Ala Pietà, Kaihen no Mahoutsukai da autora de Kekkaishi entra em cena. O que esperar da Sunday após o fim da super leva de quatro?
TOC Weekly Shonen Sunday #42 (11/09/2024)
Capa: Kaihen no Mahoutsukai c01 (Página Colorida de Estreia)
02 – Detective Conan c1133
03 – Sousou no Frieren c133
04 – Momose Akira no Hatsukoi Hatanchuu c06
05 – Maiko-san Chi no Makanai-san c312
Strand c02 (Página Colorida)
07 – Major 2nd c287
08 – Ryuu to Ichigo c207
09 – Ichika Bachika c03
Ogami Tsumiki Ki nichijou c39 (Página Colorida)
11 – MAO c243
12 – Tonikaku Kawaii c287
13 – Mikadono Sanshimai wa Angai, Choroi c129
14 – Rock a Rock c22
Te no Geka c57 (Página Colorida)
16 – Komi-san wa, Komyushou desu c480 e c481
17 – Kaiten no Albus c17
18 – Utsuranin desu c23
19 – Himeru Kokoro no zen himitsu c16
20 – Red Blue c123
21 – Hello Work Monsters c18
22 – Tatari c64
23 – Tokachi Hitoribocchi Nōen c322
Ausentes: Shibuya Near Family, Maou-jou de Oyasumi, Aozakura: Bouei Daigakukou Monogatari, Mizuporo, Magic Kaito (hiato), Ad Astra Per Aspera (hiato).
Arte promossional do super remake de YAIBA
Saudações, apreciadores da revista que mais cresce do mundo!! Estamos de volta para mais uma semana da nossa poderosa e maravilhosa Weekly Shonen Sunday. Uma edição que em poucas horas se esgotou por completo no Japão, uma edição mais uma vez super recheada, uma edição que marca o retorno de um cachorro grande, o último da super leva. O que faz dessa edição tão especial? Veremos a seguir.
Na capa e na primeira posição com uma excelente página colorida, temos o último estreante, Kaihen no Mahoutsukai. Um mangá que me recuso a comentar logo de início, seria começar a refeição pela sobremesa. Voltaremos depois do intervalo, e comentarei mais do EXCELENTE Kaihen Mahoutsukai na parte final do texto.
Começando pela segunda posição da revista, temos ninguém menos que Detective Conan, com seu último capítulo antes de entrar em mais um hiato indeterminado. E que conclusão safada em, Gosho não consegue deixar de ser canalha, é impressionante.
Aliás, quando o assunto é canalhice, Sousou no Frieren não fica muito pra trás. Com mais um bom capítulo de muito papo fiado e pouca movimentação, a série também entra em repouso, não teremos capítulos na semana que vem. Torcer pelo seu retorno na edição #44.
Na quinta posição temos a imperatriz dos slice of life, Maiko-san Chi no Makanai-san. O seu próximo volume sai na semana que vem, então, é compreensível encontrar a série tão bem ranqueada.
Provável que também ganhe alguma página colorida nas próximas edições. A história é uma das poucas da revista que ainda consegue alcançar as 50 mil cópias mensais, mesmo com posições ruins na TOC e a baixa divulgação. Tem que respeitar.
Na sexta posição temos o pretensioso penúltimo estreante, Strand. Por algum milagre inexplicável entregue pelos deuses, o mangá foi pego por alguns scanlators e já tem tradução para seus dois capítulos, em inglês e espanhol. Notícia que me enche de lágrimas.
Li os dois capítulos e posso reafirmar que o mangá é uma história bem diferentona, e complicada de recomendar. Foram dois capítulos focados em apresentar os principais protagonistas da nossa história.
Um garoto metido a coach, que só pensa em dinheiro e em investimentos. Um outro garoto, o clássico sofrido com família pobre e irmão mais novo para cuidar. Uma protagonista bonita e boazinha que só pensa em k-pop, e um último bonitão vaidoso que ainda não foi explorado.
O que os quatro possuem em comum? Aparentemente, pouca coisa, são apenas colegas de classe. O grande plot-twist da história é entregue no final do capítulo, onde balões misteriosos são lançados ao ar e uma legenda descrevendo que a ‘’conexão com a internet vai ser mundialmente cortada’’.
