Em uma edição HISTÓRICA no qual tivemos o encerramento de Boku no Hero Academia, vamos recapitular a situação geral da revista:
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Chegou o momento que estava tão próximo há tantos meses, mas nunca chegava: o encerramento de Boku no Hero Academia. O mangá que estreou em 2014 durou dez anos na revista e conseguiu alcançar feitos incríveis: um anime com uma das melhores audiências da TV, um mangá que é TOP 10 mais vendido da história da Weekly Shonen Jump e uma história que marcou uma geração inteira, já influenciando novos autores a lançarem seus mangás na Weekly Shonen Jump. E eu acredito que, nesse período no qual se tornou moda a “desconstrução do herói”, Boku no Hero Academia acabou representando justamente a pureza, sonho e esperanças que muitas séries perderam em sua essência.
Deku continuará sendo para sempre nosso mascote, já que o coloquei como tal no mesmo dia que a Weekly Shonen Jump de estreia de Boku no Hero Academia chegou ao mercado japonês. E por mais que seja muito, mas muito provável que nunca vejamos o Horikoshi lançando uma série semanal na revista (talvez um One-Shot ou mini-série), eu espero vê-lo retornando com uma série mensal em outra revista, ou quem sabe na Jump+. É um autor com uma arte e quadrinização espetacular que tenho vontade de continuar acompanhando, mas antes, acho que o Horikoshi merece ao menos cinco anos de descanso.
Voltando para a TOC, como é uma edição especial (dupla), decidi realizar um texto diferente: vou comentar sobre duas posições-chave (Boku to Roboco e Nige Jouzu no Wakagimi) e depois comentar principalmente sobre as posições médias das séries, explicando como elas se encontram antes dessa pausa de uma semana que vai acontecer. Isso mesmo, na próxima semana não teremos Weekly Shonen Jump, por causa da sua tradicional pausa de verão. Por isso, sem mais delongas, vamos lá:
Em primeiro lugar tivemos Boku to Roboco, que conquistou sua primeira colocação na gestão Saito – o último capítulo em primeiro acabou sendo justamente na última edição no comando de Nakano. Assim, Saito mostra seu apoio a Boku to Roboco, apoio que já estava bem óbvio por causa das ótimas posições na TOC que a obra vem recebendo. Boku to Roboco está entregando capítulos muito bem recepcionados, então é natural que os editores divulguem. Depois tivemos, na terceira colocação, Nige Jouzu no Wakagimi, que deu um pulo do gato por causa do seu anime: os editores devem ter tido a recepção do seu primeiro episódio e assim decidiram começar a classificar bem o mangá. Lembrando que existe um delay de 4 a 5 semanas entre o lançamento da edição e sua preparação.
Indo para as médias, lembrando que usei a classificação contando TODAS as posições. Por isso, a capa vale como primeiro lugar e as páginas coloridas/One-Shot também ocupam colocação:
Com a maior média tivemos em primeiro lugar One Piece. A obra está sempre nas três primeiras colocações da TOC (Capa, Primeiro Lugar ou Segundo Lugar), nunca indo além disso. Então One Piece acaba sendo justamente uma certeza no começo da revista. A Weekly Shonen Jump está prestes a entrar em uma “NOVA FASE” e One Piece continuará como pilar supremo da Line-Up também nessa fase.
Logo após tivemos em segundo lugar Sakamoto Days, com uma média de 4.71. A obra está prestes a ser promovida como pilar. É muito, mas muito provável que na próxima capa em grupo, a série já esteja em destaque juntamente com One Piece e possivelmente com Ao no Hako ou Jujutsu Kaisen (caso a obra não termine até dezembro). Para mim, um PILAR da revista precisa estar entre os dez mangás mais vendidos do mercado. Para isso, Sakamoto Days deve vender acima de 380 mil cópias em um volume novo, por isso teria que TRIPLICAR as suas vendas. Eu acho que o anime, se bem divulgado, mesmo não sendo cheio de Sakugas, consegue sim realizar esse objetivo, tornando Sakamoto Days um dos mangás mais vendidos do mercado.
