Venha conhecer a história da V-Jump, ver a importância de Boruto para ela atualmente e principalmente como Dragon Ball continua presente na revista nessa TOC de Agosto:
Na análise passada, eu me dediquei a apresentar um pouco os mangás da V-Jump, explicando a importância de Boruto (continuação de Naruto), as duas histórias de Yu-Gi-Oh, sendo uma delas (A Structures) dedicada a ensinar a jogar Yu-Gi-Oh, e também as duas produções de Dragon Quest. Nesta edição, então, vou tentar explicar mais um pouco sobre “COMO FUNCIONA A V-JUMP”, pois vocês devem estar se perguntando: “Como uma revista mensal tem tão poucos mangás?”
V-Jump, criada em 1990 e “promovida” a revista mensal em 1993, é uma evolução de dois elementos da Shonen Jump: é a continuação direta da revista “Hobby’s Jump”, uma revista spin-off da Monthly Shonen Jump (que veio a se tornar a Jump SQ), que tinha como objetivo apresentar várias atividades, jogos e matérias da Shueisha aos leitores tanto da Monthly quanto da Weekly Shonen Jump. Mas também é uma evolução da seção de “Comentário de Jogos” presente na revista Weekly Shonen Jump.
Capa da Primeira Edição da V-Jump
Como explicado pelo nosso próprio escritor da Shonen Magazine, o Lucca, no nosso Discord (no qual damos sempre informações interessantes), o Kazuhiko Torishima, na época editor de Dragon Ball, durante os anos 80 queria aprofundar a seção de jogos da Weekly Shonen Jump, e por isso convidou o Akira Sumura, eventual criador de Momotaru Densetsu, e Yuji Horii, que viria a criar Dragon Quest, para escrever os artigos na seção de jogos. Mas também propôs a Yuji Horii, que era um game designer, criar um RPG.
Para justificar um investimento ainda maior da Shueisha nessa coluna e ideia, Torishima propôs tanto a participação do Akira Toriyama no desenvolvimento desse RPG, que viria a se tornar Dragon Quest, como o lançamento de um mangá baseado em Dragon Quest chamado “Dai no Daiboken”. O sucesso dessa coluna de games e também dessa união entre mangás e vídeo games estimulou a Shueisha a cancelar a revista “Hobby’s Jump” e reformulá-la no nome da V-Jump, com o mascote também desenhado pelo Akira Toriyama. Assim nasceu a V-Jump, uma revista da Shueisha dedicada a jogos, na época principalmente a Dragon Quest e alguns spin-offs de obras famosas, como Dr. Slump, para atrair leitores.
Atualmente, a V-Jump, mesmo tendo um custo de uma revista mensal, tem 1/3 das páginas de uma edição normal, sendo muitas delas dedicadas a artigos, publicidades e notícias dos mundos dos jogos – normalmente jogos da Shueisha. Os mangás assim servem mais como um atrativo para que a Shueisha consiga promover os vários vídeo games, card games, jogos de tabuleiro e action figures que são apresentados durante toda a V-Jump. É por isso que Boruto, capa e página colorida dessa edição, assume um papel essencial nesse período complicado que a revista está passando.
Com o hiato de “Dragon Ball Super”, Boruto se torna o único mangá de alto alcance da revista, vendendo acima de 80 mil cópias por mês. Os editores estão promovendo o máximo possível Boruto dentro da revista para estimular as pessoas a continuarem comprando a revista, mas mesmo assim a realidade é que, do mesmo modo que há quem só compre a V-Jump para ler Boruto, também há quem só compre a V-Jump para ler Dragon Ball Super. Então, é bem provável que a V-Jump tenha perdido muitos leitores com esse hiato: é preciso encontrar urgentemente um substituto, que na minha opinião seria idealmente: Bleach, o arco do inferno.
Promoção das Cartas de Yu-Gi-Oh dessa Edição
Nesta edição, além dos mangás de sempre, os editores decidiram promover alguns jogos especiais que valem a pena ser comentados: na seção de Yu-Gi-Oh, continuaram a promover várias cartas, novas e “velhas”. YU-GI-OH! OCG STORIES Magistus-hen deu continuidade à sua história, que está apenas no começo, enquanto o YU-GI-OH! OCG Structures continuou a explicar para os leitores mais jovens a dinâmica do jogo.
Você talvez esteja pensando na utilidade do “Structures”, já que Yu-Gi-Oh é um jogo presente no mercado há muitos anos. Contudo, o público-alvo da V-Jump não são os adultos, e sim aqueles adolescentes entre 12 e 15 anos, que estão deixando o Ensino Fundamental e entrando no Ensino Médio. São jovens que conhecem Yu-Gi-Oh por causa do desenho que passa na TV aberta, mas podem não conhecer muito bem as regras do jogo. Deste modo, ter um mangá que apresenta essas regras e estimula os leitores a jogarem é essencial.
Promoção de Dragon Ball Sparkling Zero
Mesmo ausente, uma longa seção de 33 páginas foi dedicada aos produtos derivados das criações do Akira Toriyama – sim, Dragon Ball está em hiato, mas é necessário mesmo assim continuar promovendo os card games, action figures e jogos das obras do Akira Toriyama. Nesta seção, tivemos várias páginas para o card game de Dragon Ball Super, que é um sucesso com o público jovem e também mais velho da revista, além de divulgação de Dragon Ball Sparkling Zero, Super Dragon Ball Meteor Mission 5, Sand Land, Dragon Ball Xenoverse 2 (para Nintendo Switch) e muito mais.
A edição veio com uma carta do “Deku” de Boku no Hero Academia. Essa carta é do Trading Card Game “Union Arena”, que é um jogo de cartas dos personagens da Weekly Shonen Jump, tanto atuais quanto de obras mais antigas. Os editores da V-Jump dedicaram também um espaço para divulgar esse card game, já que muitas pessoas que ganharam a carta do “Deku” podem começar também a colecionar outras cartas. É isso, espero que vocês tenham gostado dessa edição e até a próxima!
Promoção do Union Arena (Trading Card Game)