O problema é que isso é dito no capítulo um, e o capítulo dois não dá seguimento a esse acontecimento, ele continua descrevendo uma rotina comum dos personagens, ignorando parcialmente o gancho do capítulo anterior.
Foram dois capítulos onde ‘’nada’’ concreto acontece, apenas promessas, e uma promessa que supostamente seria respondida no capítulo dois, mas tivemos apenas uma repetição dela, ainda mais ilusiva.
É um mangá que possui diálogos bem escritos e interessantes, mas a arte ser tão feinha me desapontou um pouco. Me pergunto o que teremos no terceiro capítulo, e me pergunto também o que o japonesinho ansioso achou desse segundo capítulo, onde tivemos um grande bis.
Saberemos na semana que vem. Pessoalmente, gostei da estreia, integrante e misteriosa, mas que precisa cozinhar menos e servir logo o seu prato.
Major 2nd e Ryuu to Ichigo aparecem logo na sequência. Sempre seguros e sempre sem muitas novidades, isso para aqueles infelizes que não os acompanham.
O melhor mangá de comédia da revista aparece logo após, Ichika Bachika. Muito bom acompanhar a caixa de comentários do mangá, e observar as mensagens que acabam sumindo dentro de algumas horas. Se continuar assim, o mangá vai de Shusseki Bangou 0-ban (lembram dele?), terá sua sessão de comentários bloqueada por excesso de hate.
Mas nem tudo são trevas, para a alegria dos Bachikeiros, o mangá vai receber uma página colorida na semana que vem, para agradecer sua ‘’grande popularidade’’. Atitude orgânica e bem justa do editorial da Sunday, que não quer expor tão cedo seu iminente flop.
Página Colorida de Ogami Tsumiki Ki nichijou
Com nossa terceira página colorida da semana, o nosso medalha de bronze, Ogami Tsumiki Ki nichijou. Ogami ficou em terceiro lugar na premiação do Tsugi ni Kuru, na categoria ‘’mangás fisícos’’. A premiação ajudou os dois volumes do mangá a se infiltrar no ranking shoseki, por poucos dias e em posições baixas, mas ainda assim, foi algo.
E o seu terceiro volume tá batendo na porta, será que teremos mais um aumento? Mais uma pequena conquista para o mangá que não cansa, muito lentamente, de sempre melhorar. De grão em grão, a galinha enche o papo.
MAO e Tonikaku Kawaii são os próximos da fila. MAO e seus amigos partem para a invasão do castelo do Shiranui. Como será que a rainha Rumiko vai enrolar e salvar os vilões dessa vez? Enquanto isso, em Tonikaku, após duas semanas com capítulos que deveriam ser publicados em revista hentai, a série resolveu se acalmar novamente. Mesmo sem safadeza, Tonikaku continua muito bom.
Mikadono Sanshimai wa Angai, Choroi surge na décima terceira posição, e por estar com alguns capítulos em atraso, não sei de muita coisa. Mas deve estar bom, confio nas Mikadonos. Já em Rock a Rock eu não confio, e a desconfiança é compartilhada pelo editorial, que dificilmente ainda espera algo da história.
Página Colorida de Te no Geka – Que bração
Com uma revoltante página colorida temos Te no Geka, o nepotista. O mangá com uma das piores médias de leitores e baixíssimo número de compradores segue recebendo páginas coloridas a rodo.
Tudo bem que essa é mera cordialidade, servindo para divulgar seu novo volume. Mas estamos no sexto volume de Te no Geka, não no primeiro. Pra que lembrar que Te no Geka vai lançar volume novo sendo que quase ninguém comprou os volumes anteriores, o que seria diferente agora?
Te no Geka é um mangá que sobrevive inteiramente pelo apoio editorial, que enxerga no mangá um valor que ninguém mais observa. Na décima sexta posição, Komi-san wa, Komyushou desu, sim, ele mesmo. Não tenho muito a comentar sobre a série, exceto que, mais uma vez, tivemos um excelente capítulo. Komi-san é muito bom quando quer ser bom.