Repito uma coisa: Não esperar que muitos mangás a partir dessa década vendam acima de 500 ou 600 mil cópias, serão raras exceções. O mercado mudou e os números também mudaram.
Em terceiro lugar, com uma média de 6.43, tivemos Akane Banashi. Podemos já perceber um pequeno destaque nas médias entre Sakamoto Days e Akane Banashi, por causa do tratamento especial que Sakamoto Days está recebendo: a série está quase sempre bem classificada, enquanto os demais têm semanas que acabam tendo posições abaixo do sétimo lugar. De qualquer modo, Akane Banashi está sendo uma grande aposta por parte do Saito, e isso podemos ver pelas duas primeiras colocações seguidas que a obra recebeu. Eu acredito que essa divulgação seja causada pela ótima recepção interna da série e por causa de uma possibilidade real da obra ser adaptada por um estúdio de qualidade, que pode realçar suas vendas que atualmente estão na casa das 50 mil cópias.
Em quarto lugar tivemos Ao no Hako, que está recebendo muitas páginas coloridas desde que chegou Saito. O editor está utilizando essa estratégia para promover o mangá, que está prestes a ganhar um anime. Contudo, a consequência dessa estratégia é que suas posições na TOC pioraram um pouco, já que algumas páginas coloridas não foram tão bem classificadas. De qualquer modo, Ao no Hako vende muito parecido com Sakamoto Days, por isso precisa triplicar suas vendas para podermos considerar um pilar. Caso não consiga, podemos avaliar também outros requisitos para ver se podemos considerar ou não a obra um pilar da revista. Existe uma possibilidade real de que entremos em 2025 com Ao no Hako como pilar.
Em quinto lugar tivemos Kagurabachi, que após a chegada de Saito começou a receber ótimas colocações na TOC, mas ainda não está no mesmo patamar dos outros três novatos. Kagurabachi, em termos de vendas, é a terceira força entre os novatos, mas é inteligente investir mais atualmente nos outros três, já que um anime de Kagurabachi deve chegar somente em 2026 ou 2027, enquanto essas obras devem ganhar um anime antes disso. O momento de promover ainda mais Kagurabachi chegará, mas por enquanto estar constantemente entre os cinco primeiros colocados, mas um pouco abaixo dos outros três novatos, é o ideal para o mangá. De qualquer modo, Sakamoto Days, Ao no Hako, Akane Banashi e Kagurabachi compõem o “Quarteto Fantástico” dos novatos.
Abrindo a Zona Intermediária tivemos Jujutsu Kaisen, que para dar destaque à nova geração e também a Boku no Hero Academia (que teve uma média de 4.80 desde que Saito chegou) acabou ficando em segundo plano. Assim, o mangá se tornou o mangá de abertura da Zona Intermediária com uma média de 7.75. Os editores vão continuar priorizando as demais séries, já que não tem motivo em divulgar e colocar em um destaque tão grande Jujutsu Kaisen, mas eu acredito que quando a obra estiver nos seus últimos cinco capítulos veremos uma melhoria na sua média. Sucessivamente tivemos Boku to Roboco, que também está sendo muito tratado pelo Saito, como já comentei acima.
Em oitavo lugar tivemos Witch Watch, com uma média de 9.67. A obra tinha uma média muito melhor antes de Saito. O editor-chefe e sua equipe escolheram dar um menor destaque para a série por dois motivos: o primeiro são as vendas estagnadas que não estão levando a lugar nenhum. O segundo motivo é a chegada de mangás mais promissores como Kagurabachi, que merecem um destaque maior que Witch Watch, além da melhoria das colocações de Boku to Roboco. De qualquer modo Witch Watch talvez vá anunciar seu anime na próxima edição, por isso fiquem de olho.
