Capa: Show-ha Shoten!
Jump SQ. #10 (04/09/2024):
Abrindo a revista com uma página colorida para divulgar o lançamento do volume 31, tivemos Kono Oto Tomare. A obra é um dos mangás que mais vende na revista, com resultados semelhantes a Owari no Seraph e Kemono Jihen, mas inferiores a Gokurakugai, World Trigger, Ao no Exorcist e Rurouni Kenshin, por isso não pode ser considerada um pilar. Mesmo assim, os editores decidiram promover bastante este volume, já que Kono Oto Tomare não só recebeu uma página colorida nesta edição, mas também será a CAPA da próxima edição. É improvável que esperem um aumento nas vendas do volume 31, então essa promoção visa agradar os milhares de seguidores da obra.
Para quem não conhece, Kono Oto Tomare! é um mangá que segue Takezo Kurata, um estudante do ensino médio, enquanto tenta salvar o clube de koto da escola após a graduação dos membros seniores. Ele é inesperadamente ajudado por Chika Kudo, um delinquente com um passado complicado, e Satowa Hozuki, uma talentosa musicista de koto. Juntos, enfrentam desafios pessoais e de grupo enquanto se preparam para competições, unindo-se pelo amor à música tradicional japonesa.
Em primeiro lugar no “Ranking Puro”, mas em segundo no completo, tivemos o Battle-Shounen vampiresco Owari no Seraph, que vende de forma semelhante a Kono Oto Tomare, entre 60 e 70 mil cópias. O grande problema de qualquer mangá da Jump SQ é o ritmo lento da história, com autores desenvolvendo histórias enormes, não tão compatíveis com o lançamento mensal, e passando mais de dez, quinze anos lançando o mangá de modo arrastado. Owari no Seraph é ótimo para ler de uma vez só, mas uma tortura para acompanhar mensalmente. É a maldição que obras como Owari no Seraph, World Trigger, Ao no Exorcist, entre outras, carregam na revista.
Em terceiro lugar tivemos Gag Manga Biyori GB, que apesar de ter 180 capítulos, está em lançamento desde 2000, quando a Jump SQ ainda se chamava Monthly Shonen Jump. É a segunda série mais antiga em lançamento contínuo na revista, perdendo apenas para Tennis no Ouji-sama (já que Rurouni Kenshin teve um grande intervalo entre suas partes). Gag Manga Biyori GB vendeu 3.519 mil cópias no último volume lançado, uma quantidade boa para uma comédia tradicional na revista. Gag Manga Biyori é tão clássico que permanecerá na revista até quando o autor quiser.
Antes de continuar, quero comentar sobre o nono colocado, World Trigger, e o ausente, Gokurakugai. Esses dois mangás são os que têm mais problemas de saúde dos autores. World Trigger narra a invasão de criaturas interdimensionais chamadas Neighbors à cidade de Mikado. Para combatê-las, surge a organização Border, equipada com tecnologia avançada. A história segue Osamu Mikumo, um agente em treinamento, e Yuma Kuga, um misterioso Neighbor, enquanto enfrentam batalhas e revelam segredos sobre ambos os mundos.
Já Gokurakugai segue Tao e Alma, que vivem no distrito de Gokurakugai, um lugar repleto de criaturas sobrenaturais e perigosas. Juntos, aceitam missões por dinheiro para proteger os habitantes e manter a paz, enfrentando diversos desafios e adversários. A trama mistura Battle-Shounen com elementos sobrenaturais e urbanos.
Essas duas séries estão em situações parecidas e diferentes. Enquanto World Trigger é um dos mangás mais vendidos por volume (estando no TOP 10), Gokurakugai é uma das obras mais promissoras da revista. Contudo, os problemas de saúde dos autores dificultam a promoção por parte dos editores. Eles se veem obrigados a dar mais capas para mangás que vendem menos ou são menos promissores, pois esses dois não conseguem desenhar muitas capas ou páginas coloridas ao ano – no máximo uma ou duas. Todavia, os editores não podem reclamar muito, pois a saúde dos autores deve vir sempre em primeiro lugar.
Em décimo lugar tivemos a comédia escolar Phantom Busters, que vendeu 3.666 mil cópias em 3 dias, próximo da quantidade de Gag Manga Biyori GB, mas menos que Show-ha Shoten! (quase 5.500 mil cópias) e Kono Oto Tomare (acima de 12 mil cópias, com confirmação exata na sexta). Os resultados de Phantom Busters são bons para a revista, já que em um mês deve vender mais de 7 mil cópias, contudo, passa longe do que poderia se tornar. O viral no TikTok ajudou, mas não o suficiente para torná-lo um “asset” importante para a revista.
Em décimo quinto lugar tivemos o mangá sobre uma dupla de comediantes, Show-ha Shoten!, que vendeu 5.496 mil cópias nos primeiros dias, devendo vender em quatro semanas menos de 15 mil cópias, representando mais uma queda nas vendas. O mangá desenhado por Obata (Hikaru no Go, Death Note, Bakuman e Platinum End) já chegou a vender acima de 30 mil cópias antes de desaparecer do TOP 500, agora tem dificuldades sérias em superar 15 mil. Não vejo os editores cancelando a obra, por dois motivos: Acredito que em 2025 vá ganhar um anime, que ajudará a aumentar suas vendas, e também porque há outros mangás na revista que vendem menos. Contudo, é inegável que a queda em vendas é algo triste.
Em último lugar, sendo cancelado com apenas 7 capítulos, tivemos o Battle-Shounen Kentoushi AtoZ. A obra teve uma recepção horrível, vendendo menos de 1.500 mil cópias no primeiro volume, tornando o cancelamento inevitável, mas não esperava que fosse cancelado com apenas 7 capítulos. Os editores nem vão estrear um novo mangá na próxima edição (teremos apenas o natural encerramento de Sousei no Onmyouji, um momento histórico para a Jump SQ), então poderiam ter mantido Kentoushi AtoZ por mais um mês, mas a recepção foi tão negativa que decidiram encerrar agora.
De qualquer modo, novos mangás devem estrear a partir da edição de novembro, que chegará às lojas em outubro.
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