Bem no fundo da revista temos Kaiten no Albus e Himeru Kokoro no zen himitsu, os dois lançando seu primeiro volume na semana que vem e os dois recebendo uma página colorida na semana que vem. Curioso para ver quem vence essa batalha, não faço ideia de quem vai vender mais que quem, dito isso, deposito minhas fichas em Himeru.
No fundão da revista temos Red Blue, que terá seu SUPER ANÚNCIO revelado na próxima edição, juntamente com uma página colorida de abertura. O mangá não vai ser capa da revista, então para aqueles empolgados com a ideia de anime (eu e somente eu), melhor tirar o cavalinho da chuva. Vão anunciar um live-action ou algum pachinko idiota e vai ser esse o super anúncio. Estou triste.
E já no bico do corvo temos os culpados de sempre, Hello Work Monsters e Tatari. Ficar no bottom 5 já dói, ficar no bottom com uma revista lotada dói mais ainda. Tatari é conhecido por sobreviver sempre que duvidam dele, mas será que Hello Work possui a mesma resiliência? Será que o mangá vai pro caixão sozinho ou acompanhado?
Muitas perguntas, poucas respostas. O que interessa agora, é retomar o que precisa ser retomado, o verdadeiro destaque da semana. A estreia de Kaihen no Mahoutsukai.
Kaihen no Mahoutsukai – Primeiras impressões
Página Colorida de Kaihen no Mahoutsukai
Antes de apresentar qualquer obra, é necessário sempre contextualizar seu autor. Você já ouviu falar da Yellow Tanabe? Conhece Kekkaishi ou BIRDMEN? A resposta padrão deve ser ‘’não conheço’’ ou ‘’já ouvi falar”, difícil é encontrar os poucos ‘’eu conheço e gosto muito’’.
Kekkaishi foi uma obra serializada entre 2006-2011, e fez um modesto sucesso dentro da Shonen Sunday. Recebeu uma adaptação para anime dois anos após o lançamento de seu mangá, e nunca teve uma sequência que concluísse a sua história.
A bem da verdade, falar em ‘’a autora de Kekkaishi e BIRDMEN’’ emociona bem pouco a maioria das pessoas, principalmente no ocidente. Independente de considerar seus trabalhos como bons ou ruins, o mais importante é não fugir da dura realização, Tanabe não é lá essa coca-cola toda.
É sem dúvidas uma autora competente, talentosa e de renome, mas de um renome bem nichado e pouco importante para a maioria. Eu adoro, mas sei que muitos não compartilham da minha adoração.
Falar que a ‘’super autora de Kekkaishi’’ voltou para salvar a Sunday vai convencer seus antigos fãs, mas não sei se atrai leitores novos, que mal conhecem sua trajetória. Se um nome como o do Kishimoto não foi capaz de sustentar uma história puramente por ‘’nome’’, certamente não será Tanabe que fará.
Principalmente na Sunday, onde ‘’nomes’’ de verdade existem, como Rumiko, Adachi, Gosho, Fujita, Mitsuda e Hata.
E é com essa missão de se validar muito pouco sobre seu passado e o dever de criar um novo futuro que Tanabe nos desafia. Dentro de um ambiente cada vez mais enfraquecido, que pouco fornece e por muito anseia, a autora surge.
Com seu primeiro e único capítulo, o que podemos esperar de sua história? Uma velharia deslocada no tempo? Um mangá promissor e divertido, mas que vai vender 10 mil cópias por mês como qualquer outro ‘’sucesso’’ da revista? Ou quem sabe, estejamos presenciando o nascimento de um legítimo sucesso, dessa vez, um sem a necessidade das aspas.
Contando menos para contar melhor
Quadro de Kaihen no Mahoutsukai
Em um mundo de aventura, a aventura precisa ser unicamente interessante. O bom primeiro capítulo não precisa mostrar nada além da promessa a ser explorada. Não precisamos ver, precisamos imaginar. Nossa história começa com um garoto preso dentro de um tubo, que acorda totalmente desnorteado e sem memórias.
Quem é esse menino? Como ele veio parar nessa situação e quem é esse mago misterioso que aparentemente está o ajudando? Não sabemos, mas rapidamente vamos descobrir. Todo diálogo de Kai-hen é bem construído, natural, e engraçado. O mangá consegue muito bem dosar seu humor sem parecer galhofa demais quando não devia.