Em nono lugar tivemos Nige Jouzu no Wakagimi, que por enquanto tem uma média de zona intermediária, mas com o sucesso do anime e com o encerramento de Boku no Hero Academia (que na gestão Saito estava constantemente entre os cinco primeiros colocados) devemos ver Nige Jouzu no Wakagimi melhorando sua média. Atualmente, a série está vendendo parecido com Akane Banashi, na casa das 50 mil cópias. Contudo, com o anime, pode chegar a vender entre 70 e 90 mil cópias, e caso tenha uma explosão ainda maior, superar inclusive 100 mil cópias. A questão é: com o sucesso do anime, o mangá terá posições parecidas com as do “Quarteto Fantástico” ou não? Veremos.
Em décimo lugar tivemos Yozakura-San, no qual o Saito dá boas colocações por causa do anime, mas no geral, a obra não tem mais tanto peso para a revista. Yozakura-San deve ter uma capa de aniversário e depois deve terminar entre novembro deste ano e fevereiro do próximo ano, por isso estamos vendo os últimos meses de vida de Yozakura-San, mas tenho certeza de que o autor retornará com uma nova série. Em décimo primeiro lugar tivemos Nue no Onmyouji, que melhorou de média com a chegada de Saito também, mas a série precisa melhorar um pouco seu rendimento na votação e também nas vendas para estar completamente segura na revista. Chances de cancelamento neste ano? Zero. Chances de cancelamento em 2025? É possível, caso encontrem novos grandes sucessos, Nue continue tendo suas vendas estagnadas e não tenha nenhum estúdio pronto para adaptar.
Em décimo segundo lugar tivemos Undead Unluck, que anunciou um OVA de 1 hora – sim, não é a segunda temporada, somente um OVA. Deste modo, a série continua estando na revista, sem grande relevância em comparação aos demais. Retornará a ter relevância se sair uma segunda temporada ou quando entrar em sua RETA FINAL, que deve acontecer cedo ou tarde. A média de 13.71 de Undead Unluck não é ruim, mas normalmente um mangá começa a correr risco de cancelamento quando tem um média de 14.50 para cima. Mas sabe? Undead Unluck é mestre em escapar do cancelamento, dúvido que será cancelado um dia.
Chegando na “Zona de Perigo” temos três mangás que não estão em perigo de cancelamento na próxima leva, mas suas médias não indicam uma segurança em médio prazo (4 a 8 meses). O primeiro sendo Choujun! Chojo-Senpai, com uma média de 14.57 (por isso levemente em risco). Desde a chegada de Saito piorou bastante a sua média, passando longe do TOP 5. Claramente o editor-chefe e sua equipe não estão satisfeitos com o resultado alcançado pela obra. Outro mangá que está longe de alcançar um grande resultado é Negai no Astro, que está com a corda no pescoço, dependendo de uma melhoria na recepção para conseguir sobreviver.
Em décimo quinto lugar tivemos Kill Ao, que entre esses é aquele com a pior média, indicando sim que está na prioridade de cancelamento. Esse cálculo me fez pensar que existe uma possibilidade real de Kill Ao ser cancelado em uma leva grande, que deve acontecer em novembro ou dezembro. Os editores quase todos os anos lançam uma leva grande de quatro a cinco mangás que serve justamente para “limpar” o Bottom 5 da revista, e quem sabe, encontrar mais de um novo sucesso em uma leva só. As vítimas acabam sendo os cancelamentos óbvios, mas sempre um desses mangás em risco, mas não tanto. As duas vítimas mais prováveis atualmente são justamente Kill Ao (média 16) e Negai no Astro (média 15). Quem irá dançar? Veremos.
Nas últimas colocações, com médias praticamente iguais, na casa dos 18, tivemos Cycle Biyori e Necromance, que já estão cancelados. A próxima leva deve estrear entre a segunda metade de agosto e a primeira metade de setembro, e deve ter entre dois a três novos mangás, dependendo se Hunter x Hunter volta e também dependendo do que decidem fazer com a vaga extra que acabou de ser liberada por Boku no Hero Academia. De qualquer modo, a estreia de dois novos mangás no lugar de Cycle Biyori e Necromance é uma certeza.
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