Análise – TOC Weekly Shonen Jump #42 (Ano 2024).

Jujutsu Kaisen volta mandando uma expansão de domínio para garantir a primeira colocação, enquanto vemos os novos sucessos da revista alterando a estrutura da TOC. Venha ver!

Weekly Shounen Jump #42 (17/09/2024):
Shinobigoto c01 (Capa, Página Colorida de Abertura, 54 páginas, Nova Série de Takeguchi Ippon & Mitarashi Santa)
01 – Jujutsu Kaisen c269
02 – ONE PIECE c1126
Madan no Ichi c02 (Página Colorida, 27 páginas)
03 – Himaten! c10
04 – Boku to Roboco c201
Nige Jouzu no Wakagimi c172 (Página Colorida)
05 – Kagurabachi c49
06 – Ao no Hako c164
07 – SAKAMOTO DAYS c182
08 – Akane Banashi c126
09 – Yozakura-san Chi no Daisakusen c242
WITCH WATCH c171 (Página Colorida)
10 – Negai no Astro c21
11 – Exorcist no Kiyoshi-kun c12
12 – Nue no Onmyouji c66
13 – Choujun! Choujou-senpai c30
14 – Kill Ao c69
15 – Undead Unluck c222
Youkai Buster Murakami c13
‘
Prévia da Weekly Shonen Jump #43 (24/09/2024):
Capa e Página Colorida de Abertura: HAKUTAKU c01 (54 páginas, Nova Série de Ishikawa Kouki)
Página Colorida: Shinobigoto c02 (25 páginas); Yozakura-san Chi no Daisakusen c243; Boku to Roboco c202
Páginas Extras: Madan no Ichi c03 (23 páginas)

As respostas possíveis são: (1) “Eu não sei nada”, (2) “Conheço somente de nome”, (3) “Li somente o mangá”, (4) “Vi somente o anime”, (5) “Li o mangá e vi o anime”. Qual dessas opções você escolheria? De qualquer forma, esse questionário pode parecer desesperado, mas é uma das perguntas mais importantes que a Weekly Shonen Jump já fez. Serve justamente para entender o quão vantajoso é trazer autores de outras revistas. Se perceberem que muitos estão lendo Madan no Ichi por causa de Iruma-Kun, e podem verificar isso comparando as votações no mangá com quantos declararam já conhecer o título, a Weekly Shonen Jump certamente se sentirá ainda mais inclinada a trazer nomes de peso.

Em primeiro lugar na TOC tivemos Jujutsu Kaisen, que, enquanto os japoneses jogam loucamente pedras nesses últimos capítulos, a série desfila sambando na passarela do primeiro colocado. A má recepção não tem influenciado as posições na TOC recentemente. Esta é a segunda primeira colocação consecutiva. Mas Jujutsu Kaisen é realmente intocável? Não é bem assim. A realidade é que Saito está propositalmente colocando a série no topo para criar ainda mais hype para o final. Isso é puro marketing e apoio editorial. Aqui estou, lendo e torcendo pela melhor conclusão possível.

Na semana passada, os editores se confundiram e classificaram One Piece em primeiro lugar, mas desta vez retornaram o mangá à sua posição habitual. Para se ter uma ideia, neste ano, One Piece foi classificado DEZOITO VEZES em segundo lugar e apenas DUAS VEZES em primeiro. Essas duas vezes provavelmente aconteceram quando a discálculia dos editores “bateu”, levando-os a confundir os números. Os capítulos restantes abriram a revista com capa ou página colorida, por isso não tiveram posições válidas.

É curioso tentar entender quais foram essas duas ocasiões em que os editores, por razões desconhecidas, classificaram a série em primeiro lugar. Enquanto o capítulo 1125 foi um dos mais chocantes dos últimos meses, justificando a alta posição, o capítulo 1112 não oferece uma explicação clara para quebrar a tradição de segunda colocação fixa de One Piece. De qualquer forma, a série continuará quase sempre em segundo, com momentos esporádicos de conquista da medalha de ouro.

