitas novidades para a série. Na sequência temos Tonikaku Kawaii, com mais um capítulo espetacular. Eu não me dou ao trabalho de ficar elaborando tanto os acontecimentos de um mangá que quase ninguém aqui acompanha, mas acho divertido apontar pequenos detalhes e acontecimentos na intenção de motivar um de vocês a acompanhar a história, que se encontra numa fase excelente.
Safadeza, romantismo, o cotidiano de uma família, questões filosóficas e discussões dialéticas sobre a melhor forma de definir o que é o amor, tudo isso você só encontra no maravilhoso Tonikaku Kawaii.
Na próxima posição temos Red Blue, que para a surpresa de ninguém, não tem muitas novidades para a semana. O mesmo pode ser dito para Kaihen no Mahoutsukai, que gastou mais um capítulo expandindo seu elenco e seus mistérios. Mesmo com um final bem tenso, a história continua sem dar muito espaço para a porradaria, que o fã desesperado por violência tanto pede.
Momose Akira no Hatsukoi Hatanchuu e Kaiten no Albus são os próximos da fila. Momose hoje já tem basicamente o dobro de leitores de Albus, sendo o novato que mais recebe comentários e visualizações por capítulo, equiparável apenas com Utsuranin. Já Albus se estabeleceu com um público mais tímido, comparável com um Tatari ou Mizuporo da vida. Não impressiona, mas não compromete.
Página inicial do último capítulo de Momose Akira no Hatsukoi Hatanchuu – adorei, amei
Mikadono Sanshimai wa Angai, Choroi vem na próxima colocação, outro que, assim como Tonikaku, deveria ser leitura obrigatória para qualquer fã da Shonen Sunday, ou para qualquer um que se interesse por boas comédias românticas. Estou pra ver uma história que consiga construir um elenco feminino tão divertido e interessante que você simplesmente não consegue torcer para nenhuma garota em específico, já que todas são excelentes personagens.
Os esportistas Ichika Bachika e Mizuporo são os próximos da fila. Mizuporo já conquistou seu espacinho na revista e fica ali sem incomodar ninguém, sem muitas preocupações e ambições. Já Ichika é simplesmente o pior mangá da revista, de acordo com os próprios leitores.
O menor número de visualizações, o menor número de comentários, o que recebe o maior número de críticas, e muito certamente será o pior em número de vendas também. Só não vai ser cancelado tão cedo porque a Sunday adora dar tempo pra coisa ruim, e não é nem por esperança que um dia melhore, é simplesmente porque a revista não vem querendo cancelar ninguém.
Na próxima colocação temos Strand, com um capítulo bem pesado. Foi como falei nas três últimas TOCs, Strand demorou muito para ‘’começar’’ de verdade, e o pessoal costuma pensar no leitor da Sunday como alguém super paciente, que adora histórias lentas. Eu mesmo já reproduzi esse tipo de pensamento, mas já notei que isso está bem longe de ser verdade. O leitor médio da Sunday é um leitor da geração Tiktok, igual o leitor de qualquer outra revista Shonen.
Se sua história enrola demais pra engrenar, quase ninguém fica pra te esperar. Strand nunca teve haters, pelo contrário, foi uma série bem elogiada ao longo de toda sua publicação, mas foi também uma série que perdeu um enorme número de leitores, justamente por conta do seu ritmo, sendo atualmente a terceira ou quarta história com menor número de leitores. Não adianta nada ser bom se ninguém tá te acompanhando.
A sorte é que, como já mencionado, o editorial não demonstra impaciência. Apesar do leitor da Sunday não ser tão paciente quanto se acreditava, o mesmo não pode ser dito sobre o editorial, esse sim, se prova cada vez mais como um grupo de profissionais lenientes e pouco imediatistas. Realização que serve para tranquilizar o pequeno público de Strand.
Na posição seguinte temos Aozakura: Bouei Daigakukou Monogatari, que vendeu 5 441 cópias físicas do seu 34ª volume, isso em 10 dias. Vendas humildes, mas que colocam a história numa posição de bastante conforto, ainda mais considerando que o mangá deve vender o mesmo tanto ou até mais nas lojas digitais.
Página do último capítulo de Shibuya Near Family – japoneses comemorando o hallowen na região de Shibuya, um absurdo.
