As vendas dos novos volumes pintam um cenário não muito legal para a revista, mais sobre os anime da temporada e o fim de Akabane Honeko. Tudo isso e mais na nossa análise da Weekly Shonen Magazine, a segunda maior revista shonen do Japão. Começando pelas duas últimas TOCs:
Edição #50 2024:
1. Kaijin Fugeki (Primeiras Páginas Coloridas) Ch. 21
2. Kanan sama wa Akumade Choroi Ch. 119
3. Mokushiroku no Yonkishi Ch. 169
4. Seitokai ni mo ana wa aru! Ch. 112
5. Yumene Connect (Página Colorida) Ch. 12
6. Blue Lock Ch. 283
7. Megami no Café Terrace Ch. 175
8. Banjou no Orion Ch. 38
9. Mayonaka Heart Tune Ch. 54
10. Batchiri Scratch! (Página Colorida) Ch. 19
11. Akabane Honeko no Bodyguard Ch. 102
12. Amagami san Chi no Enmusubi Ch. 160
13. Ao no Miburo Ch. 150
14. Kakkou no linazuke Ch. 228
15. Irozuku Monochrome Ch. 13
16. Sentai Daishikkaku Ch. 161
17. Kuroiwa Medaka ni Watashi no Kawaii ga Tsujinai Ch. 156
18. GALAXIAS Ch. 12
19. Kanojo, Okarishimasu Ch. 353
20. Yowayowa Sensei Ch. 97
21. Fumetsu no Anata e Ch. 193 – 1
22. Hajime no Ippo Ch. 1477
23. Love Forty Ch. 21
24. Gachiakuta Ch. 117
Ausências: Shangri-La Frontier ~Kusoge Hunter, Kamige ni Idoman to su Ch. 200, Ahiru no Sora Ch. 618 (Hiato)
Edição #51 2024:
1. Akabane Honeko no Bodyguard (Fim, Primeiras Páginas Coloridas) Ch. 103
2. Kanojo, Okarishimasu Ch. 354
3. Ao no Miburo Ch. 151
4. Sentai Daishikkaku (Página Colorida)
5. Megami no Café Terrace Ch. 176
6. Shangri-La Frontier ~Kusoge Hunter, Kamige ni Idoman to su Ch. 200
7. Kanan sama wa Akumade Choroi Ch. 120
8. Yowayowa Sensei (Página Colorida)
9. Blue Lock Ch. 284
10. Kakkou no linazuke Ch. 229
11. Seitokai ni mo ana wa aru! Ch. 113
12. Kaijin Fugeki Ch. 22
13. Mayonaka Heart Tune Ch. 55
14. Banjou no Orion Ch. 39
15. Batchiri Scratch! Ch. 20
16. Kugara ga Yuku! (Capítulo Especial da Magazine Pocket)
17. Amagami san Chi no Enmusubi Ch. 161
18. Mokushiroku no Yonkishi Ch. 170
19. Irozuku Monochrome Ch. 14
20. Yumene Connect Ch. 13
21. Fumetsu no Anata e Ch. 193 – 2
22. Batchiri Scratch! Ch. 21
Ausências: GALAXIAS Ch. 13, Love Forty Ch. 22, Gachiakuta Ch. 118, Kuroiwa Medaka ni Watashi no Kawaii ga Tsujinai Ch. 157, Hajime no Ippo Ch. 1478, Ahiru no Sora Ch. 618 (Hiato)
Seguirei a ordem da segunda TOC, mas falarei considerando as duas. Após uma modelo, as primeiras páginas coloridas foram para o capítulo final de Akabane Honeko, que estampa a matéria!
Diferente da Jump, a Magazine premia o autor com uma página colorida de encerramento até para uma série pequena como Akabane Honeko, que vendeu por volta de 7 mil~ por volume ao mês durante a maioria de sua serialização, tendo um crescimento no fim quando seu filme live action estreou.
Akabane Honeko não foi um grande sucesso, mas teve seu valor. Conseguir uma adaptação é a meta para a maioria dos mangá shounen e conseguiu uma com poucos capítulos, mesmo que não seja um anime. Isso até ajuda a trazer as obras da Magazine para um público diferente daquele que gosta de mangá battle ou romcom, que é primariamente masculino na revista. O filme permitiu que gente mais casual e demografias diferentes interagissem com uma série da revista.
Quanto ao mangá em si, ele é uma mistura de battle e romance com delinquentes. Os mangá de delinquentes foram um foco grande da Magazine por décadas, então a manutenção de Honeko foi importante para manter esse legado, mesmo que numa forma mais palatável aos leitores modernos da revista. O autor entregou uma boa obra em qualidade, com ótima arte e uma história bem fechada nos seus 103 capítulos — espero que os editores já estejam trabalhando seu retorno, talvez com uma obra de ainda mais apelo, para aproveitar seu talento.