Em terceiro lugar, tivemos uma grata surpresa: Himaten, que, após conquistar a sétima posição, subiu ainda mais, alcançando o terceiro lugar e provando que o que o japonês mais quer é amar. Eu comentei anteriormente que tinha a sensação de que Himaten iria se sair melhor que Exorcist Kiyoshi-kun e Youkai Buster Murakami, e isso está se confirmando: o público japonês está gostando do mangá. Embora seja cedo para prever as vendas do primeiro volume, se continuar nesse ritmo, certamente superará as 20 mil cópias. A série precisa manter a qualidade dos capítulos.

Em quarto lugar, tivemos Boku to Roboco, que continua rindo da cara dos inimigos da comédia. Mesmo com muitos desacreditando no mangá, ele se mantém firme na revista. O motivo de Boku to Roboco sobreviver, apesar das vendas modestas – o próximo volume deve vender entre 15 e 17 mil cópias – é que o público-alvo tende a votar nos questionários, mas não necessariamente a comprar os volumes. Comédias, em geral, agradam mais as crianças (que muitas vezes não têm dinheiro para comprar volumes, mas conseguem comprar a revista com a mesada), além de um público casual, que não vê a necessidade de colecionar os capítulos já lidos.

Isso não significa que essas obras não sejam populares; muito pelo contrário. Elas agradam os leitores da revista, que raramente reclamam da presença de séries como Boku to Roboco e Chojun Chojo-Senpai. Quem geralmente se queixa são os ocidentais, que tendem a rejeitar comédias e preferem uma enxurrada de Battle Shounen. Falando nisso, temos um mangá que agrada tanto japoneses quanto ocidentais: Kagurão da massa, que em breve deve se tornar a obra sem anime mais vendida da revista.

Em sexto lugar, tivemos Ao no Hako, que continua com uma média de classificação abaixo do esperado sob a gestão de Saito. É comum os editores pararem de promover uma série alguns meses antes do lançamento do anime para intensificar a promoção mais próxima da estreia, dando posições altas nas semanas que antecedem o lançamento e mantendo boas classificações após a estreia. Será que Saito está intencionalmente deixando Ao no Hako cair para deixar a promoção para o período do anime? Ou será que ele está percebendo uma possível má recepção dos capítulos atuais, mais focados nos personagens secundários?

De qualquer modo, um novo problema que a série pode ter ganho é justamente Himaten: Enquanto Witch Watch era muito focado na comédia, tendo poucos momentos de romance, Himaten é realmente uma obra de romance, e isso pode acabar influenciando quantas pessoas vão votar semanalmente em Ao no Hako. Os editores também devem agora continuamente ter cuidado em não classificar constantemente (somente em casos especiais e raros) os dois mangás lado a lado, para não ter uma repetição de temática. Os dois devem conseguir sobreviver juntos na revista, mas é inegável que Himaten pode vir a roubar em algumas semanas os votos de Ao no Hako.

Imagem: Ao no Hako, Capítulo 163

Em sétimo lugar, tivemos Sakamoto Days. Aproveitando o gancho, a Weekly Shonen Jump anunciou uma parceria com a Netflix, oferecendo um pacote mais barato para quem assinar ambos os serviços. Ainda não sabemos o preço, mas a oferta começa em 17 de setembro. Essa parceria surge quando Ao no Hako e Sakamoto Days foram confirmados para transmissão internacional pela Netflix, indicando ainda mais colaborações no futuro.

Em oitavo lugar, tivemos Akane Banashi, aguardando o anúncio de seu anime na próxima Jump Festa. Em nono, tivemos Yozakura-San Chi no Daisakusen, que parece ser o favorito de Saito. Apesar das vendas modestas, a série continua recebendo páginas coloridas. Contudo, antes de criticar essa decisão, devemos considerar que Yozakura-San está chegando ao fim. Assim como o editor está promovendo Jujutsu Kaisen em seu encerramento, ele também está impulsionando Yozakura-San, que deve terminar nas edições 51 ou 52 deste ano.

