*Avaliação dos três primeiros capítulos
Chegou o momento de vocês descobrirem, no geral, o que os japoneses estão achando de Exorcist no Kiyoshi-kun, conhecido no Ocidente como “Ultimate Exorcist Kiyoshi”. Escrito e desenhado pelo autor novato Shoichi Usui, a obra conta a história de um exorcista de força descomunal que precisa superar os seus medos para vencer os demônios. O mangá é um Battle-Gag que une comédia com muita ação.
Inicialmente, muitos estavam desmotivados com o lançamento do mangá, justamente por ser mais uma obra de exorcismo. Para piorar, na mesma leva, os editores decidiram lançar a comédia Youkai Buster Murakami, que segue uma temática similar à de Kiyoshi. Por isso, nesses três primeiros capítulos, era essencial que Kiyoshi-kun conseguisse quebrar esse “mal-querer” dos leitores e provasse que tem uma qualidade que justifique a sua serialização.
A favor do mangá estava justamente o seu One-Shot de sucesso, que chegou a ganhar um V-COMIC com bons dubladores, indicando que a obra teve uma boa recepção por parte do público. O autor, assim, deveria se concentrar mais em transformar a boa recepção do One-Shot em uma boa recepção da série, mantendo os pontos positivos e expandindo o universo do mangá. É por isso que, para o primeiro capítulo, o autor escolheu simplesmente reapresentar o One-Shot, mudando alguns detalhes.
O resultado acabou sendo uma recepção boa, mas que não surpreendeu ninguém. Em lugares como o Twitter japonês, 2ch, Jump Matome e Animanch, pudemos observar elogios à sua arte, alguns dizendo que lembra bastante Soul Eater – a ambientação ajuda muito nesse quesito também. Outros também disseram que lembra Hiro Mashima, e essa comparação sempre retornou nas discussões dos três primeiros capítulos. No geral, sua arte acabou sendo o ponto alto, e pudemos ver comentários como: “É por artes como essa que leio a Shonen Jump” ou “O design dos personagens, somado à arte, agrada aos meus olhos”.
A comédia também agradou, mas a comparação em relação a MASHLE foi a que mais dividiu o público. Alguns viram como algo neutro, com comentários como: “Não é um primeiro capítulo nem ruim nem bom, lembra bastante MASHLE”, mas também comentários com tons negativos podem ser encontrados, como: “O autor está na cara dura tentando lançar o próximo MASHLE”. De qualquer modo, a grande maioria dos comentários se concentrou em dizer que o primeiro capítulo é regular e lembra bastante o One-Shot, por isso não teve nenhuma surpresa – “Não é um problema ser igual ao One-Shot, mas também não dá para tirar conclusões. Vou esperar o segundo capítulo”.
A série começou a convencer um pouco mais os seus leitores a partir do segundo capítulo. Os comentários relacionados a MASHLE e Hiro Mashima continuaram, mas vimos uma intensificação de alguns elogios: a arte começou a ser mais venerada pelos leitores e o público realmente gostou do equilíbrio entre a comédia e a ação dentro da série: “O bom é que o mangá tem a possibilidade de ir em uma estrada de Battle-Shounen intenso ou de uma comédia bem levinha”. Ninguém nega que a história de Kiyoshi-kun é genérica e não tem nada de especial; contudo, é principalmente sua quadrinização, traço e comédia que começaram a conquistar o coração dos leitores da internet.
O terceiro capítulo consolidou a boa recepção. A apresentação de novos personagens secundários agradou bastante ao público, que já está bem interessado em conhecer a personagem feminina: “É fantástico que conseguiram introduzir a heroína já no episódio 3”. Ela já tinha despertado a curiosidade de muitos leitores quando apareceu na página colorida de abertura do primeiro capítulo, mas sua aparição aumentou os comentários sobre: “Se ela for atraente, a série irá escapar do cancelamento”. E mesmo sendo uma exageração, sabemos que é necessário personagens atraentes.
Também muitos comentam como Kiyoshi-kun é o melhor entre as novas séries e como, mesmo sem grandes expectativas, sua leitura é agradável: “Eu não esperava nada, mas pelo menos estou me divertindo lendo o mangá”. A capacidade de Kiyoshi-kun em fazer as pessoas rirem e, principalmente, sua leitura fluida acabam compensando muito bem os elementos genéricos que a série carrega. Como sabemos, os japoneses apreciam muito mais um mangá com boa leitura, mas história genérica, do que uma história única, mas com uma leitura travada e ruim.
As visualizações na J+ mostram justamente essa evolução de Kiyoshi-kun, com a série tendo apenas uma perda de 18% do seu público nos primeiros capítulos, quando a média normal é de 30%. Contudo, ao mesmo tempo, os números baixos de estreia, menores que séries como Ruirui Senki e Green Green Greens, demonstram que o público não comprador da Weekly Shonen Jump não está tão interessado na temática da série. Eu acredito que isso seja causado pelo sentimento de “é mais um mangá de exorcismo”.
Por isso, eu não diria que a sobrevivência de Kiyoshi-kun é garantida, por dois motivos: O primeiro é que todos os comentários parecem bastante mornos, com a série não despertando tanto interesse no público em geral. Não basta uma série ter bons comentários entre aqueles que estão lendo, mas é preciso também agradar um grande número de leitores para assim conquistar mais votos que séries como Kagurabachi, Undead Unluck, Yozakura-San e outras. Um mangá na Weekly Shonen Jump está sempre concorrendo com outros mangás.
O segundo argumento é bem simples: Eu estou lendo os comentários do Twitter, 2ch, Jump Matome e outros sites – como o próprio autor de Green Green Greens comentou em sua Live, esse público é, no geral, mais velho, mas o público-alvo da revista é tendencialmente mais jovem. Esse mesmo público jovem é aquele que está mais disposto a votar de maneira religiosa, por ter mais disposição em apoiar suas séries.
Acontece muitas vezes que o público mais velho e o público mais jovem gostem da mesma coisa, já que a diferença entre eles é bem pouca (normalmente de 5 a 10 anos de idade). Obras como One Piece, Boku no Hero Academia, Ao no Hako e Sakamoto Days estão agradando todo o range de idade majoritário da revista, dos 13 até os 28 anos. Porém, existem casos em que o interesse do público entre 13 e 18 anos é diferente do público entre 19 e 28 anos. É nesses momentos, de acordo com o autor de Green Green Greens, que a coisa muda, pois aqueles que estão mais votando não são os mais velhos do Twitter, mas sim os jovens de 13 a 18 anos que tendem a usar mais outras redes sociais, como o TikTok.
Assim, o autor precisa, nas próximas semanas, esperar que os capítulos seguintes sejam impactantes para transformar essa boa recepção em grande número de votos, garantindo assim a sua sobrevivência. Mas é inegável que Kiyoshi-kun não teve um começo ruim; muito pelo contrário, está levemente agradando aqueles que estão lendo o mangá.
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