O vice é Kanojo, Okarishimasu que está no seu arco de encontro, que pode ser um dos finais da obra. O ritmo está relaxado como sempre, muitos podem não gostar, mas é uma das identidades de Kanokari não apressar e focar nas interações pequenas entre seus personagens.
Completa o pódio: Ao no Miburo. O novo volume vendeu 2832 unidades em seus três primeiros dias e deve terminar o mês com um resultado parecido com o habitual. O anime está com um bom desempenho de audiência e um boost pequeno existe para a série, mas está claramente concentrado nos primeiros volumes e não nos novos.
Sentai Daishikkaku é quarto lugar com uma página colorida do anime para promover sua segunda temporada em Abril. Ao mesmo tempo aproveitaram e usaram isso para promover a peça teatral de Gotoubun no Hanayome. É comum que Sentai ganhe páginas coloridas para promover a série antiga do autor, que continua sendo uma franquia ativa.
Na quinta posição, Megami no Café Terrace começou outro arco nesses dois últimos capítulos. A rotação entre as heroínas cria uma fórmula previsível, mas ao mesmo tempo permite uma consistência interna, que não afasta os leitores. Kakkou no Iinazuke é um exemplo de uma série mais caótica em estrutura e seu desempenho parece ter sofrido por isso.
Shangri-la Frontier é o sexto colocado ainda numa de suas lutas mais longas e bem desenhadas. Acredito que parte do problema da falta de boost de sua segunda temporada seja por não abrir espaço para que fãs novos entrem. Mesmo que seja pura ação, Shangri-la Frontier sempre está em constante evolução e é importante ver desde o começo para conhecer o mundo e personagens. Ao menos a boa recepção de anime e manga retêm seus fãs.
Kanan-sama continua recebendo ótimas posições, dessa vez é o sétimo após uma vice colocação. Isso implica boa recepção de leitores, mesmo com seu novo volume vendendo por volta de 4300 unidades em três dias e sem indicação de crescimento.
Uma informação que o Nicolin compartilhou recentemente é de que 36% dos leitores japoneses entre 20 a 29 anos leem tudo digitalmente, com 70% desse grupo lendo apenas mangá! Isso quer dizer que existe um bom número de vendas digitais e uma obra como Kanan pode ser uma que teria uma porcentagem ainda acima do padrão de mercado por ser um ecchi. Considerando seus números de circulação bem acima das vendas físicas, é uma obra que faz mais sucesso nesse meio digital, exemplos assim devem existir em todas as grandes revistas.
Yowayowa Sensei ganha outra página colorida, em oitavo lugar. Dessa vez celebrando dois anos de publicação. E curiosamente, leakers indicam que a próxima edição está dizendo que Yowayowa fará um grande anúncio, o que deve ser um anime.
Com 100 capítulos, isso não é fora do comum, mas estaria pulando na frente de Kanan-sama e Seitokai, que são obras mais populares e mais tempo de publicação. As duas também não devem estar longe de anúncios, a Magazine vem conseguindo adaptações bem mais rápido que suas principais rivais de mercado. Falarei mais sobre Yowayowa quando tivermos mais informações sobre isso.
Nono na TOC, Blue Lock continua sendo um dos grandes sucessos da temporada de anime. O arco do U-19 é um dos mais amados pelos leitores e os espectadores do anime estão adorando o arco também, levando mais gente a comprar os volumes do mangá.
A décima posição é de Kakkou no Iinazuke, que teve um arco focado nas questões familiares mais presentes no começo da história. Está progredindo, mesmo que lentamente, já as vendas do mangá continuam na sua escala estável de leve queda volume a volume.
Seitokai ni mo Ana wa Aru! é o décimo primeiro lugar e seu anime é capaz de só não ter sido anunciado ainda por ter conseguido um ótimo staff, considerando sua popularidade grande com artistas japoneses. Aliás, foram anunciadas mais duas figures do mangá, algo que normalmente é reservado para franquias com anime.
Kaijin Fugeki em décimo segundo, depois de ter as primeiras páginas coloridas na edição 50 para promover seu volume 2. Com três dias, vendeu 4800 unidades; nada de muito excepcional, mesmo que indique um provável crescimento pequeno.
Considerando que o volume 1 apareceu várias vezes vendendo backlog, significa que esses leitores ainda não estão comprando o segundo. O ideal seria chegar aos 20 mil, mas precisamos ver se é mais um caso de crescimento lento, igual Orion e Mayonaka Heart Tune.
Falando dele, em décimo terceiro lugar, Mayonaka Heart Tune vendeu 4800 também. Séries mais nicho costumam ter uma proporção maior de vendas nos seus primeiros dias, então deve ficar para trás de Kaijin, que é um battle manga. O importante porém é crescer de seus 15 mil ao mês, é mais uma torcida para os volumes de Novembro.