É difícil dizer se essa é a decisão correta. Acredito que a página colorida foi desnecessária, considerando que a série deve receber uma capa em 4 ou 5 edições, e há apenas três edições já havia recebido uma página colorida. Colocar Yozakura-San em uma posição elevada após o fim de Jujutsu Kaisen já seria suficiente.

Em décimo lugar, tivemos Negai no Astro. Aproveitando o ensejo, gostaria de comentar também sobre o décimo terceiro colocado, Choujun Chojo-Senpai e Kill Ao. Como os editores não estão colocando esses três mangás nas últimas posições fixamente, é provável que, por enquanto, a decisão seja não cancelar nenhum deles. Certamente, em outubro e novembro, mais reuniões serão realizadas para avaliar o futuro dessas séries, mas, por ora, o plano parece ser mantê-las até 2025.

Uma das coisas que mais amo em acompanhar a Weekly Shonen Jump, embora seja um pouco frustrante, é a luta contra o cancelamento. Na Weekly Shonen Jump, sentimos a adrenalina única de ver uma série em risco de ser cancelada. Quando Tadasu Nagano, criador da revista, decidiu incluir o elemento de votação já na primeira edição (algo que ele havia implementado em sua revista anterior, a Shonen Book), ele criou um mecanismo genial para medir a popularidade das séries e ao mesmo tempo gerar engajamento dos leitores.

O motivo pelo qual outras TOCs não geram o mesmo nível de engajamento não é apenas a Line-Up menos conhecida, mas também a falta dessa sensação de urgência que os leitores japoneses têm com a Weekly Shonen Jump. Em revistas como Shonen Sunday, Jump SQ ou Young Jump, votar no seu mangá favorito é importante, mas não é tratado com a mesma seriedade. Os fãs de Negai no Astro, Chojun Chojo-Senpai e Kill Ao estão competindo, e mesmo que seja triste ver uma série cancelada, acompanhar essa disputa sempre traz emoção – seja pela frustração ou pela alegria.

Voltando à décima primeira colocação, tivemos Exorcist no Kiyoshi-kun, cujo destino ainda está em discussão pelos editores. A próxima leva de cancelamentos deve chegar daqui a 10 edições, mas os mangás cancelados serão decididos 4 a 5 semanas antes, ou seja, daqui a 5 ou 6 edições. Os editores têm até a edição 47 (21 de outubro) ou 48 (28 de outubro) para decidir o futuro tanto de Exorcist Kiyoshi-kun quanto de Murakami. Acredito que Murakami será cancelado, garantindo espaço para ao menos dois novos mangás, mas, se Exorcist no Kiyoshi-kun não melhorar nas votações, poderemos ver até três novas séries.

Em décimo segundo lugar, tivemos Nue no Onmyouji, com uma posição amarga. A série está em um momento de transição, e é comum que capítulos menos interessantes levem a posições mais baixas na TOC. Acredito que, até o início do próximo arco, Nue no Onmyouji não terá posições muito altas, exceto em casos de capítulos excepcionalmente bem recebidos pelos editores, que consideram tanto a qualidade quanto o conteúdo na hora de classificar as séries.

E, por último, temos Undead Unluck, o pobrezinho. Não diria que a série corre risco de cancelamento, a menos que fique estacionado como um carro abandonado na última colocação, o que ainda não ocorreu (se vier acontecer, mudo de visão). No entanto, a Weekly Shonen Jump tem tratado a série como um saco de pancadas nas últimas semanas. Não deram página colorida para anunciar o OVA, por duas semanas consecutivas a série ficou na última posição, raramente alcança boas classificações e não recebe uma capa há mais de seis meses. Mas Saito deve aprender o que Nakano aprendeu anos atrás: é muito difícil matar o Undead.

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