Depois temos Shibuya Near Family, que também não tem muitas novidades e que vai se ausentar da próxima edição. Depois disso temos os condenados de sempre, Te no Geka, Tatari e Hello Work Monsters, em uma perfeita ordenação do menos ferrado para o mais condenado.
Junto a eles temos Himeru Kokoro no zen himitsu, com uma posição terrível, e isso em resposta ao seu desempenho ridículo nas vendas, aparecendo apenas por um dia no ranking shoseki e estando totalmente desaparecido dos rankings onlines.
Sempre coloquei Himeru em uma categoria separada dos outros mangás ‘’falidos’’, já que enxergo uma diferença importante entre os mangás ‘’falidos sem moral’’ e os mangás ‘’falidos com moral’’. Observo Himeru como um membro da segunda categoria, que mesmo vendendo super mal, ainda possui um certo nível de ‘’respeito’’ por parte do editorial e dos leitores da revista.
Ao que parece, a pequena fanbase da história não vem mobilizando números interessantes, o que enfraquece ainda mais o já frágil desempenho da história, isso dentro de uma perspectiva unicamente comercial. Himeru ainda não ligou o alerta vermelho, mas se continuar recebendo posições ruins, vai apontar a reavaliação que a história recebeu dos editores, encaixando o mangá na outra categoria, na categoria de ‘’falidos sem moral’’, também conhecida como futuros cancelados.
Na posição seguinte temos o glorioso Maiko-san Chi no Makanai-san, que vem para desafogar o mar de tristeza que é o fundão da revista, substituindo o choro e a dor por um pouquinho de qualidade, amor e tranquilidade. Tristeza essa sintetizada por Rock a Rock, que se consolidou de vez no fundo da revista, apenas esperando seu inevitável fim.
Página do último capítulo de Maiko-san Chi no Makanai-san – um sorriso que precisa ser eternamente preservado
A Sunday não demonstra qualquer urgência ou preocupação para cancelar essas histórias, o que deve acontecer é uma enxurrada de cancelamentos e encerramentos no começo do ano que vem. Vocês sabem bem que um cancelamento não acontece do nada, uma história é cancelada somente quando temos uma nova para entrar no seu lugar.
Com a última leva, acreditei que alguns mangás seriam cancelados, mas não foi o que acabou acontecendo, a revista só aumentou o número de séries para cada edição e encerrou o seu período de vacas magras.
Mesmo com edições gigantes – como a da semana passada – o número de páginas da Sunday não é assim tão grande, já que várias histórias são curtinhas, com 8 ou 12 páginas no máximo. Por isso, apesar de ser meio estranho observar edições com 24-25 mangás de uma só vez, o cancelamento acaba não sendo tão necessário. O sistema de rotações ajuda nisso também. Difícil acreditar que isso continuará sendo o caso na próxima leva, já que a lineup extrapolou seu teto de séries.
No ranking de prioridades inversa temos Rock a Rock e Hello Work Monsters, dois novatos sem qualquer esperança para o futuro. Depois disso temos Te no Geka e Tatari, que são igualmente dispensáveis. Já fizeram bastante hora extra, mas sempre arranjam um jeito de escapar do cancelamento.
Temos também Ichika Bachika, que não entra no grupo de cancelados porque é muito curto, mas a depender de quando a nova leva sair, já pode ter completado seus dois volumes, o que será o suficiente para atestar de vez o seu fracasso, seguido do seu inevitável cancelamento.
Por último, temos outros suspeitos que podem se enfiar nesse meio, sendo eles Strand e Himeru Kokoro, dois mangás com uma fanbase cada vez mais reduzida, mas que contam com um relativo apoio editorial. Strand é cedo demais para ser definido, agora Himeru conseguiu apontar seu potencial total nas últimas semanas de vendas, e é um potencial que dificilmente agrada a revista. Dependem apenas da leniência e carinho dos profissionais que organizam a Sunday, porque no quesito apelo comercial, são mangás com os quais não se pode contar com.
Por hoje, terminamos. Na próxima edição teremos mais um capítulo de Sousou no Frieren, junto com alguns detalhes da segunda temporada do seu anime. Teremos também um one-shot gigante, de 90 páginas, de ninguém menos que o mestre Kotoyama, aquele mesmo de Dagashi Kashi e Yofukashi no Uta.
Aguardo vocês na próxima semana, não percam. Fui!!