Até mesmo coisas simples como a explicação ‘’chata’’ e técnica da organização do mundo e do funcionamento de seus poderes são bem executadas. A auxiliar rabugenta e mau humorada toma conta dela. A personagem estressada cumpre perfeitamente o papel da explicação expositiva. Mas isso certamente é elogio mínimo, não impressiona em nada, a diversão é perceber que de todos personagens apresentados, nenhum é desinteressante ou mal aproveitado.
Quadro de Kaihen no Mahoutsukai – Tá em nihongo né, mas no site/app da viz você encontra em inglês para ler. E em breve, alguma scanlator br assume.
Temos um mentor cool, misterioso e poderoso, que finge indiferença, mas não aguenta ficar sem ajudar. Desinteressado e preguiçoso, é um personagem meio ‘’Gintoki’’ que é impossível você não gostar.
A assistente bravinha não é só monocromática, ela aparece diversas vezes com paciência e empatia pelo protagonista, servindo também como um ‘’olhar’’ do leitor, com seus monólogos e exposições direcionando a leitura.
Não podemos esquecer do nosso protagonista, que vai de um garoto totalmente perdido, para alguém que de pouco em pouco recupera suas memórias, relembrando uma antiga mentora, uma que lhe ensinou tudo que ele sabe. Alguém para quem ele precisa retornar urgentemente.
O desespero surge da infeliz descoberta, seu retorno não é mais viável, seu antigo lar foi dizimado, e a voz que o chamava já não vive mais, morreu para protegê-lo.
Em meio ao desespero do nosso protagonista, tendo apresentado o seu mundo, o sistema de poderes, seu ainda curto elenco, o drama do nosso protagonista e daqueles que o cercam, o capítulo logo se encerra.
Muito foi mostrado em pouco tempo, mas esse muito ainda é muito pouco, e nada foi explorado com a necessária profundidade, uma decisão muito obviamente proposital.
Não sabemos o próximo passo, não conhecemos o mundo exterior, não conhecemos quem causou a destruição de seu lar, não conhecemos quase nada, mas o leitor sai sabendo de uma única coisa, que ele vai querer ler mais.
Kaihen no Mahoutsukai – Uma luz no fim do túnel????
Não seria um mangá da Tanabe se não tivesse barreiras
Apesar dos pesares, a expectativa sobre Kaihen é bem localizada. Aguardamos uma boa série, e desejamos que a autora produza um mangá divertido e de sucesso.
A Sunday espera o mesmo, e com um capítulo absurdamente bem recebido, o início não poderia ser melhor. O japonês amou a estreia, elogiou absolutamente tudo e estão se coçando pelo próximo capítulo. Mas o que mais me anima é um fator extracampo, que é a tradução simultânea da Viz.
É o primeiro trabalho que a empresa decide traduzir de forma oficial para o ocidente, e eu sinceramente espero que seja o primeiro de muitos. Hoje a comunidade de mangás vive inúmeros problemas com tradução, o manga plus por exemplo, que é a plataforma referência, mas que não cansa de tomar decisão errada atrás de decisão errada. Ainda assim, é uma plataforma que proporciona um acesso que eu, alguns anos atrás, não acreditava ser possível.
Era rezar pelos Jack Sparrows e torcer pelo melhor. Hoje a oferta é maior, a Shonen Jump sai por completa, totalmente traduzida (em inglês), simultaneamente com o Japão. A Sunday nunca nem flertou com ideia parecida.
Seus aplicativos são voltados para o japonesinho médio, e a Viz sempre se limitou a poucas obras já bem consolidadas. A tradução de Kaihen realmente empolga por ser o início de algo que já deveria estar acontecendo há eras. No final do dia, Kaihen pode ser mais um dos muitos flops da revista, mas pelo menos vai ser um flop que poderemos acompanhar semanalmente, e isso por si só já é excelente. Aproveitem Kai-hen Wizards.
Aguardo vocês na semana que vem, para comemorarmos juntos o pachinko de Red Blue. Adeus. Fiquem com um quadro final do fodastíco Ichika Bachika.
Quadro de Ichika Bachika em homenagem a Space Jam