Décimo quarto colocado, Banjou no Orion é um sem volume no mês para comparar, mas vende perto dos dois mangás anteriores. O trio será importante e um foco para a Magazine em 2025, que acredita num potencial de crescimento deles.
Batchiri Scratch lança dois capítulos numa edição só após a página colorida da edição 50, promovendo seu volume 1. É o décimo quinto da TOC (e último também), mas no ranking de vendas, a comédia 4-koma nem apareceu no ranking da Shoseki. Foi um flop total.
Batchiri é bem inspirado em Bocchi the Rock, com a página colorida parodiando as séries da Manga Time Kirara, linha de revista aonde Bocchi sai, mas não funcionou com o público da Magazine que é desacostumado com obras do tipo. Até a “piada” do capítulo dessa semana parecia de um mangá da Kirara, mas não colou com os leitores mesmo.
Após um capítulo especial da Magazine Pocket, Amagami-san é o décimo sétimo colocado. A recepção do anime melhora levemente, mas pode ser só um caso de gente que estava desgostando só ter parado de assistir, deixando os comentários mais positivos assim. O boost do mangá inexiste.
Amagami-san está seguro como mangá, mas as chances de uma segunda temporada diminuem cada vez mais. Sua esperança maior é de que os resultados em stream internacionais estejam bons — o anime tem recebido boas posições em rankings da temporada de sites estrangeiros, então existe essa mínima oportunidade.
Mokushiroku no Yonkishi é o décimo oitavo lugar depois de uma medalha de bronze na edição 50. É uma variação normal para uma série que não tenta atrair leitores novos, mas sim manter os fãs de Nanatsu no Taizai comprando a revista. Inclusive foi superado nos três primeiros dias de vendas por Seitokai, a disputa entre os dois pelo total no mês será boa.
Dando as caras na décima nona posição, Irozuku Monochrome acabou sendo o mangá que mais vendeu do trio com Galaxias e Yumene, porém existe uma adendo que falarei depois da imagem abaixo.
Yumene Connect, nosso vigésimo lugar, realmente estreou com 2800 volumes, abaixo dos 3 mil de Irozuku. Porém teve um dia a menos e deve ultrapassar seu rival. Além disso parece ter recebido uma leva maior.
Os reviews na Amazon japonesa são melhores que seus “irmãos” de leva e já os ultrapassa em número no Kindle também. As vendas físicas até podem ser decepcionantes considerando a forte recepção online, mas pode ser mais um exemplo de mangá que vende proporcionalmente melhor no digital pela sua natureza ecchi. São coisas que só saberemos algum dia com data de carregamento da Kodansha, igual sabemos de Kanan-sama. Cada vez mais não temos mais a pintura completa do mercado.
E em penúltimo, Fumetsu no Anata e continua cavalgando quase sozinho pelas terras médias da Shonen Magazine. O mangá continua caindo em vendas e um fix só não deve ser apressado por respeito à autora e a promessa de uma nova temporada de anime, que não recebe notícias tem mais de um ano.
Fora da edição 51, mas na 50, temos GALAXIAS. Como falei, teve um desempenho em vendas pior que Irozuku e Yumene em vendas e deve ficar ainda mais distante quanto consideramos as vendas digitais. Além disso, continua fazendo paradas com regularidade em pouco tempo de publicação.
Mas Galaxias não deve ser cancelado por ser uma aposta num gênero importante para a revista, o battle shonen. Os editores da Magazine não querem que Irozuku e Yumene tenham desempenhos ruins, isso é óbvio, mas eles claramente esperavam que Galaxias vendesse mais que dois mangá que intencionalmente se vendem como nicho.
É inegável que existe um problema na revista quando romcom e ecchi são os únicos gêneros com altas chances de sucesso. Não é por serem gêneros piores (romcoms são as minhas preferidas, pessoalmente), mas para uma revista de grande circulação é importante ter uma variedade grande de obras populares em diversos gêneros e o battle é o que consegue os maiores sucessos do mercado.
Galaxias vai precisar de um bom trabalho do autor e dos editores para recuperar o interesse do público.
Já Love Forty perdeu outra edição, suas vendas são baixas e não cresceram nada mesmo com recomendação do autor de Blue Lock. O cancelamento é certo.
Gachiakuta pula outra edição também. A autora Kei Urana tem várias paradas, mas a qualidade de sua arte é tão boa que é um fator compreensível, ainda mais no sistema de rotação da Magazine.
Por fim, Kuroiwa Medaka e Hajime no Ippo também ficaram de fora para aquele descanso programado dos autores. Ainda mais para George Morikawa, desenhando a mesma série desde a década de 1980!
No próximo artigo, considerações finais do ano fiscal da Weekly Shonen Magazine e previsões para 2025!