
Começando pelos mangás não ranqueados. Vou escrever sobre a recepção de Madan no Ichi e Shinobigoto quando completarem 7 capítulos, para assim termos um quadro mais completo. Quanto a Hakutaku, pretendo fazer quando completar cinco capítulos, já que a série parece ter tido tanto uma má recepção quanto péssimas visualizações. Na J+, o primeiro capítulo teve menos leitores que Cycle Biyori, que era a pior série em performance da revista nos últimos anos. As principais críticas a Hakutaku foram realmente em relação à arte, que para muitos lembra as séries dos anos 2000, ou seja, de 20 anos atrás.
Eu ainda vejo chances de sucesso para Madan no Ichi e Shinobigoto (este precisamos avaliar melhor nos próximos capítulos), mas vejo baixas possibilidades de sobrevivência para Hakutaku, levando em consideração tanto os comentários negativos quanto a ausência de interesse por parte do público japonês.
Indo para os mangás não classificados, tivemos o retorno de Hunter x Hunter, que tem quase 20 capítulos prontos, garantindo assim quase 6 meses de lançamento (contando também as pausas de Natal e Ano Novo) para a alegria geral da raça humana. Certamente os 10 primeiros capítulos serão lançados semanalmente, mas os dez seguintes os editores vão avaliar a periodicidade. Nessa mesma edição, tivemos Sakamoto Days, no qual o autor começa a ter problemas para seguir o ritmo semanal: é possível (mas não uma certeza) que, logo após o anime estrear, a série comece a realizar mais pausas, tendo um ritmo de lançamento parecido com o de Jujutsu Kaisen.
Em primeiro lugar na TOC, tivemos Ao no Hako (Blue Box), que lançou o primeiro episódio do seu anime (disponível na NETFLIX para vocês irem assistir). O primeiro episódio teve uma ótima recepção por parte dos japoneses e tem tudo para ter um boost enorme. Por enquanto, a previsão é que Ao no Hako seja o anime da temporada com o maior aumento em vendas, superando inclusive Dandadan. O boost pode levar Ao no Hako a se tornar um dos dez shonen mais vendidos do mercado, mostrando assim como a revista tem uma mina de ouro em suas mãos. Sei que muitos no ocidente ignoram a obra por não ser um Battle-Shounen, mas recomendo que deem uma olhadinha no anime, que está simplesmente lindo.
Em segundo lugar, tivemos Choujun! Chojo-Senpai, para a tristeza dos inimigos da comédia. Desde que entrou Saito, o novo editor-chefe da revista, a obra esteve constantemente na segunda metade da revista (em ordem de leitura), já que o editor preferia dar destaque para Boku to Roboco. Para quem não sabe, as comédias são muito importantes para a revista, pois são essenciais para quebrar o clima de seriedade que a sequência de mangás de drama ou Battle-Shounen trazem. Uma revista sem comédias acaba se tornando mais pesada, reduzindo a possibilidade de os leitores mais jovens terminarem a revista.
Mas por que classificar justamente Choujun! Chojo-Senpai em segundo? Bem, vamos lembrar primeiro que os editores, ao classificarem os mangás da revista, olham o resultado das votações precedentes, o capítulo da semana e as necessidades da série. Após avaliar o quadro geral, eles escolhem as posições: semana passada tivemos Nige Jouzu no Wakagimi em primeiro, em um dos capítulos mais chocantes de toda a série, e não dá para negar que a qualidade do capítulo influenciou nessa primeira colocação. Acredito que Choujun! Chojo-Senpai tenha subido nesta semana por causa da qualidade do capítulo e também, provavelmente, por causa de uma boa recepção do último capítulo votado pelo público.
Em terceiro lugar, tivemos Akane Banashi, que continua esperando o anúncio do seu anime. Estou esperando que aconteça na Jump Festa. Quanto mais a série demora para ter uma nova capa, mais perto essa capa vai estar de dezembro, e por isso, maior a chance de ser a capa anunciando o anime. Lembrando que a obra terá um stand na Jump Festa, e, mesmo que não seja certeza o anúncio do anime, isso aumenta a possibilidade de termos um.
Em quarto lugar, tivemos Negai no Astro, que lançou hoje, no Japão, o seu segundo volume. Esse volume será essencial, pois veremos se a obra terá um aumento em vendas, uma estabilização ou uma queda. Nos dois primeiros casos, Negai no Astro vai continuar sobrevivendo. Caso tenha uma queda (e principalmente se essa queda for substancial), a obra vai entrar em 2025 em uma situação mais delicada, dependendo dos editores não encontrarem muitos sucessos no próximo ano para não ser cancelada.
Em quinto lugar, tivemos Boku to Roboco, que continua seguro na revista. Em sexto lugar, tivemos Kagurabachi, que lançou seu quarto volume, já um grandíssimo sucesso em vendas. A obra deve superar Sakamoto Days e, por alguns dias, também Ao no Hako (que com o boost do anime deve voltar logo a vender mais que Kagurabachi), tornando-se assim a segunda obra mais vendida sem anime da revista, perdendo apenas para Ruri Dragon, que vendeu 134 mil cópias em 1 mês. Kagurabachi é o próximo grande sucesso da revista e muitos já o consideram como o verdadeiro substituto de Jujutsu Kaisen.
Em sétimo lugar, tivemos Nige Jouzu no Wakagimi, que continua tendo um bom boost. Contando o volume lançado em setembro (que vendeu 58 mil cópias em 1 mês) e também os mais antigos, a série vendeu 166 mil cópias em setembro. O sucesso de Nige Jouzu no Wakagimi se deve a dois fatores: o anime de altíssima qualidade da CloverWorks — considerado o melhor anime da temporada pelos japoneses — e também a qualidade da obra, que, mesmo tendo sofrido com a perda de leitores por causa de sua história de difícil conexão, nos últimos meses vem entregando capítulos de altíssima qualidade.
Em oitavo lugar, tivemos Yozakura-San Chi no Daisakusen, no qual a primeira (e provavelmente única) temporada do anime está prestes a acabar. Não só isso, tudo indica que Yozakura-San pode chegar ao seu encerramento na edição #49 ou #50. A próxima leva deve estrear logo após o encerramento de Yozakura-San, e acredito que teremos dois novos mangás estreando. Em nono lugar, tivemos Witch Watch, que está esperando o seu anime estrear em abril.
Em décimo lugar, tivemos Nue no Onmyouji, que, após ter um episódio com uma pequena cena mais “harém”, os japoneses decidiram criar duas threads para a série na Jump Matome, uma delas para comentar sobre o “Dating Game” que Nue pode vir a se tornar. A realidade é que Nue no Onmyouji é uma série bem nichada, na qual o autor até tentou migrar mais para o Battle-Shounen, mas acaba tendo mais atenção quando segue aquilo que o seu público nichado quer: gacha e garotas. Quando Nue no Onmyouji tenta se levar a sério, acaba desagradando seus próprios leitores.
Acredito que houve até uma tentativa de fazer a série ir além do seu nicho, mas não acho que seja possível, pois realmente as qualidades não estão naquilo que o público geral procura. Então, mesmo eu gostando de Nue, devo admitir que a realidade é que a obra deve continuar vendendo entre 25 mil e 30 mil cópias, não deve receber muita promoção da revista (e sinceramente, eu também estaria promovendo outros mangás se fosse editor-chefe) e deve continuar na zona intermediária-bottom até ganhar um anime.
Em décimo primeiro lugar, tivemos o nosso querido Undead Unluck, que nunca esteve tantas semanas sem receber uma página colorida — acredito que a série não vá durar muito mais tempo, terminando em 18, 27 ou 36 capítulos, dependendo do ritmo do autor e de quantos capítulos foram acordados com os editores para concluir a série (provavelmente um número aceitável para o autor e também bom para a revista, que claramente está passando por uma fase de renovação da sua line-up). Sinceramente, vejo Undead Unluck chegando à sua conclusão entre fevereiro e agosto de 2025 — o motivo dessa minha previsão? O ritmo da obra e o tratamento que o Saito está dando.
Em décimo segundo lugar, tivemos Exorcist no Kiyoshi-Kun, que não está correndo risco de cancelamento para a leva que deve estrear em novembro, mas está longe de estar seguro para a seguinte. Se estivesse realmente em risco de cancelamento, os editores já estariam colocando a obra constantemente na última colocação. A obra está tendo uma performance muito ruim na votação, e se continuar assim, tem chances de dar adeus. Em último lugar, tivemos Kill Ao, que, mesmo na última colocação, não vejo correndo risco de cancelamento para a próxima leva. Para 2025, a situação será reavaliada, mas por enquanto está seguro. É só uma última colocação temporária.
Encerrando com os dois mangás não classificados, tivemos Youkai Buster Murakami, que está sendo mal recepcionado e deve ser cancelado na próxima leva. Também tivemos na versão digital exclusiva o capítulo de Ruri Dragon, que, para vocês não esquecerem, é um mangá da Weekly Shonen Jump lançado simultaneamente tanto na versão e-book da Weekly Shonen Jump quanto na Jump Plus.